terça-feira, 17 de abril de 2018

Níveis de intensidade tecnológica - Export/Import - 2012-2017



Exportações e importações de 
Produtos Industriais Transformados
por níveis de intensidade tecnológica

- 2012 a 2017 -

(disponível para download > aqui )


1 - Nota introdutória
A evolução do nível de intensidade tecnológica das exportações e importações de Produtos Industriais Transformados, a que corresponde um maior ou menor valor acrescentado, tem um reflexo directo na balança comercial de mercadorias, sendo na exportação um importante indicador de desenvolvimento industrial. Pretende-se neste trabalho analisar, a partir de dados de base divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) para o período 2012-2017, com última actualização em 9/4/2018, a evolução do comércio internacional português destes produtos, na óptica do seu nível de intensidade tecnológica.
2 – Metodologia
Os níveis de intensidade tecnológica considerados neste trabalho são os propostos pela OCDE, definidos com base na Revisão-3 da International Standard Industrial Classification(ISIC Rev.3: Alta tecnologia - 2423, 30, 32 33, 353); Média-alta tecnologia - 24 excl.2423, 29, 31, 34, 352, 359); Média-baixa tecnologia - 23, 25 a 28, 351) e Baixa tecnologia - 15 a 22, 36 e 37).
A partir da tabela ISIC correspondente ao ano de 2007, com recurso à “Classificação Tipo do Comércio Internacional” da ONU (CTCI/SITC Rev.3) e à “Nomenclatura Combinada” a oito dígitos em uso na União Europeia (NC-8), tomando-se em consideração as sucessivas alterações pautais anuais, foi construída uma tabela em NC-8 abrangendo o período de 2007 a 2017, com algumas pequenas rectificações face à utilizada em trabalhos anteriores.
3 – Exportação de Produtos Industriais Transformados
      por níveis de intensidade tecnológica
O peso dos Produtos Industriais Transformados na exportação global portuguesa oscilou, no período de 2012 a 2017, entre 94,8% e 94,3%.

Por níveis de intensidade tecnológica o maior peso nas exportações do conjunto dos Produtos Industriais Transformados em 2017 incidiu na Baixa tecnologia (36,1%), seguido da Média-alta tecnologia (29,8%), da Média-baixa tecnologia (24,9%) e da Alta tecnologia (9,2%).


Na Alta tecnologia encontram-se incluídos, por ordem decrescente do seu peso em 2017, o “Equipamento de rádio, TV e comunicações”, os “Instrumentos médicos, ópticos e de precisão”, os “Produtos farmacêuticos”, os produtos da “Aeronáutica e aeroespacial” e o “Equipamento de escritório e computação”.
A Média-alta tecnologia engloba, ainda por ordem decrescente de valor em 2017, os “Veículos a motor, reboques e semi-reboques”, as “Máquinas e equipamentos n.e., principalmente não eléctricos”, os “Produtos químicos, excepto farmacêuticos”, as “Máquinas e aparelhos eléctricos n.e.” e o “Equipamento ferroviário e outro equipamento de transporte”

Na Média-baixa tecnologia perfilam-se, por ordem decrescente de valor em 2017, os “Refinados de petróleo, petroquímicos e combustível nuclear”, os “Produtos da borracha e do plástico”, a “Fabricação de produtos metálicos, excluindo máquinas e equipamentos”, os “Produtos minerais não metálicos”, a “Metalurgia de base” e a “Construção e reparação naval”.
Por fim, na Baixa tecnologia alinham-se os “Têxteis, vestuário, couros e calçado”, os “Produtos alimentares, bebidas e tabaco”, a “Pasta, papel, cartão e publicações”, as “Manufacturas não especificadas e reciclagem” e a “Madeira e produtos da madeira e cortiça”.
As exportações anuais do conjunto dos Produtos Industriais Transformados cresceram sustentadamente ao longo dos últimos seis anos, tendo o maior ritmo de crescimento incidido nos produtos de Alta tecnologia, seguido dos de Baixa tecnologia.
Verificaram-se desacelerações nas exportações dos produtos de Alta tecnologia, em 2013, e de Média-baixa tecnologia entre 2013 e 2016.

4 – Mercados de destino das exportações em 2017
As exportações de Produtos Industriais Transformados têm por principal destino o espaço comunitário.
Em 2017 o maior peso relativo da União Europeia, face ao conjunto dos países terceiros, incidiu na exportação de produtos de Média-alta tecnologia (78,9%).
Seguiram-se os de Baixa tecnologia (75,5%), de Alta tecnologia (67,6%) e de Média-baixa tecnologia (66,5%).

Os onze mercados de destino constantes do quadro seguinte representaram 77,2% das exportações globais portuguesas em 2017 e 77,1% das exportações de Produtos Industriais Transformados, estas com um peso nas exportações globais compreendido ente 84,5% para a China e 99,2% para os EUA.

Entre estes países destaca-se, no âmbito dos Produtos Industriais Transformados, a Espanha (23,8% do total), seguida da França (12,9%) e da Alemanha (11,8%). Com pesos menores alinham-se o Reino Unido (6,8%), os EUA (5,4%), os Países Baixos (4,0%), a Itália (3,6%), Angola (3,4%), a Bélgica (2,3%). O Brasil (1,7%) e a China (1,4%).
Em 2017 a Espanha ocupou a primeira posição na Média-alta, na Média-baixa e na Baixa tecnologias, cabendo à Alemanha o primeiro lugar ao nível da Alta-tecnologia, seguida do Reino Unido.

A Baixa tecnologia prevaleceu nas exportações para Espanha, França, Países Baixos, Itália, Angola e Brasil, a Média-baixa tecnologia nos fornecimentos aos EUA e a Média-alta tecnologia nas exportações para a Alemanha, Reino Unido, Bélgica e China.

5 – Importação de Produtos Industriais Transformados
      por níveis de intensidade tecnológica
O peso dos Produtos Industriais Transformados na importação global portuguesa aumentou, sustentadamente, no período de 2012 a 2016, de 76,2% para 85,0%, tendo descido para 84,0% em 2017.

Por níveis de intensidade tecnológica, em 2017 o maior peso no conjunto das importações dos Produtos Industriais Transformados incidiu na Média-alta tecnologia (39,8%), seguida da Baixa tecnologia (28,1%), da Média-baixa tecnologia (16,6%) e da Alta tecnologia (15,5%).

Na Alta tecnologia encontram-se incluídos, por ordem decrescente do seu peso em 2017, o “Equipamento de rádio, TV e comunicações”, os “Produtos farmacêuticos”, os “Instrumentos médicos, ópticos e de precisão”, o “Equipamento de escritório e computação” e os produtos da “Aeronáutica e aeroespacial”.
No mesmo ano, a Média-alta tecnologia engloba, ainda por ordem decrescente de valor, os “Veículos a motor, reboques e semi-reboques”, os “Produtos químicos, excepto farmacêuticos”, as “Máquinas e equipamentos n.e., principalmente não eléctricos”, as “Máquinas e aparelhos eléctricos n.e.” e o “Equipamento ferroviário e outro equipamento de transporte”

Na Média-baixa tecnologia perfilam-se, por ordem decrescente de valor, a “Metalurgia de base”, os “Produtos da borracha e do plástico”, a “Fabricação de produtos metálicos, excluindo máquinas e equipamentos”, os “Refinados de petróleo, petroquímicos e combustível nuclear”, os “Produtos minerais não metálicos, e residualmente a “Construção e reparação naval”.
Por fim, na Baixa tecnologia alinham-se os “Produtos alimentares, bebidas e tabaco”, os “Têxteis, vestuário, couros e calçado”, as “Manufacturas não especificadas e reciclagem”, a “Pasta, papel, cartão e publicações” e a “Madeira e produtos da madeira e cortiça”.
As importações anuais do conjunto dos Produtos Industriais Transformados cresceram sustentadamente ao longo dos últimos seis anos e também em todos os níveis de intensidade tecnológica, à excepção dos produtos de Alta tecnologia em 2013 e de Média-baixa tecnologia em 2015 e 2016, anos em que se registaram descidas.

6 – Mercados de origem das importações em 2017
As importações de Produtos Industriais Transformados têm por principal origem o espaço comunitário.
Em 2017 o maior peso da União Europeia, face ao conjunto dos países terceiros, incidiu na importação de produtos de Média-alta tecnologia (87,6%), seguida da Baixa tecnologia (83,5%), da Média-baixa tecnologia (82,0%) e da Alta tecnologia (78,8%).

Os países constantes do quadro seguinte representaram 77,9% das importações globais portuguesas em 2017 e 83,0% das importações de Produtos Industriais Transformados, que, à excepção da Rússia e do Brasil, pesaram mais de 80% no total em cada um dos países.

No caso da Rússia, entre os produtos não incluídos nos industriais transformados, sobressai o petróleo bruto, seguido da hulha e dos desperdícios de ferro e aço. No caso do Brasil há uma forte componente também de petróleo bruto, mas também soja, milho, frutas, café e algodão.
Entre os onze países acima identificados destaca-se, no âmbito dos Produtos Industriais Transformados, a Espanha (34,0% do total), seguida da Alemanha (16,0%) e da França (8,2%). Com pesos inferiores alinham-se depois a Itália (6,4%), os Países Baixos (6,0%), o Reino Unido (3,5%), a China (3,2%), a Bélgica (2,9%), os EUA (1,4%), o Brasil (0,8%) e a Rússia (0,6%).
A Espanha ocupou a primeira posição na Média-alta, na Média-baixa e na Baixa tecnologias, cabendo à Alemanha o primeiro lugar ao nível da Alta-tecnologia.

A Espanha foi o único destes onze países em que, entre os quatro níveis, predominou o de Baixa tecnologia. Por sua vez, os EUA foram o único em que prevaleceu a Alta-tecnologia.


7 – Balança comercial de Produtos Industriais Transformados
       por níveis de intensidade tecnológica
Entre 2012 e 2017, o saldo (Fob-Cif) da balança comercial portuguesa de Produtos Industriais Transformados apenas foi positivo em 2013, num montante de +842 milhões de Euros.
O saldo da balança comercial dos produtos de Média-baixa tecnologia e de Baixa tecnologia foi sempre positivo, por contraposição ao saldo da balança dos produtos de Alta tecnologia e de Média-alta tecnologia, que foi sempre negativo.




Alcochete, 17 de Abril de 2018.



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