terça-feira, 3 de junho de 2025

Comércio Internacional de mercadorias - Índices de Valor, Volume e Preço - Janeiro-Março 2025/2024

 

Comércio Internacional
de mercadorias
Índices de Valor, Volume e Preço
por grupos e subgrupos de produtos
(Janeiro-Março 2025/2024)

                                                
                                           (disponível para download  >> aqui )

 1 - Introdução

Apresentam-se neste trabalho indicadores de evolução em Valor, Volume e Preço das importações e das exportações portuguesas de mercadorias por grupos e subgrupos de produtos, calculados para o período acumulado de Janeiro a Março de 2025, a preços do período homólogo de 2024.

Para o cálculo dos índices de preço, as posições pautais a oito dígitos da Nomenclatura Combinada (NC-8), relativas às importações e às exportações de mercadorias com movimento nos dois anos, foram agregadas em 11 grupos e 38 subgrupos de produtos (ver Anexo).

Os índices de preço, do tipo Paasche, utilizados como deflatores dos índices de valor para o cálculo dos correspondentes índices de volume, foram calculados a partir de dados de base elementares constantes do Portal do Instituto Nacional de Estatística (INE), em versões preliminares  para 2024 e 2025, com última actualização em 9 de Maio de 2025.

2 – Nota metodológica

O método utilizado para o cálculo dos índices de preço de Paasche aqui apresentados assenta na selecção de uma amostra representativa do comportamento dos preços de cada subgrupo de produtos, índices posteriormente ponderados para o cálculo dos índices dos respectivos grupos de produtos, e estes por sua vez ponderados para o cálculo do índice do total, em cada uma das vertentes comerciais.

Os índices de preço de cada subgrupo são obtidos a partir de uma primeira amostra automática, construída com base nos produtos com movimento nos dois períodos em análise e respeitando as alterações pautais anualmente introduzidas na Nomenclatura Combinada, dentro de um intervalo calculado por métodos estatísticos.

Segue-se uma análise crítica, que pode incluir, entre outros, o recurso à evolução do preço das matérias-primas que entram na manufactura de um dado produto, como indicador de consistência de um determinado índice que, apesar de um comportamento aparentemente anormal, pode vir a ser incluído na amostra.

Mais frequentemente procede-se à desagregação por mercados de origem e de destino de posições pautais com peso relevante que se encontram fora do intervalo calculado, incluindo-se na amostra do subgrupo a informação do conjunto dos países que apresentam um comportamento coerente na proximidade do intervalo previamente encontrado. No caso presente foram desagregados por países e analisados os respectivos índices 81 produtos da Nomenclatura Combinada a oito dígitos nas importações e 93 nas exportações.

Também produtos dominantes incluídos no intervalo e decisivos para o índice do subgrupo podem ser desagregados e considerados por mercados se, através de uma análise crítica, forem encontrados desvios sensíveis face aos restantes produtos do subgrupo.

Na figura seguinte pode observar-se, por grupos de produtos, a representatividade das amostras globais em cada uma das vertentes comerciais, que serviram de base ao cálculo dos índices de preço de Paasche, envolvendo mais de 18000 posições pautais a oito dígitos da Nomenclatura Combinada na base de dados do INE. No caso do grupo “Químicos” a baixa representatividade em 2025 ter-se-á ficado a dever a uma alteração na classificação de produtos do subgrupo “Farmacêuticos” como mercadorias, face à área dos Serviços.

3 – Balança Comercial

De acordo com os dados disponíveis, o défice da balança comercial de mercadorias no 1º Trimestre de 2025 aumentou +4,4% face ao trimestre homólogo do ano anterior, com o grau de cobertura das importações pelas exportações a aumentar de 76,8% para 77,3%.

As importações (somatório das ‘chegadas’ de mercadorias provenientes do espaço comunitário com as ‘importações ‘originárias dos países terceiros), com um aumento em valor de +7,0%, terão registado um acréscimo em volume de +7,7% e um  decréscimo em preço de -0,7%.

Por sua vez, o aumento em valor de +7,7% verificad0 nas exportações terá resultado de um acréscimo em volume de +7,7%, idêntico ao das importações, com uma estabilização do preço.

Excluindo os produtos “Energéticos” do Total das importações e das exportações, o défice da balança comercial em 2025 situa-se em -4,8 mil milhões de Euros, contra -6,2 mil milhões em termos globais.

Por sua vez, em 2024 o grau de cobertura das importações pelas exportações, excluindo os produtos “Energéticos” sobe de 77,3%, em termos globais, para 80,7%.

Numa análise por Grupos de Produtos, em 2025 o saldo da Balança Comercial de mercadorias no período em análise foi positivo em cinco dos onze grupos de produtos considerados, designadamente “Madeira, cortiça e papel” (+568 milhões de Euros), “Têxteis e vestuário” (+166 milhões), “Calçado, peles e couros” (+87 milhões), “Produtos acabados diversos” (+142 milhões) e “Aeronaves, embarcações e partes” (+70 milhões de Euros).

4 - Importações

Em 2025 os grupos de produtos com peso a dois dígitos nas importações de mercadorias foram “Químicos”  (18,9% do Total), “Máquinas, aparelhos e partes” (18,0%), “Agro-alimentares” (15,3%), e “Material de transporte terrestre e partes” (13,3%).

Seguiram-se os grupos “Energéticos” (9,7%), “Minérios e metais” (8,6%), “Produtos acabados diversos” (6,3%), “Têxteis e vestuário” (4,8%), “Madeira, cortiça e papel” (2,8%), “Calçado, peles e couros” (1,0%) e “Aeronaves, embarcações e partes” (0,5%).

Foram negativas as taxas de variação em Valor de todos os Grupos de Produtos à excepção de “Material de transporte terrestre e partes” (+6,9%), tendo incidido os maiores decréscimos nos grupos “Energéticos” (-22,8%), “Têxteis e vestuário” (-12,5%) e “Madeira, cortiça e papel” (-11,9%). O grupo “Aeronaves, embarcações e partes”, para que não se calcula índice de preço, registou em 2024 uma taxa de variação homóloga em Valor de -32,8%.

Em Volume, foram também positivas as taxas de variação em todos os grupos de produtos, com destaque para “Têxteis e vestuário” (+15,2%), “Químicos” (+13,2%) e “Produtos acabados diversos” (+12,8%), seguidos dos grupos “Agro-alimentares” (+9,7%), “Calçado, peles e couros” (+9,1%%), “Máquinas, aparelhos e partes” (+8,4%), “Material de transporte terrestre e partes” (+6,4%), “Minérios e metais” (+5,7%). Com pesos mais reduzidos alinharam-se depois os grupos “Madeira, cortiça e papel” (+1,8%) e “Energéticos” (+1,1%).

Em Preço, foram negativas as taxas de variação de metade dos grupos, designadamente  “Têxteis e Vestuário”(-4,8%), “Máquinas, aparelhos e partes” (-2,6%), “Produtos acabados diversos” (-2,3%), “Agro-alimentares” (-1,8%) e “Minérios e metais” (-0,8%). Os principais acréscimos ocorreram nos grupos “Energéticos” (+2,9%) e “Calçado, peles e couros” (+2,8%), seguidos dos grupos “Químicos” (+0,7%), “Madeira, cortiça e papel” (+0,6%) e “Material de transporte terrestre e partes” (+0,2%).

5 – Exportações

No 1º Trimestre de 2025 os grupos de produtos com peso a dois dígitos nas exportações de mercadorias foram “Químicos” (19,5%), “Máquinas aparelhos e partes” (14,7%), “Agro-alimentares” (13,3%) e “Material de transporte terrestre e partes” (11,4%).

Seguiram-se os grupos “Minérios e metais” (9,5%), “Produtos acabados diversos” (8,8%), “Têxteis e vestuário” (7,0%), “Madeira, cortiça e papel” (6,3%), “Energéticos” (5,7%), “Calçado, peles e couros” (2,8%) e “Aeronaves, embarcações e partes” (0,9%).

Verificaram-se decréscimos em Valor, face ao ano anterior, nos Grupos de Produtos “Material de transporte terrestre e partes” (-8,5%) e “Energéticos” (-6,8%), seguidos à distância pelos grupos “Madeira, cortiça e papel” (-0,6%) e “Produtos acabados diversos” (-0,3%).

O maior acréscimo em valor verificou-se no grupo “Químicos” (+50,6%), seguido dos grupos “Máquinas, aparelhos e partes” (+7,4%), “Calçado, peles e couros” (+4,2%), “Minérios e metais” (+4,1%), “Agro-alimentares” (+2,5%) e “Madeira, cortiça e papel” (+1,0%).

Em Volume registaram-se decréscimos nos grupos “Material de transporte terrestre e partes” (-11,2%) e “Energéticos” (-6,9%).

O maior acréscimo ocorreu no grupo “Químicos” (+41,3%), seguido de “Máquinas, aparelhos e partes” (+11,6%), “Agro-alimentares” (+8,3%), “Madeira, cortiça e papel” (+2,6%), “Produtos acabados diversos” (-2,5%), “Minérios e metais” (+1,9%), “Calçado. peles e couros” e “Têxteis e vestuário” (+1,6% cada).

No âmbito do Preço verificaram-se decréscimos nas exportações dos grupos de produtos “Agro-alimentares” (-5,3%), “Máquinas, aparelhos e partes” (-3,7%), “Madeira, cortiça e papel” (-3,0%), “Produtos acabados diversos” (-2,8%) e “Têxteis e vestuário” (-0,6%).

O maior acréscimo incidiu no grupo “Químicos” (+6,6%), seguido dos grupos “Material de transporte terrestre e partes” (+3,0%), “Calçado, peles e couros” (+2,5%) e “Minérios e metais” (+2,1%).

O grupo “Energéticos” registou uma variação em preço praticamente nula.


Alcochete, 3 de Junho de 2025.


ANEXO



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