Comércio Internacional
De acordo com dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE)
para o período de Janeiro a Abril de 2025 e de 2024, em versões preliminares, com
última actualização em 9 de Junho de 2025, as exportações de mercadorias em 2025
cresceram, em termos homólogos, +4,0% (+1071 milhões de Euros), a par de um acréscimo
das importações de +5,7% (+1987 milhões).
As exportações para o espaço comunitário (expedições), cujo total
corresponde aqui aos actuais 27 membros, registaram no período em análise um acréscimo
de +6,6% (+1239 milhões de Euros), tendo as exportações para os Países Terceiros
decrescido -2,2% (-168 milhões). Por sua vez, as importações com origem na UE
(chegadas) aumentaram +7,6% (+1975 milhões) e as originárias dos Países
Terceiros cresceram apenas +0,1% (+11 milhões de Euros).
O défice
comercial externo (Fob-Cif), +10,9% face a 2024, situou-se em -9271 milhões de
Euros (superior em 915 milhões ao do ano anterior), a que correspondeu agravamentos
de 736 milhões no comércio intracomunitário e 179 milhões no extracomunitário.
Em termos globais, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas
exportações desceu de 76,0% em 2024, para 74,8% em 2025.
A
variação do preço de importação do petróleo repercute-se no valor das
exportações de produtos energéticos, com reflexo na Balança Comercial. No
período de Janeiro a Abril o valor médio de importação do petróleo bruto desceu de 590 Euros/Ton
em 2024, para 549 Euros/Ton em 2025.
Para além da variação da cotação
internacional do barril de petróleo, medida em dólares, a variação da cotação
do dólar face ao Euro é também um dos factores determinantes da evolução do seu
preço em Euros (O gráfico inclui já a cotação média do mês de Maio).
Se
excluirmos do total das importações e das exportações o conjunto dos produtos “Energéticos” (Capº 27 da NC), que pesou
9,4% no total das importações em 2025 e 5,9% nas exportações, o grau de
cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações sobe, em 2025, de 74,8% no
comércio global, para 77,7%.
2 – Evolução mensal
3 – Mercados de destino e de origem
3.1 - Exportações
Em 2025,
no período em análise, as exportações para a UE (expedições), que representaram
72,6% do Total, cresceram +6,6%, contribuindo com +4,7 pontos percentuais
(p.p.) para uma taxa de ‘crescimento’ global de +4,0%.
As
exportações para o espaço extracomunitário, 27,4% do Total, decresceram em
valor -2,2%, com um contributo negativo de -0,6 p.p. para o crescimento global.
Os dez principais
destinos das exportações foram a Espanha (25,6%), a Alemanha (15,2%), a França
(11,9%), os EUA (6,4%), a Itália e o Reino Unido incl. Irlanda NT (4,4% cada), os
Países Baixos (3,4%), a Bélgica (2,5%), a Polónia (1,5%) e as Provisões de
bordo para países terceiros (1,3%), destinos que representaram 76,5% do Total.
Angola, que no ano de 2024 ocupou a
5ª posição no conjunto dos Países Terceiros, depois dos EUA, do Reino Unido, de
Marrocos e do Brasil, registou no período em análise um acréscimo de +9,2% nas nossas
exportações com este destino (+27,9 milhões de Euros).
Ocorreram
acréscimos nos grupos de produtos “Minérios e metais” (+14,9
milhões de Euros), “Agro-alimentares” (+12,1 milhões), “Produtos
acabados diversos” (+9,8 milhões), Químicos (+3,6 milhões) e “Madeira,
cortiça e papel” (+3,5 milhões).
Entre os principais destinos, os maiores contributos positivos para o ‘crescimento’ das exportações neste período
(+4,0%) pertenceram à Alemanha (+4,3 p.p.), seguida a grande distância pela
Espanha (+1,0 p.p.), Países Baixos, Turquia, Canadá e Irlanda (+0,2 p.p. cada),
Dinamarca, Gibraltar, Angola e Suécia (+0,1 p.p. cada).
Os maiores
contributos negativos couberam à Finlândia (-0,5 p.p.), Brasil, Reino
Unido/Irl NT e Bélgica (-0,3 p.p.), França, Marrocos e Argélia (-0,2 p.p.
cada), Itália e Provisões de Bordo Intra-UE (-0,1 p.p. cada).
Os maiores acréscimos nas exportações
para o espaço comunitário (expedições)
incidiram na Alemanha, seguida a grande distância pela Espanha, Países Baixos, Irlanda,
Dinamarca, Suécia, Hungria e Eslováquia.
Os principais decréscimos couberam à Finlândia, Bélgica, França, Itália,
Grécia e Provisões de Bordo.
No conjunto dos Países Terceiros,
entre os maiores acréscimos nas exportações
destacaram-se a Turquia, Canadá, Panamá, Gibraltar, Ucrânia, Angola, Taiwan,
Arábia Saudita, Índia, Israel e Noruega.
Entre os decréscimos evidenciaram-se o Brasil, Reino Unido, Marrocos, Argélia, Austrália, Vietname, Moçambique, Ceuta, Japão, Egipto e Suíça.
3.2 – Importações
No
período de Janeiro a Abril de 2025 as chegadas de mercadorias com origem na UE,
que representaram 76,0% do total, registaram um acréscimo de +7,6% e
contribuíram com +5,7 p.p. para uma taxa de variação homóloga global de +5,7%.
As
importações com origem no espaço extracomunitário registaram no mesmo período um
acréscimo de +0,1% representando 24,0% do total, com um contributo para o ‘crescimento’
global praticamente nulo.
O
principal mercado de origem das importações foi a Espanha (32,0% do Total)
seguida da Alemanha (12,0%), da França (7,5%), dos Países Baixos (5,6%), da Itália
(5,2%), da China (4,8%), da Irlanda (3,5%), da Bélgica (3,3%), do Brasil (2,8%)
e dos EUA (2,2%).
Estes países representaram, no seu conjunto, 78,8% do total das importações.
Entre os contributos positivos para a taxa
de variação homóloga das importações (+5,7%),
destacaram-se a Irlanda (+2,0 p.p.) e a Espanha (+1,3 p.p.), seguidas da Alemanha
e da França (+0.8 p.p. cada), dos Países Baixos (+0,7 p.p.), da China (+0,5 p.p.), dos EUA, Bélgica e Itália (+0,3
p.p. cada)
Os principais contributos negativos incidiram
no Brasil (-0,5 p.p.), Arábia Saudita e Noruega (-0,4 p.p. cada), Áustria e Nigéria
(-0,3 p.p. cada), Índia e Japão (-0,2 p.p. cada) e Azerbaijão (-0,1 p.p.).
Nas duas figuras seguintes
relacionam-se os maiores acréscimos e decréscimos do valor das importações com origem
Intracomunitária (chegadas) e nos Países Terceiros, entre o período em análise
de 2025 e de 2024.
4 – Saldos da Balança Comercial
Em 2025, os maiores saldos positivos da balança comercial (Fob-Cif)
couberam aos EUA (+953 milhões de Euros), ao Reino Unido (+774 milhões), à
França (+530 milhões), a Angola (+249 milhões) e a Gibraltar (+228 milhôes).
O maior défice, a grande distância dos restantes, pertenceu a
Espanha (-4724 milhões de Euros), seguida da China (-1576 milhões), dos Países
Baixos (-1122 milhões), da Irlanda (-1105 milhões) e do Brasil (-707 milhões).
5 – Evolução por grupos de produtos
5.1 – Exportações
Os
capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2
Ξ SH-2), foram aqui agregados em 11 grupos de produtos (ver ANEXO).
Em 2025, os grupos que detiveram maior peso na
estrutura foram “Químicos” (18,0% do Total e +1396 milhões
de Euros face ao ano anterior), “Máquinas, aparelhos e partes” (15,0% e
+239 milhões), “Agro-alimentares” (13,5%
e -31 milhões), “Material de transporte terrestre e partes”
(11,8% e -243 milhões), “Minérios e metais” (9,5% e +7 milhões) e “Produtos acabados diversos” (8,9%
e -71 milhões).
Seguiram-se
os grupos “Têxteis e vestuário” (7,1% e +18 milhões), “Madeira
cortiça e papel” (6,5% e -30 milhões), “Energéticos”
(5,9% e -296 milhões), “Calçado, peles e
couros” (2,7% e +25 milhões) e “Aeronaves, embarcações e partes” (0,9%
e +58 milhões de Euros).
5.2 – Importações
Em 2025 os
grupos de produtos com maior peso foram “Químicos”
(19,5% do Total e +1097 milhões
de Euros face ao ano anterior), “Máquinas,
aparelhos e partes” (17,8% e +200 milhões), “Agro-alimentares” (15,3% e +319 milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (13,1% e +298 milhões),
“Energéticos” (9,4% e -136 milhões) e “Minérios e metais” (8,8% e
+74 milhões).
Seguiram-se
os grupos “Produtos acabados diversos” (6,2% e +189 milhões), “Têxteis
e vestuário” (4,8% e +110 milhões),
Madeira, cortiça e papel” (2,8% e +1 milhão), “Calçado, peles e couros” (1,8% e +49 milhões) e “Aeronaves,
embarcações e partes” (0,4% e -214 milhões
de Euros).
6 – Mercados por grupos de produtos
6.1 – Exportações
Entre os
mercados de destino, a Espanha ocupou em 2025 a primeira posição em 7 dos 11
grupos de produtos com 25,6% do total, ocorrendo as excepções nos grupos “Químicos”
(2ª posição depois da Alemanha), “Calçado,
peles e couros” (3ª posição, depois da França e da Alemanha), “Máquinas, aparelhos e partes” (2ª
posição, depois da Alemanha) e “Aeronaves,
embarcações e partes” (4ª posição, precedida do Brasil, Ucrânia e França).
Seguiram-se
no “ranking” a Alemanha (15,2%), a
França (11,9%), os EUA (6,4%), a Itália (4,4%), o Reino Unido e Irl NT (4,4%), os
Países Baixos (3,4%), a Bélgica (2,5%), a Polónia (1,5%) e as Provisões de
Bordo para países terceiros (1,3%).
Estes dez
destinos representaram 76,5% da exportação total.
6.2 – Importações
Na
vertente das importações, a Espanha ocupou o primeiro lugar em nove dos onze
grupos de produtos, com 32,0% do total.
As excepções
foram os grupos “Energéticos” (2ª posição depois do Brasil) e “Aeronaves, embarcações e partes” (2º
lugar, depois dos EUA).
Seguiram-se,
no “ranking”, a Alemanha (12,0%), a
França (7,5%), os Países Baixos (5,6%), a Itália (5,2%), a China (4,8%), a
Irlanda (3,5%), a Bélgica (3,3%), o Brasil (2,8%) e os EUA (2,2%).
Estes dez países cobriram 78,8% da importação total.
7 – Valor dos grupos de produtos das exportações em 2025 face a 2024, por meses homólogos não acumulados
Sem comentários:
Enviar um comentário