quinta-feira, 12 de junho de 2025

 

Comércio Internacional

de mercadorias
- Série mensal -
(Janeiro a Abril de 2025)

                                           (disponível para download  >> aqui )

 1 - Balança comercial

De acordo com dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) para o período de Janeiro a Abril de 2025 e de 2024, em versões preliminares, com última actualização em 9 de Junho de 2025, as exportações de mercadorias em 2025 cresceram, em termos homólogos, +4,0% (+1071 milhões de Euros), a par de um acréscimo das importações de +5,7% (+1987 milhões). 


A partir de Janeiro de 2021, nas estatísticas de base do INE foram acrescentados, na sequência do “Brexit”, dois códigos de países, “XI-Reino Unido (Irlanda do Norte)” e “XU-Reino Unido (não incluindo a Irlanda do Norte)”, apresentando-se a zeros a posição pautal com o código “GB-Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte”. Nos quadros desta série mensal manteremos, para já, este código “GB”, correspondente ao somatório dos valores dos dois novos códigos.

As exportações para o espaço comunitário (expedições), cujo total corresponde aqui aos actuais 27 membros, registaram no período em análise um acréscimo de +6,6% (+1239 milhões de Euros), tendo as exportações para os Países Terceiros decrescido -2,2% (-168 milhões). Por sua vez, as importações com origem na UE (chegadas) aumentaram +7,6% (+1975 milhões) e as originárias dos Países Terceiros cresceram apenas +0,1% (+11 milhões de Euros). 

O défice comercial externo (Fob-Cif), +10,9% face a 2024, situou-se em -9271 milhões de Euros (superior em 915 milhões ao do ano anterior), a que correspondeu agravamentos de 736 milhões no comércio intracomunitário e 179 milhões no extracomunitário. Em termos globais, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações desceu de 76,0% em 2024, para 74,8% em 2025.

A variação do preço de importação do petróleo repercute-se no valor das exportações de produtos energéticos, com reflexo na Balança Comercial. No período de Janeiro a Abril o valor médio de importação do petróleo bruto desceu de 590 Euros/Ton em 2024, para 549 Euros/Ton em 2025. 

Para além da variação da cotação internacional do barril de petróleo, medida em dólares, a variação da cotação do dólar face ao Euro é também um dos factores determinantes da evolução do seu preço em Euros (O gráfico inclui já a cotação média do mês de Maio).

Se excluirmos do total das importações e das exportações o conjunto dos produtos “Energéticos” (Capº 27 da NC), que pesou 9,4% no total das importações em 2025 e 5,9% nas exportações, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações sobe, em 2025, de 74,8% no comércio global, para 77,7%.

2 – Evolução mensal


3 – Mercados de destino e de origem

3.1 - Exportações

Em 2025, no período em análise, as exportações para a UE (expedições), que representaram 72,6% do Total, cresceram +6,6%, contribuindo com +4,7 pontos percentuais (p.p.) para uma taxa de ‘crescimento’ global de +4,0%.

As exportações para o espaço extracomunitário, 27,4% do Total, decresceram em valor -2,2%, com um contributo negativo de -0,6 p.p. para o crescimento global.

Os dez principais destinos das exportações foram a Espanha (25,6%), a Alemanha (15,2%), a França (11,9%), os EUA (6,4%), a Itália e o Reino Unido incl. Irlanda NT (4,4% cada), os Países Baixos (3,4%), a Bélgica (2,5%), a Polónia (1,5%) e as Provisões de bordo para países terceiros (1,3%), destinos que representaram 76,5% do Total.

Angola, que no ano de 2024 ocupou a 5ª posição no conjunto dos Países Terceiros, depois dos EUA, do Reino Unido, de Marrocos e do Brasil, registou no período em análise um acréscimo de +9,2% nas nossas exportações com este destino (+27,9 milhões de Euros).

Ocorreram acréscimos nos grupos de produtos “Minérios e metais” (+14,9 milhões de Euros), “Agro-alimentares” (+12,1 milhões), “Produtos acabados diversos” (+9,8 milhões), Químicos (+3,6 milhões) e “Madeira, cortiça e papel” (+3,5 milhões).

Os decréscimos incidiram em “Aeronaves, embarcações e partes” (-4,6 milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (-3,8 milhões). “Máquinas, aparelhos e partes” (-3,3 mil Euros), “Têxteis e vestuário” (-2,5 milhões), “Energéticos” (-1,6 milhões de Euros) e “Calçado, peles e couros” (-194 mil Euros).

Entre os principais destinos, os maiores contributos positivos para o ‘crescimento’ das exportações neste período (+4,0%) pertenceram à Alemanha (+4,3 p.p.), seguida a grande distância pela Espanha (+1,0 p.p.), Países Baixos, Turquia, Canadá e Irlanda (+0,2 p.p. cada), Dinamarca, Gibraltar, Angola e Suécia (+0,1 p.p. cada).

Os maiores contributos negativos couberam à Finlândia (-0,5 p.p.), Brasil, Reino Unido/Irl NT e Bélgica (-0,3 p.p.), França, Marrocos e Argélia (-0,2 p.p. cada), Itália e Provisões de Bordo Intra-UE (-0,1 p.p. cada).

Os maiores acréscimos nas exportações para o espaço comunitário (expedições) incidiram na Alemanha, seguida a grande distância pela Espanha, Países Baixos, Irlanda, Dinamarca, Suécia, Hungria e Eslováquia.

Os principais decréscimos couberam à Finlândia, Bélgica, França, Itália, Grécia e Provisões de Bordo.



No conjunto dos Países Terceiros, entre os maiores acréscimos nas exportações destacaram-se a Turquia, Canadá, Panamá, Gibraltar, Ucrânia, Angola, Taiwan, Arábia Saudita, Índia, Israel e Noruega.

Entre os decréscimos evidenciaram-se o Brasil, Reino Unido, Marrocos, Argélia, Austrália, Vietname, Moçambique, Ceuta, Japão, Egipto e Suíça.

3.2 – Importações

No período de Janeiro a Abril de 2025 as chegadas de mercadorias com origem na UE, que representaram 76,0% do total, registaram um acréscimo de +7,6% e contribuíram com +5,7 p.p. para uma taxa de variação homóloga global de +5,7%.

As importações com origem no espaço extracomunitário registaram no mesmo período um acréscimo de +0,1% representando 24,0% do total, com um contributo para o ‘crescimento’ global praticamente nulo.

O principal mercado de origem das importações foi a Espanha (32,0% do Total) seguida da Alemanha (12,0%), da França (7,5%), dos Países Baixos (5,6%), da Itália (5,2%), da China (4,8%), da Irlanda (3,5%), da Bélgica (3,3%), do Brasil (2,8%) e dos EUA (2,2%).

Estes países representaram, no seu conjunto, 78,8% do total das importações.

Entre os contributos positivos para a taxa de variação homóloga das importações  (+5,7%), destacaram-se a Irlanda (+2,0 p.p.) e a Espanha (+1,3 p.p.), seguidas da Alemanha e da França (+0.8 p.p. cada), dos Países Baixos (+0,7 p.p.), da China  (+0,5 p.p.), dos EUA, Bélgica e Itália (+0,3 p.p. cada)

Os principais contributos negativos incidiram no Brasil (-0,5 p.p.), Arábia Saudita e Noruega (-0,4 p.p. cada), Áustria e Nigéria (-0,3 p.p. cada), Índia e Japão (-0,2 p.p. cada) e Azerbaijão (-0,1 p.p.).

Nas duas figuras seguintes relacionam-se os maiores acréscimos e decréscimos do valor das importações com origem Intracomunitária (chegadas) e nos Países Terceiros, entre o período em análise de 2025 e de 2024.


4 – Saldos da Balança Comercial        

Em 2025, os maiores saldos positivos da balança comercial (Fob-Cif) couberam aos EUA (+953 milhões de Euros), ao Reino Unido (+774 milhões), à França (+530 milhões), a Angola (+249 milhões) e a Gibraltar (+228 milhôes).

O maior défice, a grande distância dos restantes, pertenceu a Espanha (-4724 milhões de Euros), seguida da China (-1576 milhões), dos Países Baixos (-1122 milhões), da Irlanda (-1105 milhões) e do Brasil (-707 milhões).


5 – Evolução por grupos de produtos

5.1 – Exportações

Os capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2 Ξ SH-2), foram aqui agregados em 11 grupos de produtos (ver ANEXO).

Em 2025, os grupos que detiveram maior peso na estrutura foram “Químicos” (18,0% do Total e +1396 milhões de Euros face ao ano anterior), “Máquinas, aparelhos e partes” (15,0% e +239 milhões), “Agro-alimentares” (13,5% e -31 milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (11,8% e -243 milhões), “Minérios e metais” (9,5% e +7 milhões) e “Produtos acabados diversos” (8,9% e -71 milhões).

Seguiram-se os grupos “Têxteis e vestuário” (7,1% e +18 milhões), “Madeira cortiça e papel” (6,5% e -30 milhões), “Energéticos” (5,9% e -296 milhões), “Calçado, peles e couros” (2,7% e +25 milhões) e “Aeronaves, embarcações e partes” (0,9% e +58 milhões de Euros).

5.2 – Importações

Em 2025 os grupos de produtos com maior peso foram “Químicos” (19,5% do Total e +1097 milhões de Euros face ao ano anterior), “Máquinas, aparelhos e partes” (17,8% e +200 milhões), “Agro-alimentares” (15,3% e +319 milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (13,1% e +298 milhões), “Energéticos” (9,4% e -136 milhões) e “Minérios e metais” (8,8% e +74 milhões).

Seguiram-se os grupos “Produtos acabados diversos” (6,2% e +189 milhões), “Têxteis e vestuário” (4,8% e +110 milhões), Madeira, cortiça e papel” (2,8% e +1 milhão), “Calçado, peles e couros” (1,8% e +49 milhões) e “Aeronaves, embarcações e partes” (0,4% e -214 milhões de Euros).


6 – Mercados por grupos de produtos

6.1 – Exportações

Entre os mercados de destino, a Espanha ocupou em 2025 a primeira posição em 7 dos 11 grupos de produtos com 25,6% do total, ocorrendo as excepções nos grupos “Químicos” (2ª posição depois da Alemanha), “Calçado, peles e couros” (3ª posição, depois da França e da Alemanha), “Máquinas, aparelhos e partes” (2ª posição, depois da Alemanha) e “Aeronaves, embarcações e partes” (4ª posição, precedida do Brasil, Ucrânia e França).

Seguiram-se no “ranking” a Alemanha (15,2%), a França (11,9%), os EUA (6,4%), a Itália (4,4%), o Reino Unido e Irl NT (4,4%), os Países Baixos (3,4%), a Bélgica (2,5%), a Polónia (1,5%) e as Provisões de Bordo para países terceiros (1,3%).

Estes dez destinos representaram 76,5% da exportação total.

6.2 – Importações

Na vertente das importações, a Espanha ocupou o primeiro lugar em nove dos onze grupos de produtos, com 32,0% do total.

As excepções foram os grupos “Energéticos” (2ª posição depois do Brasil) e  “Aeronaves, embarcações e partes” (2º lugar, depois dos EUA).

Seguiram-se, no “ranking”, a Alemanha (12,0%), a França (7,5%), os Países Baixos (5,6%), a Itália (5,2%), a China (4,8%), a Irlanda (3,5%), a Bélgica (3,3%), o Brasil (2,8%) e os EUA (2,2%).

Estes dez países cobriram 78,8% da importação total.

 7 – Valor dos grupos de produtos das exportações em 2025                       face a 2024, por meses homólogos não acumulados



Alcochete, 11 de Junho de 2025.


ANEXO



Sem comentários:

Enviar um comentário