segunda-feira, 23 de janeiro de 2023

Import de calçado na UE-27 - Export de Portugal Jan-Nov 2021-2022


Importação de calçado na UE-27
com origem Extra-UE e Portugal
Exportação recente
do calçado português
(2017-21 e Jan-Nov 2021-22)

( disponível para download  >> aqui )

1 - Introdução

Ao longo do último quinquénio, cerca de 80% das exportações portuguesas de calçado destinaram-se a países comunitários. Neste período, o sector do calçado tem vindo a perder peso nas exportações globais, caindo de 3,6% do Total, em 2017, para 2,7% em 2021.

Portugal tem vindo a enfrentar uma concorrência crescente nas importações comunitárias de calçado por parte de países terceiros, principalmente a China e o Vietname.

 Neste trabalho começa-se por analisar, face a Portugal, a evolução da importação de calçado em 2021 pelos seis principais importadores comunitários a partir dos países terceiros (com destaque para a China), que representaram 82,0% do Total em 2021: Alemanha (21,2%). Itália (16,4%), Bélgica (13,4%), França (12,7%), Países Baixos (10,6%) e Espanha (7,7%). Para o efeito utilizam-se os últimos dados anuais disponíveis na base do EUROSTAT.

Segue-se a análise da exportação portuguesa de calçado para o Mundo no período 2017-2021 e Janeiro-Novembro 2021-2022, a partir de dados estatísticos do INE, definitivos até 2021 e preliminares para 2022, com última actualização em 9 de Janeiro de 2023.

2 – Importação de calçado na UE-27 com origem em                            Países Terceiros e Portugal

De acordo com dados do “International Trade Centre” (ITC), no período de 2017 a 2021 os principais exportadores mundiais de calçado foram dois países asiáticos, designadamente a China e o Vietname, que terão representado em conjunto cerca 45% da exportação mundial.

Em 2021 os principais importadores de calçado na UE-27 com origem extracomunitária foram a Alemanha (21,2% do Total)), a Itália (16,4%), a Bélgica (13,4%), a França (12,7%), os Países Baixos (10,6%) e a Espanha (7,7%), tendo cabido a Portugal 1,0%.

No quadro seguinte pode observar-se o peso da China e do Vietname nas importações dos principais importadores comunitários de calçado com origem em países terceiros.

Numa análise por tipos de calçado (NC-4), verifica-se que em 2021, em “Partes de calçado, palmilhas, polainas e semelhantes”, o valor médio unitário por unidade de peso (Euros/Kg) de Portugal foi superior ao da China em todos os seis maiores importadores comunitários referidos.

Por sua vez, para a Bélgica e Espanha, foi inferior ao da China o valor unitário por unidade de peso de “Calçado impermeável com sola e parte superior de borracha ou plástico”.

3 – Exportação recente do calçado em Portugal

3.1 – Balança Comercial

A Balança Comercial portuguesa do calçado é fortemente favorável a Portugal, com muito elevados graus de cobertura das importações pelas exportações.

Entre 2017 e 2020 as exportações decresceram, sustentadamente, de 2007 para 1538 milhões de Euros, para recuperarem em 2021, situando-se então em 1722 milhões.

No período acumulado de Janeiro a Novembro de 2022, face ao período homólogo do ano anterior, estas exportações aumentaram +21,4%, passando de 1593 milhões, em 2021, para 1934 milhões de Euros, em 2022. 

3.2 – Principais produtos exportados

O principal tipo de calçado exportado por Portugal, definido pela posição pautal ‘6403’ da Nomenclatura Combinada, é o “Calçado com sola de borracha, de plástico ou de couro e parte superior em couro”, que representou 83,7% do Total no período acumulado de Janeiro a Novembro de 2022 (82,9% no período homólogo de 2021).

O valor de exportação deste tipo de calçado desceu, sustentadamente, de 1,7 mil milhões de Euros em 2017 para 1,4 mil milhões em 2021, tendo registado, entre o período acumulado de Janeiro a Novembro de 2021 e de 2022, uma subida de 1,3 para 1,6 mil milhões de Euros.

Seguiram-se, no mesmo período, o “Calçado com sola de borracha, plástico ou couro e parte superior em couro” (4,1% nos dois anos), “Outro calçado com sola e parte superior em borracha ou plástico” (2,8% em 2022 e 4,0% em 2021), as “Partes de calçado, palmilhas, polainas e semelhantes” (3,1% e 2,9%), “Outro calçado não especificado” (2,9% e 2,8%) e o “Calçado impermeável com sola e parte superior de borracha ou plástico” (2,5% e 3,2%, respectivamente em 2022 e 2021).

3.3 – Mercados de destino das exportações

No período de Janeiro a Novembro de 2022 as exportações portuguesas de calçado para a UE (designadas por expedições) representaram 80,7% do Total (81,4% no mesmo período de 2021).

Ao longo do último quinquénio o peso destas exportações no Total do calçado oscilou entre um mínimo de 78,9% (2019) e um máximo de 81,3% (2021).

Nos primeiros onze meses de 2022 os principais importadores comunitários foram a Alemanha (22,1%), a França (19,2%), os Países Baixos (15,0%), a Espanha (7,6%), a Dinamarca (4,5%), a Suécia (3,1%), a Itália (2,6%), a Bélgica (1,9%), a Áustria (1,4%) e a Irlanda (0,8%), países que averbaram 78,2% do Total da UE.

Entre os países terceiros destacaram-se o Reino Unido, incluindo a Irlanda do Norte (6,2%), os EUA (5,3%) e o Canadá (1,4%), num total de 12,9%.




Alcochete, 12 de Janeiro de 2023.

 

quarta-feira, 11 de janeiro de 2023

Comércio Internacional de mercadorias - Série Mensal -Janeiro-Novembro 2022

 

Comércio Internacional 
de mercadorias
- Série mensal -
- Janeiro a Novembro de 2022 -

( disponível para download  >> aqui )

1 - Balança comercial

De acordo com dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) para o período de Janeiro a Novembro de 2021 e 2022, respectivamente em versão definitiva e em versão preliminar com última actualização em 9 de Janeiro de 2023, as exportações de mercadorias aumentaram em valor, em termos homólogos, +24,5% (+14 260 milhões de Euros), a par de um aumento das importações de +33,4% (+25 182 milhões).

A partir de Janeiro de 2021, nas estatísticas de base do INE foram acrescentados dois códigos de países, “XI-Reino Unido (Irlanda do Norte)” e “XU-Reino Unido (não incluindo a Irlanda do Norte)”, apresentando-se a zeros a posição pautal com o código “GB-Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte”. Nos quadros desta série mensal manteremos, para já, este código GB, correspondente ao somatório dos dois novos códigos.

As exportações para o espaço comunitário (expedições), cujo total corresponde aqui aos actuais 27 membros, registaram de Janeiro a Novembro de 2022 um acréscimo de +22,8% (+9 483 milhões de Euros), tendo as exportações para os Países Terceiros aumentado +28,7% (+4 777 milhões). Por sua vez, as importações com origem na UE (chegadas) aumentaram +25,3% (+13 994 milhões) e as originárias dos Países Terceiros +56,3%  (+11 188 milhões). 

O défice comercial externo (Fob-Cif) aumentou +64,3% ao situar-se em -27 907 milhões de Euros (superior em 10 922 milhões ao do ano anterior), a que corresponderam agravamentos de 4 511 milhões no comércio intracomunitário e de 6 411 milhões no extracomunitário. Em termos globais, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações desceu de 77,4%, em 2021, para 72,2%, em 2022.

A variação do preço de importação do petróleo repercute-se no valor das exportações de produtos energéticos, com reflexo na Balança Comercial. De Janeiro a Novembro de 2022 o valor médio de importação do petróleo bruto subiu, face ao período homólogo de 2021, de 426 para 748 Euros/Ton.

Para além da variação da cotação internacional do barril de petróleo, medida em dólares, a variação da cotação do dólar face ao Euro é também um dos factores determinantes da evolução do seu preço em Euros (o gráfico inclui já a cotação média do mês de Dezembro).

Se excluirmos do total das importações e das exportações o conjunto dos produtos “Energéticos” (Capº 27 da NC), que pesou 17,0% no total das importações em 2022 e 8,4% nas exportações, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações em 2022 sobe, no comércio global, de 72,2% para 79,7%.

2 – Evolução mensal

3 – Mercados de destino e de origem

3.1 - Exportações

Em 2022, no período de Janeiro a Novembro, as exportações para a UE (expedições), que representaram 70,5% do Total, cresceram +22,8%, contribuindo com +16,3 pontos percentuais (p.p.) para uma taxa de ‘crescimento’ global de +24,5%. As exportações para o espaço extracomunitário (29,5% do Total), cresceram +28,7%, contribuindo com +8,2 p.p. para a taxa de ‘crescimento’ global.

Os dez principais destinos das exportações no período em análise de 2022 foram a Espanha (26,0%), a França (12,4%), a Alemanha (11,0%), os EUA (6,6%), o Reino Unido incl. Irlanda NT (4,9%), a Itália (4,5%), os Países Baixos (4,0%), a Bélgica (2,4%), as Provisões de Bordo para Países Terceiros (1,7%) e a Polónia (1,4%), destinos que representaram 74,8% do total das exportações.

Angola, o terceiro principal mercado entre os países terceiros no ano de 2021, depois dos EUA e do Reino Unido, registou no período em análise de 2022 um aumento de 51,7% nas nossas exportações (+448,0 milhões de Euros), envolvendo os acréscimos todos os grupos de produtos: “Máquinas, aparelhos e partes” (+124,1 milhões), “Agro-alimentares” (+102,2 milhões), Químicos (+69,9 milhões), “Produtos acabados diversos” (+46,3 milhões), “Minérios e metais” (+46,2 milhões), “Madeira, cortiça e papel” (+23,1 milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (+10,3 milhões), “Têxteis e vestuário” (+9,9 milhões), “Energéticos” (8,5%), “Calçado, peles e couros” (+4,4 milhões) e “Aeronaves, embarcações e partes” (+3,1 milhões de Euros).

Entre os principais destinos, os maiores contributos positivos para o ‘crescimento’ das exportações neste período (+24,5%) pertenceram a Espanha (+5,8 p.p.), aos EUA e Alemanha (+2,6 p.p. cada), à França (+2,3 p.p.), às Provisões de Bordo Extra-UE (1,5 p.p.), aos Países Baixos (+1,1 p.p.), à Itália (+1,0 p.p.), ao Reino Unido/Irl NT (+0,9 p.p.) â Bélgica (+0,5 p.p.) e à Turquia (+0,4 p.p.). Os maiores contributos negativos couberam a Marrocos (-0,3 p.p.) e à China (-0,1 p.p.). 

Os maiores acréscimos nas expedições para o espaço comunitário incidiram em Espanha, Alemanha, França, Países Baixos, Itália, Provisões de Bordo, Bélgica, Irlanda, Suécia, Polónia, Eslováquia, Roménia, Rep.Checa, Lituânia e Áustria. O único decréscimo ocorreu com Malta.


No conjunto dos Países Terceiros, entre os maiores acréscimos nas exportações destacaram-se os EUA, Provisões de Bordo, Reino Unido/Irlanda NT, Angola e Turquia e Brasil, seguidos do Panamá, Israel, Suíça, Canadá, Gibraltar, Argélia e Arábia Saudita.

Entre os maiores decréscimos evidenciaram-se os de Marrocos, Rússia e China.

3.2 - Importações

Em 2022, no período em análise, as chegadas de mercadorias com origem na UE, que representaram 69,1% do total, registaram um acréscimo de +25,3% e contribuíram com +18,6 p.p. para uma taxa de variação homóloga global de +25,3%.

As importações com origem no espaço extracomunitário registaram no mesmo período um acréscimo de +56,3%, representando 30,9% do total, com um contributo para o ‘crescimento’ global de +14,9 p.p..

Os principais mercados de origem das importações em 2022 foram a Espanha (32,0% do Total), seguida da Alemanha (11,1%), França (6,0%), China (5,1%), Países Baixos (4,9%), Itália (4,6%), Brasil (4,3%), EUA (3,2%), Bélgica (3,1%) e Nigéria (1,7%).

Estes países representaram, no seu conjunto, 76,0% do total das importações.

Entre os contributos positivos para a taxa de variação homóloga das importações no período em análise (+33,4%) destacou-se o da Espanha, (+9,9 p.p.), seguida do Brasil (+2,7 p.p.), da Alemanha (+2,3 p.p.), da China (+2,2 p.p.), dos EUA (+1,9 p.p.), da França e Países Baixos (+1,3 p.p. cada), da Itália e Bélgica (+1,0 p.p. cada). O principal contributo negativo incidiu na Federação Russa (‑0,4 p.p.).

Nas duas figuras seguintes relacionam-se os maiores acréscimos das importações com origem intracomunitária (não ocorreram decréscimos) e os maiores acréscimos e decréscimos nos Países Terceiros, entre 2021 e 2022.




4 – Saldos da Balança Comercial        

No período em análse de 2022, os maiores saldos positivos da balança comercial (Fob-Cif) couberam à França (+3003 milhões de Euros), ao Reino Unido (+2496 milhões), aos EUA (+1569 milhões), a Angola (+775 milhões) e a Gibraltar (+477 milhões).

O maior défice, a grande distância dos restantes, pertenceu a Espanha (-13220 milhões de Euros), seguida da China (-4557 milhões), do Brasil (-3496 milhões), da Alemanha (‑3186 milhões) e dos Países Baixos (-2060 milhões).

5 – Evolução por grupos de produtos

5.1 – Exportações

Os capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2 Ξ SH-2), foram aqui agregados em 11 grupos de produtos, tendo em atenção as alterações pautais de 2022 (ver ANEXO).

No período de Janeiro a Novembro de 2022, todos os grupos registaram acréscimos nas exportações face a 2021.

Os grupos que detiveram maior peso na estrutura foram “Químicos” (14,0% do Total e +2117 milhões de Euros face a 2021), “Máquinas, aparelhos e partes” (13,6% e +1686 milhões), “Agro-alimentares” (12,8% e +1584 milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (11,7% e +1104 milhões), “Minérios e metais” (10,6% e +1370 milhões). Seguiram-se os grupos “Produtos acabados diversos” (9,3% e +1006 milhões),  “Energéticos” (8,4% e +2748 milhões), “Têxteis e vestuário” (8,0% e +744 milhões), “Madeira cortiça e papel” (7,8% e +1338 milhões), “Calçado, peles e couros” (3,2% e +437 milhões) e “Aeronaves, embarcações e partes” (0,6% e +127 milhões de Euros).

5.2 – Importações

Em 2022, no período em análise, foi também positiva a taxa de variação homóloga em valor, face ao período homólogo do ano anterior, em todos os grupos de produtos.

Os grupos de produtos com maior peso foram “Químicos” (17,2% e +3122 milhões de Euros), “Energéticos” (17,0% e +8569 milhões), “Máquinas, aparelhos e partes” (16,5% e +2710 milhões), “Agro-alimentares” (14,1% e +3183 milhões de Euros). Seguiram-se os grupos “Minérios e metais” (9,4% e +1985 milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (9,2% e +2041 milhões), “Produtos acabados diversos” (5,6% e +882 milhões), “Têxteis e vestuário” (5,1% e +1146 milhões), Madeira, cortiça e papel” (3,3% e +890 milhões), “Calçado, peles e couros” (1,7% e +514 milhões) e “Aeronaves, embarcações e partes” (0,8% e +140 milhões de Euros). 

6 – Mercados por grupos de produtos

6.1 – Exportações

Entre os mercados de destino, a Espanha ocupou no período de Janeiro a Novembro de 2022 a primeira posição em 8 dos 11 grupos de produtos com 26,0% do total, ocorrendo as excepções nos grupos “Calçado, peles e couros” (4ª posição, depois da França, Alemanha e Países Baixos), “Máquinas, aparelhos e partes” (2ª posição, depois da Alemanha) e “Aeronaves, embarcações e partes” (5ª posição, precedida do Brasil, França, EUA e Irlanda).

Seguiram-se no “ranking” a França (12,4%), a Alemanha (11,0%), os EUA (6,6%), o Reino Unido/Irl NT (4,9%), a Itália (4,5%), os Países Baixos (4,0%), a Bélgica (2,4%), Angola (1,8%) e as Provisões de Bordo Extra-UE (1,7%).

Estes dez destinos representaram 75,3% das exportações totais.

6.2 – Importações

Na vertente das importações, a Espanha ocupou o primeiro lugar em dez dos onze grupos de produtos, com 32,0% do total.

A única excepção foi o grupo “Aeronaves, embarcações e partes” (5º lugar, depois da Alemanha, Canadá, EUA e Brasil).

Seguiram-se, no “ranking”, a Alemanha (11,1%), a França (6,0%), a China (5,1%), os Países Baixos (4,9%), a Itália (4,6%), o Brasil (4,3%), os EUA (3,2%), a Bélgica (3,1%), a Nigéria (1,7%). Estes dez países cobriram 76,0% das importações totais.

 7 – Valor dos grupos de produtos das exportações em 2022                       face a 2021, por meses homólogos não acumulados


Alcochete, 11 de Janeiro de 2023.

ANEXO


quinta-feira, 5 de janeiro de 2023

Comércio Externo do Reino Unido e Portugal-Reino Unido - 2017-2021 e Jan-Out 2021-2022

 

Comércio Externo do Reino Unido
e Portugal-Reino Unido
(2017-2021 e Janeiro-Outubro 2021-2022)

                                             ( disponível para download  >> aqui )

1 – Introdução

Analisa-se neste trabalho a evolução do comércio internacional de mercadorias do Reino Unido (incluindo a Irlanda do Norte) face ao mundo, entre 20217 e 2021, com base em dados de fonte ’International Trade Centre’ (ITC) calculados a partir de dados “Comtrade” da ONU, e de Portugal com o Reino Unido ao longo do período 2017-2021 e Janeiro a Outubro 2021-2022, com base em dados de fonte “Instituto Nacional de Estatística de Portugal” (INE), em versão definitiva até 2021 e preliminar para 2022, com última actualização em 9 de Dezembro de 2022. 

Relativamente a Portugal é analisada com maior pormenor a evolução no período de Janeiro a Outubro dos dois últimos anos, tendo em vista o comportamento das importações e das exportações na sequência do “Brexit”.

2 – Comércio Externo do Reino Unido (2017-2021)

2.1 – Balança Comercial

A Balança Comercial do Reino Unido, face ao mundo, foi deficitária entre 2017 e 2021, com saldos oscilando entre -150 e -210 mil milhões de Euros.

2.2 – Importação

Numa análise das importações de mercadorias por grupos de produtos, em 2021 as principais importações de mercadorias no Reino Unido incidiram nos grupos “Máquinas, aparelhos e partes” (20,5% do Total e 20,0% em 2020), “Minérios e metais” (17,5% e 21,6%) e “Químicos” (14,1% e 13,1%).

Seguiram-se os grupos “Energéticos” (10,2% e 5,3%), “Agro-alimentares” (9,8% e 10,6%), “Material de transporte terrestre e partes” (9,2% e 9,3%) e “Produtos acabados diversos” (9,2% e 9,0%). Com pesos inferiores alinhara-se depois os grupos, “Têxteis e vestuário” (4,4% e 5,5%), “Madeira, cortiça e papel” (2,9% e 2,7%), “Calçado, peles e couros” (1,2% e 1,4%) e “Aeronaves, embarcações e partes” (1,0% e 1,4%).

De acordo com os dados do ITC, em 2021 o peso de Portugal nestas importações terá sido de 0,53%, cabendo as maiores quotas aos grupos “Madeira, cortiça e papel” (1,5%), “Calçado, peles e couros” (1,15%), “Têxteis e vestuário” (1,0%), “Material de transporte terrestre e partes” (0,95%), “Agro-alimentares” (0,73%) e “Máquinas, aparelhos e partes” (0,62%).

2.3 – Exportação

Em 2021 as principais exportações de mercadorias do Reino Unido incidiram nos grupos de produtos “Maquinas, aparelhos e partes” (20,3% e 21,6% em 2020), “Minérios e metais” (19,6% e 15,9%), “Químicos” (16,8% e 18,7%) e “Produtos acabados diversos” (13,0% e 11,1%). Seguiram-se os grupos “Material de transporte terrestre e partes” (8,7% e 9,3%), “Energéticos” (8,0% e 6,7%), “Agro-alimentares” (6,3% e 7,3%), “Aeronaves, embarcações e partes” (3,2% e 3,9%), “Têxteis e vestuário” (1,9% e 2,9%), “Madeira, cortiça e papel” (1,6% e 1,8%) e “Calçado, peles e couros” (0,6% e 0,9%).

Em 2021 o peso de Portugal nas exportações do Reino Unido terá sido de 0,35%, cabendo as maiores quotas aos grupos “Agro-alimentares” (0,54%), “Madeira, cortiça e papel” (0,5%), “Energéticos” (0,48%), “Maquinas, aparelhos e partes” (0,47%), “Material de transporte terrestre e partes” (0,45%) e “Têxteis e vestuário” (0,42%).  

2.4 – Principais mercados

Em 2021, do lado das importações, destacaram-se a China (13,2%), a Alemanha (11,0%) e os EUA (8,7%). Seguiram-se, entre os principais, os Países Baixos (6,0%), a Noruega (5,2%), a Bélgica e a França (4,5% cada). Portugal terá sido a origem de 0,5% das importações.

Nas exportações, depois dos EUA (12,7%), alinharam-se, entre os principais destinos, a Alemanha (8,7%), a Suíça (8,4%), os Países Baixos (7,9%), a Irlanda (6,2%), a França (5,6%), a China (4,4%) e a Bélgica (4,2%). Portugal terá pesado 0,4% no total.

3 – Comércio de Portugal com o Reino Unido

Desde o início do século que Portugal vem mantendo um saldo positivo na Balança Comercial com o Reino Unido, à excepção dos anos 2008 (saldo nulo) e 2010 (-179 milhões de Euros). A partir de 2010 o saldo cresceu sustentadamente até 2017 (+1785 milhões), decrescendo sucessivamente a partir de então até 2020 (+1132 milhões), para em 2021 registar um acréscimo significativo face ao ano anterior (+2313 milhões), na sequência de uma quebra acentuada das importações.

3.1 – Balança Comercial                                                                                     (2017-2021 e Janeiro-Outubro 2021-2022)

Entre 2017 e 2020 as importações mantiveram-se próximo de dois mil milhões de Euros, tendo caído, acentuadamente, para 994 milhões em 2021, situando-se em 960 milhões no período de Janeiro a Outubro de 2022.

Por sua vez as exportações mantiveram-se na ordem de três mil milhões de Euros entre 2017 e 2019, atenuando-se sensivelmente nos dois anos seguintes, para se situarem em 3,2 mil milhões no período em análise de 2022.

3.2 – Importação

Numa análise por grupos de produtos (ver a composição dos grupos no Anexo-1), as principais importações portuguesas com origem no Reino Unido nos primeiros dez meses de 2022 incidiram nos grupos “Minérios e metais” (23,2% em 2022 e 19,3% em 2021), “Químicos” (14,9% e 12,7%), “Energéticos” (13,2% e 17,4%), “Máquinas, aparelhos e partes” (12,7% e 13,6%) e “Agro-alimentares” (12,0% e 12,2%).

Seguiram-se os grupos “Produtos acabados diversos” (7,4% e 7,6%), “Material de transporte terrestre e partes” (7,3% e 8,1%), “Madeira, cortiça e papel” (3,4% e 2,9%), “Têxteis e vestuário” (3,2% e 3,4%), “Aeronaves, embarcações e partes” (1,6% nos dois anos) e “Calçado, peles e couros” (1,2% nos dois anos).

3.3 – Exportação

As principais exportações portuguesas para o Reino Unido no período em análise de 2022 couberam ao grupo de produtos “Material de transporte terrestre e partes” (15,7% e 18,8% em 2021).

Seguiram-se os grupos “Minérios e metais” (12,3 e 10,2%), “Máquinas, aparelhos e partes” (11,7% e 12,3%), “Têxteis e vestuário” (11,0% e 12,1%), “Madeira, cortiça e papel” (10,4% e 8,3%) e “Agro-alimentares” (10,4% e 11,5%).

Com pesos inferiores a 10% em 2022 alinharam-se depois os grupos “Químicos” (8,9% e 10,0%), “Produtos acabados diversos” (8,8% e 10,9%), “Energéticos” (7,2% e 0,6%), “Calçado, peles e couros” (3,5% e 3,3%) e “Aeronaves, embarcações e partes” (0,2% e 2,2% em 2021).

Na sequência da figura seguinte identificam-se, por Grupos de Produtos, os principais produtos exportados no período de Janeiro a Outubro de 2022, a par dos correspondentes no período homólogo do ano anterior, desagregados por Capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2).

Nos gráficos seguintes pode observar-se a evolução da exportação mensal comparada, para o Total e grupos de produtos, ao longo de 2021 e período disponível para 2022.


Anexo-1


Alcochete, 5 de Janeiro de 2023.