segunda-feira, 12 de fevereiro de 2024

Comércio Internacional de mercadorias - Série mensal - Janeiro a Dezembro de 2023

 

Comércio Internacional 
de mercadorias
- Série mensal -
(Janeiro-Dezembro 2023)

( disponível para download  >> aqui )

1 - Balança comercial

De acordo com dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) para o período de Janeiro a Dezembro de 2022, em versão definitiva, e de 2023, em versão preliminar, com última actualização em 9 de Fevereiro de 2024, as exportações de mercadorias em 2023 decresceram, em termos homólogos, -1,0% (-800 milhões de Euros), a par de um decréscimo das importações de -4,1% (-4527 milhões).


A partir de Janeiro de 2021, nas estatísticas de base do INE foram acrescentados, na sequência do “Brexit”, dois códigos de países, “XI-Reino Unido (Irlanda do Norte)” e “XU-Reino Unido (não incluindo a Irlanda do Norte)”, apresentando-se a zeros a posição pautal com o código “GB-Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte”. Nos quadros desta série mensal manteremos, para já, este código GB, correspondente ao somatório dos valores dos dois novos códigos.

As exportações para o espaço comunitário (expedições), cujo total corresponde aqui aos actuais 27 membros, registaram no período em análise um decréscimo de -1,4% (-799 milhões de Euros), tendo as exportações para os Países Terceiros registado aproximadamente o mesmo valor nos dois anos. Por sua vez, as importações com origem na UE (chegadas) aumentaram +2,8% (+2138 milhões) e as originárias dos Países Terceiros decresceram -20,0% (-6665 milhões de Euros).

O défice comercial externo (Fob-Cif), -12,0% face a 2022, situou-se em -27356 milhões de Euros (inferior em 3727 milhões ao do ano anterior), a que correspondeu um agravamento de 2938 milhões no comércio intracomunitário e uma redução de 6665 milhões no extracomunitário. Em termos globais, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações subiu de 71,6%, em 2022, para 73,9%, em 2023.

A variação do preço de importação do petróleo repercute-se no valor das exportações de produtos energéticos, com reflexo na Balança Comercial. No período de Janeiro a Dezembro de 2023 o valor médio de importação do petróleo bruto desceu de 741 Euros/Ton, no mesmo período de 2022, para 587 Euros/Ton.

 

Para além da variação da cotação internacional do barril de petróleo, medida em dólares, a variação da cotação do dólar face ao Euro é também um dos factores determinantes da evolução do seu preço em Euros.

Se excluirmos do total das importações e das exportações o conjunto dos produtos “Energéticos” (Capº 27 da NC), que pesou 11,6% no total das importações em 2023 e 6,6% nas exportações, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações sobe, em 2023, de 73,9% no comércio global, para 78,2%.

2 – Evolução mensal

3 – Mercados de destino e de origem

3.1 - Exportações

Em 2023 as exportações para a UE (expedições), que representaram 70,2% do Total, decresceram -1,4%, contribuindo com -1,0 pontos percentuais (p.p.) para uma taxa de ‘crescimento’ global de -1,0%. As exportações para o espaço extracomunitário (29,8% do Total), com aproximadamente o mesmo valor nos dois anos, tiveram um contributo praticamente nulo para a taxa de ‘crescimento’ global.

Os dez principais destinos das exportações foram a Espanha (25,8%), a França (13,0%), a Alemanha (10,8%), os EUA (6,7%), o Reino Unido incl. Irlanda NT (4,7%), a Itália (4,3%), os Países Baixos (3,5%), a Bélgica (2,6%), Angola (1,6%) e as Provisões de Bordo P.Terceiros (1,5%), que representaram 74,5% do total.

Angola, o terceiro principal mercado entre os países terceiros, depois dos EUA e do Reino Unido, registou no período em análise um decréscimo de -11,2% nas nossas exportações (-159,6 milhões de Euros).

Os maiores decréscimos ocorreram nos grupos de produtos “Agro-alimentares” (‑73,7 milhões de Euros), Químicos (-44,4 milhões), “Madeira, cortiça e papel” (‑23,1 milhões) e “Produtos acabados diversos” (-18,9 milhões), seguidos de “Têxteis e vestuário” (-4,3 milhões), “Calçado, peles e couros” (-2,8 milhões), “Minérios e metais” (-2,7 milhões) e “Aeronaves, embarcações e partes” (-1,7 milhões de Euros). Os acréscimos incidiram nos grupos de produtos “Material de transporte terrestre e partes” (+6,8 milhões), “Máquinas, aparelhos e partes” (+5,1 milhões) e “Energéticos” (+116 mi Euros).

Entre os principais destinos, os maiores contributos positivos para o ‘crescimento’ das exportações neste período (-1,0%) pertenceram à França (+0,5 p.p.), a Marrocos (+0,4 p.p.) e aos EUA, China e Brasil (0,2 p.p. cada).

Os maiores contributos negativos couberam a Espanha (-0,7 p.p.), aos Países Baixos (-0,5 p.p.), a Gibraltar e à Itália (-0,3 p.p. cada) e ao Reino Unido/Irl NT, Prov. Bordo para Terceiros e Angola (-0,2 p.p. cada).


No conjunto dos Países Terceiros, entre os maiores acréscimos nas exportações destacaram-se Marrocos, a Argélia, os EUA, a China, o Japão, o Brasil, os Emiratos Árabes Unidos, a Turquia e a Austrália.

Entre os maiores decréscimos evidenciaram-se os de Gibraltar, do Reino Unido, das Provisões de Bordo, de Angola, de Israel, da Argentina, do Panamá, da Noruega. da África do Sul e de Hong-Kong.

3.2 - Importações

Em 2023 as chegadas de mercadorias com origem na UE, que representaram 74,5% do total, registaram um acréscimo de +2,8% e contribuíram com +2,0 p.p. para uma taxa de variação homóloga global de -4,1%.

As importações com origem no espaço extracomunitário registaram no mesmo período um decréscimo de -20,0% representando 25,5% do total, com um contributo para o ‘crescimento’ global de -6,1 p.p..

Os principais mercados de origem das importações em 2023 foram a Espanha (33,8% do Total), seguida da Alemanha (11,6%), da França (7,0%), do Brasil (5,3%), da China e Itália (5,0% cada), do Brasil (3,5%), da Bélgica (3,2%), dos EUA (2,1%) e da Polónia (1,9%).

Estes países representaram, no seu conjunto, 78,3% do total das importações.

Entre os contributos positivos para a taxa de variação homóloga das importações no período em análise (-4,1%), destacaram-se os da Irlanda (+0,7 p.p.), da França (0,6 p.p.), da Espanha, (+0,5 p.p.), da Polónia, Países Baixos, Suíça e Alemanha (+0,1p.p. cada).

Os principais contributos negativos incidiram nos EUA (-1,1 p.p.), Brasil (-0,8 p.p.), Nigéria (-0,6 p.p.), Azerbaijão (-4,0 p.p.) e China, Angola e Federação Russa (-0,3 p.p. cada).

Nas duas figuras seguintes relacionam-se os maiores acréscimos e decréscimos do valor das importações com origem intracomunitária (chegadas) e nos Países Terceiros, entre o período de Janeiro a Dezembro de 2023 e de 2022.



4 – Saldos da Balança Comercial        

No período de Janeiro a Dezembro de 2023, os maiores saldos positivos da balança comercial (Fob-Cif) couberam aos EUA (+2983 milhões), à França (+2802 milhões de Euros), ao Reino Unido (+2496 milhões), a Angola (+992 milhões) e a Marrocos (+555 milhões).

O maior défice, a grande distância dos restantes, pertenceu a Espanha (-15458 milhões de Euros), seguida da China (-4452 milhões), da Alemanha (‑3757 milhões), dos Países Baixos (-2892 milhões) e do Brasil (-2627 milhões).


5 – Evolução por grupos de produtos

5.1 – Exportações

Os capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2 Ξ SH-2), foram aqui agregados em 11 grupos de produtos (ver ANEXO).

Em 2023, os grupos que detiveram maior peso na estrutura foram “Máquinas, aparelhos e partes” (15,4% do Total e +801 milhões de Euros face ao ano anterior), “Agro-alimentares” (13,9% e +675 milhões), “Químicos” (13,7% e -195 milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (12,5% e +502 milhões) e “Minérios e metais” (10,1% e -330 milhões de Euros).

Seguiram-se os grupos “Produtos acabados diversos” (9,8% e +465 milhões), “Têxteis e vestuário” (7,6% e -329 milhões), “Madeira cortiça e papel” (6,9% e -782 milhões), “Energéticos” (6,6% e -1475 milhões), “Calçado, peles e couros” (3,0% e -122 milhões) e “Aeronaves, embarcações e partes” (0,6% e -9 milhões de Euros).

5.2 – Importações

Em 2023 os grupos de produtos com maior peso foram “Máquinas, aparelhos e partes” (18,0% do Total e +315 milhões de Euros face ao ano anterior), “Químicos” (17,2% e -625 milhões), “Agro-alimentares” (15,6% e +890 milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (12,0% e +2307 milhões) e “Energéticos” (11,6% e ‑6019 milhões).

Seguiram-se os grupos “Minérios e metais” (8,9% e -709 milhões de Euros),  “Produtos acabados diversos” (6,1% e +165 milhões), “Têxteis e vestuário” (5,0% e -297 milhões), Madeira, cortiça e papel” (3,0% e -390 milhões), “Calçado, peles e couros” (1,7% e -47 milhões) e “Aeronaves, embarcações e partes” (0,8% e -117 milhões de Euros).

6 – Mercados por grupos de produtos

6.1 – Exportações

Entre os mercados de destino, a Espanha ocupou em 2023 a primeira posição em 7 dos 11 grupos de produtos com 25,8% do total, ocorrendo as excepções nos grupos “Energéticos” (2ª posição, depois das Provisões de Bordo Extra-UE), “Calçado, peles e couros” (4ª posição, depois da França, Alemanha e Países Baixos), “Máquinas, aparelhos e partes” (2ª posição, depois da Alemanha) e “Aeronaves, embarcações e partes” (3ª posição, precedida do Brasil e da França).

Seguiram-se no “ranking” a França (13,0%), a Alemanha (10,8%), os EUA (6,7%), o Reino Unido e Irl NT (4,7%), a Itália (4,3%), os Países Baixos (3,5%), a Bélgica (2,6%), Angola (1,6%) e Provisões de Bordo P.Terceiros (1,5%).

Estes dez destinos representaram 74,5% da exportação total.

6.2 – Importações

Na vertente das importações, a Espanha ocupou o primeiro lugar em dez dos onze grupos de produtos, com 33,8% do total.

A excepção foi o grupo ““Aeronaves, embarcações e partes” (6º lugar, depois da Alemanha, da França, EUA, Brasil e Canadá).

Seguiram-se, no “ranking”, a Alemanha (11,6%), a França (7,0%), os Países Baixos (5,3%), a China e a Itália (5,0% cada), o Brasil (3,5%), a Bélgica (3,2%), os EUA (2,1%) e a Polónia (1,9%).

Estes dez países cobriram 78,3% da importação total.

 7 – Valor dos grupos de produtos das exportações em 2023                                               face a 2022, por meses homólogos não acumulados


Alcochete, 12 de Fevereiro de 2024.

ANEXO


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