quarta-feira, 16 de abril de 2025

Comércio Internacional de Mercadorias - Série Mensal - Janeiro a Fevereiro de 2025

 

Comércio Internacional 
de mercadorias
- série mensal -
(Janeiro a Fevereiro de 2025)

( disponível para download  >> aqui )


1 - Balança comercial

De acordo com dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) para o período de Janeiro a Fevereiro de 2025 e de 2024, em versões preliminares, com última actualização em 9 de Abril de 2025, as exportações de mercadorias em 2025 cresceram, em termos homólogos, +11,9% (+1533 milhões de Euros), a par de um acréscimo das importações de +5,8% (+991 milhões). 

A partir de Janeiro de 2021, nas estatísticas de base do INE foram acrescentados, na sequência do “Brexit”, dois códigos de países, “XI-Reino Unido (Irlanda do Norte)” e “XU-Reino Unido (não incluindo a Irlanda do Norte)”, apresentando-se a zeros a posição pautal com o código “GB-Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte”. Nos quadros desta série mensal manteremos, para já, este código “GB”, correspondente ao somatório dos valores dos dois novos códigos.

As exportações para o espaço comunitário (expedições), cujo total corresponde aqui aos actuais 27 membros, registaram no período em análise um acréscimo de +15,4% (+1422 milhões de Euros), tendo as exportações para os Países Terceiros registado um acréscimo de +3,1% (+111milhões). Por sua vez, as importações com origem na UE (chegadas) aumentaram +5,3% (+690 milhões) e as originárias dos Países Terceiros cresceram +7,3% (+301 milhões de Euros). 

O défice comercial externo (Fob-Cif), -12,9% face a 2024, situou-se em -3651 milhões de Euros (inferior em 542 milhões ao do ano anterior), a que correspondeu um desagravamento de 732 milhões no comércio intracomunitário e um agravamento de 190 milhões no extracomunitário. Em termos globais, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações subiu de 75,4% em 2024, para 79,8% em 2025.

A variação do preço de importação do petróleo repercute-se no valor das exportações de produtos energéticos, com reflexo na Balança Comercial. No período de Janeiro a Fevereiro o valor médio de importação do petróleo bruto desceu muito ligeiramente, de 569  Euros/Ton em 2024, para 568 Euros/Ton. 

Para além da variação da cotação internacional do barril de petróleo, medida em dólares, a variação da cotação do dólar face ao Euro é também um dos factores determinantes da evolução do seu preço em Euros (O gráfico inclui já a cotação média do mês de Março).

Se excluirmos do total das importações e das exportações o conjunto dos produtos “Energéticos” (Capº 27 da NC), que pesou 10,5% no total das importações em 2025 e 5,9% nas exportações, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações sobe, em 2025, de 79,8% no comércio global, para 83,3%.

2 – Evolução mensal

3 – Mercados de destino e de origem

3.1 - Exportações

Em 2025, no período em análise, as exportações para a UE (expedições), que representaram 74,1% do Total, cresceram +15,4%, contribuindo com +11,0 pontos percentuais (p.p.) para uma taxa de ‘crescimento’ global de +11,9%.

As exportações para o espaço extracomunitário, 25,9% do Total, cresceram +3,1%, contribuindo com uma taxa de +0,9% para o crescimento global.

Os dez principais destinos das exportações foram a Espanha (24,6%), a Alemanha (18,7%), a França (11,4%), os EUA (5,2%), o Reino Unido incl. Irlanda NT (4,4%), a Itália (4,1%), os Países Baixos (3,4%), a Bélgica (2,7%), a  Polónia (1,5%), e as Provisões de Bordo Extra-UE (1,4%), destinos que representaram 77,2% do Total.

Angola, que no ano de 2024 ocupou a 5ª posição no conjunto dos Países Terceiros, depois dos EUA, do Reino Unido, de Marrocos e do Brasil, registou no período em análise um acréscimo de +15,0% nas nossas exportações com este destino (+22,3 milhões de Euros).

Ocorreram acréscimos nos grupos de produtos “Agro-alimentares” (+10,5 milhões de Euros), “Minérios e metais” (+8,3 milhões), “Produtos acabados diversos” (+4,9 milhões), Químicos (+1,9 milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (+1,6 milhões), “Madeira, cortiça e papel” (+829 mil Euros), “Máquinas, aparelhos e partes” (+355 mil Euros) e “Calçado, peles e couros” (+172 mil Euros).

Os decréscimos incidiram em “Energéticos” (-2,5 milhões de Euros),  “Aeronaves, embarcações e partes” (-2,5 milhões) e “Têxteis e vestuário” (-1,4 milhões).

Entre os principais destinos, os maiores contributos positivos para o ‘crescimento’ das exportações neste período (+11,9%) pertenceram à Alemanha (+9,4 p.p.), seguida a grande distância por Espanha (+1,1 p.p.), Países Baixos e Gibraltar (+0,7 p.p. cada), Provisões de Bordo Extra-UE e Irlanda (+0,3 p.p. cada), Polónia, Dinamarca e Angola (+0,2 p.p. cada).

Os maiores contributos negativos couberam ao Brasil e Finlândia (-0,4 p.p. cada), Reino Unido/Irl NT e França (-0,3 p.p. cada), Marrocos (-0,2 p.p.), Bélgica, Argélia, Provisões de Bordo Intra-UE e República Checa (-0,1 p.p. cada).

Os maiores acréscimos nas exportações para o espaço comunitário (expedições) incidiram na Alemanha, seguida a grande distância pela Espanha, Países Baixos, Irlanda, Polónia, Dinamarca, Suécia e Eslováquia. Os principais decréscimos couberam à Finlândia, França, Bélgica e Provisões de Bordo.


No conjunto dos Países Terceiros, entre os maiores acréscimos nas exportações destacaram-se Gibraltar, Provisões de Bordo, Israel,  Panamá EUA, Angola, Canadá, Noruega e Turquia.

Entre os decréscimos evidenciaram-se o Brasil, Reino Unido, Marrocos, Japão, Ceuta, Argélia, Egipto e Vietname.

3.2 – Importações

No período de Janeiro a Fevereiro de 2025 as chegadas de mercadorias com origem na UE, que representaram 75,4% do total, registaram um acréscimo de +5,3% e contribuíram com +4,0 p.p. para uma taxa de variação homóloga global de +5,8%.

As importações com origem no espaço extracomunitário registaram no mesmo período um acréscimo de +7,3% representando 24,6% do total, com um contributo para o ‘crescimento’ global de +1,8 p.p..

O principal mercado de origem das importações foi a Espanha (32,0% do Total) seguida da Alemanha (11,7%), da França (7,4%), dos Países Baixos (5,5%), da China (5,2%), da Itália (5,1%), da Irlanda (3,9%), da Bélgica (3,1%), do Brasil (2,3%) e dos EUA (2,2%).

Estes países representaram, no seu conjunto, 78,5% do total das importações.

Entre os contributos positivos para a taxa de variação homóloga das importações  (+5,8%), destacou-se a Irlanda (+1,4 p.p.), seguida da China (+1,1 p.p.), França e Países Baixos (+0,9 p.p.), Espanha (+0,8 p.p.), Alemanha (+0,4 p.p.), Itália (+0,3 p.p.), EUA e Reino Unido/Irl NT (+0,2 p.p. cada).

Os principais contributos negativos incidiram na Áustria (-0,7 p.p.), no Azerbaijão (-0,5 p.p.), Arábia Saudita e Nigéria /-0,4 p.p. cada), Noruega (-0,3 p.p.), no Japão e Polónia (-0,2 p.p.), na Índia, Dinamarca e Marrocos (-0,1 p.p. cada).

Nas duas figuras seguintes relacionam-se os maiores acréscimos e decréscimos do valor das importações com origem Intracomunitária (chegadas) e nos Países Terceiros, entre o período em análise de 2025 e de 2024.


4 – Saldos da Balança Comercial        

Em 2025, os maiores saldos positivos da balança comercial (Fob-Cif) couberam à Alemanha (+592 milhões de Euros), ao Reino Unido (+417 milhões), aos EUA (+348 milhões), à França (+297 milhões) e a Gibraltar (+147 milhões).

  O maior défice, a grande distância dos restantes, pertenceu a Espanha (-2234 milhões de Euros), seguida da China (-840 milhões), da Irlanda (-594 milhões), dos Países Baixos (-508 milhões) e da Itália (-333 milhões).


5 – Evolução por grupos de produtos

5.1 – Exportações

Os capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2 Ξ SH-2), foram aqui agregados em 11 grupos de produtos (ver ANEXO).

Em 2025, os grupos que detiveram maior peso na estrutura foram “Químicos” (21,5% do Total e +1491 milhões de Euros face ao ano anterior), “Máquinas, aparelhos e partes” (14,4% e +159 milhões), “Agro-alimentares” (13,0% e +47 milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (11,0% e -175 milhões), “Minérios e metais” (9,1% e +41 milhões), “Produtos acabados diversos” (8,5% e -14 milhões).

Seguiram-se os grupos “Têxteis e vestuário” (6,9% e +40 milhões), “Madeira cortiça e papel” (6,1% e -16 milhões), “Energéticos” (5,9% e -76 milhões), “Calçado, peles e couros” (2,8% e +17 milhões) e “Aeronaves, embarcações e partes” (0,8% e +20 milhões de Euros).


5.2 – Importações

Em 2025 os grupos de produtos com maior peso foram “Químicos” (18,8% do Total e +21 milhões de Euros face ao ano anterior), “Máquinas, aparelhos e partes” (18,2% e +140 milhões), “Agro-alimentares” (15,1% e +73 milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (13,1% e +244 milhões), “Energéticos” (10,5% e ‑359 milhões) e “Minérios e metais” (9,0% e -31 milhões).

Seguiram-se os grupos “Produtos acabados diversos” (5,9% e +12 milhões), “Têxteis e vestuário” (4,5% e -88 milhões), Madeira, cortiça e papel” (3,0% e -41 milhões), “Calçado, peles e couros” (1,6% e -33 milhões) e “Aeronaves, embarcações e partes” (0,2% e -152 milhões de Euros).


6 – Mercados por grupos de produtos

6.1 – Exportações

Entre os mercados de destino, a Espanha ocupou em 2025 a primeira posição em 7 dos 11 grupos de produtos com 24,6% do total, ocorrendo as excepções nos grupos “Químicos” (2ª posição depois da Alemanha), “Calçado, peles e couros” (3ª posição, depois da França e da Alemanha), “Máquinas, aparelhos e partes” (2ª posição, depois da Alemanha) e “Aeronaves, embarcações e partes” (4ª posição, precedida do Brasil, França e Irlanda).

Seguiram-se no “ranking” a Alemanha (18,7%), a França (11,4%), os EUA (5,2%), o Reino Unido e Irl NT (4,4%), a Itália (4,1%), os Países Baixos (3,4%), a Bélgica (2,7%), a Polónia (1,5%) e as “Provisões de Bordo Extra-UE” (1,4%).

Estes dez destinos representaram 77,2% da exportação total.

6.2 – Importações


Na vertente das importações, a Espanha ocupou o primeiro lugar em dez dos onze grupos de produtos, com 32,0% do total.

A excepção foi o grupo ““Aeronaves, embarcações e partes” (2º lugar, depois dos EUA.

Seguiram-se, no “ranking”, a Alemanha (11,7%), a França (7,4%), os Países Baixos (5,5%), a China (5,2%), a Itália (5,1%), a Irlanda (3,9%), a Bélgica (3,1%), o Brasil (2,3%) e os EUA (2,2%).

Estes dez países cobriram 78,5% da importação total.

 7 – Valor dos grupos de produtos das exportações em 2025                       face a 2024, por meses homólogos não acumulados


Alcochete, 15 de Abril de 2025.

ANEXO





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