terça-feira, 12 de março de 2024

Comércio internacional português do Calçado -2019-2023

 

Comércio Internacional português

do Calçado

(2019-2023)

( disponível para download  >> aqui )

1 - Introdução

As exportações portuguesas de calçado conheceram um processo de expansão a partir da segunda metade da década de 70 do século passado e com grande dinamismo a partir dos primeiros anos da década de 80, tornando-se numa das indústrias mais dinâmicas do país. Após um longo período de crescimento, seguiu-se uma fase de ajustamento estrutural às novas condições competitivas do mercado, principalmente por parte de países asiáticos. Sustentadamente crescentes desde o início da década de 80 do século passado, as exportações portuguesas de calçado para o Mundo atingiram 1,7 mil milhões de Euros em 2001, decrescendo tendencialmente a partir de então, até se situarem em cerca de 1,3 mil milhões em 2009.

A partir de 2009 estas exportações aumentaram sucessivamente, atingindo 2 mil milhões de Euros em 2017. Seguiram-se quebras até 2020, ano em que se situaram em 1,5 mil milhões, para recuperarem o crescimento sustentadamente até 2022 (2,1 mil milhões), situando-se em 1,9 mil milhões de Euros em 2023, de acordo com os dados preliminares disponíveis.

O peso do calçado na exportação global portuguesa, que em 2001 representava 6,3%, decresceu significativamente, representando 2,5% em 2023.

Neste trabalho vai-se analisar a evolução das importações e exportações portuguesas de calçado no período de 2019 a 2023, com base em dados definitivos do ‘Instituto Nacional de Estatística’ (INE) de 2019 a 2022, e preliminares para 2023, com última actualização em 9 de Fevereiro de 2024.

2 – Balança Comercial portuguesa do Calçado

A Balança Comercial é fortemente favorável a Portugal, com saldos da ordem dos mil milhões de Euros em 2021 e 2022 e 968 milhões em 2023, e elevados graus de cobertura das importações pelas exportações.

Em 2023 as importações, que no ano anterior haviam crescido +36,7%, decresceram ‑2,6%. Por sua vez as exportações, que em 2022 haviam aumentado +20,1%, decaíram ‑7,6%.

Ao longo do último quinquénio o peso no calçado nas importações globais representou cerca de 1%, tendo o peso das exportações descido de 3,1%, em 2019, para 2,5%, em 2023.

3 – Importação

3.1 – Importação por tipos de calçado

Em 2023 predominaram as importações de calçado com a parte superior em matérias têxteis e em couro, respectivamente 28,6% e 27,9% do Total.

Seguiram-se as partes de calçado, com 22,6% e o calçado com a parte superior em borracha ou plástico, 18,9%.

O conjunto do calçado não especificado reuniu 1,1% do total e o calçado impermeável 0,9%.

 

3.2 – Principais mercados de origem

No ano de 2023 tiveram origem no espaço comunitário 78,6% das importações de calçado (73,0% em 2022.

Os principais fornecedores foram a Espanha, com 33,4% do Total (30,9% em 2022) e a Alemanha (10,4% e 10,2% respectivamente).

Seguiram-se a Bélgica (10,3% e 8,4%), a Itália (9,1% nos dois anos), a China (8,2% e 9,1%)  e a França (7,8% e 7,5%).

Estes seis países representaram cerca de 80% das importações totais em 2023 (75% em 2022).


Principais mercados por tipos de calçado:


4 – Exportação

4.1 – Exportação por tipos de calçado

As exportações portuguesas incidem em sua grande parte no calçado com a parte superior em couro, o de maior valor, tendo representado 83,4% do Total nos dois anos em análise.

4.2 – Principais mercados de destino

Em 2023 destinaram-se ao espaço comunitário 80,2% das exportações de calçado (80,3% em 2022).

Os principais destinos foram a Alemanha (22,1% edm 2023 e 21,5% em 2022), a França (20,6% e 19,0%) e os Países Baixos (13,6% e 14,6%).

Seguiram-se a Espanha (7,8% e 7,6%), o Reino Unido (6,2% nos dois anos), os EUA (5,3% e 5,5%), a Dinamarca (3,7% e 4,8%),  Itália (3,1% e 2,7%), a Suécia (2,8% e 3,1%), a Bélgica (1,5% e 2,2%), , o Canadá, (1,4% e 1,5%), a Áustria (1,2% e 1,4%), a Irlanda (0,9% e 0,8%), a China (0,8% nos dois anos) e a Noruega (0,7% em ambos os anos.

Este conjunto de países representou 91,8% em 2023 e 92,4% em 2022).


Principais mercados por tipos de calçado:

  
     
            
5 – Índices de variação anual homóloga das importações e     exportações em Valor, Volume e Preço – 2019 a 2023

Nas figuras seguintes apresenta-se a evolução dos índices de Valor, Volume e Preço das importações e exportações de Calçado entre os anos de 2019 e 2023, com índices de preço calculados com base nas primeiras versões de cada um dos anos, indicando a experiência que não registam variações significativas face às versões definitivas.





Alcochete, 9 de Março de 2024.




sexta-feira, 23 de fevereiro de 2024

Comércio Internacional - Índices de Valor, Volume e Preço (Jan-Dezembro 2023/2022)

 

Comércio Internacional
Índices de Valor, Volume e Preço
por Grupos e Subgrupos de produtos
(Janeiro-Dezembro 2023/2022)

( disponível para download  >> aqui )

1 - Introdução

Apresentam-se neste trabalho indicadores de evolução em Valor, Volume e Preço das importações e das exportações portuguesas de mercadorias, por grupos e subgrupos de produtos, calculados para o período acumulado de Janeiro a Dezembro de 2023, a preços do período homólogo de 2022.

Para o cálculo dos índices de preço, as posições pautais a oito dígitos da Nomenclatura Combinada (NC-8), relativas às importações e às exportações de mercadorias com movimento nos dois anos, foram agregadas em 11 grupos e 38 subgrupos de produtos (ver Anexo).

Os índices de preço, do tipo Paasche, utilizados como deflatores dos índices de valor para o cálculo dos correspondentes índices de volume, foram calculados a partir de dados de base elementares constantes do Portal do Instituto Nacional de Estatística (INE), em versão definitiva para 2022 e preliminar para 2023, com última actualização em 9 de Fevereiro de 2024.

2 – Nota metodológica

O método utilizado para o cálculo dos índices de preço de Paasche aqui apresentados assenta na selecção de uma amostra representativa do comportamento dos preços de cada subgrupo de produtos, índices posteriormente ponderados para o cálculo dos índices dos respectivos grupos de produtos, e estes por sua vez ponderados para o cálculo do índice do total, em cada uma das vertentes comerciais.

Os índices de preço de cada subgrupo são obtidos a partir de uma primeira amostra automática, construída com base nos produtos com movimento nos dois períodos em análise e respeitando as alterações pautais anualmente introduzidas na Nomenclatura Combinada, dentro de um intervalo calculado por métodos estatísticos.

Segue-se uma análise crítica, que pode incluir, entre outros, o recurso à evolução do preço das matérias-primas que entram na manufactura de um dado produto, como indicador de consistência de um determinado índice que, apesar de um comportamento aparentemente anormal, pode vir a ser incluído na amostra.

Mais frequentemente procede-se à desagregação por mercados de origem ou de destino de posições pautais com peso relevante que se encontram fora do intervalo calculado, incluindo-se na amostra do subgrupo a informação do conjunto dos países que apresentam um comportamento coerente na proximidade do intervalo previamente encontrado. No caso presente foram desagregados por países e analisados os respectivos índices 98 produtos da Nomenclatura Combinada a oito dígitos nas importações e 97 nas exportações.

Também produtos dominantes incluídos no intervalo e decisivos para o índice do subgrupo podem ser desagregados e considerados por mercados se, através de uma análise crítica, forem encontrados desvios sensíveis face aos restantes produtos do subgrupo.

Na figura seguinte pode observar-se, por grupos de produtos, a representatividade das amostras globais em cada uma das vertentes comerciais que serviram de base ao cálculo dos presentes índices de preço de Paasche, envolvendo mais de 18000 posições pautais a oito dígitos da NC-8, constantes da base de dados do INE.

3 – Balança Comercial

De acordo com os dados disponíveis, o défice da balança comercial de mercadorias decresceu -12,0% em 2023 face  a 2022, com o grau de cobertura das importações pelas exportações a subir de 71,6% para 73,9%.

As importações (somatório das ‘chegadas’ de mercadorias provenientes do espaço comunitário com as importações originárias dos países terceiros), com um decréscimo em valor de -4,1%, terão registado um aumento em volume de +1,3% e um decréscimo em preço de -5,3%.

Por sua vez, o decréscimo em valor de -1,0% verificado nas exportações terá resultado de um acréscimo em volume de +1,4 %, com o preço a decrescer -2,4%.

Excluindo os produtos “Energéticos” do Total das importações e das exportações, o défice da balança comercial em 2023 situa-se em -20,3 mil milhões de Euros, contra -27,4 mil milhões em termos globais.

Por sua vez, em 2023 o grau de cobertura das importações pelas exportações, excluindo os produtos “Energéticos” sobe de 73,9%, em termos globais, para 78,2%.

Numa análise por Grupos de Produtos, em 2023 o saldo da Balança Comercial de mercadorias, no período em análise, foi positivo em quatro dos onze grupos de produtos considerados, designadamente “Madeira, cortiça e papel”, “Têxteis e vestuário”, “Calçado, peles e couros” e “Produtos acabados diversos”, que pesaram 27,3% no total das exportações e 15,8% no total das importações.

4 - Importações

Em 2023 os grupos de produtos com peso a dois dígitos nas importações de mercadorias foram “Máquinas, aparelhos e partes” (18,0%), “Químicos” (17,2%), “Agro-alimentares” (15,6%), “Material de transporte terrestre e partes” (12,0%) e “Energéticos” (11,6%).

Seguiram-se os grupos “Minérios e metais” (8,9%), “Produtos acabados diversos” (6,1%), “Têxteis e vestuário” (5,0%), “Madeira, cortiça e papel” (3,0%), “Calçado, peles e couros” (1,7%) e “Aeronaves, embarcações e partes” (0,8%).

Foram negativas as taxas de variação em Valor dos grupos “Energéticos” (-33,0%), “Madeira, cortiça e papel” (-11,1%) “Minérios e metais” (-7,1%), “Têxteis e vestuário” (-5,3%),  “Químicos” (-3,3%) e “Calçado, peles e couros” (-2,5%). O grupo “Aeronaves, embarcações e partes”, para que não foram calculados índices de preço, registou em 2023 uma taxa de variação homóloga em Valor de ‑11,7%. Entre os restantes grupos, com taxas positivas, destacou-se o grupo “Material de transporte terrestre e partes” (+22,5%).

Em Volume, foram negativas as taxas de variação dos grupos “Energéticos” (-10%),  “Madeira, cortiça e papel” (‑5,9%), “Calçado, peles e couros” (-2,2%) e “Agro-alimentares” (‑0,8%). Entre os restantes, com taxas positivas, destacou-se o grupo “Material de transporte terrestre e partes” (+17,4%).

Em Preço, foram negativas as taxas de variação dos grupos “Energéticos” (-25,5%), “Minérios e metais” (-9,8%), “Químicos” (-6,3%), “Madeira, cortiça e papel” (-5,4%), “Têxteis e vestuário” (-5,4%), “Máquinas aparelhos e partes” (-2,5%) e “Calçado, peles e couros” (‑0,3%). Com taxas positivas, destacaram-se os grupos “Agro-alimentares” (+6,6%) e “Material de transporte terrestre e partes” (+4,3%).

5 – Exportações

Em 2023 os grupos de produtos com peso a dois dígitos nas exportações de mercadorias foram “Máquinas aparelhos e partes” (15,4%), “Agro-alimentares” (13,9%), “Químicos” (13,7%), “Material de transporte terrestre e partes” (12,5%), e “Minérios e metais” (10,1%).

Seguiram-se os grupos “Produtos acabados diversos” (9,8%), “Têxteis e vestuário” (7,6%), “Madeira, cortiça e papel” (6,9%), “Energéticos” (6,6%), “Calçado, peles e couros” (3,0%) e “Aeronaves, embarcações e partes” (0,6%).

Em 2023 verificaram-se decréscimos em Valor, face ao ano anterior, nos grupos “Energéticos” (­­-22,3%), “Madeira, cortiça e papel” (-12,8%), “Têxteis e vestuário” (‑5,3%), “Calçado, peles e couros” (-4,9%), “Minérios e metais” (-4,0%) e “Químicos” (-1,8%). O grupo “Aeronaves, embarcações e partes”, para que não foram calculados índices de preço, registou em 2023 uma taxa de variação homóloga em Valor de -1,9%.

Os grupos restantes registaram acréscimos da mesma ordem de grandeza: “Máquinas, aparelhos e partes” (+7,2%), “Agro-alimentares” (+6,7%), “Produtos acabados diversos” (+6,5 %) e “Material de transporte terrestre e partes” (+5,5%).

Em Volume registaram-se decréscimos nos grupos de produtos “Calçado. peles e couros” (‑9,7%) “Madeira, cortiça e papel” (‑9,3%), “Têxteis e vestuário” (-6,6%) e “Agro-alimentares” (-3,0%).

Os maiores acréscimos em volume ocorreram nos grupos “Energéticos” (+8,5%), “Produtos acabados diversos” (+6,8%) e “Minérios e metais” (+6,7%). Seguiram-se os grupos “Máquinas, aparelhos e partes” (+4,8%), “Químicos” (+2,9%) e “Material de transporte terrestre e partes” (+1,8%).

No âmbito do Preço verificaram-se decréscimos nas exportações dos grupos “Energéticos” (‑28,4%), “Minérios e metais” (-10,1%), “Químicos” (-4,6%), “Madeira, cortiça e papel” (‑3,9%) e “Produtos acabados diversos” (-0,2%).

Entre os acréscimos destacou-se o grupo “Agro-alimentares” (+10,0%), seguido de “Calçado, peles e couros” (+5,3%), “Material de transporte terrestre e partes” (+3,6%), “Máquinas, aparelhos e partes” (+2,3%) e “Têxteis e vestuário” (+1,4%).


Alcochete, 22 de Fevereiro de 2024.



segunda-feira, 12 de fevereiro de 2024

Comércio Internacional de mercadorias - Série mensal - Janeiro a Dezembro de 2023

 

Comércio Internacional 
de mercadorias
- Série mensal -
(Janeiro-Dezembro 2023)

( disponível para download  >> aqui )

1 - Balança comercial

De acordo com dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) para o período de Janeiro a Dezembro de 2022, em versão definitiva, e de 2023, em versão preliminar, com última actualização em 9 de Fevereiro de 2024, as exportações de mercadorias em 2023 decresceram, em termos homólogos, -1,0% (-800 milhões de Euros), a par de um decréscimo das importações de -4,1% (-4527 milhões).


A partir de Janeiro de 2021, nas estatísticas de base do INE foram acrescentados, na sequência do “Brexit”, dois códigos de países, “XI-Reino Unido (Irlanda do Norte)” e “XU-Reino Unido (não incluindo a Irlanda do Norte)”, apresentando-se a zeros a posição pautal com o código “GB-Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte”. Nos quadros desta série mensal manteremos, para já, este código GB, correspondente ao somatório dos valores dos dois novos códigos.

As exportações para o espaço comunitário (expedições), cujo total corresponde aqui aos actuais 27 membros, registaram no período em análise um decréscimo de -1,4% (-799 milhões de Euros), tendo as exportações para os Países Terceiros registado aproximadamente o mesmo valor nos dois anos. Por sua vez, as importações com origem na UE (chegadas) aumentaram +2,8% (+2138 milhões) e as originárias dos Países Terceiros decresceram -20,0% (-6665 milhões de Euros).

O défice comercial externo (Fob-Cif), -12,0% face a 2022, situou-se em -27356 milhões de Euros (inferior em 3727 milhões ao do ano anterior), a que correspondeu um agravamento de 2938 milhões no comércio intracomunitário e uma redução de 6665 milhões no extracomunitário. Em termos globais, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações subiu de 71,6%, em 2022, para 73,9%, em 2023.

A variação do preço de importação do petróleo repercute-se no valor das exportações de produtos energéticos, com reflexo na Balança Comercial. No período de Janeiro a Dezembro de 2023 o valor médio de importação do petróleo bruto desceu de 741 Euros/Ton, no mesmo período de 2022, para 587 Euros/Ton.

 

Para além da variação da cotação internacional do barril de petróleo, medida em dólares, a variação da cotação do dólar face ao Euro é também um dos factores determinantes da evolução do seu preço em Euros.

Se excluirmos do total das importações e das exportações o conjunto dos produtos “Energéticos” (Capº 27 da NC), que pesou 11,6% no total das importações em 2023 e 6,6% nas exportações, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações sobe, em 2023, de 73,9% no comércio global, para 78,2%.

2 – Evolução mensal

3 – Mercados de destino e de origem

3.1 - Exportações

Em 2023 as exportações para a UE (expedições), que representaram 70,2% do Total, decresceram -1,4%, contribuindo com -1,0 pontos percentuais (p.p.) para uma taxa de ‘crescimento’ global de -1,0%. As exportações para o espaço extracomunitário (29,8% do Total), com aproximadamente o mesmo valor nos dois anos, tiveram um contributo praticamente nulo para a taxa de ‘crescimento’ global.

Os dez principais destinos das exportações foram a Espanha (25,8%), a França (13,0%), a Alemanha (10,8%), os EUA (6,7%), o Reino Unido incl. Irlanda NT (4,7%), a Itália (4,3%), os Países Baixos (3,5%), a Bélgica (2,6%), Angola (1,6%) e as Provisões de Bordo P.Terceiros (1,5%), que representaram 74,5% do total.

Angola, o terceiro principal mercado entre os países terceiros, depois dos EUA e do Reino Unido, registou no período em análise um decréscimo de -11,2% nas nossas exportações (-159,6 milhões de Euros).

Os maiores decréscimos ocorreram nos grupos de produtos “Agro-alimentares” (‑73,7 milhões de Euros), Químicos (-44,4 milhões), “Madeira, cortiça e papel” (‑23,1 milhões) e “Produtos acabados diversos” (-18,9 milhões), seguidos de “Têxteis e vestuário” (-4,3 milhões), “Calçado, peles e couros” (-2,8 milhões), “Minérios e metais” (-2,7 milhões) e “Aeronaves, embarcações e partes” (-1,7 milhões de Euros). Os acréscimos incidiram nos grupos de produtos “Material de transporte terrestre e partes” (+6,8 milhões), “Máquinas, aparelhos e partes” (+5,1 milhões) e “Energéticos” (+116 mi Euros).

Entre os principais destinos, os maiores contributos positivos para o ‘crescimento’ das exportações neste período (-1,0%) pertenceram à França (+0,5 p.p.), a Marrocos (+0,4 p.p.) e aos EUA, China e Brasil (0,2 p.p. cada).

Os maiores contributos negativos couberam a Espanha (-0,7 p.p.), aos Países Baixos (-0,5 p.p.), a Gibraltar e à Itália (-0,3 p.p. cada) e ao Reino Unido/Irl NT, Prov. Bordo para Terceiros e Angola (-0,2 p.p. cada).


No conjunto dos Países Terceiros, entre os maiores acréscimos nas exportações destacaram-se Marrocos, a Argélia, os EUA, a China, o Japão, o Brasil, os Emiratos Árabes Unidos, a Turquia e a Austrália.

Entre os maiores decréscimos evidenciaram-se os de Gibraltar, do Reino Unido, das Provisões de Bordo, de Angola, de Israel, da Argentina, do Panamá, da Noruega. da África do Sul e de Hong-Kong.

3.2 - Importações

Em 2023 as chegadas de mercadorias com origem na UE, que representaram 74,5% do total, registaram um acréscimo de +2,8% e contribuíram com +2,0 p.p. para uma taxa de variação homóloga global de -4,1%.

As importações com origem no espaço extracomunitário registaram no mesmo período um decréscimo de -20,0% representando 25,5% do total, com um contributo para o ‘crescimento’ global de -6,1 p.p..

Os principais mercados de origem das importações em 2023 foram a Espanha (33,8% do Total), seguida da Alemanha (11,6%), da França (7,0%), do Brasil (5,3%), da China e Itália (5,0% cada), do Brasil (3,5%), da Bélgica (3,2%), dos EUA (2,1%) e da Polónia (1,9%).

Estes países representaram, no seu conjunto, 78,3% do total das importações.

Entre os contributos positivos para a taxa de variação homóloga das importações no período em análise (-4,1%), destacaram-se os da Irlanda (+0,7 p.p.), da França (0,6 p.p.), da Espanha, (+0,5 p.p.), da Polónia, Países Baixos, Suíça e Alemanha (+0,1p.p. cada).

Os principais contributos negativos incidiram nos EUA (-1,1 p.p.), Brasil (-0,8 p.p.), Nigéria (-0,6 p.p.), Azerbaijão (-4,0 p.p.) e China, Angola e Federação Russa (-0,3 p.p. cada).

Nas duas figuras seguintes relacionam-se os maiores acréscimos e decréscimos do valor das importações com origem intracomunitária (chegadas) e nos Países Terceiros, entre o período de Janeiro a Dezembro de 2023 e de 2022.



4 – Saldos da Balança Comercial        

No período de Janeiro a Dezembro de 2023, os maiores saldos positivos da balança comercial (Fob-Cif) couberam aos EUA (+2983 milhões), à França (+2802 milhões de Euros), ao Reino Unido (+2496 milhões), a Angola (+992 milhões) e a Marrocos (+555 milhões).

O maior défice, a grande distância dos restantes, pertenceu a Espanha (-15458 milhões de Euros), seguida da China (-4452 milhões), da Alemanha (‑3757 milhões), dos Países Baixos (-2892 milhões) e do Brasil (-2627 milhões).


5 – Evolução por grupos de produtos

5.1 – Exportações

Os capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2 Ξ SH-2), foram aqui agregados em 11 grupos de produtos (ver ANEXO).

Em 2023, os grupos que detiveram maior peso na estrutura foram “Máquinas, aparelhos e partes” (15,4% do Total e +801 milhões de Euros face ao ano anterior), “Agro-alimentares” (13,9% e +675 milhões), “Químicos” (13,7% e -195 milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (12,5% e +502 milhões) e “Minérios e metais” (10,1% e -330 milhões de Euros).

Seguiram-se os grupos “Produtos acabados diversos” (9,8% e +465 milhões), “Têxteis e vestuário” (7,6% e -329 milhões), “Madeira cortiça e papel” (6,9% e -782 milhões), “Energéticos” (6,6% e -1475 milhões), “Calçado, peles e couros” (3,0% e -122 milhões) e “Aeronaves, embarcações e partes” (0,6% e -9 milhões de Euros).

5.2 – Importações

Em 2023 os grupos de produtos com maior peso foram “Máquinas, aparelhos e partes” (18,0% do Total e +315 milhões de Euros face ao ano anterior), “Químicos” (17,2% e -625 milhões), “Agro-alimentares” (15,6% e +890 milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (12,0% e +2307 milhões) e “Energéticos” (11,6% e ‑6019 milhões).

Seguiram-se os grupos “Minérios e metais” (8,9% e -709 milhões de Euros),  “Produtos acabados diversos” (6,1% e +165 milhões), “Têxteis e vestuário” (5,0% e -297 milhões), Madeira, cortiça e papel” (3,0% e -390 milhões), “Calçado, peles e couros” (1,7% e -47 milhões) e “Aeronaves, embarcações e partes” (0,8% e -117 milhões de Euros).

6 – Mercados por grupos de produtos

6.1 – Exportações

Entre os mercados de destino, a Espanha ocupou em 2023 a primeira posição em 7 dos 11 grupos de produtos com 25,8% do total, ocorrendo as excepções nos grupos “Energéticos” (2ª posição, depois das Provisões de Bordo Extra-UE), “Calçado, peles e couros” (4ª posição, depois da França, Alemanha e Países Baixos), “Máquinas, aparelhos e partes” (2ª posição, depois da Alemanha) e “Aeronaves, embarcações e partes” (3ª posição, precedida do Brasil e da França).

Seguiram-se no “ranking” a França (13,0%), a Alemanha (10,8%), os EUA (6,7%), o Reino Unido e Irl NT (4,7%), a Itália (4,3%), os Países Baixos (3,5%), a Bélgica (2,6%), Angola (1,6%) e Provisões de Bordo P.Terceiros (1,5%).

Estes dez destinos representaram 74,5% da exportação total.

6.2 – Importações

Na vertente das importações, a Espanha ocupou o primeiro lugar em dez dos onze grupos de produtos, com 33,8% do total.

A excepção foi o grupo ““Aeronaves, embarcações e partes” (6º lugar, depois da Alemanha, da França, EUA, Brasil e Canadá).

Seguiram-se, no “ranking”, a Alemanha (11,6%), a França (7,0%), os Países Baixos (5,3%), a China e a Itália (5,0% cada), o Brasil (3,5%), a Bélgica (3,2%), os EUA (2,1%) e a Polónia (1,9%).

Estes dez países cobriram 78,3% da importação total.

 7 – Valor dos grupos de produtos das exportações em 2023                                               face a 2022, por meses homólogos não acumulados


Alcochete, 12 de Fevereiro de 2024.

ANEXO


domingo, 21 de janeiro de 2024

Comércio Internacional de Bens de Equipamento - Jan-Nov 2022-2023

 

Comércio Internacional
de Bens de Equipamento

(Janeiro-Novembro 2022-2023)

                               (disponível para download  >> aqui )


1 - Introdução

Os Bens de Equipamento incorporam tecnologias mais sofisticadas do que os restantes, logo com maior valor acrescentado, sendo importante a análise da evolução das suas exportações. Por sua vez, a evolução das importações deste tipo de bens, em particular os destinados à manutenção de máquinas e equipamentos industriais, ampliações e criação de novas indústrias, está directamente relacionada com a capacidade produtiva do país, e logo também com a dinâmica das exportações.

Analisa-se neste trabalho a evolução recente do comércio internacional português de Bens de Equipamento, com alguma desagregação do tipo de produtos envolvidos, no período de Janeiro a Novembro de 2022 e 2023 com base em dados estatísticos divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística de Portugal (INE) em versão definitiva para 2022 e em versão preliminar para 2023, com última actualização em 9 de Janeiro de 2024.

Os Bens de Equipamento aqui considerados envolvem os códigos 41 (Máquinas e outros bens de capital, excepto material de transporte) e 521 (Material de transporte para fins industriais), constantes da Classificação por Grandes Categorias Económicas, Revisão-3 (CGCE-Rev3). Nos quadros que se seguem os produtos que os integram encontram-se descritos como “Ex” (parte de) da Nomenclatura Combinada.

2 - Balança Comercial

No período acumulado de Janeiro a Novembro de 2023 a Balança Comercial de Bens de Equipamento foi deficitária, tendo o saldo negativo registado um decréscimo de 152 milhões de Euros face ao período homólogo do ano anterior, na sequência de aumentos de +6,6% nas importações e de +11,6% nas exportações, com o grau de cobertura das importações pelas exportações a subir de 69,3% para 72,6%.

O peso dos Bens de Equipamento nas importações globais subiu de 10,4%, em 2022,  para 11,5%, em 2023, tendo subido também do lado das exportações, de 10,0% para 11,3%.

3 – Importações de Bens de Equipamento por tipos de produtos

No quadro seguinte identificam-se os Bens de Equipamento importados no período em análise de 2022 e 2023, como parte dos capítulos da Nomenclatura Combinada em que se enquadram.

Entre as ‘Máquinas e outros bens de capital que não material de transporte’ destacaram-se as “Máquinas e aparelhos”, quer “mecânicos” quer “eléctricos”, muito diversificados, que representaram 63,5% do Total das importações em 2023 (65,7% em 2022). Seguiram-se, entre os principais produtos, os “Aparelhos ópticos, de medida, de precisão ou médicos”, o “Mobiliário”, os “Automóveis, tractores e outros veículos terrestres”, designadamente tractores, as “Obras de ferro fundido, ferro ou aço”, os “Jogos e artigos de desporto e diversão”. o “Alumínio e suas obras” e as “Ferramentas, cutelaria e talheres,de metais comuns”, designadamente ferramentas.

Entre o ‘Material de transporte para fins industriais’  sobressaem os “Automóveis, tractores (rodoviáios) e outros veículos terrestres” e as “Aeronaves e outros aparelhos aéreos”.

No Anexo-1 consta o descritivo desagregado a 4 dígitos da NC dos produtos de todos os capítulos da NC acima considerados.

4 – Exportações de Bens de Equipamento por tipos de produtos 


Entre as ‘Máquinas e outros bens de capital, excluindo material de transporte’ destacaram-se nas exportações as “Máquinas e aparelhos mecânicos”, os “Aparelhos ópticos, de medida, de precisão ou médicos” e as Máquinas e aparelhos mecânicos”, produtos que em 2023  representaram 75,7% do Total (73,8% em 2022). Seguiram-se, entre os prinipais produtos, as “Obras de ferro fundido, ferro ou aço”, o “Mobiliário”, “Obras diversas de metais comuns” e “Ferramentas, cutelaria e talheres,de metais comuns”, designadamente ferramentas.

Entre o ‘Material de transporte para fins industriais’  sobressairam os “Automóveis, tractores  e outros veículos terrestres”.

No Anexo-2 consta o descritivo desagregado a 4 dígitos da NC dos produtos de todos os capítulos da NC acima considerados.

5 – Mercados de origem e de destino das importações                                e exportações de Bens de Equipamento

Em 2023 as importações de Bens de Equipamento com origem no espaço Intra-UE (27) representaram 77,7% do Total. Por sua vez, 73,3% das exportações tiveram a Comunidade por destino.

No período em análise de 2023 as prncipais importações de ‘Máquinas e outros bens de capital, excluindo material de transporte’, couberam a Espanha, Alemanha e Países Baixos, seguidos da China, Itália e França (76,3% do Total). Na vertente das exportações evidenciaram-se a Alemanha, Espanha e França, seguidas dos EUA e Reino Unido/irlanda NT (61,6%).

No âmbito do ‘Material de Transporte para Fins Industriais’ destacaram-se, do lado das importações, a Alemanha, França e Espanha, seguidas da Turquia, Bélgica e Brasil (73,1%), e do lado das exportações a França, Espanha e Alemanha, seguidas da Itália e Reino Unido/Irlanda NT (71,6%).


Alcochete, 19 de Janeiro de 2024.

     ANEXO-1


      ANEXO-2