quarta-feira, 26 de fevereiro de 2020

Comércio Internacional de mercadorias com Moçambique (2014-2019)


Comércio Internacional de mercadorias
com Moçambique
(2014-2019)

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1 – Nota introdutória
Entre outras organizações, Moçambique é um dos quinze países-membros da “Southern Africa Development Community – Comunidade de Desenvolvimento da África Austral” (SADC), organização criada em 1992 que tem entre os seus principais objectivos aprofundar a cooperação económica entre os seus membros, com base no equilíbrio, igualdade e benefícios mútuos, proporcionando um livre movimento dos factores de produção através das fronteiras nacionais e estimular o comércio de produtos e serviços entre os países-membros: África do Sul, Angola, Botswana, Eswatini (Suazilândia), Lesotho, Madagáscar, Malawi, Maurícias, Moçambique, Namíbia, Rep. Democrática do Congo, Seychelles, Tanzânia, Zâmbia e Zimbabwe.
Moçambique foi também, em 1996, um dos fundadores da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa” (CPLP).
São objectivos desta organização, no âmbito da cooperação em todos os domínios, o desenvolvimento de parcerias estratégicas e o levantamento de obstáculos ao desenvolvimento do comércio internacional de bens e serviços entre os seus actuais nove membros: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné-Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor.
Neste trabalho encontra-se reunido um breve conjunto de dados sobre o comércio externo de Moçambique no período de 2014 a 2018 (últimos dados disponíveis), com base em estatísticas publicadas anualmente pelo seu Instituto Nacional de Estatística no “Anuário Estatístico”.
No tratamento das importações e das exportações por produtos, foram calculadas também as quotas de Portugal na óptica das Secções do Sistema Harmonizado.
Não se encontrando disponíveis na informação de base dados sobre as trocas destes conjuntos de produtos com Portugal, foram aqui utilizados dados oficiais portugueses, com aplicação das necessárias conversões Cif / Fob.
Com maior detalhe, analisa-se depois a evolução das importações e das exportações de mercadorias entre Portugal e Moçambique no período de 2014 a 2019, com base em dados estatísticos divulgados recentemente pelo INE de Portugal.
2 – Alguns dados sobre o comércio externo de Moçambique
As importações de mercadorias em Moçambique decresceram acentuadamente entre 2014 e 2016. A partir daí cresceram até 2018, mas mantendo-se sempre abaixo do nível de 2014.
Por sua vez, as exportações decresceram de 2014 para 2015, invertendo esse comportamento a partir de então, ultrapassando nos dois últimos anos o nível que detinham em 2014.

De acordo com os dados disponíveis, a Balança Comercial de mercadorias (fob-cif) do país foi deficitária, com um défice em 2018 de -1,6 mil milhões de Euros (-903 mil Euros em 2017).

Em 2017 e 2018, de acordo com os dados disponíveis, Portugal terá ocupado a 7ª posição entre os principais fornecedores de mercadorias a Moçambique, com respectivamente 4,2% e 3,3% do Total.
Os cinco principais mercados de origem foram a África do Sul (29,0% e 27,8%, em cada um dos anos), a China (8,6% e 11,5%), os Emiratos Árabes Unidos (9,5% e 7,5%), os Países Baixos (8,5% e 7,5%) e a Índia (7,9% e 7,1%).

Os três principais destinos das exportações moçambicanas nestes dois anos foram a Índia (34,3%b em 2017 e 27,3% em 2018), os Países Baixos (10,0% e 17,4%) e a África do Sul (18,7% e 12,2%).
Portugal terá ocupado em 2017 a 18ª posição, com 0,5% do total das exportações moçambicanas e a 16ª em 2018, com 0,8%.

Dos quadros seguintes constam as importações e exportações de Moçambique em 2017 e 2018 por Secções do Sistema Harmonizado de classificação de mercadorias, e as correspondentes quotas de Portugal.
Para o cálculo destas quotas, não se encontrando disponíveis nos dados de base utilizados os montantes relativos a Portugal, foram utilizados dados estatísticos do INE de Portugal, com as necessárias conversões entre valores Cif e Fob.


3 – Comércio de mercadorias de Portugal com Moçambique
As importações portuguesas de mercadorias com origem em Moçambique têm-se mantido ao longo dos últimos seis anos moderadamente acima do nível de 2014, podendo considerar-se tendencialmente crescentes.
Por sua vez as exportações com este destino decresceram significativamente entre 2014 e 2017, invertendo este comportamento nos últimos dois anos mas mantendo-se ainda muito abaixo do nível que detinham em 2014.

3.1 – Balança Comercial
A Balança Comercial de mercadorias de Portugal com Moçambique é amplamente favorável a Portugal. Dado o significativo desfasamento entre o valor das importações e das exportações, o grau de cobertura das primeiras pelas segundas é muito elevado.

Ao longo dos últimos seis anos o maior saldo positivo ocorreu em 2015, com +355 milhões de Euros, seguido de uma acentuada quebra no ano seguinte (-43,6%), que prosseguiu em 2017 (-22,3%), situando-se então em +139 milhões de Euros. Nos últimos dois anos inverteu-se este comportamento, atingindo o saldo +163 milhões de Euros em 2019.
3.2 – Importações por grupos de produtos
No período em análise as importações de mercadorias com origem em Moçambique centraram-se no grupo de produtos “Agro-alimentares”, que representou 93,1% do total em 2019, com destaque para os crustáceos e moluscos, açúcar de cana e tabaco não manufacturado. Seguiu-se o grupo “Têxteis e vestuário”, com um peso de 3,3% no Total em 2019, essencialmente composto por fios de algodão ou outras fibras têxteis vegetais e de  algodão não cardado ou penteado. 

3.3 - Principais importações por produtos SH-4


3.4 – Exportações por grupos de produtos

As exportações para Moçambique registaram em 2016 uma quebra, face ao ano anterior, de -39,5%, a que se seguiu uma nova descida de -16,0% em 2017, para nos dois anos seguintes recuperarem ligeiramente, com crescimentos de +3,1% e +9,3%.
Os maiores contributos para o acréscimo verificado em 2019 (+17,3 milhões de Euros) couberam aos grupos “Máquinas, aparelhos e partes” (+7,0 milhões de Euros, principalmente fios, cabos, fibra óptica e condutores eléctricos (+2,5 milhões de Euros), quadros eléctricos (+1,6 milhões) e interruptores, seccionadores e aparelhos de protecção e ligação eléctrica (+1,2 milhões), “Minérios e metais” (+5,1 milhões de Euros), com destaque para as construções em ferro ou aço (+3,1 milhões de Euros), “Químicos” (+3,6 milhões), muito diversificados e “Agro-alimentares (+2,1 milhões), principalmente conservas de peixe (+1,2 milhões de Euros).
Os decréscimos ocorreram nos grupos “Produtos acabados diversos” (-1,8 milhões de Euros), principalmente mobiliário não médico (-1,9 milhões) e assentos mesmo transformáveis em camas (-1,6 milhões), “Calçado, peles e couros” (-594 mil Euros) e “Madeira, cortiça e papel” (-121 mil Euros), com destaque para os sacos, caixas e embalagens de papel ou cartão.
3.5 - Principais exportações por produtos SH-4

Alcochete, 26 de Fevereiro de 2020.

ANEXO




quarta-feira, 19 de fevereiro de 2020

Índices do Comércio Internacional - Jan-Dez 2019/2018


Comércio Internacional de mercadorias
- Taxas de variação homóloga em
valor, volume e preço
por grupos e subgrupos de produtos
(Jan-Dez 2019/2018)

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1 - Nota introdutória
O presente trabalho visou o cálculo de indicadores de evolução em valor, volume e preço das importações e das exportações portuguesas de mercadorias no período acumulado de Janeiro a Dezembro de 2019, face ao período homólogo do ano anterior.
Os índices de preço, do tipo Paasche, utilizados como deflatores dos índices de valor para o cálculo dos correspondentes índices de volume, foram calculados a partir de dados de base elementares recentemente divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) para 2019 em versão preliminar, com última actualização em 7 de Fevereiro de 2020, sendo ainda provisória a versão dos correspondentes dados utilizados para 2018.
Para o cálculo dos índices de preço, as posições pautais a oito dígitos da Nomenclatura Combinada (NC-8), relativas às importações e às exportações de mercadorias com movimento nos dois anos, foram agregadas em 11 grupos e 38 subgrupos de produtos (ver Anexo 1).
2 – Nota metodológica
O método utilizado para o cálculo dos índices de preço de Paasche divulgados neste trabalho assenta na selecção de uma amostra representativa do comportamento dos preços de cada subgrupo de produtos, construída com base em metodologia definida e ensaiada ao longo de muitos anos na antiga Direcção-Geral do Comércio Externo, índices posteriormente ponderados para o cálculo dos índices dos respectivos grupos, e estes por sua vez ponderados para o cálculo do índice do total, em cada uma das vertentes comerciais.
Os índices de preço de cada subgrupo são obtidos a partir de uma primeira amostra automática, com base nos produtos com movimento nos dois períodos em análise, dentro de um intervalo definido por métodos estatísticos.
Segue-se uma análise crítica, que pode incluir, entre outros, o recurso à evolução do preço das matérias-primas que entram na manufactura de um dado produto, como indicador de consistência de um determinado índice que, apesar de um comportamento aparentemente anormal, pode vir a ser incluído na amostra.
Mais frequentemente procede-se à desagregação por mercados de origem e de destino de posições pautais com peso relevante que se encontram fora do intervalo, incluindo-se na amostra do subgrupo o conjunto dos países que apresentam um comportamento coerente na proximidade do intervalo previamente encontrado.
Também produtos dominantes incluídos no intervalo e decisivos para o índice do subgrupo podem ser desagregados e considerados por mercados se, através de uma análise crítica, forem encontrados desvios sensíveis face aos restantes.
3 – Balança Comercial
De acordo com os dados preliminares disponíveis, o défice da balança comercial de mercadorias no período de Janeiro a Dezembro de 2019 aumentou +16,2% face ao ano anterior, com o grau de cobertura das importações pelas exportações a descer de 76,7% para 74,6%.

As importações (somatório das ‘chegadas’ de mercadorias provenientes do espaço comunitário com as importações originárias dos países terceiros), com um acréscimo em valor de +6,6%, terão registado um aumento em volume de +7,0% e um decréscimo em preço de ‑0,4%.
Por sua vez, o aumento em valor de +3,6% verificado nas exportações terá resultado de um incremento em volume de +4,2%, com o preço a decrescer -0,6%.
Na presente conjuntura, dada a evolução do preço do petróleo, torna-se conveniente atentarmos também no andamento do nosso comércio internacional quando excluído dos produtos que integram o grupo “Energéticos”

De acordo com os dados disponíveis, as importações, com exclusão dos produtos “Energéticos”, terão registado taxas de variação em valor, volume e preço respectivamente de +7,4%, +7,4% e estabilização em preço.
Por sua vez, as exportações terão averbado um aumento em valor de +4,5%, em resultado de um incremento em volume de +4,9% e de um decréscimo em preço de -0,4%.
Sem “Energéticos”, o défice da balança comercial cresceu +20,0%, contra +16,2% em termos globais, com o grau de cobertura das importações pelas exportações a descer, entre 2018 e 2019, de 81,2% para 79,0% (em lugar de 76,7% para 74,6%).
A evolução em volume das exportações constitui uma medida da capacidade produtiva da indústria, tendo-se verificado no período em análise uma taxa de crescimento global de +4,2%, ou de +4,9% se excluirmos os produtos “Energéticos”. 

Em 2019, o saldo da balança comercial foi positivo em quatro dos onze grupos de produtos considerados, que representaram 29,7% das exportações e 16,7% das importações totais, designadamente “Madeira, cortiça e papel”, “Têxteis e vestuário”, “Calçado, peles e couros” e “Produtos acabados diversos”.


Em quadros anexos pode ser observada a evolução dos índices de valor, volume e preço, por grupos de produtos, relativos aos trimestres acumulados de Janeiro a Março, a Junho, a Setembro e a Dezembro, correspondendo os índices de preço a cálculos efectuados com as primeiras versões, que habitualmente não sofrerem alterações sensíveis, e os  índices de valor, à última versão nesta data disponível (Anexos 2 e 3).
4 – Importações
No período em análise, os grupos de produtos com peso a dois dígitos nas importações de mercadorias foram: “Máquinas, aparelhos e partes” (17,9% do total em 2019 e 17,8% em 2018), “Químicos” (15,9% e 16,2%, respectivamente), “Agro-alimentares” (14,1% e 14,7%), “Material de transporte terrestre e partes” (12,3% nos dois anos) e “Energéticos” (11,3% e 12,0%). Seguiram-se os grupos de produtos ”Minérios e metais” (8,0% em 2019 e 8,6% em 2018), “Produtos acabados diversos” (5,9% e 6,0%), “Têxteis e vestuário” (5,7% e 5,8%), “Aeronaves, embarcações e partes” (3,7% e 1,3%), “Madeira, cortiça e papel” (3,0% e 3,2%) e “Calçado, peles e couros” (2,1% em 2019 e 2,2% em 2018).


À excepção do grupo “Minérios e metais” (-0,6%), em todos os grupos se registaram taxas de crescimento em valor positivas. O maior acréscimo ocorreu no grupo “Aeronaves, embarcações e partes” (+210,2%), não constante dos gráficos por não serem calculados neste grupo os índices de volume e preço.
Entre os restantes destacaram-se os grupos “Máquinas, aparelhos e partes” (+7,3%), “Material de transporte terrestre e partes” (+6,7%), “Produtos acabados diversos” (+6,0%), seguidos dos grupos “Químicos” (+4,7%), “Têxteis e vestuário”  (+3,9%) e “Agro-alimentares” (+2,4%).
Em todos os grupos, excepto em “Calçado, peles e couros” (-0,4%), se verificaram crescimento em volume, com destaque para os grupos “Máquinas, aparelhos e partes” (+6,8%), “Químicos” (+6,0%), “Produtos acabados diversos” (+4,8%), “Têxteis e vestuário” (+4,3%), “Energéticos” (+3,7%),  “Material de transporte terrestre e partes” (+3,1%), “Minérios e metais” (+2,9%), e “Agro-alimentares” (+2,8%).
Na óptica da evolução em preço verificaram-se acréscimos nos grupos “Material de transporte terrestre e partes” (+3,5%), “Calçado, peles e couros” (+1,3%), “Produtos acabados diversos” (+1,1%) e “Máquinas, aparelhos e partes” (+0,5%).
Registaram-se descréscimos nos grupos “Minérios e metais” (‑3,5%), “Energéticos” (-3,2%), “Químicos” (-1,2%), “Agro-alimentares” (‑0,5%), “Têxteis e vestuário” (-0,4%) e “Madeira, cortiça e papel” (-0,1%).

5 – Exportações
No período de Janeiro a Dezembro de 2019, os grupos de produtos com peso a dois dígitos nas exportações de mercadorias foram “Material de transporte terrestre e partes” (15,0% do total em 2019 e 13,6% em 2018), “Máquinas aparelhos e partes” (14,0% e 14,3% respectivamente), “Químicos” (12,5% e 12,3%) e “Agro-alimentares” (12,2% e 12,3%).
 Seguiram-se os grupos “Produtos acabados diversos” (9,8% e 9,5%), “Minérios e metais” (9,3% e 9,8%), “Têxteis e vestuário” (8,9% e 9,3%), “Madeira, cortiça e papel” (7,4% e 7,6%), “Energéticos” (6,1% e 6,8%), “Calçado, peles e couros” (3,6% e 3,9%) e “Aeronaves, embarcações e partes” (1,2% e 0,7%).


Verificaram-se decréscimos em valor, face ao ano anterior, em quatro dos grupos de produtos, designadamente “Energéticos” (-7,9%), “Calçado, peles e couros” (‑3,1%), “Minérios e metais” (-1,3%) e “Têxteis e vestuário” (‑0,8%).
O maior acréscimo ocorreu no grupo “Aeronaves, embarcações e partes” (+86,2%), não constante dos gráficos à semelhança do verificado nas importações, a que se seguiram os grupos “Material de transporte terrestre e partes” (+14,8%), “Produtos acabados diversos” (+7,5%), “Químicos” (+5,1%), Agro-alimentares” (+2,8%), “Máquinas, aparelhos e partes” (‑1,1%) e “Madeira, cortiça e papel” (+0,9%).
Em volume, verificaram-se descidas nos grupos “Energéticos” (-4,4%), “Têxteis e vestuário” (‑3,4%) e “Calçado, peles e couros” (-2,6%). Os maiores acréscimos ocorreram nos grupos “Material de transporte terrestre e partes” (+10,9%) e “Químicos” (+9,3%), a que se seguiram os grupos “Agro-alimentares” (+4,5%), “Produtos acabados diversos” (+4,4%), “Máquinas, aparelhos e partes” (+3,3%), “Madeira, cortiça e papel” (+2,0%) e “Minérios e metais” (+1,3%).
No âmbito do preço verificaram-se quebras nos grupos “Químicos” (‑3,9%), “Energéticos” (‑3,6%), “Minérios e metais” (-2,6%), “Máquinas, aparelhos e partes” (‑2,2%), “Agro-alimentares” (-1,6%), “Madeira, cortiça e papel” (-1,1%) e “Calçado, peles e couros” (-0,6%). Os maiores acréscimos verificaram-se nos grupos “Material de transporte terrestre e partes” (+3,5%), “Produtos acabados diversos” (+2,9%) e “Têxteis e vestuário” (+2,7%).

6 – Representatividade das amostras

Como se pode observar no quadro, a representatividade da amostra global de cada uma das vertentes comerciais, que serviu de base ao cálculo dos respectivos índices de preço de Paasche, foi superior a 90%, o que também aconteceu na quase totalidade dos grupos de produtos.

Alcochete, 19 de Fevereiro de 2020.

ANEXO-1


ANEXO-2



ANEXO-3



domingo, 9 de fevereiro de 2020

Série mensal - Jan-Dez 2019 - Comércio Internacional


Comércio Internacional de mercadorias
- Série mensal -
Janeiro a Dezembro de 2019 

                                                  ( disponível para download  >> aqui )



1 - Balança comercial
De acordo com dados preliminares divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), com última actualização em 7 de Fevereiro de 2020, no período de Janeiro a Dezembro de 2019 as exportações de mercadorias cresceram em valor +3,6%, face ao período homólogo de 2018 (+2100 milhões de Euros), a par de um acréscimo das importações de +6,6% (+4942 milhões).
As exportações para o espaço comunitário (expedições) registaram um aumento de +4,5% (+2001 milhões de Euros), tendo as exportações para os países terceiros crescido +0,7% (+99 milhões de Euros). Por sua vez, as importações de mercadorias provenientes dos parceiros comunitários (chegadas) aumentaram +7,5% (+4278 milhões de Euros), com as importações originárias dos países terceiros a crescerem +3,6% (+664 milhões).
Na sequência deste comportamento, o défice comercial externo (Fob-Cif) aumentou +16,2% ao situar-se em -20 399 milhões de Euros (um acréscimo de 2842 milhões de Euros face ao mesmo período do ano anterior, com aumentos de 2277 milhões no comércio intracomunitário e de 6565 milhões no extracomunitário). Em termos globais, neste período o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações desceu de 76,7%, em 2018, para 74,6%, em 2019.


A variação do preço de importação do petróleo repercute-se no valor das exportações de produtos energéticos, com reflexo na Balança Comercial. Em 2019, o valor médio unitário de importação do petróleo desceu, face a 2018, de 452 para 433 Euros/Ton.

Para além da variação da cotação internacional do barril de petróleo, medida em dólares, a variação da cotação do dólar face ao Euro é também um dos factores determinantes da evolução do seu preço em Euros.

Se excluirmos do total das importações e das exportações o conjunto dos produtos “Energéticos”, Capº 27 da NC (12,0% e 11,3% do total das importações respectivamente em 2018 e 2019, e 6,8% e 6,1% na vertente das exportações), o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações sobe, em 2019, de 74,6% para 79,0%.

2 – Evolução mensal

3 – Mercados de destino e de origem
3.1 - Exportações
Em 2019, as exportações nacionais para a UE (expedições), que representaram 76,8% do total (76,1% no ano anterior), cresceram em valor +4,5%, contribuindo com +3,5 pontos percentuais (p.p.) para uma taxa de crescimento global de +3,6%.
As exportações para o espaço extracomunitário, que representaram 23,2% do total em 2019 (23,9% em 2018), cresceram +0,7%, contribuindo com +0,2 p.p. para o crescimento global.

Os principais mercados de destino foram a Espanha (24,9%), a França (13,0%), a Alemanha (12,0%), o Reino Unido (6,1%), os EUA (5,0%), a Itália (4,5%), os Países Baixos (3,9%), a Bélgica (2,3%), Angola (2,1%) e a Polónia (1,3%), países que representaram 75,1% do total das exportações em 2019.
Angola, o segundo mercado entre os países terceiros depois dos EUA, registou uma quebra em valor nas exportações de –18,1% em 2019 (-274 milhões de Euros), envolvendo a totalidade dos grupos de produtos.
As maiores descidas incidiram nos grupos “Agro-alimentares” (‑87,8 milhões de Euros), “Químicos” (‑61,6 milhões), “Máquinas, aparelhos e partes” (-48,1 milhões), “Produtos acabados diversos” (‑32,6 milhões) e “Minérios e metais” (-18,0 milhões de Euros). 

Entre os trinta principais destinos, os maiores contributos positivos para o ‘crescimento’ das exportações no período em análise (+3,6%), couberam à Alemanha (+0,9 p.p.), à França (+0,8 p.p.) e ao Canadá, Espanha e Itália e (+0,4 p.p. cada). Seguiram-se os EUA (0,3 p.p.), os Países Baixos e a Turquia (0,2 p.p. cada) e a Bélgica e a Irlanda (0,1 p.p. cada).
O maior contributo negativo coube a Angola (-0,5 p.p.), seguida do Brasil e da China (‑0,1 p.p. cada). 

Os maiores acréscimos, em Euros, nas expedições para o espaço comunitário no período de Janeiro a Dezembro de 2019, em termos homólogos, verificaram-se na Alemanha, em França, na Espanha e na Itália, seguidos dos Países Baixos, da Bélgica, da Irlanda, da Grécia, da República Checa, da Roménia, da Finlândia, da Eslovénia, da Eslováquia, da Hungria e da Polónia. Os maiores decréscimos couberam à Lituânia e ao Reino Unido.

Entre os Países Terceiros, os maiores acréscimos nas exportações ocorreram com o Canadá, os EUA, a Turquia e o Egipto. Seguiram-se as Provisões de Bordo e a Suíça.
Os maiores decréscimos couberam a Angola e à Tunísia, seguidos da Argentina, da Argélia, do Brasil, da China, de Gibraltar e da Austrália. 

3.2 - Importações
Em 2019 as chegadas de mercadorias com origem na UE, que representaram 76,4% do total (75,8% em 2018), registaram um acréscimo de +7,5% e contribuíram com +5,7 p.p. para uma taxa de crescimento global de +6,6%.

As importações com origem no espaço extracomunitário registaram um acréscimo de +3,6%, representando 23,6% do total em 2019 (24,2% em 2018), com um contributo para o crescimento global de +0,9 p.p.. Os principais mercados de origem das importações em 2019, foram a Espanha (30,4%), a Alemanha (13,3%) e a França (9,8%). Seguiram-se a Itália (5,1%), os Países Baixos (4,9%), a China (3,7%), a Bélgica (3,1%), o Reino Unido (2,6%), os EUA (1,9%) e a Rússia (1,4%), países que representaram no seu conjunto 76,2% das importações totais.

Entre os maiores contributos positivos para o crescimento das importações em 2019 (+6,6%) destacam-se a França (+2,8 p.p.), a Espanha (+1,0 p.p.), a China (+0,8 p.p.), a Nigéria (+0,6 p.p.), a Alemanha e a Bélgica (+0,4 p.p. cada), a Argélia, o Reino Unido e a Polónia (+0,3 p.p. cada), e a Índia (+0,2 p.p.). 

Por sua vez, os maiores contributos negativos couberam à Rússia (-0,3 p.p.) e ao Azerbaijão (-0,2 p.p.).
Nas duas figuras seguintes relacionam-se os maiores acréscimos e decréscimos das importações com origem intracomunitária e nos países terceiros.


4 – Saldos da Balança Comercial
Em 2019, os maiores saldos positivos da balança comercial (Fob-Cif) couberam ao Reino Unido (+1536 milhões de Euros) e aos EUA (+1518 milhões). Seguiram-se Marrocos (+514 milhões), o Canadá (+469 milhões) e a Suíça (+336 milhões). O maior défice, a grande distância dos restantes, pertenceu a Espanha (-9525 milhões de Euros), seguido dos da Alemanha (‑3535 milhões), da China (-2349 milhões), dos Países Baixos (-1591 milhões) e da Itália (‑1429 milhões de Euros).

5 – Evolução por grupos de produtos
5.1 – Exportações
Os capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2 Ξ SH-2), foram aqui agregados em 11 grupos de produtos (ver ANEXO). Os grupos com maior peso nas exportações de mercadorias em 2019, representando 81,7% do total, foram “Material de transporte terrestre e partes” (15,0% e TVH +14,8%), “Máquinas, aparelhos e partes” (14,0% do total e TVH +1,1%), “Químicos” (12,5% e TVH +5,1%), “Agro-alimentares” (12,2% e TVH +2,8%), “Produtos acabados diversos” (9,8% e TVH +7,5%), “Minérios e metais” (9,3% e TVH -1,3%) e “Têxteis e vestuário” (8,9% e TVH (‑0,8%). O maior contributo para o acréscimo global de +2100 milhões de Euros, face a 2018, coube ao grupo “Material de transporte terrestre e partes”, com +1158 milhões de Euros, seguido dos grupos “Produtos acabados diversos” (+411 milhões), “Químicos” (+361 milhões), “Aeronaves, embarcações e partes” (+336 milhões) e “Agro-alimentares” (+200 milhões). Ocorreram decréscimos em quatro dos grupos: “Energéticos”, “Minérios e metais” “Calçado, peles e couros” e “Têxteis e vestuário”, com destaque para o primeiro  (‑310 milhões de Euros).

5.2 – Importações
Em 2019, os grupos de produtos com maior peso nas importações, representando 71,5% do total, foram “Máquinas, aparelhos e partes” (17,9%, com uma taxa de variação homóloga em valor de +7,3%), “Químicos” (15,9% do total e TVH +47%), “Agro-alimentares” (14,1% e TVH +2,4%), “Material de transporte terrestre e partes” (12,3% e TVH +6,7%) e “Energéticos” (11,3% e TVH +0,4%).
À excepção do grupo “Minérios e metais”, em que se registou uma quebra de -42 milhões de Euros, em todos os restantes se verificaram acréscimos nas importações, tendo ocorrido os mais significativos, em Euros, nos grupos “Aeronaves, embarcações e partes” (+2035 milhões), “Máquinas, aparelhos e partes” (+978milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (+619 milhões) e “Químicos” (+578 milhões de Euros). 

6 – Mercados por grupos de produtos
6.1 – Exportações
Entre os mercados de destino, a Espanha ocupou em 2019 a primeira posição em 7 dos 11 grupos de produtos com 24,9% do total, ocorrendo as excepções nos grupos “Energéticos” (2ª posição depois dos EUA), “Calçado, peles e couros” (3ª posição, depois da França e da Alemanha, “Máquinas, aparelhos e partes” (2ª posição, depois da Alemanha) e “Aeronaves, embarcações e partes” (7ª posição, antecedida pelo Canadá, Brasil, Reino Unido, França, EUA e Finlândia).

Seguiram-se no “ranking” a França (13,0%), a Alemanha (12,0%), o Reino Unido (6,1%), os EUA (5,0%), a Itália (4,5%), os Países Baixos (3,9%), a Bélgica (2,3%), Angola (2,1%) e a Polónia (1,3%). Estes dez países cobriram 75,1% das exportações totais.
6.2 – Importações


Nesta vertente do comércio internacional, a Espanha ocupou o primeiro lugar em dez dos onze grupos de produtos, com 30,4% do total, sendo a excepção o grupo “Aeronaves, embarcações e partes” (5ª posição, precedida da França, da Alemanha, dos EUA e da Irlanda).
Seguiram-se, no “ranking”, a Alemanha (13,3%), a França (9,8%), a Itália (5,1%), os Países Baixos (4,9%), a China (3,7%), a Bélgica (3,1%), o Reino Unido (2,6%), os EUA (1,9%) e a Rússia (1,4%).
Estes dez países cobriram 76,2% das importações totais.

Alcochete, 9 de Fevereiro de 2020.