terça-feira, 12 de dezembro de 2023

Comércio Internacional de mercadorias - Série mensal - Janeiro-Outubro 2023

 

Comércio Internacional 
de mercadorias
- Série mensal -
(Janeiro-Outubro 2023)

( disponível para download  >> aqui )

1 - Balança comercial

De acordo com dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) para o período de Janeiro a Outubro de 2022, em versão definitiva, e de 2023, em versão preliminar, com última actualização em 11 de Dezembro, as exportações de mercadorias em 2023 decresceram, em termos homólogos, -1,0% (-642 milhões de Euros), a par de um decréscimo das importações de -3,6% (-3295 milhões).

A partir de Janeiro de 2021, nas estatísticas de base do INE foram acrescentados, na sequência do “Brexit”, dois códigos de países, “XI-Reino Unido (Irlanda do Norte)” e “XU-Reino Unido (não incluindo a Irlanda do Norte)”, apresentando-se a zeros a posição pautal com o código “GB-Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte”. Nos quadros desta série mensal manteremos, para já, este código GB, correspondente ao somatório dos valores correspondentes os dois novos códigos.

As exportações para o espaço comunitário (expedições), cujo total corresponde aqui aos actuais 27 membros, registaram no período em análise um decréscimo de -1,0% (-450 milhões de Euros), tendo as exportações para os Países Terceiros decrescido também ‑1,0% (-191 milhões). Por sua vez, as importações com origem na UE (chegadas) aumentaram +3,7% (+2299 milhões) e as originárias dos Países Terceiros decresceram -19,8% (-5593 milhões de Euros). 

O défice comercial externo (Fob-Cif), -10,3% face a 2022, situou-se em -23011 milhões de Euros (inferior em 2653 milhões ao do ano anterior), a que correspondeu um agravamento de 2749 milhões no comércio intracomunitário e uma redução de 5402 milhões no extracomunitário. Em termos globais, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações subiu de 71,8%, em 2022, para 73,8%, em 2023.

A variação do preço de importação do petróleo repercute-se no valor das exportações de produtos energéticos, com reflexo na Balança Comercial. No período de Janeiro a Outubro de 2023 o valor médio de importação do petróleo bruto desceu de 746 Euros/Ton, no mesmo período de 2022, para 581 Euros/Ton. 

Para além da variação da cotação internacional do barril de petróleo, medida em dólares, a variação da cotação do dólar face ao Euro é também um dos factores determinantes da evolução do seu preço em Euros (o gráfico inclui já a cotação média do mês de Novembro).

Se excluirmos do total das importações e das exportações o conjunto dos produtos “Energéticos” (Capº 27 da NC), que pesou 11,9% no total das importações em 2023 e 6,6% nas exportações, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações sobe em 2023 de 73,8%, no comércio global, para 78,2%.

2 – Evolução mensal

3 – Mercados de destino e de origem

3.1 - Exportações

No período em análise de 2023 as exportações para a UE (expedições), que representaram 70,5% do Total, decresceram -1,0%, contribuindo com -0,7 pontos percentuais (p.p.) para uma taxa de ‘crescimento’ global de -1,0%. As exportações para o espaço extracomunitário (29,5% do Total), decresceram também -1.0%, com um contributo de -0,3 p.p. para a taxa de ‘crescimento’ global.

Os dez principais destinos das exportações foram a Espanha (25,8%), a França (13,2%), a Alemanha (10,9%), os EUA (6,5%), o Reino Unido incl. Irlanda NT (4,7%), a Itália (4,1%), os Países Baixos (3,6%), a Bélgica (2,5%), Angola (1,7%) e as Provisões de Bordo (1,5%), que representaram 74,5% do total.

Angola, o terceiro principal mercado entre os países terceiros no ano de 2022, depois dos EUA e do Reino Unido, registou no período em análise um decréscimo de -6,4% nas nossas exportações (-74,4 milhões de Euros).

Ocorreram decréscimos nos grupos de produtos “Agro-alimentares” (-54,6 milhões de Euros), Químicos (-28,0 milhões), “Madeira, cortiça e papel” (-19,1 milhões), “Produtos acabados diversos” (-9,7 milhões), “Têxteis e vestuário” (-3,9 milhões) e “Calçado, peles e couros” (-2,8 milhões).

Os acréscimos incidiram nos grupos de produtos “Máquinas, aparelhos e partes” (+29,1 milhões de Euros), “Material de transporte terrestre e partes” (+9,0 milhões), “Aeronaves, embarcações e partes” (+2,7 milhões), “Minérios e metais” (+1,7 milhões) e “Energéticos” (+1,1 milhões de Euros).

Entre os principais destinos, os maiores contributos positivos para o ‘crescimento’ das exportações neste período (-1,0%) pertenceram à França (+0,7 p.p.), a Marrocos (+0,4 p.p.), à China (+0,2 p.p.), à Roménia, Bélgica, Brasil, Suécia, Polónia, Provisões de Bordo e Eslováquia (+0,1 p.p. cada).

Os maiores contributos negativos couberam a Espanha (-0,7 p.p.), aos Países Baixos (-0,5 p.p.), à Itália (-0,3 p.p.), e aos EUA, Gibraltar e Prov. Bordo para Terceiros (-0,2 p.p. cada). 

Os maiores acréscimos nas expedições para o espaço comunitário incidiram em França, seguidos dos da Roménia, Bélgica, Suécia, Polónia, Provisões de Bordo, Eslováquia e República Checa. Os maiores decréscimos ocorreram com a Espanha, Países Baixos, Itália, Finlândia, Dinamarca, Irlanda e Lituânia e Alemanha.

No conjunto dos Países Terceiros, entre os maiores acréscimos nas exportações destacaram-se Marrocos, a Argélia, o Japão, a China, os Emiratos Árabes Unidos, o Brasil e a Austrália.

Entre os maiores decréscimos evidenciaram-se os dos EUA, de Gibraltar, das Provisões de Bordo, do Reino Unido, da Argentina, do Panamá, de Israel, de Angola e da Noruega.

3.2 - Importações

No período de Janeiro a Outubro de 2023 as chegadas de mercadorias com origem na UE, que representaram 74,1% do total, registaram um acréscimo de +3,7% e contribuíram com +2,5 p.p. para uma taxa de variação homóloga global de -3,6%.

As importações com origem no espaço extracomunitário registaram no mesmo período um decréscimo de -19,8% representando 25,9% do total, com um contributo para o ‘crescimento’ global de -6,1 p.p..

Os principais mercados de origem das importações em 2023 foram a Espanha (33,6% do Total), seguida da Alemanha (11,6%), da França (6,8%), dos Países Baixos (5,3%), da China (5,0%), da Itália (4,9%), do Brasil (3,8%), da Bélgica (3,1%), dos EUA (2,2%) e da Polónia (1,9%).

Estes países representaram, no seu conjunto, 78,2% do total das importações.

Entre os contributos positivos para a taxa de variação homóloga das importações no período em análise (-3,9%), destacaram-se os da Irlanda (+0,9 p.p.), da Espanha, (+0,6 p.p.), da França (+0,5 p.p.), da Alemanha (+0,4 p.p.), da Polónia (+0,2 p.p.), seguidos da Suíça, Países Baixos e Ucrânia (+0,1 p.p. cada).

Os principais contributos negativos incidiram nos EUA (-1,0 p.p.), Brasil (-0,7 p.p.), Nigéria (-0,5 p.p.), Azerbaijão (-0,4 p.p.), e Federação Russa, Turquia e China (-0,3 p.p. cada).

Nas duas figuras seguintes relacionam-se os maiores acréscimos e decréscimos do valor das importações com origem intracomunitária (chegadas) e nos Países Terceiros, entre o período de Janeiro a Outubro de 2023 e de 2022.


4 – Saldos da Balança Comercial        

No período de Janeiro a Outubro de 2023, os maiores saldos positivos da balança comercial (Fob-Cif) couberam à França (+2622 milhões de Euros), aos EUA (+2289 milhões), ao Reino Unido (+2086 milhões), a Angola (+903 milhões) e a Marrocos (+459 milhões).

O maior défice, a grande distância dos restantes, pertenceu a Espanha (-12800 milhões de Euros), seguida da China (-3751 milhões), da Alemanha (‑3104 milhões), do Brasil (-2504 milhões) e dos Países Baixos (-2354 milhões).

5 – Evolução por grupos de produtos

5.1 – Exportações

Os capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2 Ξ SH-2), foram aqui agregados em 11 grupos de produtos (ver ANEXO).

No período de Janeiro-Outubro de 2023, os grupos que detiveram maior peso na estrutura foram “Máquinas, aparelhos e partes” (15,4% do Total e +857 milhões de Euros face ao ano anterior), “Químicos” (13,6% e -383 milhões), “Agro-alimentares” (13,6% e +470 milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (12,5% e +656 milhões) e “Minérios e metais” (10,2% e -345 milhões de Euros).

Seguiram-se os grupos “Produtos acabados diversos” (9,8% e +477 milhões), “Têxteis e vestuário” (7,7% e -258milhões), “Madeira cortiça e papel” (6,9% e -668 milhões), “Energéticos” (6,6% e -1335 milhões), “Calçado, peles e couros” (3,1% e -88 milhões) e “Aeronaves, embarcações e partes” (0,6% e -25 milhões de Euros).

5.2 – Importações

Em 2023 os grupos de produtos com maior peso foram “Máquinas, aparelhos e partes” (17,7% do Total e +404 milhões de Euros face ao ano anterior), “Químicos” (17,5% e -276 milhões), “Agro-alimentares” (15,5% e +862 milhões), “Energéticos” (11,9% e ‑5357 milhões) e “Material de transporte terrestre e partes” (11,8% e +2101 milhões de Euros).

Seguiram-se os grupos “Minérios e metais” (9,0% e -572 milhões de Euros),  “Produtos acabados diversos” (6,0% e +181 milhões), “Têxteis e vestuário” (5,0% e -274 milhões), Madeira, cortiça e papel” (3,0% e -282 milhões), “Calçado, peles e couros” (1,8% e -3 milhões) e “Aeronaves, embarcações e partes” (0,7% e -81 milhões de Euros).

6 – Mercados por grupos de produtos

6.1 – Exportações

Entre os mercados de destino, a Espanha ocupou no período em análise de 2023 a primeira posição em 7 dos 11 grupos de produtos com 25,8% do total, ocorrendo as excepções nos grupos “Energéticos” (3ª posição, depois das Provisões de Bordo Extra-UE e dos EUA), “Calçado, peles e couros” (4ª posição, depois da França, Alemanha e Países Baixos), “Máquinas, aparelhos e partes” (2ª posição, depois da Alemanha) e “Aeronaves, embarcações e partes” (3ª posição, precedida do Brasil e da França).

Seguiram-se no “ranking” a França (13,2%), a Alemanha (10,9%), os EUA (6,5%), o Reino Unido e Irl NT (4,7%), a Itália (4,1%), os Países Baixos (3,6%), a Bélgica (2,5%), Angola (1,7%) e Provisões de Bordo P.Terceiros (1,5%).

Estes dez destinos representaram 74,5% da exportação total.

6.2 – Importações

Na vertente das importações, a Espanha ocupou o primeiro lugar em dez dos onze grupos de produtos, com 33,6% do total.

A excepção foi o grupo ““Aeronaves, embarcações e partes” (4º lugar, depois da Alemanha, do Brasil e dos EUA).

Seguiram-se, no “ranking”, a Alemanha (11,6%), a França (6,8%), os Países Baixos (5,3%), a China (5,0%), a Itália (4,9%), o Brasil (3,8%), a Bélgica (3,1%), os EUA (2,2%) e a Polónia (1,9%).

Estes dez países cobriram 78,2% da importação total.

 

 7 – Valor dos grupos de produtos das exportações em 2023                       face a 2022, por meses homólogos não acumulados




Alcochete, 12 de Dezembro de 2023.

ANEXO



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