terça-feira, 20 de julho de 2021

Série Mensal - Janeiro a Maio de 2021 - Comércio Internacional

 

Comércio Internacional de mercadorias
- Série mensal -
Janeiro a Maio de 2021

( disponível para download  >> aqui)

1 - Balança comercial

De acordo com dados preliminares divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) para o período de Janeiro a Maio de 2021 e também ainda preliminares para 2020, com última actualização em 9 de Julho de 2021, as exportações de mercadorias aumentaram em valor, em termos homólogos, +24,7% (+5151 milhões de Euros), a par de uma subida nas importações de +14,1% (+3878 milhões). 

A partir do mês de Janeiro de 2021, nas estatísticas de base do INE foram acrescentados dois novos códigos de países, “XI-Reino Unido (Irlanda do Norte)” e “XU-Reino Unido (não incluindo a Irlanda do Norte)”, apresentando-se a zeros a posição pautal com o código “GB-Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte”. Nos quadros destas séries mensais do Comércio Internacional manteremos, para já, este código GB, correspondente ao somatório dos valores dos dois novos códigos.

As exportações para o espaço comunitário (expedições), cujo total corresponde aqui aos actuais 27 membros (Reino Unido incluindo a Irlanda do Norte, excluído), registaram em 2021 um acréscimo de +25,7% (+3811 milhões de Euros), tendo as exportações para os países terceiros aumentado +22,1% (+1341 milhões). Por sua vez, as importações com origem na UE (chegadas) aumentaram +18,2% (+3627 milhões de Euros), com as originárias dos países terceiros a crescerem +3,3% (+251 milhões). 

O défice comercial externo (Fob-Cif) decresceu -19,0% ao situar-se em -5423 milhões de Euros (inferior em 1274 milhões ao do ano anterior), a que corresponderam reduções de 184 milhões no comércio intracomunitário e de 1090 milhões no extracomunitário. Em termos globais, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações subiu de 75,7%, em 2020, para 82,8%, em 2021.

A variação do preço de importação do petróleo repercute-se no valor das exportações de produtos energéticos, com reflexo na Balança Comercial. Nos primeiros cinco meses de 2021 o valor médio de importação do petróleo bruto subiu, face ao período homólogo de 2020, de 318 para 375 Euros/Ton.


Para além da variação da cotação internacional do barril de petróleo, medida em dólares, a variação da cotação do dólar face ao Euro é também um dos factores determinantes da evolução do seu preço em Euros (o gráfico já inclui a cotação de Junho).

Se excluirmos do total das importações e das exportações o conjunto dos produtos “Energéticos” (Capº 27 da NC), que pesou 9,7% no total das importações no período de  Janeiro-Maio de 2021 e 5,8% do lado das exportações, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações sobe de 82,8%, no comércio global, para 86,3%.

2 – Evolução mensal

3 – Mercados de destino e de origem

3.1 - Exportações

No período em análise, as exportações para a UE (expedições), que representaram 71,5% do total (70,9% em 2020), cresceram +25,7%, contribuindo com +18,2 pontos percentuais (p.p.) para uma taxa de ‘crescimento’ global de +24,7%. As exportações para o espaço extracomunitário (28,5% do total em Janeiro-Maio de 2021 e 29,1% em 2020), cresceram +22,1%, contribuindo com +6,4 p.p. para a taxa de ‘crescimento’ global.

Os principais destinos das exportações nos primeiros cinco meses de 2021 foram a Espanha (26,1%), a França (13,6%), a Alemanha (11,0%), os EUA e o Reino Unido incl. Irlanda NT (5,2% cada), a Itália (4,7%), os Países Baixos (4,0%), a Bélgica (2,5%), Marrocos (1,7%), a Polónia (1,4%), Angola (1,3%), China, Brasil e Suécia (1,1% cada), destinos que representaram 80,1% do total das exportações.

Angola, o terceiro principal mercado entre os países terceiros, depois do Reino Unido e dos EUA, registou no período em análise uma quebra nas exportações de –8,0% (‑29,5 milhões de Euros), envolvendo 6 dos 11 grupos de produtos, sendo as excepções os grupos “Máquinas, aparelhos e partes” (+5,7 milhões), “Material de transporte terrestre“ (+2,3 milhões), “Aeronaves, embarcações e partes” (+1,8 milhões), “Têxteis e vestuário” (+1,2 milhões) e “Minérios e metais” (+257 mil Euros).

A principal descida nas exportações portuguesas para Angola incidiu no grupo de produtos “Agro-alimentares” (-32,7 milhões de Euros).

Entre os principais destinos, os maiores contributos positivos para o ‘crescimento’ das exportações neste período (+18,2%) pertenceram a Espanha (+7,9 p.p.), à França (+3,7 p.p.), à Alemanha (+1,9 p.p.), à Itália e aos EUA (+1,3 p.p. cada), a Marrocos (+1,1 p.p.) e as Países Baixos (+1,0%). Os maiores contributos negativos couberam às Provisões de Bordo para países comunitários (-0,6 p.p.) e também para países terceiros (-0,4 p.p), a Angola e à Irlanda (-0,1 p.p.cada).

Os maiores acréscimos nas expedições para o espaço comunitário incidiram na Espanha, França, Alemanha, Itália, Países Baixos e Bélgica. Os maiores decréscimos couberam às Provisões de Bordo.


No conjunto dos Países Terceiros, entre os maiores acréscimos nas exportações destacaram-se os dos EUA, de Marrocos, do Reino Unido, de Gibraltar, da China, do Japão e da Austrália. Entre os maiores decréscimos evidenciaram-se os de Provisões de Bordo, de Taiwan e de Angola.  

3.2 - Importações

No período de Janeiro a Maio de 2021, as chegadas de mercadorias com origem na UE, que representaram 74,7% do total (72,1% em 2020), registaram um acréscimo de +18,2% e contribuíram com +13,2 p.p. para uma taxa de variação homóloga global de +14,1%.

As importações com origem no espaço extracomunitário registaram um acréscimo de +3,3%, representando 25,3% do total em 2021 (27,9% em 2020), com um contributo para o ‘crescimento’ global de +0,9 p.p..

Os principais mercados de origem das importações em 2021 foram a Espanha (32,2% do Total) e a Alemanha (13,6%). Seguiram-se a França (7,1%) os Países Baixos (5,5%), a Itália (5,1%), a China (4,4%), a Bélgica (2,9%), o Brasil (2,8%), a Polónia e os EUA (2,1% cada) e a Nigéria (1,9%). Estes países representaram, no seu conjunto, 79,8% das importações totais.

Entre os contributos positivos para a taxa de variação homóloga das importações no período de Janeiro a Maio de 2021 (+14,1%) destacaram-se os da Espanha, (+6,0 p.p.) e da Alemanha (+2,6 p.p.), seguidos da Polónia e Países Baixos (+0,9 p.p. cada), da Itália e da França (+0,8 p.p. cada) e da Federação Russa (+0,7 p.p.).

Os principais contributos negativos incidiram no Reino Unido (-1,5 p.p.), em Angola (‑0,9 p.p.), na Guiné Equatorial (-0,4 p.p.), na Argélia (-0,3 p.p.) e na Suécia (-0,1 p.p.).

Nas duas figuras seguintes relacionam-se os maiores acréscimos e decréscimos das importações com origem intracomunitária (chegadas) e nos países terceiros entre 2020 e 2021.



4 – Saldos da Balança Comercial        

No período acumulado de Janeiro a Maio de 2021, os maiores saldos positivos da balança comercial (Fob-Cif) couberam à França (+1303 milhões de Euros) e ao Reino Unido (+994 milhões). Seguiram-se os EUA (+715 milhões), Marrocos (+353 milhões) e Angola (+276 milhões). O maior défice, a grande distância dos restantes, pertenceu a Espanha (-3348 milhões de Euros), seguida da Alemanha (-1400 milhões), da China (‑1092 milhões), dos Países Baixos (‑699 milhões) e do Brasil (-605 milhões).

5 – Evolução por grupos de produtos

5.1 – Exportações

Os capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2 Ξ SH-2), foram aqui agregados em 11 grupos de produtos (ver ANEXO).

Os grupos com maior peso nas exportações, no período em análise, representando 83,4% do total, foram “Máquinas, aparelhos e partes” (14,7% do Total e +29,3% de TVH), “Material de transporte terrestre e partes” (14,3% e +41,4%), “Químicos” (13,5% e +26,7%), “Agro-alimentares” (12,4% e +8,9%), “Minérios e metais” (10,3% e +35,6%), “Produtos acabados diversos” (9,7% e +29,7%) e “Têxteis e vestuário” (8,5% e +18,1%).

Verificaram-se acréscimos, face ao período homólogo do ano anterior, em todos os grupos de produtos.

5.2 – Importações

Os grupos de produtos com maior peso nas importações, representando 83,3% do Total, foram “Químicos” (19,4% e +17,6% de TVH), “Máquinas, aparelhos e partes” (19,2% e +24,3%), “Agro-alimentares” (14,7% e +5,6%), “Material de transporte terrestre e partes” (10,8% e +15,1%), “Energéticos” (9,7% e +5,7%) “Minérios e metais” (9,5% e +29,5%). 

Os maiores acréscimos ocorreram nos grupos “Máquinas, aparelhos e partes” (+1183 milhões de Euros), “Químicos” (+912 milhões), “Minérios e metais” (+680 milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (+445 milhões) e “Produtos acabados diversos” (+326 milhões).

Por sua vez os decréscimos couberam aos grupos “Aeronaves, embarcações e partes” (‑101 milhões), “Têxteis e vestuário” (-22 milhões) e “Calçado peles e couros” (‑10 milhões).

6 – Mercados por grupos de produtos

6.1 – Exportações

Entre os mercados de destino, a Espanha ocupou em 2021 a primeira posição em 8 dos 11 grupos de produtos com 26,1% do total, ocorrendo as excepções nos grupos “Calçado, peles e couros” (4ª posição, depois da Alemanha, França e Países Baixos), “Máquinas, aparelhos e partes” (2ª posição, depois da Alemanha) e “Aeronaves, embarcações e partes” (5ª posição, precedida da França, do Reino Unido, do Brasil e da Roménia.

Seguiram-se no “ranking” a França (13,6%), a Alemanha (11,0%), os EUA e o Reino Unido (5,2% cada), a Itália (4,7%), os Países Baixos (4,0%), a Bélgica (2,5%), Marrocos (1,7%) e a Polónia (1,4%). Estes dez países representaram 75,5% das exportações totais.

6.2 – Importações

Na vertente das importações, a Espanha ocupou o primeiro lugar em nove dos onze grupos de produtos, com 32,2% do total, sendo as excepções os grupos “Energéticos” (3ª posição, precedida do Brasil e da Nigéria) e “Aeronaves, embarcações e partes” (4º lugar, depois da França, Alemanha e EUA).

Seguiram-se, no “ranking”, a Alemanha (13,6%), a França (7,1%), os Países Baixos (5,5%), a Itália (5,1%), a China (4,4%), a Bélgica (2,9%), o Brasil (2,8%), a Polónia e os EUA (2,1% cada). Estes dez países cobriram 77,9% das importações totais.

Alcochete, 20 de Julho de 2021.

ANEXO


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