Comércio Internacional
de mercadorias
- série mensal -
(Janeiro a Fevereiro de 2025)
De acordo com dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE)
para o período de Janeiro a Fevereiro de 2025 e de 2024, em versões preliminares,
com última actualização em 9 de Abril de 2025, as exportações de mercadorias em
2025 cresceram, em termos homólogos, +11,9% (+1533 milhões de Euros), a par de um
acréscimo das importações de +5,8% (+991 milhões).
A partir de Janeiro de 2021, nas estatísticas de base do INE foram
acrescentados, na sequência do “Brexit”, dois códigos de países, “XI-Reino
Unido (Irlanda do Norte)” e “XU-Reino Unido (não incluindo a Irlanda do
Norte)”, apresentando-se a zeros a posição pautal com o código “GB-Reino
Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte”. Nos quadros desta série mensal manteremos,
para já, este código “GB”, correspondente ao somatório dos valores dos dois
novos códigos.
As exportações para o espaço comunitário (expedições), cujo total
corresponde aqui aos actuais 27 membros, registaram no período em análise um acréscimo
de +15,4% (+1422 milhões de Euros), tendo as exportações para os Países Terceiros
registado um acréscimo de +3,1% (+111milhões). Por sua vez, as importações com
origem na UE (chegadas) aumentaram +5,3% (+690 milhões) e as originárias dos Países
Terceiros cresceram +7,3% (+301 milhões de Euros).
O défice
comercial externo (Fob-Cif), -12,9% face a 2024, situou-se em -3651 milhões de
Euros (inferior em 542 milhões ao do ano anterior), a que correspondeu um desagravamento
de 732 milhões no comércio intracomunitário e um agravamento de 190 milhões no
extracomunitário. Em termos globais, o grau de cobertura (Fob/Cif) das
importações pelas exportações subiu de 75,4% em 2024, para 79,8% em 2025.
A
variação do preço de importação do petróleo repercute-se no valor das
exportações de produtos energéticos, com reflexo na Balança Comercial. No
período de Janeiro a Fevereiro o valor médio de importação do petróleo bruto desceu muito
ligeiramente, de 569 Euros/Ton em 2024,
para 568 Euros/Ton.
Para além da variação da cotação
internacional do barril de petróleo, medida em dólares, a variação da cotação
do dólar face ao Euro é também um dos factores determinantes da evolução do seu
preço em Euros (O gráfico inclui já a cotação média do mês de Março).
Se
excluirmos do total das importações e das exportações o conjunto dos produtos “Energéticos” (Capº 27 da NC), que pesou
10,5% no total das importações em 2025 e 5,9% nas exportações, o grau de
cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações sobe, em 2025, de 79,8% no
comércio global, para 83,3%.
2 – Evolução mensal
3 – Mercados de destino e de origem
3.1 - Exportações
Em 2025,
no período em análise, as exportações para a UE (expedições), que representaram
74,1% do Total, cresceram +15,4%, contribuindo com +11,0 pontos percentuais
(p.p.) para uma taxa de ‘crescimento’ global de +11,9%.
As
exportações para o espaço extracomunitário, 25,9% do Total, cresceram +3,1%, contribuindo
com uma taxa de +0,9% para o crescimento global.
Os dez principais
destinos das exportações foram a Espanha (24,6%), a Alemanha (18,7%), a França
(11,4%), os EUA (5,2%), o Reino Unido incl. Irlanda NT (4,4%), a Itália (4,1%),
os Países Baixos (3,4%), a Bélgica (2,7%), a
Polónia (1,5%), e as Provisões de Bordo Extra-UE (1,4%), destinos que
representaram 77,2% do Total.
Angola, que no ano de 2024 ocupou a
5ª posição no conjunto dos Países Terceiros, depois dos EUA, do Reino Unido, de
Marrocos e do Brasil, registou no período em análise um acréscimo de +15,0% nas
nossas exportações com este destino (+22,3 milhões de Euros).
Ocorreram
acréscimos nos grupos de produtos “Agro-alimentares” (+10,5
milhões de Euros), “Minérios e metais” (+8,3 milhões), “Produtos
acabados diversos” (+4,9 milhões), Químicos (+1,9 milhões), “Material
de transporte terrestre e partes” (+1,6 milhões), “Madeira, cortiça e
papel” (+829 mil Euros), “Máquinas, aparelhos e partes” (+355 mil
Euros) e “Calçado, peles e couros” (+172 mil Euros).
Os decréscimos incidiram em “Energéticos” (-2,5 milhões de Euros), “Aeronaves, embarcações e partes” (-2,5 milhões) e “Têxteis e vestuário” (-1,4 milhões).
Entre os principais destinos, os maiores contributos positivos para o ‘crescimento’ das exportações neste período
(+11,9%) pertenceram à Alemanha (+9,4 p.p.), seguida a grande distância por
Espanha (+1,1 p.p.), Países Baixos e Gibraltar (+0,7 p.p. cada), Provisões de
Bordo Extra-UE e Irlanda (+0,3 p.p. cada), Polónia, Dinamarca e Angola (+0,2
p.p. cada).
Os maiores
contributos negativos couberam ao Brasil e Finlândia (-0,4 p.p. cada),
Reino Unido/Irl NT e França (-0,3 p.p. cada), Marrocos (-0,2 p.p.), Bélgica,
Argélia, Provisões de Bordo Intra-UE e República Checa (-0,1 p.p. cada).
Os maiores acréscimos nas exportações
para o espaço comunitário (expedições)
incidiram na Alemanha, seguida a grande distância pela Espanha, Países Baixos, Irlanda,
Polónia, Dinamarca, Suécia e Eslováquia. Os principais decréscimos couberam
à Finlândia, França, Bélgica e Provisões de Bordo.
No conjunto dos Países Terceiros,
entre os maiores acréscimos nas exportações
destacaram-se Gibraltar, Provisões de Bordo, Israel, Panamá EUA, Angola, Canadá, Noruega e Turquia.
Entre os decréscimos evidenciaram-se
o Brasil, Reino Unido, Marrocos, Japão, Ceuta, Argélia, Egipto e Vietname.
3.2 – Importações
No
período de Janeiro a Fevereiro de 2025 as chegadas de mercadorias com origem na
UE, que representaram 75,4% do total, registaram um acréscimo de +5,3% e
contribuíram com +4,0 p.p. para uma taxa de variação homóloga global de +5,8%.
As
importações com origem no espaço extracomunitário registaram no mesmo período um
acréscimo de +7,3% representando 24,6% do total, com um contributo para o ‘crescimento’
global de +1,8 p.p..
O
principal mercado de origem das importações foi a Espanha (32,0% do Total)
seguida da Alemanha (11,7%), da França (7,4%), dos Países Baixos (5,5%), da China
(5,2%), da Itália (5,1%), da Irlanda (3,9%), da Bélgica (3,1%), do Brasil (2,3%)
e dos EUA (2,2%).
Estes
países representaram, no seu conjunto, 78,5% do total das importações.
Entre os contributos
positivos para a taxa de variação homóloga das importações (+5,8%), destacou-se a Irlanda (+1,4 p.p.), seguida
da China (+1,1 p.p.), França e Países Baixos (+0,9 p.p.), Espanha (+0,8 p.p.),
Alemanha (+0,4 p.p.), Itália (+0,3 p.p.), EUA e Reino Unido/Irl NT (+0,2 p.p.
cada).
Os
principais contributos negativos incidiram na Áustria (-0,7 p.p.), no
Azerbaijão (-0,5 p.p.), Arábia Saudita e Nigéria /-0,4 p.p. cada), Noruega
(-0,3 p.p.), no Japão e Polónia (-0,2 p.p.), na Índia, Dinamarca e Marrocos
(-0,1 p.p. cada).
Nas duas figuras seguintes
relacionam-se os maiores acréscimos e decréscimos do valor das importações com origem
Intracomunitária (chegadas) e nos Países Terceiros, entre o período em análise
de 2025 e de 2024.
4 – Saldos da Balança Comercial
Em 2025, os maiores saldos positivos da balança comercial (Fob-Cif)
couberam à Alemanha (+592 milhões de Euros), ao Reino Unido (+417 milhões), aos
EUA (+348 milhões), à França (+297 milhões) e a Gibraltar (+147 milhões).
O maior défice, a grande
distância dos restantes, pertenceu a Espanha (-2234 milhões de Euros), seguida da
China (-840 milhões), da Irlanda (-594 milhões), dos Países Baixos (-508
milhões) e da Itália (-333 milhões).
5 – Evolução por grupos de produtos
5.1 – Exportações
Os
capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2
Ξ SH-2), foram aqui agregados em 11 grupos de produtos (ver ANEXO).
Em 2025, os grupos que detiveram maior peso na
estrutura foram “Químicos” (21,5% do Total e +1491 milhões
de Euros face ao ano anterior), “Máquinas, aparelhos e partes” (14,4% e
+159 milhões), “Agro-alimentares” (13,0%
e +47 milhões), “Material de transporte terrestre e partes”
(11,0% e -175 milhões), “Minérios e metais” (9,1% e +41 milhões), “Produtos acabados diversos” (8,5% e
-14 milhões).
Seguiram-se
os grupos “Têxteis e vestuário” (6,9% e +40 milhões), “Madeira
cortiça e papel” (6,1% e -16 milhões), “Energéticos”
(5,9% e -76 milhões), “Calçado, peles e
couros” (2,8% e +17 milhões) e “Aeronaves, embarcações e partes” (0,8%
e +20 milhões de Euros).
5.2 – Importações
Em 2025 os
grupos de produtos com maior peso foram “Químicos”
(18,8% do Total e +21 milhões
de Euros face ao ano anterior), “Máquinas,
aparelhos e partes” (18,2% e +140 milhões), “Agro-alimentares” (15,1% e +73 milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (13,1% e +244 milhões),
“Energéticos” (10,5% e ‑359 milhões) e “Minérios e metais” (9,0% e -31 milhões).
Seguiram-se
os grupos “Produtos acabados diversos” (5,9% e +12 milhões), “Têxteis
e vestuário” (4,5% e -88 milhões), Madeira,
cortiça e papel” (3,0% e -41 milhões), “Calçado,
peles e couros” (1,6% e -33 milhões) e “Aeronaves,
embarcações e partes” (0,2% e -152 milhões
de Euros).
6 – Mercados por grupos de produtos
6.1 – Exportações
Entre os
mercados de destino, a Espanha ocupou em 2025 a primeira posição em 7 dos 11
grupos de produtos com 24,6% do total, ocorrendo as excepções nos grupos “Químicos”
(2ª posição depois da Alemanha), “Calçado,
peles e couros” (3ª posição, depois da França e da Alemanha), “Máquinas, aparelhos e partes” (2ª
posição, depois da Alemanha) e “Aeronaves,
embarcações e partes” (4ª posição, precedida do Brasil, França e Irlanda).
Seguiram-se
no “ranking” a Alemanha (18,7%), a
França (11,4%), os EUA (5,2%), o Reino Unido e Irl NT (4,4%), a Itália (4,1%), os
Países Baixos (3,4%), a Bélgica (2,7%), a Polónia (1,5%) e as “Provisões de
Bordo Extra-UE” (1,4%).
Estes dez
destinos representaram 77,2% da exportação total.
6.2 – Importações
Na
vertente das importações, a Espanha ocupou o primeiro lugar em dez dos onze
grupos de produtos, com 32,0% do total.
A excepção
foi o grupo ““Aeronaves, embarcações e partes” (2º lugar, depois dos EUA.
Seguiram-se,
no “ranking”, a Alemanha (11,7%), a
França (7,4%), os Países Baixos (5,5%), a China (5,2%), a Itália (5,1%), a
Irlanda (3,9%), a Bélgica (3,1%), o Brasil (2,3%) e os EUA (2,2%).
Estes dez países cobriram 78,5% da importação total.
7 – Valor dos grupos de produtos das exportações em 2025 face a 2024, por meses homólogos não acumulados
Alcochete, 15 de Abril de 2025.
ANEXO
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