segunda-feira, 27 de setembro de 2021

Evolução recente do comércio internacional no 'Ramo automóvel' - 1º Semestre 2020-2021

 

Evolução recente do Comércio Internacional

no 'Ramo Automóvel'
(1º Semestre 2020-2021)

( disponível para download  >> aqui )

1 – Nota introdutória

O comércio internacional português de veículos automóveis, suas partes, acessórios e componentes diversos, que designamos aqui por ‘Ramo automóvel’, tem um peso importante no comércio internacional português, tendo representado 12,0% das importações globais, tanto no 1º Semestre de 2020 como em 2021, e 17,3% e 18,1%, respectivamente, na estrutura das exportações.

Neste trabalho, para além dos produtos que integram o Capítulo 87 da Nomenclatura Combinada foram incluídos outros componentes desta indústria dispersos por outros capítulos, como motores, dispositivos eléctricos, assentos, pneus e muitos outros, que não sendo exaustivos, por limitação imposta pelos descritivos da NC, complementam o tipo de produtos em causa.

2 – Balança Comercial

De acordo com os dados de base divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), em versões ainda preliminares para os dois semestres, a Balança Comercial deste conjunto de produtos foi favorável.

Entre os dois semestres, as importações cresceram +16,9% e as exportações +30,4%, subindo o saldo positivo de +397 milhões de euros para +1050 milhões, com o grau de cobertura das importações pelas exportações a subir de 110,1% para 122,8%.

Tanto na importação como na exportação predominam as “Partes, acessórios e componentes diversos” (49,5% e 58,0% respectivamente no 1º Semestre de 2021), seguidas dos “Veículos ligeiros de passageiros e uso misto” (38,6% e 32,4%) e dos “Outros veículos” (11,9% e 9,6%).

Os maiores acréscimos em Euros no 1º semestre de 2021, face ao homólogo do ano anterior, nas duas vertentes comerciais, incidiram nas “Partes, acessórios e componentes diversos” (+472 e + 812 milhões, respectivamente), seguidas dos “Veículos ligeiros de passageiros e uso misto” (+90 e +439 milhões) e dos “Outros veículos” (+103 e +68 milhões de Euros).

3 – Principais produtos importados e exportados

3.1- Veículos ligeiros de passageiros e uso misto

No 1º Semestre de 2021, os veículos novos pesaram 77,1% nas importações de automóveis ligeiros de passageiros e uso misto e 98,7% nas exportações, predominando os veículos a  gasolina.

Começam a ter peso considerável do lado da importação os veículos com motor a gasolina/eléctrico, diesel/eléctrico ou apenas eléctrico.


No quadro em ANEXO pode observar-se os diversos conjuntos de produtos com uma maior desagregação, incluindo a cilindrada dos veículos.

3.2- Outros veículos

No 1º Semestre de 2021, o conjunto dos restantes veículos representou 11,9% das importações (11,3% em 2020) e 9,6% das exportações (10,9% em 2020), englobando, para além dos ‘Veículos para transporte de mercadorias’ e dos ‘Veículos para 10 ou mais pessoas’, os ‘Veículos para usos especiais’, como por exemplo os de auto-socorro, carros de bombeiros ou carros-betoneira, ‘Outros veículos’, como tractores, carros blindados de combate, reboques, semi-reboques e veículos sem dispositivo de elevação de carga utilizados em fábricas, armazéns, portos e aeroportos, e ainda os ‘Chassis com motor’ e as ‘Carroçarias, incluindo cabines’

Nas importações destaca-se, no 1º Semestre de 2021, o conjunto dos ‘Veículos para transporte de mercadorias’, praticamente a par dos ‘Outros veículos’, principalmente tractores, reboques e semi-reboques.

Nas exportações sobressaem os ‘Veículos para transporte de mercadorias’.

3.3- Partes, acessórios e componentes diversos

No 1º Semestre de 2021, o conjunto das “Partes, acessórios e componentes diversos”, muito diversificado, representou 49,5% das importações do ‘Ramo automóvel’ (45,9% em 2020) e 58,0% das exportações (57,0% em 2020), a que correspondeu um saldo positivo de +1001  milhões de Euros (+661 milhões em 2020).

Na vertente das importações destacaram-se, em 2021, as aquisições do conjunto ‘Outras partes e acessórios’ como caixas de velocidades, acessórios de carroçarias, travões e servofreios, tubos de escape, “airbags”, volantes e caixas de direcção, rodas, suspensão e eixos, a que se seguiram os ‘Outros componentes’, principalmente pneus, os ‘Motores’, tanto a diesel como de explosão, e os ‘Componentes eléctricos’, como cablagens, aparelhos de iluminação e sinalização, baterias e aparelhos de ar condicionado, entre muitos outros.

Nas exportações predominaram as de ‘Outras partes e acessórios’, como tubos de escape, “airbags”, caixas de velocidades, acessórios de carroçaria, travões e servofreios, volantes e caixas de direcção. Seguiram-se os ‘Outros componentes’, como pneus, conta-quilómetros, fechaduras, obras de borracha vulcanizada, e os ‘Componentes eléctricos’, como rádios com gravador ou reprodutor de som, cablagens, distribuidores e bobinas de ignição, entre outros.

No quadro em ANEXO pode observar-se a grande diversidade dos restantes produtos.

4 – Principais mercados de origem e de destino

Os principais mercados de origem das importações portuguesas de Veículos automóveis, chassis com motor e carroçarias’ encontram-se na União Europeia (91,2% no 1º Semestre de 2021 e 90,3% no ano anterior). 

No 1º Semestre de 2021 o principal fornecedor foi a Espanha (32,4% do Total e 24,7% em 2020), seguida da Alemanha (20,8% e 25,5%) e da França (16,0% e 17,1%), cobrindo estes três países pouco menos de 70% dos fornecimentos nestes dois anos.








Entre os restantes fornecedores destacaram-se a Bélgica (7,4% em 2021 e 8,5% em 2020), a Itália (3,2% nos dois anos), os Países Baixos (2,3% e 2,2%), a Coreia do Sul (2,2% e 1,8%), a Hungria (2,1% e 2,5%), a Turquia (2,0% e 2,7%) e a Eslováquia (1,7% e 1,9%).

Também os principais destinos das exportações portuguesas de ‘Veículos automóveis, chassis com motor e carroçarias’ se encontram na União Europeia (73,1% no 1º Semestre de 2021 e 81,2% no ano anterior).

Em 2021, o principal mercado de destino foi a França (17,3% e 18,9% em 2020), seguida da Alemanha (16,6% e 23,6%), da Itália (11,6% e 10,4% em 2017), da Espanha (11,1% e 10,2%) e do Reino Unido (9,2% e 8,8%), cobrindo estes cinco países 65,8% do Total em 2021 e  71,9% em 2020.

No âmbito das ‘Partes, acessórios e componentes diversos’ os principais mercados de origem das importações encontram-se igualmente no espaço comunitário (92,0% no 1º Semestre de 2021 e 91,7% em 2020), predominando também aqui os mesmos três países: a Espanha (33,7% e 36,5%, respectivamente), a Alemanha (27,0% e 26,6%) e a França (9,4% e 9,2%), com uma quota superior a 70% nos dois anos. 


Também aqui os principais destinos das exportações de Partes, acessórios e componentes diversos’ se encontram no espaço comunitário (83,5% no 1º Semestre de 2021 e 85,0% em 2020), predominando as exportações para Espanha (31,0% do Total em 2021 e 22,7% em 2020), Alemanha (21,0% e 22,7%), França (12,0% e 12,3%), cobrindo estes quatro países 64,0% do Total das exportações em 2021 e 67,3% em 2020.


Alcochete, 23 de Setembro de 2021.


ANEXO




segunda-feira, 20 de setembro de 2021

Acréscimos e decréscimos das exportações - Julho de 2021 - Produtos e Mercados

 

Acréscimos e Decréscimos
das Exportações
por Produtos e Mercados
Evolução Mensal - Julho de 2021

( disponível para download  >> aqui)

1 - Nota introdutória

Analisa-se neste trabalho onde incidiram os maiores acréscimos e decréscimos das exportações portuguesas de mercadorias, por produtos e por mercados, no período acumulado de Janeiro a Julho e mês autónomo de Julho, de 2021, face aos homólogos de 2020, bem como a evolução mensal comparada do valor das exportações por grupos de produtos em 2020 e 2021. São para este efeito utilizados dados de base divulgados no portal do Instituto Nacional de Estatística (INE), em versões preliminares para os dois anos, com última actualização em 9 de Setembro de 2021.

2 – Exportações no período acumulado de Janeiro a Julho de 2020-2021

No período de Janeiro a Julho de 2021 as exportações de mercadorias cresceram em valor +22,2% face a 2020 (+6,7 mil milhões de Euros). À excepção do grupo “Aeronaves, embarcações e partes (-10 milhões de Euros), registaram-se acréscimos nos restantes dez grupos de produtos considerados (definição do conteúdo dos grupos em Anexo), sendo por ordem decrescente de valor: “Minérios e metais” e “Máquinas, aparelhos e partes” (+1,1 mil milhões de Euros), “Químicos” (+987 milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (+959 milhões), “Energéticos” (+670 milhões),“Produtos acabados diversos” (+613 milhões), “Têxteis e vestuário” (+494 milhões), Agro-alimentares” (+378 milhões), “Madeira, cortiça e papel” (+350 milhões) e “Calçado, peles e couros” (+136 milhões).

Considerando a partição entre espaço Intra UE-27 (Reino Unido e Irlanda NT, excluído) e Extra-UE, verifica-se que neste período, no seio da Comunidade, as exportações (expedições), que representaram 75,9% do Total em 2021, cresceram +21,9% face ao ano anterior (+5,1 mil milhões de Euros). Por sua vez, para fora da Comunidade as exportações registaram um aumento de +23,4 (+1,6 mil milhões de Euros).

O Total para o espaço Intracomunitário foi aqui calculado, para ambos os anos, por somatório dos valores dos actuais parceiros de Portugal, acrescido das provisões de bordo, países não determinados e confidencialidade, quando atribuídos à União Europeia.

Em termos globais, os maiores acréscimos couberam a Espanha (+2,1 mil milhões de Euros) e à França (+820 milhões).

Seguiram-se a Alemanha (+497 milhões), os EUA (404 milhões),a Itália (+368 milhões), os Países Baixos (+307 milhões), o Reino Unido (+279 milhões),  Marrocos (+263 milhões), a Bélgica (+216 milhões), Gibraltar (+209 milhões), a China (+135 milhões) e a Polónia (118 milhões).

Os principais decréscimos ocorreram nas exportações de Provisões de Bordo Intra-UE (-107 milhões de Euros), Irlanda e Provisões de bordo Extra-UE (-39 milhões) cada, Taiwan (-36 milhões), Cabo Verde (-11 milhões) , Malásia (-9 milhões) e Albânia (-8 milhões de Euros).

3 – Exportações no mês de Julho de 2021 (não acumulado) face a 2020,                          por Grupos de Produtos

Os grupos de produtos com maior peso nas exportações portuguesas no mês de Julho de 2021, não acumulado, foram “Químicos” (13,8%), “Máquinas, aparelhos e partes” (13,5%), “Agro-alimentares” (12,5%), “Material de transporte terrestre e partes” (11,6%), “Minérios e metais” (11,5%), e “Têxteis e vestuário” (10,0%). Seguiram-se os grupos “Produtos acabados diversos” (9,4%), “Madeira, cortiça e papel” (7,5%), “Energéticos” (5,3%), “Calçado, peles e couros” (4,5%) e “Aeronaves, embarcações e partes” (0,5%).

Registaram-se acréscimos nas exportações de oito dos onze grupos de produtos, com destaque para “Energéticos” (+168 milhões), “Minérios e metais” (+164 milhões), “Madeira, cortiça e papel” (+86 milhões) “Químicos” (+68 milhões) e “Têxteis e vestuário” (+63 milhões). Seguiram-se os grupos “Máquinas, aparelhos e partes” (+41 milhões de Euros), “Agro-alimentares” (+29 milhões) Produtos acabados diversos” (+65 milhões), e “Calçado, Peles e couros” (+24 milhões de Euros). Os decréscimos incidiram nos grupos “Aeronaves, embarcações e partes” (-26 milhões de Euros), “Produtos acabados diversos” (-17 milhões) e “Material de transporte terrestre e partes” (-9 milhões).

No quadro seguinte encontram-se relacionados, por grupos de produtos, os maiores acréscimos e decréscimos verificados nas exportações dos principais tipos de produtos, definidos a dois dígitos da Nomenclatura Combinada (NC-2).

O grupo “Máquinas, aparelhos e partes”, com um peso de 13,5% do Total no mês de Julho, engloba máquinas e aparelhos mecânicos e eléctricos muito diversificados. No quadro seguinte encontram-se, desagregados a um nível mais fino (NC-4), os principais produtos exportados em 2021 e respectivos acréscimos e decréscimos.

4 – Evolução mensal comparada das exportações                                                              em 2020 e 2021, por grupos de produtos

Nos gráficos seguintes pode observar-se a evolução comparada do valor das exportações por meses não acumulados, no período de Janeiro de 2020 a Julho de 2021.

Como se pode observar, verificaram-se acréscimos nas exportações efectuadas no mês de Julho de 2021, face ao ano anterior, em 9 dos 11 grupos de produtos, sendo as excepções os grupos “Aeronaves, embarcações e partes” e  “Produtos acabados diversos”.



Alcochete, 17 de Setembro de 2021.


ANEXO




sexta-feira, 17 de setembro de 2021

Série mensal - Janeiro a Julho 2021 - Comércio Internacional

 

Comércio Internacional de mercadorias
- Série mensal -
Janeiro a Julho de 2021

( disponível para download  >> aqui)

1 - Balança comercial

De acordo com dados preliminares divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) para o período de Janeiro a Julho de 2021 e também ainda preliminares para 2020, com última actualização em 9 de Setembro de 2021, as exportações de mercadorias aumentaram em valor, em termos homólogos, +22,2% (+6698 milhões de Euros), a par de uma subida nas importações de +17,3% (+6669 milhões).

A partir do mês de Janeiro de 2021, nas estatísticas de base do INE foram acrescentados dois novos códigos de países, “XI-Reino Unido (Irlanda do Norte)” e “XU-Reino Unido (não incluindo a Irlanda do Norte)”, apresentando-se a zeros a posição pautal com o código “GB-Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte”. Nos quadros destas séries mensais do Comércio Internacional manteremos, para já, este código GB, correspondente ao somatório dos valores dos dois novos códigos.

As exportações para o espaço comunitário (expedições), cujo total corresponde aqui aos actuais 27 membros, registaram de Janeiro a Julho de 2021 um acréscimo de +22,3% (+4803 milhões de Euros), tendo as exportações para os países terceiros aumentado +22,2% (+1895 milhões). Por sua vez, as importações com origem na UE (chegadas) aumentaram +19,2% (+5436 milhões de Euros), com as originárias dos países terceiros a crescerem +12,0% (+1233 milhões).

O défice comercial externo (Fob-Cif) decresceu -0,3% ao situar-se em -8527 milhões de Euros (inferior em 28 milhões ao do ano anterior), a que correspondeu um agravamento de 633 milhões no comércio intracomunitário e um decréscimo de 662 milhões no extracomunitário. Em termos globais, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações subiu de 77,9%, em 2020, para 81,2%, em 2021.

A variação do preço de importação do petróleo repercute-se no valor das exportações de produtos energéticos, com reflexo na Balança Comercial. Nos primeiros sete meses de 2021 o valor médio de importação do petróleo bruto subiu, face ao período homólogo de 2020, de 313 para 394 Euros/Ton.

Para além da variação da cotação internacional do barril de petróleo, medida em dólares, a variação da cotação do dólar face ao Euro é também um dos factores determinantes da evolução do seu preço em Euros (o gráfico já inclui a cotação de Agosto).

Se excluirmos do total das importações e das exportações o conjunto dos produtos “Energéticos” (Capº 27 da NC), que pesou 10,1% no total das importações no período de Janeiro-Julho de 2021 e 5,7% do lado das exportações, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações sobe de 81,2%, no comércio global, para 85,1%.

2 – Evolução mensal

3 – Mercados de destino e de origem

3.1 - Exportações

No período mensal em análise, as exportações para a UE (expedições), que representaram 71,6% do total (71,6% também em 2020), cresceram +22,3%, contribuindo com +16,0 pontos percentuais (p.p.) para uma taxa de ‘crescimento’ global de +22,2%. As exportações para o espaço extracomunitário (28,4% do total nos dois anos), cresceram +22,2%, contribuindo com +6,3 p.p. para a taxa de ‘crescimento’ global.

Os principais destinos das exportações no período em análise de 2021 foram a Espanha (26,3%), a França (13,5%), a Alemanha (11,1%), os EUA (5,3%), o Reino Unido incl. Irlanda NT (5,2%), a Itália (4,6%), os Países Baixos (4,0%), a Bélgica (2,5%), Marrocos (1,5%), a Polónia e Angola (1,4% cada), a China, <brasil e Suécia (1,1% cada), destinos que representaram 80,2% do total das exportações.

Angola, o terceiro principal mercado entre os países terceiros, depois do Reino Unido e dos EUA, registou no período em análise um aumento de 0,5% nas nossas exportações (+2,3 milhões de Euros), envolvendo os acréscimos 7 dos 11 grupos de produtos: “Máquinas, aparelhos e partes” (+25,0 milhões), “Produtos acabados diversos” (+5,6 milhões), “Material de transporte terrestre e partes“ (+1,7 milhões), “Minérios e metais” (+3,3 milhões), Químicos (+652 mil Euros) e “Têxteis e vestuário” (+388 mil Euros). As excepções incidiram nos grupos “Agro-alimentares” (-32,6 milhões de Euros), “Energéticos” (-2,0 milhões), “Calçado, peles e couros” (-538 mil Euros) e “Madeira, cortiça e papel” (-31 mil Euros).

Entre os principais destinos, os maiores contributos positivos para o ‘crescimento’ das exportações neste período (+22,2%) pertenceram a Espanha (+7,0 p.p.), à França (+2,7 p.p.), à Alemanha (+1,6 p.p.), aos EUA (+1,3 p.p.), à Itália (+1,2 p.p.), aos Países Baixos (+1,0%) e ao Reino Unido (+0,9 p.p.). Os maiores contributos negativos couberam às Provisões de Bordo para países comunitários (-0,4 p.p.) e à Irlanda e Provisões de Bordo para Países terceiros (-0,1 p.p. cada).

Os maiores acréscimos nas expedições para o espaço comunitário incidiram na Espanha, França, Alemanha, Itália, Países Baixos, Bélgica, Polónia e Finlândia.

Os maiores decréscimos couberam às Provisões de Bordo.



No conjunto dos Países Terceiros, entre os maiores acréscimos nas exportações destacaram-se os EUA, Marrocos, Reino Unido, Gibraltar, China, Japão, Turquia, Austrália, Israel, África do Sul, Vietname, Noruega e México. Entre os maiores decréscimos evidenciaram-se os de Provisões de Bordo e Taiwan.  

3.2 - Importações


No período de Janeiro a Julho de 2021, as chegadas de mercadorias com origem na UE, que representaram 74,6% do total (73,4% em 2020), registaram um acréscimo de +19,2% e contribuíram com +14,1 p.p. para uma taxa de variação homóloga global de +17,3%.

As importações com origem no espaço extracomunitário registaram um acréscimo de +12,0%, representando 25,4% do total em 2021 (26,6% em 2020), com um contributo para o ‘crescimento’ global de +3,2 p.p..

Os principais mercados de origem das importações em 2021 foram a Espanha (32,6% do Total) e a Alemanha (13,3%). Seguiram-se a França (6,8%) os Países Baixos (5,5%), a Itália (5,1%), a China (4,3%), o Brasil (3,2%), a Bélgica (3,1%), a Polónia e os EUA (2,1% cada), e a Nigéria (1,9%). Estes países representaram, no seu conjunto, 80,0% do total das importações.

Entre os contributos positivos para a taxa de variação homóloga das importações no período de Janeiro a Julho de 2021 (+17,3%) destacaram-se os da Espanha, (+6,6 p.p.) e da Alemanha (+2,5 p.p.), seguidos da Itália, Países Baixos e Polónia (+0,9 p.p. cada) e dos EUA (+0,8 p.p.). Os principais contributos negativos incidiram no Reino Unido (-1,5 p.p.), em Angola (‑0,6 p.p.), na Guiné Equatorial e Argélia (-0,3 p.p. cada), e na Dinamarca (-0,1 p.p.).

Nas duas figuras seguintes relacionam-se os maiores acréscimos e decréscimos das importações com origem intracomunitária e nos países terceiros entre 2020 e 2021.


4 – Saldos da Balança Comercial        

No período acumulado de Janeiro a Julho de 2021, os maiores saldos positivos da balança comercial (Fob-Cif) couberam à França (+1889 milhões de Euros) e ao Reino Unido (+1382 milhões). Seguiram-se os EUA (+1026 milhões), Marrocos (+381 milhões) e Angola (+445 milhões) e Marrocos (+416 milhões).

O maior défice, a grande distância dos restantes, pertenceu a Espanha (-5100 milhões de Euros), seguida da Alemanha (-1968 milhões), da China (‑1542 milhões), do Brasil (-1040 milhões) e dos Países Baixos (‑1024 milhões).

5 – Evolução por grupos de produtos

5.1 – Exportações

Os capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2 Ξ SH-2), foram aqui agregados em 11 grupos de produtos (ver ANEXO).

Todos os grupos, à excepção de “Aeronaves embarcações e partes” (-10 milhões de Euros) registaram acréscimos nas exportações face ao período homólogo de 2020, sendo os que detiveram maior peso na estrutura “Máquinas, aparelhos e partes” (14,5% do Total e +1058 milhões de Euros), “Químicos” (13,7% e +987 milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (13,3% e +959 milhões), “Agro-alimentares” (12,5% e +378 milhões), “Minérios e metais” (10,7% e +1065 milhões).

Seguiram-se os grupos “Produtos acabados diversos” (9,7% e +313 milhões), “Têxteis e vestuário” (8,8% e +494 milhões), “Madeira cortiça e papel” (7,3% e +350 milhões), “Energéticos” (5,7% e +670 milhões) e “Calçado, peles e couros” (3,2% e +136 milhões de Euros).

5.2 – Importações

O único grupo de produtos em que se registou um decréscimo no valor das importações no 1º semestre de 2021 foi “Aeronaves, embarcações e partes”, com um peso de apenas 0,9% na estrutura (‑244 milhões de Euros).

Os grupos de produtos com maior peso nas importações foram “Químicos” (19,4% e +1570 milhões de Euros), “Máquinas, aparelhos e partes” (18,7% e +1363 milhões), “Agro-alimentares” (14,6% e +425 milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (10,5% e +598 milhões), “Energéticos” (10,1% e +961 milhões).

Seguiram-se os grupos “Minérios e metais” (9,8% e +1189 milhões), “Produtos acabados diversos” (6,3% e +401 milhões), “Têxteis e vestuário” (5,0% e +102 milhões), Madeira, cortiça e papel” (3,1% e +191 milhões) e “Calçado, peles e couros” (1,6% e +6 milhões de Euros). 

6 – Mercados por grupos de produtos

6.1 – Exportações

Entre os mercados de destino, a Espanha ocupou em 2021 a primeira posição em 8 dos 11 grupos de produtos com 26,3% do total, ocorrendo as excepções nos grupos “Calçado, peles e couros” (4ª posição, depois da Alemanha, França e Países Baixos), “Máquinas, aparelhos e partes” (2ª posição, depois da Alemanha) e “Aeronaves, embarcações e partes” (5ª posição, precedida da França, do Reino Unido, do Brasil da Roménia.

Seguiram-se no “ranking” a França (13,6%), a Alemanha (11,1%), os EUA (5,3%), o Reino Unido (5,2%), a Itália (4,6%), os Países Baixos (4,0%), a Bélgica (2,5%), Marrocos (1,5%) e a Polónia (1,4%).

Estes dez países representaram 75,4% das exportações totais.

 6.2 – Importações

Na vertente das importações, a Espanha ocupou o primeiro lugar em nove dos onze grupos de produtos, com 32,6% do total, sendo as excepções os grupos “Energéticos” (3ª posição, precedida do Brasil e da Nigéria) e “Aeronaves, embarcações e partes” (4º lugar, depois da Alemanha, França e EUA).

Seguiram-se, no “ranking”, a Alemanha (13,3%), a França (6,8%), os Países Baixos (5,5%), a Itália (5,1%), a China (4,3%), o Brasil (3,2%), a Bélgica (3,1%), a Polónia e os EUA (2,1% cada).

Estes dez países cobriram 78,1% das importações totais.

Alcochete, 13 de Setembro de 2021.

ANEXO





































 











quarta-feira, 15 de setembro de 2021

Exportações e importações de Produtos Industriais Transformados por niveis de intensidade tecnológica - 2016-2020 e 1º Sem 2021

 

Importações e exportações de Produtos Industriais transformados
por níveis de intensidade tecnológica
2016-2020 e 1º Sem 2021

( disponível para download  >> aqui)

1 - Nota introdutória

A evolução do nível de intensidade tecnológica das exportações e importações de Produtos Industriais Transformados, a que corresponde um maior ou menor valor acrescentado, tem um reflexo directo na balança comercial de mercadorias, sendo na exportação um importante indicador do desenvolvimento industrial.

Pretende-se neste trabalho analisar, a partir de dados de base de fonte INE para os anos de 2016 a 2020 e 1º Semestre de 2021 (definitivos de 2016 a 2019 e preliminares para 2020 e 2021, com última actualização em 9/8/2021), a evolução do comércio internacional português destes produtos por níveis de intensidade tecnológica.

2 – Metodologia

Os níveis de intensidade tecnológica considerados são os propostos pela OCDE, definidos com base na Revisão-3 da International Standard Industrial Classification(ISIC Rev.3: Alta tecnologia - 2423, 30, 32 33, 353; Média-alta tecnologia - 24 excl.2423, 29, 31, 34, 352, 359; Média-baixa tecnologia - 23, 25 a 28, 351 e Baixa tecnologia - 15 a 22, 36 e 37).

A partir da tabela correspondente ao ano de 2007, com recurso à “Classificação Tipo do Comércio Internacional” da ONU (CTCI/SITC Rev.3) e à “Nomenclatura Combinada” a oito dígitos em uso na União Europeia (NC-8), tomando-se em consideração as sucessivas alterações pautais anuais, foi construída uma tabela em NC-8 abrangendo o período de 2007 a 2020, com alguns ajustamentos introduzidos à tabela utilizada em trabalhos anteriores.

3 – Balança comercial dos Produtos Industriais Transformados por níveis                      de intensidade tecnológica

Ao longo dos últimos cinco anos e 1º Semestre de 2021, o saldo (Fob-Cif) da balança comercial portuguesa do conjunto dos Produtos Industriais Transformados foi negativo.


Neste período o saldo da balança dos produtos de Média-baixa e de Baixa tecnologia foi positivo, enquanto que o saldo da balança dos produtos de Alta tecnologia e de Média-alta tecnologia foi negativo.


4 – Exportação de Produtos Industriais Transformados por níveis                                    de intensidade tecnológica

Em termos anuais, entre 2016 e 2020 o peso dos Produtos Industriais Transformados na exportação global portuguesa oscilou entre 94,7% e 94,1%, situando-se respectivamente em 93,9% e 93,8% no 1º Semestre de 2020 e 2021.

Por níveis de intensidade tecnológica, o maior peso nas exportações do conjunto dos Produtos Industriais Transformados no 1º Semestre de 2021 incidiu na Baixa tecnologia (33,1%), seguida da Média-alta tecnologia (32,9%), da Média-baixa tecnologia (23,9%) e da Alta tecnologia (10,1%).


O peso da Alta tecnologia no total das exportações de produtos industriais transformados no período de 2016 a 2020, exceptuando uma pequena desaceleração em 2018, tem subido sustentadamente. No 1º Semestre de 2021, face ao homólogo do amo anterior, desceu de 11,0% para 10,1%.

Aqui se encontram incluídos, por ordem decrescente do seu peso nos primeiros seis meses de 2021, os “Instrumentos médicos, ópticos e de precisão” (33,0%), o “Equipamento de rádio, TV e comunicações” (31,7%), os “Produtos farmacêuticos” (23,9%), o “Equipamento de escritório e computação” (5,9%) e os produtos da “Aeronáutica e aeroespacial” (5,5%).

Após ter aumentado entre 2016 e 2019 de 29,3% para 32,7%, o peso da Média-alta tecnologia no Total desceu para 32,0% em 2020, para no 1º Semestre de 2021, face ao homólogo do ano anterior, aumentar de 30,9% para 32,9%. Neste Semestre este nível engloba, por ordem decrescente de valor, os “Veículos a motor, reboques e semi-reboques” (42,2%), as “Máquinas e equipamentos n.e., principalmente não eléctricos” (21,4%), os “Produtos químicos, excepto farmacêuticos” (19,6%), as “Máquinas e aparelhos eléctricos n.e.” (13,6%) e o “Equipamento ferroviário e outro equipamento de transporte” (3,2%).

Entre 2017 e 2020 o peso da Média-baixa tecnologia decresceu de 24,8% para 21,8%, para no 1º Semestre de 2021, face a 2020, aumentar de 22,6% para 23,9%. Aqui perfilam-se, por ordem decrescente de valor no 1º Semestre de 202 , os “Produtos da borracha e do plástico” (26,4%), os “Refinados de petróleo, petroquímicos e combustível nuclear” (22,5%), a “Fabricação de produtos metálicos, excluindo máquinas e equipamentos” (18,8%), a “Metalurgia de base” (17,0%) os “Produtos minerais não metálicos” (14,7%) e, residualmente, a “Construção e reparação naval” (0,5%).

Por fim, na Baixa tecnologia, o seu peso no Total decresceu de 37,9%, em 2016, para 33,9% em 2019, aumentando para 34,9% no ano seguinte, com uma nova queda no 1º Semestre de 2021 face a 2021 de 35,5% para 33,1%. Alinham-se neste nível os “Têxteis, vestuário, couros e calçado” (36,%), os “Produtos alimentares, bebidas e tabaco” (30,7%), a “Pasta, papel, cartão e publicações” (13,6%), as “Manufacturas não especificadas e reciclagem” (10,6%) e a “Madeira e produtos da madeira e cortiça” (9,2%).

Entre 2016 e 2019, o ritmo de ‘crescimento’ nominal anual do conjunto das exportações de Produtos Industriais Transformados, face a 2016, cresceu sustentadamente, desacelerando em 2020, com quedas em todas as componentes.

4.1 – Mercados de destino das exportações

As exportações globais de Produtos Industriais Transformados, têm por principal destino o espaço comunitário. No 1º Semestre de 2021 as exportações para o espaço comunitário (Reino Unido excluído) representaram 71,2% do Total destes produtos (70,9% em 2020) e 28,8% para os países terceiros (29,1% em 2019). 


Neste período, o maior peso da União Europeia nas exportações de Produtos Industriais Transformados, incidiu nos produtos de Média-alta tecnologia (75,0%). Seguiram-se a Alta tecnologia (71,3%), a Baixa tecnologia (70,6%) e a Média-baixa tecnologia (66,6%).

Os países constantes do quadro seguinte representaram 93,7% das exportações globais portuguesas nos primeiros seis meses de 2021.

Entre estes quinze países destacam-se, no âmbito dos Produtos Industriais Transformados, a Espanha (25,1% do total), seguida da França (14,1%) e da Alemanha (11,5%). Com pesos menores alinharam-se depois os EUA (5,5%), o Reino Unido (5,4%), a Itália (4,7%), os Países Baixos (3,8%) e a Bélgica (2,5%).

Em 2021, no período em análise, a Espanha ocupou a primeira posição na Média-alta, na Média-baixa e na Baixa tecnologias, cabendo à Alemanha o primeiro lugar ao nível da Alta tecnologia. Ao nível da Alta tecnologia, depois da Alemanha (24,8%) alinharam-se, entre os principais,  a Espanha (14,9%), a França (7,7%), os EUA (7,6%), o Reino Unido (5,7%), os Países Baixos e a Itália (2,4% cada), 

Na figura seguinte encontra-se representada a distribuição das exportações para cada um destes quinze mercados por níveis de intensidade tecnológica.

5 – Importação de Produtos Industriais Transforma por níveis                                            de intensidade tecnológica

O peso dos Produtos Industriais Transformados na importação global portuguesa, que em 2016 se  situava em 85,0%%, manteve-se em cerca de 84% nos dois anos seguintes, subindo para 86,3% em 2020.

No período de Janeiro a Junho de 2021, de acordo com os dados preliminares disponíveis, o conjunto dos Produtos Industriais Transformados representou 85,1% do total global das importações (85,2% no mesmo período do ano anterior).

Neste período, o maior peso no conjunto das importações de Produtos Industriais Transformados incidiu na Média-alta tecnologia (40,6%). Seguiu-se a Baixa tecnologia (23,8%), a Média-baixa tecnologia (18,9%) ea Alta tecnologia (16,7%).


Na Alta tecnologia encontram-se incluídos, por ordem decrescente do seu peso no no período em análise de 2021, o “Equipamento de rádio, TV e comunicações” (33,6%), os “Produtos farmacêuticos” (27,5%), os “Instrumentos médicos, ópticos e de precisão” (17,9%), o “Equipamento de escritório e computação” (15,3%) e os produtos da “Aeronáutica e aeroespacial” (5,7%).

No mesmo período, a Média-alta tecnologia engloba, ainda por ordem decrescente de valor, os “Produtos químicos, excepto farmacêuticos” (34,2%), os “Veículos a motor, reboques e semi-reboques” (30,7%), as “Máquinas e equipamentos n.e., principalmente não eléctricos” (22,1%), as “Máquinas e aparelhos eléctricos n.e.” (11,0%) e o “Equipamento ferroviário e outro equipamento de transporte” (2,3%).

Na Média-baixa tecnologia perfilam-se, por ordem decrescente de valor, a “Metalurgia de base” (36,7%), os “Produtos da borracha e do plástico” (22,8%), a “Fabricação de produtos metálicos, excluindo máquinas e equipamentos” (16,4%), os “Refinados de petróleo, petroquímicos e combustível nuclear” (11,8%), os “Produtos minerais não metálicos” (14,7%) e, residualmente, a “Construção e reparação naval” (0,4%).

Na Baixa tecnologia alinham-se, os “Produtos alimentares, bebidas e tabaco” (46,3%), os “Têxteis, vestuário, couros e calçado” (29,4%), as “Manufacturas não especificadas e reciclagem” (10,1%), a “Pasta, papel, cartão e publicações” (9,9%), e a “Madeira e produtos da madeira e cortiça” (4,3%).

As importações anuais do conjunto dos Produtos Industriais Transformados cresceram sustentadamente entre 2016 e 2019, bem como em todos os níveis de intensidade tecnológica. O ritmo de crescimento anual com maior amplitude verificou-se na Alta tecnologia (+56,1% em 2019, face a 2016).

Em 2020 assistiu-se a una significativa desaceleração em todos os níveis de intensidade tecnológica.

5.1 – Mercados de origem das importações

À semelhança das exportações, as importações globais portuguesas têm por principal origem o espaço comunitário.

Nos primeiros seis meses de 2021 as importações provenientes do espaço comunitário (Reino Unido excluído) representaram 79,9% do Total destes produtos industriais (81,1% em igual período de 2019), contra 20,1% das oriundas dos países terceiros (18,9% em 2019).

Neste período, o maior peso da União Europeia nas importações portuguesas de Produtos Industriais Transformados, por níveis de intensidade tecnológica, incidiu nos produtos de Média-alta tecnologia (81,9%).

Seguiram-se a Média-baixa tecnologia (79,5%), a Baixa tecnologia (78,9%) e a Alta tecnologia (77,3%).

Os quinze países constantes do quadro seguinte representaram 84,7% das importações globais portuguesas no período de Janeiro a Junho de 2021 e 85,7% das importações de Produtos Industriais Transformados.

Entre estes países destaca-se, no âmbito dos Produtos Industriais Transformados, a Espanha (34,1% do total), seguida da Alemanha (15,1%) e da França (7,5%).

Com pesos inferiores alinham-se depois os Países Baixos (6,1%), a Itália (5,9%), a China (5,0%) e a Bélgica (3,4%).

No 1º Semestre de 2021 Espanha ocupou a primeira posição na Média-baixa (43,3%), na Baixa (45,8%) e na Média-alta tecnologia (30,0%), cabendo à Alemanha a primeira posição ao nível da Alta tecnologia (22,1%).

Na figura seguinte encontra-se representada a distribuição das importações com origem em cada um destes mercados, por níveis de intensidade tecnológica.


Alcochete, 9 de Setembro de 2021.