sexta-feira, 12 de maio de 2017

Série mensal - Mar 2017 - Comércio internacional


Comércio internacional de mercadorias
- Série mensal -
Período acumulado de Janeiro a Março de 2017

(Publicação disponível para download > aqui)

1 - Balança Comercial

De acordo com dados preliminares divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), com última actualização em 10 de Maio de 2017, as exportações de mercadorias no período de Janeiro a Março de 2017 cresceram em valor +17,1% face ao mesmo mês do ano anterior (+2041 milhões de Euros), a par de um acréscimo das importações de +15,3% (+2195 milhões de Euros). 

As exportações para o espaço comunitário (expedições) registaram um aumento de +12,4% (+1152 milhões de Euros), ao mesmo tempo que as exportações para os países terceiros cresceram +33,2% (+889 milhões de Euros). Por sua vez, as importações de mercadorias provenientes dos parceiros comunitários (chegadas) aumentaram +12,5% (+1401 milhões de Euros), com as importações originárias dos países terceiros a crescerem +25,3% (+794 milhões de Euros). 

Na sequência deste comportamento, o défice comercial externo aumentou +6,3%, ao situar-se o saldo (Fob-Cif) em -2593 milhões de Euros (um acréscimo de 249 milhões no comércio intracomunitário e de 95 milhões no extracomunitário). 

Em termos globais, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações neste primeiro trimestre do ano subiu de 83,0%, em 2016, para 84,4%, em 2017.
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A variação do preço de importação do petróleo bruto repercute-se também, naturalmente, no valor das exportações de produtos energéticos, e logo na balança comercial. O valor médio unitário mensal de importação do petróleo, que nos três primeiros meses de 2016 se situou em 224 Euros/Ton, subiu para 370 Euros/Ton no primeiro trimestre do ano corrente.



Para além da variação da cotação internacional do barril de petróleo, medida em dólares, a variação da cotação do dólar face ao Euro é também um dos factores determinantes da evolução do seu preço em Euros
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Se excluirmos do total das importações e das exportações o conjunto dos produtos “Energéticos” (Capº 27 da Nomenclatura Combinada), o grau de cobertura (Fob-Cif) das importações pelas exportações dos restantes produtos sobe de 84,4% para 88,3%.
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2 - Evolução mensal

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3 - Mercados de destino e de origem

3.1 - Exportações

No período acumulado de Janeiro a Março de 2017, as exportações nacionais para a UE (expedições), que representaram 74,5% do total (77,6% em 2016), cresceram em valor +12,4%, contribuindo com +9,6 pontos percentuais (p.p.) para uma taxa de crescimento global de +17,1%. 

As exportações para o espaço extracomunitário, que representaram 25,5% do total em 2017 (22,4% em 2016), registaram um crescimento em valor de +33,2%, contribuindo com +7,4 p.p. para a taxa de crescimento global.

Os principais mercados de destino das nossas mercadorias em 2017 foram a Espanha (25,9%), a França (12,6%), a Alemanha (11,3%), o Reino Unido (6,7%), os EUA (5,5%), os Países Baixos (3,9%), a Itália (3,6%), Angola (3,2%), a Bélgica (2,5%), a China (1,5%) e Marrocos (1,4%), conjunto de países que absorveu 78,1% das nossas exportações. Angola, o segundo mercado de destino das exportações para os países terceiros depois dos EUA, envolta numa crise financeira na sequência da descida do preço do petróleo, a sua principal fonte de receita, que vinha apresentando sucessivos decréscimos, em termos homólogos, nas exportações da quase totalidade dos onze grupos de produtos considerados, registou neste primeiro trimestre apenas uma taxa de variação homóloga negativa, designadamente na área das aeronaves e embarcações.
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Entre os trinta principais destinos, os maiores contributos positivos para o ‘crescimento’ das exportações (+17,1%), couberam a Espanha (+3,9 p.p.), EUA (+2,2 p.p.), França e Alemanha (1,3 p.p. cada), Angola (+1,2 p.p.), Itália (0,8 p.p.), China (+0,6 p.p.), Reino Unido, Países Baixos e Brasil (+0,5 p.p. cada).
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O maior acréscimo do valor das exportações para o espaço comunitário (expedições), em termos homólogos, verificou-se em Espanha, seguido a grande distância pela França e Alemanha e, com menor expressão, pela Itália, Reino Unido, Países Baixos, Provisões de Bordo, Roménia, Luxemburgo, Irlanda, Finlândia e Polónia. Os maiores decréscimos, pouco expressivos, couberam à Áustria e à Suécia.


Entre os Países Terceiros, os maiores acréscimos ocorreram nas exportações para os EUA, Angola, China, Brasil, Gibraltar, Provisões de Bordo, Gabão, Marrocos, México e Suíça. 

Entre os maiores decréscimos figuram a Argélia, Moçambique o Egipto e Ghana.
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3.2 - Importações

No período de Janeiro a Março de 2017, as importações com origem na UE (chegadas), que representaram 76,3% do total (78,2% em 2016), contribuíram com +9,7 p.p., para uma taxa de crescimento global de +12,5%.

As importações com origem no espaço extracomunitário registaram um acréscimo de +25,3%, representando 23,7% do total (21,8% em 2016), com um contributo para o crescimento de +5,5 p.p..
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Os dez principais mercados de origem das importações nos três primeiros meses do ano foram a Espanha (31,5%), a Alemanha (13,9%) e a França (7,8%). Seguiram-se a Itália e os Países Baixos (5,3% cada), a Federação Russa (3,1%), o Reino Unido e a China (2,9% cada), a Bélgica (2,8%) e os EUA (1,8%), conjunto de países que representou 77,3% das nossas importações totais.

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Entre os maiores contributos positivos para o crescimento das importações (+15,3%) destacam-se a Espanha (+3,67 p.p.), Federação Russa (+3,15 p.p.) e a Alemanha (+2,48 p.p.). Seguiram-se os Países Baixos (+0,99 p.p.), a França (+0,90 p.p.), os EUA (+0,54 p.p.), a Itália (+0,52 p.p,), a Turquia (+0,44 p.p.), a Bélgica e o Cazaquistão (+0,31 p.p. cada).


Por sua vez, os maiores contributos negativos couberam a Angola (-1,07 p.p.), à Argélia (-0,63 p.p.), e à Irlanda (-0,16 p.p.). 

Nas figuras seguintes relacionam-se os maiores acréscimos e decréscimos das importações com origem intracomunitária e nos países terceiros.

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4 - Saldos da Balança Comercial

No período em análise, o maior saldo positivo da balança comercial (fob-cif) coube aos EUA (+474 milhões de Euros), seguido da França (+466 milhões), do Reino Unido (+455 milhões), de Angola (+387 milhões) e de Marrocos (+153 milhões de Euros). 

O maior défice, a grande distância dos restantes, pertenceu a Espanha (-1598 milhões de Euros), seguido dos da Alemanha (‑731 milhões), da Rússia (‑465 milhões), da Itália (‑369 milhões) e dos Países Baixos (-329 milhões de Euros).

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5 - Evolução das Exportações e das Importações por grupos de produtos

5.1 - Exportações

Os capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2) em uso na União Europeia (coincidentes com o Sistema Harmonizado – SH/HS) foram aqui agregados em 11 grupos de produtos (ver Anexo). 

Os grupos com maior peso nas exportações portuguesas de mercadorias, representando 70,6% do total, foram “Máquinas, aparelhos e partes” (15,4% do total, com uma taxa de variação homóloga de +18,9%), “Químicos” (13,1% e TVH +16,8%), “Agro-alimentares” (11,9% e TVH +18,6%) “Material de transporte terrestre e partes” (10,6% e TVH +10,0%), “Têxteis e vestuário” (9,9% e TVH +7,3%) e “Minérios e metais” (9,7% e TVH +22,7%). 

No período em análise registaram-se acréscimos em termos homólogos em todos os grupos de produtos. Os maiores acréscimos, em Euros, ocorreram nos grupos “Energéticos” (+459 milhões), “Máquinas, aparelhos e partes” (+342 milhões), “Químicos” (+265 milhões), “Agro-alimentares” (+262 milhões) e “Minérios e metais” (+251 milhões de Euros).

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5.2 - Importações

No mesmo período, os grupos de produtos com maior peso nas importações portuguesas de mercadorias, representando 73,1% do total, foram “Químicos” (16,9% do total, com taxa de variação homóloga em valor de +9,3%), “Máquinas, aparelhos e partes” (16,5%, TVH +18,9%), “Agro-alimentares” (14,6% e TVH +8,4%), “Material de transporte terrestre e partes” (13,3% e TVH +16,2%) e “Energéticos” (11,8% e +56,1%). 

Os maiores acréscimos, em Euros, couberam aos grupos “Energéticos” (+700 milhões), “Máquinas, aparelhos e partes” (+435 milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (+307 milhões), “Minérios e metais” (+263 milhões), “Químicos" (+238 milhões de Euros) e “Agro-alimentares” (+188 milhões de Euros).

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6 - Mercados por grupos de produtos

6.1 - Exportações

Entre os mercados de destino das exportações de mercadorias, a Espanha ocupou em 2017 a primeira posição em 8 dos 11 grupos de produtos com 25,9% do total, ocorrendo as excepções nos grupos “Calçado, peles e couros” (4ª posição), “Máquinas, aparelhos e partes” (2ª posição) e “Aeronaves, embarcações e partes” (3ª posição).


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Seguiram-se no “ranking” a França (12,6%), a Alemanha (11,3%), o Reino Unido (6,7%), os EUA (5,5%), os Países Baixos (3,9%) a Itália (3,6%), Angola (3,2%), a Bélgica (2,5%) e a China (1,5%). Estes dez países cobriram 76,6% das exportações totais.

6.2 - Importações

Nesta vertente do comércio internacional, a Espanha ocupou o primeiro lugar também em oito dos onze grupos de produtos, com 31,5% do total, sendo as excepções os grupos “Energéticos”, em 2º lugar, depois da Rússia, “Material de transporte terrestre e partes”, 2ª posição, depois da Alemanha, e “Aeronaves, embarcações e partes”, em que ocupou o 4º lugar, antecedida dos EUA, Brasil e França.

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Seguiram-se a Alemanha (13,9%), a França (7,8%), a Itália e os Países Baixos (5,3% cada), a Rússia (3,1%), o Reino Unido e a China (2,9% cada), a Bélgica (2,8%) e os EUA (1,8%). Estes dez países cobriram 77,1% das importações totais.







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