domingo, 22 de junho de 2025

Comércio Internacional português do Calçado (2022-2024 e Janeiro-Abril 2024-2025)

 

Comércio Internacional português

do Calçado
2022-2024
Janeiro-Abril 2024-2025

( disponível para download  >> aqui )

1 - Introdução

As exportações portuguesas de calçado conheceram um processo de expansão a partir da segunda metade da década de 70 do século passado, com grande dinamismo a partir dos primeiros anos da década de 80, tornando-se numa das indústrias mais dinâmicas do país. Após um longo período de crescimento, seguiu-se uma fase de ajustamento estrutural às novas condições competitivas do mercado, principalmente por parte de países asiáticos.

Sustentadamente crescentes desde o início da década de 80, estas exportações atingiram 1,7 mil milhões de Euros em 2001, decrescendo tendencialmente a partir de então, até se situarem em 1,3 mil milhões em 2009. A partir de então aumentaram sucessivamente, atingindo 2 mil milhões de Euros em 2017. Seguiram-se quebras até 2020, ano marcado pelo Pandemia do COVID-19, em que se situaram em 1,5 mil milhões. Tendo recuperado o crescimento até 2022, com 2,1 mil milhões, decrescerem até 2024, situando-se em 1,8 mil milhões de Euros de acordo com os dados preliminares disponíveis.

O peso do calçado na exportação global portuguesa, que em 2001 representava 6,3%, decresceu significativamente, representando 2,3% em 2024.

Por sua vez o valor das importações, que em 2000 se situava em cerca de 400 milhões de Euros, subiu até 2019, atingido 842 milhões, para decair a 659 milhões em 2020 (pandemia do COVID-19), recuperando depois o crescimento até 2024, ano em que atingiu cerca de 1 milhão de Euros, o que representa já mais de metade do valor das exportações no mesmo período.

Neste trabalho vai-se analisar a evolução das importações e exportações portuguesas de calçado no período de 2022-2024 e Janeiro a Abril de 2024-2025, com base em dados definitivos do ‘Instituto Nacional de Estatística’ (INE) para 2022 e 2023, e preliminares para 2024 e 2025, com última actualização em 9 de Junho de 2025.

2 – Balança Comercial do Calçado 

A Balança Comercial é fortemente favorável a Portugal, com saldos da ordem de 1,1 mil milhões de Euros em 2022, decrescendo até 798 milhões em 2024, e elevados graus de cobertura das importações pelas exportações.

Nos primeiros quatro meses de 2024 e 2025 o saldo manteve-se praticamente constante, em pouco mais de 250 milhões de Euros.

Ao longo dos últimos três anos e primeiros quatro meses de 2025 o peso do calçado nas importações globais representou cerca de 1% do Total.

O seu peso nas exportações desceu de 2,6% em 2022 para 2,3%, em 2024, representando 2,2% em Janeiro-Abril de 2025.

3 – Importação

3.1 – Importação por tipos de calçado

Em 2025, no período em análise, predominaram as importações de ‘Calçado com a parte superior em couro’ (29,3% do Total em 2025 e 29,5% em 2024) e as de ‘Calçado com a parte superior em matérias têxteis’ (28,9% e 28,4%, respectivamente). Seguiram-se as importações de ‘Calçado com a parte superior em borracha ou plástico’ (20,5% e 21,0%) e as de ‘Partes de calçado’ (19,4% e 19,1%). O ‘Calçado não especificado’ representou 1,1% do total nos dois anos e o ‘Calçado impermeável ‘ 0,8% em 2025 e 1,0% em 2024.

3.2 – Principais mercados de origem

Tiveram origem no espaço comunitário 79,1% das importações de calçado em 2024 e 77,5% nos primeiros quatro meses de 2025.

Mais de metade das importações em 2024 e período de Janeiro a Abril de 2025 couberam a Espanha, à Alemanha e à China, com respectivamente 32,2%, 12,4% e 9,7% do Total em 2024 e 31,9%, 13,3% e 9,9% no período em análise de 2025.

Na figura seguinte alinham-se os principais mercados de origem das importações nos primeiros quatro meses de 2025, por tipos de calçado.

4 – Exportação

4.1 – Exportação por tipos de calçado

As exportações portuguesas incidem esmagadoramente no calçado com a parte superior em couro, o de maior valor, tendo representado 77,9% do Total no período de Janeiro a Abril de 1975 e 79,4% em 2024.

4.2 – Principais mercados de destino

Tiveram destino ao espaço comunitário 80,5% das Exportações de calçado em 2024 e 84,1% nos primeiros quatro meses de 2025.

Em 2024 os principais destinos das exportações foram a Alemanha (23,1%), a França (20,0%), os Países Baixos (11,1%) e a Espanha (9,8%), que cobriram no seu conjunto 64,0% do Total.

Nos primeiros quatro meses de 2025 os principais destinos foram a Alemanha (25,9%), a França (20,4%), a Espanha (10,5%) e os Países Baixos (10,0%), que representaram 66,8% do Total.

Na figura seguinte alinham-se os principais mercados de destino das exportações nos primeiros quatro meses de 2025, por tipos de calçado.

Em 2024, de acordo com dados disponíveis na base de dados do “International Trade Centre” (ITC), Portugal terá ocupado a 12ª posição entre os principais exportadores mundiais de calçado.

5 – Índices de variação anual homóloga das importações                            e exportações em Valor, Volume e Preço

Nas figuras seguintes apresenta-se a evolução dos índices de Valor, Volume e Preço das importações e exportações de Calçado de 2022 a 2024 e 1º Trimestre de 2025, com índices de preço de Paasche calculados com base nas primeiras versões preliminares divulgadas pelo INE, indicando a experiência que não se registam variações significativas face a versões definitivas.



Alcochete, 21 de Junho de 2025.



terça-feira, 17 de junho de 2025

Comércio Internacional de mercadorias de Portugal com os EUA (Janeiro-Abril 2024-2025)

 

Comércio Internacional de mercadorias
de Portugal com os EUA
(Janeiro a Abril de 2024-2025)

                                                    ( disponível para download  >> aqui )


1 – Nota introdutória

Analisa-se neste trabalho a evolução do Comércio Internacional de Portugal com os EUA no período de Janeiro a Abril de 2025 face ao período homólogo do ano anterior, com base em dados estatísticos preliminares do ‘Instituto Nacional de Estatística de Portugal’ (INE), com última actualização em 9 de Junho de 2025.

Face à ameaça da aplicação de novas tarifas alfandegárias à União Europeia por parte dos EUA (país que ocupa a 1ª posição nas exportações portuguesas para o espaço extracomunitário) e consequente réplica da UE, será necessário, se tais medidas forem implementadas, acompanhar de perto a evolução das nossas importações e exportações, em particular destas últimas. Identificam-se desde já neste trabalho os produtos actualmente com maior peso nestas transacções no ano em curso.

2 – Balança comercial

A balança comercial de Portugal com os EUA foi favorável a Portugal no período de Janeiro a Abril de 2025, com um elevado grau de cobertura das importações pelas exportações.

No período em análise, em 2025 as importações cresceram +17,7% em valor face ao período homólogo do ano anterior, tendo as exportações decrescido -0,8%, com o saldo positivo a decair de 1087,6 milhões de Euros, em 2024, para  953,5 milhões em 2025 (-12,3%).

3 – Evolução mensal das importações e exportações


Nos primeiros quatro meses de 2025, o ritmo de ‘crescimento’ mensal das importações e das exportações acompanhou de perto o ritmo de 2024, à excepção no mês de Março nas importações, que em 2025 mais que duplicaram o valor de 2024.

4 – Importações por Grupos de Produtos

Para uma análise do tipo de produtos transaccionados, as 97 posições pautais a dois dígitos da Nomenclatura de codificação de mercadorias utilizada (NC2/SH2) foram agregadas em 11 Grupos de Produtos (ver definição do conteúdo em Anexo).

Em 2025 as principais importações incidiram no grupo “Energéticos” (45,2% do Total e 57,6% em 2024), seguido dos grupos “Máquinas, aparelhos e partes” (13,0% e 9,1%, respectivamente), “Agro-alimentares” (13,0% e 10,3%) e “Quimicos” (11,6% e 9,6%).

Na figura seguinte discriminam-se, por Grupos de Produtos, os principais produtos importados, desagregados a quatro dígitos da Nomenclatura (NC4/SH4).

Entre estes, os produtos com maior peso importados em 2025 foram ‘Gás’ e ‘Petróleo bruto’, produtos que representaram 41,6% do Total.   

5 – Exportações por grupos de produtos

Em 2025, no período em análise, as principais exportações couberam aos Grupos de Produtos “Químicos” (43,4% e 32,6% em 2024) e “Energéticos” (15,3% e 22,5% respectivamente), seguidos dos grupos “Máquinas, aparelhos e partes” (9,0% e 10,9%), “Produtos acabados diversos” (8,6% e 8,7%) e “Têxteis e vestuário” (8,2% e 8,0%). 

Na figura seguinte discriminam-se, por Grupos de Produtos, os principais produtos exportados, desagregados a quatro dígitos da Nomenclatura (NC4/SH4).

Entre estes, os produtos com maior peso exportados em 2025 foram ‘Medicamentos’ (22,5% do Total e ‘Pneus novos de borracha’ (7,2%), do grupo “Químicos”, e ‘Produtos refinados do petróleo’ (14,8%), do grupo “Energéticos”, produtos que no seu conjunto representaram 49,6% do Total.   

ANEXO





quinta-feira, 12 de junho de 2025

 

Comércio Internacional

de mercadorias
- Série mensal -
(Janeiro a Abril de 2025)

                                           (disponível para download  >> aqui )

 1 - Balança comercial

De acordo com dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) para o período de Janeiro a Abril de 2025 e de 2024, em versões preliminares, com última actualização em 9 de Junho de 2025, as exportações de mercadorias em 2025 cresceram, em termos homólogos, +4,0% (+1071 milhões de Euros), a par de um acréscimo das importações de +5,7% (+1987 milhões). 


A partir de Janeiro de 2021, nas estatísticas de base do INE foram acrescentados, na sequência do “Brexit”, dois códigos de países, “XI-Reino Unido (Irlanda do Norte)” e “XU-Reino Unido (não incluindo a Irlanda do Norte)”, apresentando-se a zeros a posição pautal com o código “GB-Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte”. Nos quadros desta série mensal manteremos, para já, este código “GB”, correspondente ao somatório dos valores dos dois novos códigos.

As exportações para o espaço comunitário (expedições), cujo total corresponde aqui aos actuais 27 membros, registaram no período em análise um acréscimo de +6,6% (+1239 milhões de Euros), tendo as exportações para os Países Terceiros decrescido -2,2% (-168 milhões). Por sua vez, as importações com origem na UE (chegadas) aumentaram +7,6% (+1975 milhões) e as originárias dos Países Terceiros cresceram apenas +0,1% (+11 milhões de Euros). 

O défice comercial externo (Fob-Cif), +10,9% face a 2024, situou-se em -9271 milhões de Euros (superior em 915 milhões ao do ano anterior), a que correspondeu agravamentos de 736 milhões no comércio intracomunitário e 179 milhões no extracomunitário. Em termos globais, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações desceu de 76,0% em 2024, para 74,8% em 2025.

A variação do preço de importação do petróleo repercute-se no valor das exportações de produtos energéticos, com reflexo na Balança Comercial. No período de Janeiro a Abril o valor médio de importação do petróleo bruto desceu de 590 Euros/Ton em 2024, para 549 Euros/Ton em 2025. 

Para além da variação da cotação internacional do barril de petróleo, medida em dólares, a variação da cotação do dólar face ao Euro é também um dos factores determinantes da evolução do seu preço em Euros (O gráfico inclui já a cotação média do mês de Maio).

Se excluirmos do total das importações e das exportações o conjunto dos produtos “Energéticos” (Capº 27 da NC), que pesou 9,4% no total das importações em 2025 e 5,9% nas exportações, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações sobe, em 2025, de 74,8% no comércio global, para 77,7%.

2 – Evolução mensal


3 – Mercados de destino e de origem

3.1 - Exportações

Em 2025, no período em análise, as exportações para a UE (expedições), que representaram 72,6% do Total, cresceram +6,6%, contribuindo com +4,7 pontos percentuais (p.p.) para uma taxa de ‘crescimento’ global de +4,0%.

As exportações para o espaço extracomunitário, 27,4% do Total, decresceram em valor -2,2%, com um contributo negativo de -0,6 p.p. para o crescimento global.

Os dez principais destinos das exportações foram a Espanha (25,6%), a Alemanha (15,2%), a França (11,9%), os EUA (6,4%), a Itália e o Reino Unido incl. Irlanda NT (4,4% cada), os Países Baixos (3,4%), a Bélgica (2,5%), a Polónia (1,5%) e as Provisões de bordo para países terceiros (1,3%), destinos que representaram 76,5% do Total.

Angola, que no ano de 2024 ocupou a 5ª posição no conjunto dos Países Terceiros, depois dos EUA, do Reino Unido, de Marrocos e do Brasil, registou no período em análise um acréscimo de +9,2% nas nossas exportações com este destino (+27,9 milhões de Euros).

Ocorreram acréscimos nos grupos de produtos “Minérios e metais” (+14,9 milhões de Euros), “Agro-alimentares” (+12,1 milhões), “Produtos acabados diversos” (+9,8 milhões), Químicos (+3,6 milhões) e “Madeira, cortiça e papel” (+3,5 milhões).

Os decréscimos incidiram em “Aeronaves, embarcações e partes” (-4,6 milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (-3,8 milhões). “Máquinas, aparelhos e partes” (-3,3 mil Euros), “Têxteis e vestuário” (-2,5 milhões), “Energéticos” (-1,6 milhões de Euros) e “Calçado, peles e couros” (-194 mil Euros).

Entre os principais destinos, os maiores contributos positivos para o ‘crescimento’ das exportações neste período (+4,0%) pertenceram à Alemanha (+4,3 p.p.), seguida a grande distância pela Espanha (+1,0 p.p.), Países Baixos, Turquia, Canadá e Irlanda (+0,2 p.p. cada), Dinamarca, Gibraltar, Angola e Suécia (+0,1 p.p. cada).

Os maiores contributos negativos couberam à Finlândia (-0,5 p.p.), Brasil, Reino Unido/Irl NT e Bélgica (-0,3 p.p.), França, Marrocos e Argélia (-0,2 p.p. cada), Itália e Provisões de Bordo Intra-UE (-0,1 p.p. cada).

Os maiores acréscimos nas exportações para o espaço comunitário (expedições) incidiram na Alemanha, seguida a grande distância pela Espanha, Países Baixos, Irlanda, Dinamarca, Suécia, Hungria e Eslováquia.

Os principais decréscimos couberam à Finlândia, Bélgica, França, Itália, Grécia e Provisões de Bordo.



No conjunto dos Países Terceiros, entre os maiores acréscimos nas exportações destacaram-se a Turquia, Canadá, Panamá, Gibraltar, Ucrânia, Angola, Taiwan, Arábia Saudita, Índia, Israel e Noruega.

Entre os decréscimos evidenciaram-se o Brasil, Reino Unido, Marrocos, Argélia, Austrália, Vietname, Moçambique, Ceuta, Japão, Egipto e Suíça.

3.2 – Importações

No período de Janeiro a Abril de 2025 as chegadas de mercadorias com origem na UE, que representaram 76,0% do total, registaram um acréscimo de +7,6% e contribuíram com +5,7 p.p. para uma taxa de variação homóloga global de +5,7%.

As importações com origem no espaço extracomunitário registaram no mesmo período um acréscimo de +0,1% representando 24,0% do total, com um contributo para o ‘crescimento’ global praticamente nulo.

O principal mercado de origem das importações foi a Espanha (32,0% do Total) seguida da Alemanha (12,0%), da França (7,5%), dos Países Baixos (5,6%), da Itália (5,2%), da China (4,8%), da Irlanda (3,5%), da Bélgica (3,3%), do Brasil (2,8%) e dos EUA (2,2%).

Estes países representaram, no seu conjunto, 78,8% do total das importações.

Entre os contributos positivos para a taxa de variação homóloga das importações  (+5,7%), destacaram-se a Irlanda (+2,0 p.p.) e a Espanha (+1,3 p.p.), seguidas da Alemanha e da França (+0.8 p.p. cada), dos Países Baixos (+0,7 p.p.), da China  (+0,5 p.p.), dos EUA, Bélgica e Itália (+0,3 p.p. cada)

Os principais contributos negativos incidiram no Brasil (-0,5 p.p.), Arábia Saudita e Noruega (-0,4 p.p. cada), Áustria e Nigéria (-0,3 p.p. cada), Índia e Japão (-0,2 p.p. cada) e Azerbaijão (-0,1 p.p.).

Nas duas figuras seguintes relacionam-se os maiores acréscimos e decréscimos do valor das importações com origem Intracomunitária (chegadas) e nos Países Terceiros, entre o período em análise de 2025 e de 2024.


4 – Saldos da Balança Comercial        

Em 2025, os maiores saldos positivos da balança comercial (Fob-Cif) couberam aos EUA (+953 milhões de Euros), ao Reino Unido (+774 milhões), à França (+530 milhões), a Angola (+249 milhões) e a Gibraltar (+228 milhôes).

O maior défice, a grande distância dos restantes, pertenceu a Espanha (-4724 milhões de Euros), seguida da China (-1576 milhões), dos Países Baixos (-1122 milhões), da Irlanda (-1105 milhões) e do Brasil (-707 milhões).


5 – Evolução por grupos de produtos

5.1 – Exportações

Os capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2 Ξ SH-2), foram aqui agregados em 11 grupos de produtos (ver ANEXO).

Em 2025, os grupos que detiveram maior peso na estrutura foram “Químicos” (18,0% do Total e +1396 milhões de Euros face ao ano anterior), “Máquinas, aparelhos e partes” (15,0% e +239 milhões), “Agro-alimentares” (13,5% e -31 milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (11,8% e -243 milhões), “Minérios e metais” (9,5% e +7 milhões) e “Produtos acabados diversos” (8,9% e -71 milhões).

Seguiram-se os grupos “Têxteis e vestuário” (7,1% e +18 milhões), “Madeira cortiça e papel” (6,5% e -30 milhões), “Energéticos” (5,9% e -296 milhões), “Calçado, peles e couros” (2,7% e +25 milhões) e “Aeronaves, embarcações e partes” (0,9% e +58 milhões de Euros).

5.2 – Importações

Em 2025 os grupos de produtos com maior peso foram “Químicos” (19,5% do Total e +1097 milhões de Euros face ao ano anterior), “Máquinas, aparelhos e partes” (17,8% e +200 milhões), “Agro-alimentares” (15,3% e +319 milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (13,1% e +298 milhões), “Energéticos” (9,4% e -136 milhões) e “Minérios e metais” (8,8% e +74 milhões).

Seguiram-se os grupos “Produtos acabados diversos” (6,2% e +189 milhões), “Têxteis e vestuário” (4,8% e +110 milhões), Madeira, cortiça e papel” (2,8% e +1 milhão), “Calçado, peles e couros” (1,8% e +49 milhões) e “Aeronaves, embarcações e partes” (0,4% e -214 milhões de Euros).


6 – Mercados por grupos de produtos

6.1 – Exportações

Entre os mercados de destino, a Espanha ocupou em 2025 a primeira posição em 7 dos 11 grupos de produtos com 25,6% do total, ocorrendo as excepções nos grupos “Químicos” (2ª posição depois da Alemanha), “Calçado, peles e couros” (3ª posição, depois da França e da Alemanha), “Máquinas, aparelhos e partes” (2ª posição, depois da Alemanha) e “Aeronaves, embarcações e partes” (4ª posição, precedida do Brasil, Ucrânia e França).

Seguiram-se no “ranking” a Alemanha (15,2%), a França (11,9%), os EUA (6,4%), a Itália (4,4%), o Reino Unido e Irl NT (4,4%), os Países Baixos (3,4%), a Bélgica (2,5%), a Polónia (1,5%) e as Provisões de Bordo para países terceiros (1,3%).

Estes dez destinos representaram 76,5% da exportação total.

6.2 – Importações

Na vertente das importações, a Espanha ocupou o primeiro lugar em nove dos onze grupos de produtos, com 32,0% do total.

As excepções foram os grupos “Energéticos” (2ª posição depois do Brasil) e  “Aeronaves, embarcações e partes” (2º lugar, depois dos EUA).

Seguiram-se, no “ranking”, a Alemanha (12,0%), a França (7,5%), os Países Baixos (5,6%), a Itália (5,2%), a China (4,8%), a Irlanda (3,5%), a Bélgica (3,3%), o Brasil (2,8%) e os EUA (2,2%).

Estes dez países cobriram 78,8% da importação total.

 7 – Valor dos grupos de produtos das exportações em 2025                       face a 2024, por meses homólogos não acumulados



Alcochete, 11 de Junho de 2025.


ANEXO



terça-feira, 3 de junho de 2025

Comércio Internacional de mercadorias - Índices de Valor, Volume e Preço - Janeiro-Março 2025/2024

 

Comércio Internacional
de mercadorias
Índices de Valor, Volume e Preço
por grupos e subgrupos de produtos
(Janeiro-Março 2025/2024)

                                                
                                           (disponível para download  >> aqui )

 1 - Introdução

Apresentam-se neste trabalho indicadores de evolução em Valor, Volume e Preço das importações e das exportações portuguesas de mercadorias por grupos e subgrupos de produtos, calculados para o período acumulado de Janeiro a Março de 2025, a preços do período homólogo de 2024.

Para o cálculo dos índices de preço, as posições pautais a oito dígitos da Nomenclatura Combinada (NC-8), relativas às importações e às exportações de mercadorias com movimento nos dois anos, foram agregadas em 11 grupos e 38 subgrupos de produtos (ver Anexo).

Os índices de preço, do tipo Paasche, utilizados como deflatores dos índices de valor para o cálculo dos correspondentes índices de volume, foram calculados a partir de dados de base elementares constantes do Portal do Instituto Nacional de Estatística (INE), em versões preliminares  para 2024 e 2025, com última actualização em 9 de Maio de 2025.

2 – Nota metodológica

O método utilizado para o cálculo dos índices de preço de Paasche aqui apresentados assenta na selecção de uma amostra representativa do comportamento dos preços de cada subgrupo de produtos, índices posteriormente ponderados para o cálculo dos índices dos respectivos grupos de produtos, e estes por sua vez ponderados para o cálculo do índice do total, em cada uma das vertentes comerciais.

Os índices de preço de cada subgrupo são obtidos a partir de uma primeira amostra automática, construída com base nos produtos com movimento nos dois períodos em análise e respeitando as alterações pautais anualmente introduzidas na Nomenclatura Combinada, dentro de um intervalo calculado por métodos estatísticos.

Segue-se uma análise crítica, que pode incluir, entre outros, o recurso à evolução do preço das matérias-primas que entram na manufactura de um dado produto, como indicador de consistência de um determinado índice que, apesar de um comportamento aparentemente anormal, pode vir a ser incluído na amostra.

Mais frequentemente procede-se à desagregação por mercados de origem e de destino de posições pautais com peso relevante que se encontram fora do intervalo calculado, incluindo-se na amostra do subgrupo a informação do conjunto dos países que apresentam um comportamento coerente na proximidade do intervalo previamente encontrado. No caso presente foram desagregados por países e analisados os respectivos índices 81 produtos da Nomenclatura Combinada a oito dígitos nas importações e 93 nas exportações.

Também produtos dominantes incluídos no intervalo e decisivos para o índice do subgrupo podem ser desagregados e considerados por mercados se, através de uma análise crítica, forem encontrados desvios sensíveis face aos restantes produtos do subgrupo.

Na figura seguinte pode observar-se, por grupos de produtos, a representatividade das amostras globais em cada uma das vertentes comerciais, que serviram de base ao cálculo dos índices de preço de Paasche, envolvendo mais de 18000 posições pautais a oito dígitos da Nomenclatura Combinada na base de dados do INE. No caso do grupo “Químicos” a baixa representatividade em 2025 ter-se-á ficado a dever a uma alteração na classificação de produtos do subgrupo “Farmacêuticos” como mercadorias, face à área dos Serviços.

3 – Balança Comercial

De acordo com os dados disponíveis, o défice da balança comercial de mercadorias no 1º Trimestre de 2025 aumentou +4,4% face ao trimestre homólogo do ano anterior, com o grau de cobertura das importações pelas exportações a aumentar de 76,8% para 77,3%.

As importações (somatório das ‘chegadas’ de mercadorias provenientes do espaço comunitário com as ‘importações ‘originárias dos países terceiros), com um aumento em valor de +7,0%, terão registado um acréscimo em volume de +7,7% e um  decréscimo em preço de -0,7%.

Por sua vez, o aumento em valor de +7,7% verificad0 nas exportações terá resultado de um acréscimo em volume de +7,7%, idêntico ao das importações, com uma estabilização do preço.

Excluindo os produtos “Energéticos” do Total das importações e das exportações, o défice da balança comercial em 2025 situa-se em -4,8 mil milhões de Euros, contra -6,2 mil milhões em termos globais.

Por sua vez, em 2024 o grau de cobertura das importações pelas exportações, excluindo os produtos “Energéticos” sobe de 77,3%, em termos globais, para 80,7%.

Numa análise por Grupos de Produtos, em 2025 o saldo da Balança Comercial de mercadorias no período em análise foi positivo em cinco dos onze grupos de produtos considerados, designadamente “Madeira, cortiça e papel” (+568 milhões de Euros), “Têxteis e vestuário” (+166 milhões), “Calçado, peles e couros” (+87 milhões), “Produtos acabados diversos” (+142 milhões) e “Aeronaves, embarcações e partes” (+70 milhões de Euros).

4 - Importações

Em 2025 os grupos de produtos com peso a dois dígitos nas importações de mercadorias foram “Químicos”  (18,9% do Total), “Máquinas, aparelhos e partes” (18,0%), “Agro-alimentares” (15,3%), e “Material de transporte terrestre e partes” (13,3%).

Seguiram-se os grupos “Energéticos” (9,7%), “Minérios e metais” (8,6%), “Produtos acabados diversos” (6,3%), “Têxteis e vestuário” (4,8%), “Madeira, cortiça e papel” (2,8%), “Calçado, peles e couros” (1,0%) e “Aeronaves, embarcações e partes” (0,5%).

Foram negativas as taxas de variação em Valor de todos os Grupos de Produtos à excepção de “Material de transporte terrestre e partes” (+6,9%), tendo incidido os maiores decréscimos nos grupos “Energéticos” (-22,8%), “Têxteis e vestuário” (-12,5%) e “Madeira, cortiça e papel” (-11,9%). O grupo “Aeronaves, embarcações e partes”, para que não se calcula índice de preço, registou em 2024 uma taxa de variação homóloga em Valor de -32,8%.

Em Volume, foram também positivas as taxas de variação em todos os grupos de produtos, com destaque para “Têxteis e vestuário” (+15,2%), “Químicos” (+13,2%) e “Produtos acabados diversos” (+12,8%), seguidos dos grupos “Agro-alimentares” (+9,7%), “Calçado, peles e couros” (+9,1%%), “Máquinas, aparelhos e partes” (+8,4%), “Material de transporte terrestre e partes” (+6,4%), “Minérios e metais” (+5,7%). Com pesos mais reduzidos alinharam-se depois os grupos “Madeira, cortiça e papel” (+1,8%) e “Energéticos” (+1,1%).

Em Preço, foram negativas as taxas de variação de metade dos grupos, designadamente  “Têxteis e Vestuário”(-4,8%), “Máquinas, aparelhos e partes” (-2,6%), “Produtos acabados diversos” (-2,3%), “Agro-alimentares” (-1,8%) e “Minérios e metais” (-0,8%). Os principais acréscimos ocorreram nos grupos “Energéticos” (+2,9%) e “Calçado, peles e couros” (+2,8%), seguidos dos grupos “Químicos” (+0,7%), “Madeira, cortiça e papel” (+0,6%) e “Material de transporte terrestre e partes” (+0,2%).

5 – Exportações

No 1º Trimestre de 2025 os grupos de produtos com peso a dois dígitos nas exportações de mercadorias foram “Químicos” (19,5%), “Máquinas aparelhos e partes” (14,7%), “Agro-alimentares” (13,3%) e “Material de transporte terrestre e partes” (11,4%).

Seguiram-se os grupos “Minérios e metais” (9,5%), “Produtos acabados diversos” (8,8%), “Têxteis e vestuário” (7,0%), “Madeira, cortiça e papel” (6,3%), “Energéticos” (5,7%), “Calçado, peles e couros” (2,8%) e “Aeronaves, embarcações e partes” (0,9%).

Verificaram-se decréscimos em Valor, face ao ano anterior, nos Grupos de Produtos “Material de transporte terrestre e partes” (-8,5%) e “Energéticos” (-6,8%), seguidos à distância pelos grupos “Madeira, cortiça e papel” (-0,6%) e “Produtos acabados diversos” (-0,3%).

O maior acréscimo em valor verificou-se no grupo “Químicos” (+50,6%), seguido dos grupos “Máquinas, aparelhos e partes” (+7,4%), “Calçado, peles e couros” (+4,2%), “Minérios e metais” (+4,1%), “Agro-alimentares” (+2,5%) e “Madeira, cortiça e papel” (+1,0%).

Em Volume registaram-se decréscimos nos grupos “Material de transporte terrestre e partes” (-11,2%) e “Energéticos” (-6,9%).

O maior acréscimo ocorreu no grupo “Químicos” (+41,3%), seguido de “Máquinas, aparelhos e partes” (+11,6%), “Agro-alimentares” (+8,3%), “Madeira, cortiça e papel” (+2,6%), “Produtos acabados diversos” (-2,5%), “Minérios e metais” (+1,9%), “Calçado. peles e couros” e “Têxteis e vestuário” (+1,6% cada).

No âmbito do Preço verificaram-se decréscimos nas exportações dos grupos de produtos “Agro-alimentares” (-5,3%), “Máquinas, aparelhos e partes” (-3,7%), “Madeira, cortiça e papel” (-3,0%), “Produtos acabados diversos” (-2,8%) e “Têxteis e vestuário” (-0,6%).

O maior acréscimo incidiu no grupo “Químicos” (+6,6%), seguido dos grupos “Material de transporte terrestre e partes” (+3,0%), “Calçado, peles e couros” (+2,5%) e “Minérios e metais” (+2,1%).

O grupo “Energéticos” registou uma variação em preço praticamente nula.


Alcochete, 3 de Junho de 2025.


ANEXO