segunda-feira, 25 de setembro de 2023

Comércio Externo da Fed. Russa e Portugal-Fed. Russa - 2018-22 e Jan-Julho 2022-23

 

Comércio Externo da Fed.Russa
Portugal-Fed.Russa
2018-2022
Janeiro-Julho 2022-2023

( disponível para download  >> aqui )


1 - Introdução

Neste trabalho é feita uma breve análise do Comércio Externo da Federação Russa ao longo do período 2018-2022, com base em dados calculados pelo ’International Trade Centre’ (ITC) a partir de dados de fonte “Estatísticas Alfandegárias Russas” para 2018-2021 e dos seus parceiros comerciais para 2022 (mirror data).

Segue-se uma análise da evolução do Comércio Internacional de Portugal com este país entre 2018 e 2022 e período acumulado de Janeiro a Julho de 2022 e 2023, com base em versões definitivas do ‘Instituto Nacional de Estatística de Portugal’ (INE) para os anos de 2018 a 2022 e versão preliminar para o período em análise de 2023.

2 – Comércio Externo da Fed.Russa (2018-2022)

2.1 – Balança Comercial

Entre os anos 2018 e 2022 a Balança Comercial da Fed.Russa foi ‘superavitária’, com o saldo a situar-se em +354,2 mil milhões de Euros em 2022.

Em 2022 as importações decresceram -25,1% face ao ano anterior e as exportações aumentaram +29,7%, com o grau de cobertura das importações pelas exportações a situar-se em 290,7%.

O ritmo do nível das importações manteve-se até 2021 acima do nível que detinham em 2018, desacelerando significativamente em 2022. Por sua vez o ritmo das exportações, que havia desacelerado até 2020, inverteu essa tendência, atingindo 141,9% em 2022, face ao nível que detinham em 2018.

2.2 – Importação

Em 2022, numa análise das importações de mercadorias por grupos de produtos (ver definição do conteúdo dos grupos em Anexo), as principais importações na Fed.Russa incidiram nos grupos “Máquinas, aparelhos e partes” (31,1% do Total e 28,7% em 2021), “Químicos” (22,8% e 18,1%) e “Agro-alimentares” (12,3% e 11,3%). Seguiram-se os grupos “Produtos acabados diversos” (8,6% e 11,6%), “Minérios e metais” (8,2% e 8,4%), “Material de transporte terrestre e partes” (7,9% e 9,4%), “Têxteis e vestuário” (5,8% e 4,5%), “Calçado, peles e partes” (2,3% e 1,6%), “Madeira, cortiça e papel” (1,4% nos dois anos), “Energéticos” (1,1% e 0,8%) e “Aeronaves, embarcações e partes” (0,9% e 1,7%).

2.3 – Exportação

Em 2022 as principais exportações de mercadorias da Fed.Russa incidiram no grupo de produtos “Energéticos” (68,5% do Total e 43,1% em 2021).

Seguiram-se os grupos “Minérios e metais” (13,3%, com 18,5% em 2021), “Químicos” (7,0% e 7,2%), “Agro-alimentares” (5,8% e 6,6%), “Madeira, cortiça e papel” (2,5% e 3,4%), “Produtos acabados diversos” (1,2% e 16,0%) e “Maquinas, aparelhos e partes” (1,1% e 3,4%).

De acordo com os dados do ITC, em 2022 as exportações da Fed.Russa para Portugal terão totalizado 619 milhões de Euros (0,1% do Total), cabendo os maiores pesos aos grupos de produtos “Calçado, peles e couros” (0,8% do grupo), “Agro-alimentares” e “Químicos” (0,3% cada), “Têxteis e vestuário” (0,2%), “Energéticos” e “Madeira, cortiça e papel” (0,1% cada).  

2.4 – Principais mercados

Não se encontrando disponíveis na base de dados do ITC dados das importações e exportações da Fed.Russa para 2022, vão aqui ser comparados os valores correspondentes aos anos de 2020 e 2021.

Em 2021 o principal mercado de origem e de destino das importações e das exportações da Fed.Russa foi a China, com respectivamente 24,8% e 14,0% do Total.

Do lado das importações seguiram-se, entre os principais mercados, a Alemanha (9,3%), os EUA (5,9%), a Bielorrússia (5,3%), a Coreia do Sul (4,4%), a França (4,2%), a Itália (4,1%), o Japão (3,1%), o Cazaquistão (2,4%), a Turquia (2,2%), a Polónia (2,0%), o Vietname (1,7%), o Reino Unido, a Índia e os Países Baixos (1,5% cada).

Do lado das exportações salientaram-se depois os Países Baixos (8,6%), a Alemanha (6,0%), a Turquia (5,4%), a Bielorrússia (4,7%), o Reino Unido (4,5%), a Itália (3,9%), o Cazaquistão (3,8%), os EUA (3,6%), a Coreia do Sul e a Polónia (3,4% cada), o Japão (2,2%), a França e a Finlândia (2,0% cada), a Índia (1,9%), a Bélgica (1,8%) e a Ucrânia (1,7%).

3 – Comércio de Portugal com a Federação Russa

Como se pode observar na figura seguinte, face ao nível que detinha em 2010, a partir de 2015 o ritmo de crescimento das importações, com um pico em 2017 (381,4%), exceptuando o ano de 2020, manteve-se até 2022 sempre acima do ritmo das exportações.

Em 2022 assistiu-se a uma desaceleração acentuada em ambas as vertentes, atingindo as exportações um nível inferior ao de 2010.

3.1 – Balança Comercial

         (2018-2022 e Janeiro-Julho 2022-2023)

A Balança Comercial de Portugal com o Fed.Russa foi deficitária entre 2018 e 2022, bem como no período de Janeiro a Julho de 2022 e 2023.

Nos primeiros sete meses de 2023, face ao mesmo período do ano anterior, as importações e as exportações decresceram acentuadamente, respectivamente -62,2% e -72,6%.

Registou-se uma redução do défice de -468 para -148 milhões de Euros, com o grau de cobertura das importações pelas exportações a descer de 34,1% para 24,7%.


3.2 – Importação

Numa análise por grupos de produtos (ver a composição dos grupos em Anexo), a principal importação portuguesa com origem na Fed.Russa no período de Janeiro a Julho de 2023 incidiu no grupo de produtos “Energéticos” (54,4% do Total e 67,3% em 2022), essencialmente gás de petróleo em 2023, tendo predominado o Fuel em 2022, produto que não se importou em 2023.

Seguiram-se os grupos “Agro-alimentares” (29,1% e 12,6%), centrado no bacalhau, e “Químicos” (15,8% e 13,7%), principalmente acrilonitrilo, hidróxido de magnésio, ureia e misturas de nitrato de cálcio e de amónio.

As importações dos restantes grupos foram muito reduzidas, nulas ou praticamente nulas.

Na figura seguinte encontram-se os grupos de produtos desagregados por Capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2).

3.3 – Exportação

Nos primeiros sete meses de 2023 as principais exportações para a Fed.Russa couberam aos grupos de produtos “Agro-alimentares” (62,4% e 24,9% no mesmo período de 2022), como azeitonas preparadas, vinhos, preparações para alimentação de animais e café torrado, e “Máquinas, aparelhos e partes” (16,0% e 14,7%), muito diversificadas, principalmente diversos aparelhos aquecidos electricamente e caixas de fundição. 

Com pesos inferiores alinharam-se depois os grupos “Calçado, peles e couros” (7,1% em 2023 e 8,2% em 2022), principalmente calçado com a parte superior em couro, “Madeira, cortiça e papel” (4,0% e 19,9%), designadamente folhas de madeira para folheados e contraplacados (não foi exportada em 2023 cortiça aglomerada, o principal produto no semestre homólogo), “Químicos” (3,1% e 9,4%), como chapas e folhas de plástico, enzimas, produtos cosméticos e corantes, “Têxteis e vestuário” (2,7% e 3,8%), principalmente redes para a pesca e outras, cordéis, cordas e cabos, produtos têxteis de mesa, toucador e cozinha, e artigos para guarnição de interiores, “Produtos acabados diversos” (2,6% e 10,5%), como pedra natural de cantaria ou construção, ladrilhos de cerâmica, aparelhos de iluminação, móveis e assentos, mesmo transformáveis em cama, e “Minérios e metais” (1,6% e 7,0%), designadamente prata, facas de vários tipos, barras e perfis de cobre, talheres em metais comuns, fogões de sala, de cozinha, grelhadores e aparelhos não eléctricos para aquecimento. As exportações dos restantes grupos de produtos foram muito reduzidas ou mesmo nulas.

Na figura seguinte encontram-se os grupos de produtos desagregados por Capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2).




ANEXO



Alcochete, 24 de Setembro de 2023.

 


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