Comércio Internacional
De acordo com dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE)
para o período de Janeiro a Outubro de 2025 (versão preliminar com última
actualização em 10 de Dezembro de 2025) e de 2024 (versão definitiva),
as exportações de mercadorias em 2025 cresceram, em termos homólogos, +1,0% (+666
milhões de Euros), a par de um acréscimo das importações de +5,5% (+4896
milhões).
A partir de Janeiro de 2021, nas estatísticas de base do INE foram
acrescentados, na sequência do “Brexit”, dois códigos de países, “XI-Reino
Unido (Irlanda do Norte)” e “XU-Reino Unido (não incluindo a Irlanda do
Norte)”, apresentando-se a zeros a posição pautal com o código “GB-Reino
Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte”. Nos quadros desta série mensal manteremos,
para já, este código “GB”, correspondente ao somatório dos valores dos dois
novos códigos.
As exportações para o espaço comunitário (expedições), cujo total
corresponde aqui aos actuais 27 membros, registaram no período em análise um acréscimo
de +2,8% (+1322 milhões de Euros), tendo as exportações para os Países Terceiros
decrescido -3,4% (-656 milhões). Por sua vez, as importações com origem na UE
(chegadas) aumentaram +8,4% (+5542 milhões) e as originárias dos Países
Terceiros decresceram -2,8 % (-646 milhões de Euros).
O défice
comercial externo (Fob-Cif), +18,7% face a 2024, situou-se em -26 897 milhões
de Euros (superior em 4 230 milhões ao do ano anterior), a que correspondeu um agravamento
de 4 220 milhões no comércio intracomunitário e um acréscimo de 10 milhões no
extracomunitário. Em termos globais, o grau de cobertura (Fob/Cif) das
importações pelas exportações desceu de 74,6% em 2024, para 71,4% em 2025.
A
variação do preço de importação do petróleo repercute-se no valor das
exportações de produtos energéticos, com reflexo na Balança Comercial. No
período de Janeiro a Outubro o valor médio de importação do petróleo bruto desceu de 578 Euros/Ton,
em 2024, para 494 Euros/Ton, em 2025.
Para além da variação da cotação
internacional do barril de petróleo, medida em dólares, a variação da cotação
do dólar face ao Euro é também um dos factores determinantes da evolução do seu
preço em Euros (o gráfico inclui já a cotação média do mês de Novembro).
Se
excluirmos do total das importações e das exportações o conjunto dos produtos “Energéticos” (Capº 27 da NC), que pesou
3,3% no total das importações em 2025 e 21,6% nas exportações, o grau de
cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações sobe, em 2025, de 71,4% no
comércio global, para 74,1%.
2 – Evolução mensal
3 – Mercados de destino e de origem
3.1 - Exportações
Em 2025,
no período em análise, as exportações para a UE (expedições), que representaram 72,1% do Total, cresceram
+2,8%, contribuindo com +2,0 pontos percentuais (p.p.) para uma taxa de ‘crescimento’
global de +1,0%.
As exportações para o espaço extracomunitário, 27,9% do Total, decresceram em valor -3,4%, com
um contributo negativo de -1,0 p.p. para o crescimento global.
Os dez principais
destinos das exportações foram a Espanha (25,9%), a Alemanha (14,1%), a França
(12,0%), os EUA (6,0%), o Reino Unido incl. Irlanda NT (4,5%), a Itália (4,3%
cada), os Países Baixos (3,4%), a Bélgica (2,6%), a Polónia (1,5%) e a Angola (1,4%),
destinos que representaram 75,6% do Total.
Angola, que no ano de 2024 ocupou a
5ª posição no conjunto dos Países Terceiros, depois dos EUA, do Reino Unido, de
Marrocos e do Brasil, registou no período em análise um acréscimo de +8,5% nas nossas
exportações com este destino (+73,2 milhões de Euros).
Por
Grupos de Produtos ocorreram acréscimos em “Produtos acabados
diversos” (+43,0 milhões de Euros), “Máquinas, aparelhos e partes” (+21,5
milhões), “Agro-alimentares” (+3,8 milhões), Químicos (+6,4 milhões),
“Minérios e metais” (+4,0 milhões) e “Madeira, cortiça e papel”
(+3,8 milhões de Euros). Os decréscimos incidiram em “Material de
transporte terrestre e partes” (-8,6 milhões), “Aeronaves, embarcações e
partes” (-4,8 milhões), “Energéticos” (-3,8 milhões), “Têxteis e
vestuário” (-3,5 milhões), e “Calçado, peles e couros” (-80 mil
Euros).
Entre os principais destinos, o maior contributo positivo para o ‘crescimento’ das exportações neste período
(+1,0%) pertenceu à Alemanha (+1,9 p.p.), seguida da Espanha (+0,4 p.p.), da Turquia
(+0,3 p.p.) e da Irlanda, Angola, Hungria e Canadá
(+0,1 p.p. cada).
Os maiores
contributos negativos couberam aos EUA (-0,8 p.p.), à Argélia e Finlândia
(-0,3 p.p. cada), seguidos de Marrocos e Países Baixos (-0,2 p.p. cada), e da França,
Brasil, Gibraltar, Itália e Provisões de Bordo para Países Terceiros (-0,1 p.p.
cada).
Os maiores acréscimos nas exportações para o espaço comunitário (expedições)
incidiram na Alemanha, seguida a grande distância pela Espanha, Irlanda,
Hungria, Dinamarca, Bélgica, Roménia e Áustria. Os principais decréscimos
couberam à Finlândia, Países Baixos, França, Itália, Suécia, Provisões de Bordo
e Grécia.
No conjunto dos Países Terceiros,
entre os maiores acréscimos nas exportações
destacaram-se a Turquia, Angola, Ucrânia, Taiwan, Egipto, Panamá, Canadá,
Emiratos e Noruega.
Entre os decréscimos evidenciaram-se
os EUA, seguidos da Argélia, Marrocos, Brasil, Gibraltar, Moçambique, Provisões
de Bordo, Austrália e Argentina.
3.2 – Importações
No
período de Janeiro a Outubro de 2025 as chegadas de mercadorias com origem na UE,
que representaram 76,0% do total, registaram um acréscimo de +8,4% e
contribuíram com +6,2 p.p. para uma taxa de variação homóloga global de +5,5%.
As
importações com origem no espaço extracomunitário registaram no mesmo período um
decréscimo de -2,8% representando 24,0% do total, com um contributo negativo para
o ‘crescimento’ global de -0,7 p.p..
O
principal mercado de origem das importações foi a Espanha (32,3% do Total)
seguida da Alemanha (11,8%), da França (7,2%), dos Países Baixos (5,8%), da China
(5,1%), da Itália (5,0%), da Irlanda e da Bélgica (3,3% cada), do Brasil (2,7%)
e dos EUA (2,2%).
Estes
países representaram, no seu conjunto, 78,9% do total das importações.
Entre os contributos
positivos para a taxa de variação homóloga das importações (+5,5%), destacaram-se a Irlanda (+2,0 p.p.),
a Espanha (+1,4 p.p.), a Alemanha (+1,1 p.p.), a China, a França e os Países
Baixos (+0,5 p.p. cada), a Bélgica (0,3%) a Hungria, e a Turquia (+0,2 p.p. cada).
Os principais contributos negativos incidiram
no Brasil (-0,7 p.p.), na Noruega (-0.4 p.p.), na Arábia Saudita e Azerbaijão (-0,3
p.p.cada), na Nigéria (-0,2 p.p.), e no Japão, Áustria e Roménia (-0,1 p.p.
cada).
Nas duas figuras seguintes
relacionam-se os maiores acréscimos e decréscimos do valor nas importações com origem
Intracomunitária (chegadas) e nos Países Terceiros, entre o período em análise
de 2025 e de 2024.
4 – Saldos da Balança Comercial
No período em análise de 2025, os maiores saldos positivos da
balança (Fob-Cif) couberam ao Reino Unido (+2016 milhões), aos EUA (+1993
milhões de Euros), à França (+1240 milhões), a Angola (+757 milhões) e a Marrocos
(+418 milhôes).
O maior défice, a grande distância dos restantes, pertenceu a
Espanha (-13014 milhões de Euros), seguida da China (-4305 milhões), dos Países
Baixos (-3199 milhões), da Irlanda (-2663 milhões) e da Itália (-1812 milhões).
5 – Evolução por grupos de produtos
5.1 – Exportações
Os
capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2
Ξ SH-2), foram aqui agregados em 11 grupos de produtos (ver ANEXO).
Em 2025
os grupos de produtos com maior peso foram “Químicos”
(16,2% do Total e +1154 milhões de Euros face ao ano anterior), “Máquinas, aparelhos e partes” (15,5% e
+617milhões), “Agro-alimentares” (14,5%
e +97 milhões) e “Material de transporte
terrestre e partes” (12,1% e +251 milhões),
Seguiram-se
os grupos “Minérios e metais” (9,8% e -87 milhões),
“Produtos acabados diversos” (9,1% e -268 milhões),
“Têxteis e vestuário” (7,1% e -1 milhão),
Madeira, cortiça e papel” (6,5% e -150 milhões),
“Energéticos” (5,4% e -1087 milhões), “Calçado, peles e couros”
(2,9% e +16 milhões) e “Aeronaves,
embarcações e partes” (0,8% e +93 milhões de Euros).
5.2 – Importações
Em 2025
os grupos de produtos com maior peso foram “Químicos”
(19,4% do Total e +2808 milhões
de Euros face ao ano anterior),
“Máquinas, aparelhos e partes” (17,6% e +198 milhões), “Agro-alimentares” (16,1% e +1175 milhões) e“Material de transporte terrestre e partes” (12,8% e +1377 milhões).
Seguiram-se os grupos “Energéticos” (8,9%
e -1307 milhões), “Minérios e metais” (8,7%
e +174 milhões), “Produtos acabados diversos” (6,3% e +409 milhões), “Têxteis
e vestuário” (4,8% e +139 milhões), Madeira, cortiça e papel” (2,8%
e +40 milhões), “Calçado, peles e couros” (1,8% e +58 milhões) e “Aeronaves,
embarcações e partes” (0,7% e -175 milhões
de Euros).
6 – Mercados por grupos de produtos
6.1 – Exportações
Entre os
mercados de destino, a Espanha ocupou em 2025 a primeira posição em 6 dos 11
grupos de produtos com 25,9% do total, ocorrendo as excepções nos grupos “Energéticos”
(2ª posição depois das Provisões de Bordo para Países Terceiros), “Químicos”
(2ª posição depois da Alemanha), “Calçado,
peles e couros” (3ª posição, depois da França e da Alemanha), “Máquinas, aparelhos e partes” (2ª
posição, depois da Alemanha) e “Aeronaves,
embarcações e partes” (4ª posição, precedida do Brasil, França e Ucrânia).
Seguiram-se
no “ranking” a Alemanha (14,1%), a
França (12,0%), os EUA (6,0%), o Reino Unido/Irl NT (4,5%), a Itália (4,3%), os
Países Baixos (3,4%), a Bélgica (2,6%), a Polónia (1,5%) e Angola (1,4%).
Estes dez
destinos representaram 75,6% da exportação total.
6.2 – Importações
Na
vertente das importações, a Espanha ocupou o primeiro lugar em todos os onze
grupos de produtos, com 32,3% do total.
Seguiram-se,
no “ranking”, a Alemanha (11,8%), a
França (7,2%), os Países Baixos (5,8%), a China (5,1%), a Itália (5,0%), a
Irlanda (3,3%), a Bélgica (3,3%), o Brasil (2,7%) e os EUA (2,2%).
Estes dez países cobriram 78,9% da importação total.
7 – Valor dos grupos de produtos das exportações em 2025 face a 2024, por meses homólogos não acumulados
Alcochete, 14 de Dezembro de 2025.
ANEXO




















































