quinta-feira, 24 de agosto de 2017

Índices do Comércio Internacional - Jan-Jun 2017

Taxas de variação homóloga
em valor, volume e preço
por grupos e subgrupos de produtos

(Janeiro a Junho de 2017/2016)

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1 - Nota introdutória
O presente trabalho visou o cálculo de indicadores de evolução em valor volume e preço do comércio internacional português de mercadorias no período de Janeiro a Junho de 2017, face ao período homólogo do ano anterior.
Os índices de preço, do tipo Paasche, utilizados depois como deflatores dos índices de valor para o cálculo dos correspondentes índices de volume, foram calculados a partir de dados de base elementares divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) para o primeiro semestre de 2017, em primeira versão preliminar, sendo preliminar também a versão dos correspondentes dados de 2016.
Na comparação entre os dois anos, foram tomadas em consideração as numerosas alterações pautais da Nomenclatura Combinada verificadas entre 2016 e 2017, envolvendo 405 agregados de produtos a 8 dígitos, num total de 1434 posições pautais para o conjunto dos dois anos.
Para o cálculo dos índices de preço as posições pautais a oito dígitos da Nomenclatura Combinada (NC-8), relativas às importações e exportações com movimento no período em análise, foram agregadas em 11 grupos de produtos e 38 subgrupos (ver Anexo).

2 – Nota metodológica
O método utilizado no cálculo dos índices de preço de Paasche deste trabalho assenta na selecção de uma amostra representativa do comportamento dos preços de cada subgrupo de produtos, que integram produtos com relativa homogeneidade, posteriormente ponderados para o cálculo do índice dos respectivos grupos, por sua vez ponderados para o cálculo do índice do total.
Os índices de preço de cada subgrupo são obtidos a partir de uma primeira amostra automática construída com base nos produtos com movimento nos dois períodos em análise, dentro de um intervalo definido por métodos estatísticos.
Segue-se uma análise crítica, que pode incluir, entre outros, o recurso à evolução do preço das matérias-primas que entram na manufactura de um dado produto, como indicador de consistência de um determinado índice que, apesar de um comportamento aparentemente anormal, pode ser incluído na amostra.
Mais frequentemente procede-se à desagregação por mercados de origem ou de destino de posições pautais com peso relevante que se encontram fora do intervalo, incluindo-se na amostra do subgrupo aqueles que apresentam um comportamento coerente na proximidade do intervalo encontrado. 
Também produtos dominantes incluídos no intervalo e decisivos para o índice do subgrupo podem ser desagregados e considerados por mercados se, através de uma análise crítica, forem encontrados desvios sensíveis entre eles.

3 – Balança Comercial
De acordo com os dados preliminares utilizados, o défice da balança comercial de mercadorias no primeiro semestre de 2017 aumentou +26,3% face ao ano anterior, com o grau de cobertura das importações pelas exportações a descer de 83,1%, em 2016, para 81,4%, em 2017.


As importações (somatório das chegadas de mercadorias provenientes do espaço comunitário com as importações originárias dos países terceiros), com um acréscimo em valor de +14,5%, terão registado um aumento em volume de +9,3% e um acréscimo em preço de +4,7%.
Por sua vez, o acréscimo em valor de +12,1% das exportações terá resultado de um incremento em volume de +9,2%, com o preço a crescer +2,7%.
Na presente conjuntura, dada a evolução do preço do petróleo, torna-se conveniente atentarmos na evolução do nosso comércio internacional quando excluído dos produtos do grupo “Energéticos”


De acordo com os dados disponíveis, as importações, com exclusão dos produtos energéticos, terão registado acréscimos em valor, volume e preço respectivamente de +11,4%, +9,2% e +2,0%.
Por sua vez, as exportações terão averbado um aumento em valor de +10,0%, em resultado de num incremento em volume também de +9,2% e de um aumento do preço de +0,7%.
O défice da balança comercial cresceu +20,2%, com o grau de cobertura das importações pelas exportações a descer de 86,2% para 85,1%.
A evolução em volume das exportações constitui uma medida da capacidade produtiva da indústria, tendo-se verificado no período em análise uma taxa de crescimento de +9,2%, incluindo-se ou não os produtos “Energéticos”. 


Nos primeiros seis meses de 2017, o saldo da balança comercial foi positivo em quatro dos onze grupos de produtos considerados, que representaram 30,8% das exportações e 17,6% das importações totais, designadamente: “Madeira, cortiça e papel”, “Têxteis e vestuário”, “Calçado, peles e couros” e “Produtos acabados diversos”.


4 – Importações

No primeiro semestre de 2017, os grupos de produtos com maior peso nas importações de mercadorias foram: “Máquinas, aparelhos e partes” (16,6% do total), “Químicos” (16,5%), “Agro-alimentares” (15,1%), “Material de transporte terrestre e partes” (12,7%) e “Energéticos” (11,3%).
De acordo com os cálculos efectuados, todos os grupos de produtos registaram taxas de crescimento em valor positivas, com destaque para o grupo “Energéticos” (+46,7%).


Por sua vez, à excepção do grupo “Calçado, peles e couros” (-0,7%), em todos os restantes grupos se verificaram taxas de crescimento em volume positivas, com destaque para as “Máquinas, aparelhos e partes” (+19,5%).
Na óptica da evolução em preço, exceptuando os grupos “Máquinas, aparelhos e partes” (-1,4%), “Têxteis e vestuário” (‑0,9%) e “Madeira, cortiça e papel” (‑0,7%), todos os restantes acusaram aumentos, sobressaindo o grupo “Energéticos” (+32,7%), seguido do grupo “Minérios e metais” (+12,1%).
No quadro seguinte encontram-se relacionados, por grupos e subgrupos de produtos, os respectivos valores, estrutura e indicadores de valor, volume e preço.




5 – Exportações

No primeiro semestre de 2017, os grupos de produtos com peso a dois dígitos nas exportações de mercadorias foram: “Máquinas, aparelhos e partes” (15,4% do total), “Químicos” (13,0%), “Agro-alimentares” (12,3%) e “Material de transporte terrestre e partes” (10,9%).
Em todos os grupos de produtos se registaram crescimentos em valor, com destaque para o grupo “Energéticos” (+49,1%), seguido dos grupos “Minérios e metais” (+15,3%), “Agro-alimentares” (+14,8%), “Máquinas, aparelhos e partes” (+13,0%), "Químicos" (+10,6%) e “Produtos acabados diversos” (+10,2%). Também em volume ocorreram aumentos em todos os grupos de produtos, com taxas de crescimento a dois dígitos nos grupos “Máquinas, aparelhos e partes” (+15,7%), “Agro-alimentares” (+12,5%), “Químicos” (+12,4%) e “Produtos acabados diversos” (+11,6%).
Verificaram-se decréscimos em preço nos grupos “Máquinas, aparelhos e partes” (‑2,3%), “Químicos” (-1,6%) “Produtos acabados diversos (-1,3%) e “Calçado, peles e couros” (-0,3%). Os maiores acréscimos ocorreram nos grupos “Energéticos” (+36,8%) e “Minérios e metais” (+8,5%).



No quadro seguinte encontram-se relacionados, por grupos e subgrupos de produtos, os respectivos valores, estrutura e indicadores de valor, volume e preço.



6 – Representatividade da amostra

A representatividade da amostra global de cada uma das vertentes comerciais, que serviu de base ao cálculo dos índices de preço de Paasche no 1º semestre de 2016 e 2017, foi de 89,3% e 88,2% nas importações e de 92,6% e 91,1% nas exportações.



Na figura seguinte encontra-se definido o conteúdo dos grupos e subgrupos de produtos aqui considerados, com base na Nomenclatura Combinada em uso na União Europeia.


24 de Agosto de 2017







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