quarta-feira, 22 de novembro de 2017

Índices do Comércio Internacional - Jan-Set 2017


Taxas de variação homóloga
em valor, volume e preço
por grupos e subgrupos de produtos

(Janeiro a Setembro de 2017/2016)

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1 - Nota introdutória
O presente trabalho visou o cálculo de indicadores de evolução em valor, volume e preço do comércio internacional português de mercadorias no período de Janeiro a Setembro de 2017, face ao período homólogo do ano anterior.
Os índices de preço, do tipo Paasche, utilizados depois como deflatores dos índices de valor para o cálculo dos correspondentes índices de volume, foram calculados a partir de dados de base elementares recentemente divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), em primeira versão preliminar, sendo ainda provisória a versão dos correspondentes dados de 2016.
Para o cálculo dos índices de preço as posições pautais a oito dígitos da Nomenclatura Combinada (NC-8), relativas às importações e exportações com movimento no período em análise, foram agregadas em 11 grupos de produtos e 38 subgrupos (ver Anexo).

2 – Nota metodológica
O método utilizado no cálculo dos índices de preço de Paasche deste trabalho assenta na selecção de uma amostra representativa do comportamento dos preços de cada subgrupo de produtos, que integra produtos com relativa homogeneidade, posteriormente ponderados para o cálculo do índice dos respectivos grupos, por sua vez ponderados para o cálculo do índice do total.
Os índices de preço de cada subgrupo são obtidos a partir de uma primeira amostra automática construída com base nos produtos com movimento nos dois períodos em análise, dentro de um intervalo definido por métodos estatísticos.
Segue-se uma análise crítica, que pode incluir, entre outros, o recurso à evolução do preço das matérias-primas que entram na manufactura de um dado produto, como indicador de consistência de um determinado índice que, apesar de um comportamento aparentemente anormal, pode ser incluído na amostra.
Mais frequentemente procede-se à desagregação por mercados de origem e de destino de posições pautais com peso relevante que se encontram fora do intervalo, incluindo-se na amostra do subgrupo aqueles que apresentam um comportamento coerente na proximidade do intervalo encontrado.

Também produtos dominantes incluídos no intervalo e decisivos para o índice do subgrupo podem ser desagregados e considerados por mercados se, através de uma análise crítica, forem encontrados desvios sensíveis entre eles.

3 – Balança Comercial
De acordo com os dados preliminares utilizados, o défice da balança comercial de mercadorias no período em análise aumentou +24,9% face ao ano anterior, com o grau de cobertura das importações pelas exportações a descer de 82,2%, em 2016, para 80,4%, em 2017.

As importações (somatório das chegadas de mercadorias provenientes do espaço comunitário com as importações originárias dos países terceiros), com um acréscimo em valor de +13,3%, terão registado um aumento em volume de +8,7% e um acréscimo em preço de +4,2%. Por sua vez, o acréscimo em valor de +10,7% das exportações terá resultado de um incremento em volume de +6,4%, com o preço a crescer +4,1%.
Na presente conjuntura, dada a evolução do preço do petróleo, torna-se conveniente atentarmos na evolução do nosso comércio internacional quando excluído dos produtos do grupo “Energéticos”

De acordo com os dados disponíveis, as importações, com exclusão dos produtos “Energéticos”, terão registado acréscimos em valor, volume e preço respectivamente de +10,8%, +8,5% e +2,1%. Por sua vez, as exportações terão averbado um aumento em valor de +9,0%, em resultado de num incremento em volume de +6,2% e de um aumento do preço de +2,5%.
Sem “Energéticos”, o défice da balança comercial cresceu +21,9%, com o grau de cobertura das importações pelas exportações a descer de 85,6% para 84,1%.
A evolução em volume das exportações constitui uma medida da capacidade produtiva da indústria, tendo-se verificado no período em análise uma taxa de crescimento de +6,4%, ou de +6,2% se excluirmos os produtos “Energéticos”. 

Nos primeiros nove meses de 2017, o saldo da balança comercial foi positivo em quatro dos onze grupos de produtos considerados, que representaram 30,5% das exportações e 17,2% das importações totais: “Madeira, cortiça e papel”, “Têxteis e vestuário”, “Calçado, peles e couros” e “Produtos acabados diversos”.


4 – Importações
No período de Janeiro a Setembro de 2017, os grupos de produtos com maior peso nas importações de mercadorias foram: “Máquinas, aparelhos e partes” (16,8% do total), “Químicos” (16,3%), “Agro-alimentares” (15,4%), “Material de transporte terrestre e partes” (12,2%) e “Energéticos” (11,5%). 

De acordo com os cálculos efectuados, todos os grupos de produtos registaram taxas de crescimento em valor positivas, com destaque para o grupo “Energéticos” (+36,3%).

Também em todos os grupos se verificaram taxas de crescimento em volume positivas, com destaque para “Máquinas, aparelhos e partes” (+17,7%), seguido dos grupos “Material de transporte terrestre” e “Energéticos” (+11,0% cada) e “Minérios e metais” (9,6%). A menor taxa de crescimento ocorreu no grupo “Calçado, peles e couros” (+0,2%).
Na óptica da evolução em preço, exceptuando os grupos “Máquinas, aparelhos e partes” (-2,0%) e “Têxteis e vestuário” (‑0,5%), todos os restantes acusaram aumentos, sobressaindo o grupo “Energéticos” (+22,9%), seguido do grupo “Minérios e metais” (+12,2%).
5 – Exportações
Nos primeiros nove meses de 2017, os grupos de produtos com peso a dois dígitos nas exportações de mercadorias foram “Máquinas, aparelhos e partes” (15,4% do total), “Químicos” (12,9%), “Agro-alimentares” (12,2%) e “Material de transporte terrestre e partes” (10,7%).

Em todos os grupos de produtos se registaram crescimentos em valor, com destaque para o grupo “Energéticos” (+39,6%), seguido dos grupos “Minérios e metais” (+15,5%), “Máquinas, aparelhos e partes” (+12,0%), “Produtos acabados diversos” (+9,9%), “Agro-alimentares” (+9,8%), “Material de transporte terrestre” (+9,4%) e “Químicos” (+8,7%).
Também em volume ocorreram aumentos em todos os grupos de produtos, com taxas de crescimento a dois dígitos nos grupos “Máquinas, aparelhos e partes” (+11,6%) e “Produtos acabados diversos” (+10,4%)
O único decréscimo em preço verificou-se no grupo “Produtos acabados diversos (-0,5%), destacando-se entre os que registaram maior crescimento, o grupo “Energéticos” (+28,6%).


6 – Representatividade da amostra
A representatividade da amostra global de cada uma das vertentes comerciais, que serviu de base ao cálculo dos índices de preço de Paasche foi, respectivamente em 2016 e 2017, de 89,6% e 88,8% nas importações e de 91,8% e 91,0% nas exportações, sendo de 84,0% ou superior em todos os grupos de produtos.


7 – Taxas de variação homóloga por trimestres acumulados

Nos quadros seguintes pode observar-se a evolução das taxas de variação homóloga das importações e das exportações em valor, volume e preço por trimestres acumulados (Janeiro-Março, Janeiro-Junho e Janeiro-Setembro de 2017/2016).
Os índices de preço de Paasche foram calculados com base nas primeiras versões de cada um dos períodos divulgadas pelo INE, índices que, mostra a experiência, não sofrem em geral alterações sensíveis após posteriores rectificações das versões. Para o cálculo dos índices de volume, estes índices de preço foram utilizados como deflatores dos índices de valor correspondentes às versões disponíveis em 9-11-2017 para cada um dos períodos, obtendo-se assim índices de volume mais actualizados. 

Na figura seguinte encontra-se definido o conteúdo dos grupos e subgrupos de produtos aqui considerados, com base na Nomenclatura Combinada em uso na União Europeia.

22 de Novembro de 2017





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