sexta-feira, 11 de fevereiro de 2022

 

Comércio Internacional de mercadorias
- Série mensal -
Janeiro a Dezembro de 2021

( disponível para download  >> aqui )

1 - Balança comercial

De acordo com dados preliminares divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) para o período de Janeiro a Dezembro de 2021 e definitivos para 2020, com última actualização em 9 de Fevereiro de 2022, as exportações de mercadorias aumentaram em valor, em termos homólogos, +18,1% (+9 719 milhões de Euros), a par de um aumento das importações de +21,1% (+14 372 milhões).

A partir do mês de Janeiro de 2021, nas estatísticas de base do INE foram acrescentados dois novos códigos de países, “XI-Reino Unido (Irlanda do Norte)” e “XU-Reino Unido (não incluindo a Irlanda do Norte)”, apresentando-se a zeros a posição pautal com o código “GB-Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte”. Nos quadros destas séries mensais do Comércio Internacional manteremos, para já, este código GB, correspondente ao somatório dos valores dos dois novos códigos.

As exportações para o espaço comunitário (expedições), cujo total corresponde aqui aos actuais 27 membros, registaram de Janeiro a Dezembro de 2021 um acréscimo de +18,2% (+6 982 milhões de Euros), tendo as exportações para os países terceiros aumentado +17,8% (+2 738 milhões). Por sua vez, as importações com origem na UE (chegadas) aumentaram +18,3% (+9 823 milhões de Euros), com as originárias dos países terceiros a crescerem +26,4% (+4 549 milhões).

O défice comercial externo (Fob-Cif) aumentou +32,3% ao situar-se em -19 041 milhões de Euros (superior em 4 653 milhões ao do ano anterior), a que correspondeu um agravamento de 2 842 milhões no comércio intracomunitário e um acréscimo de 1 811 milhões no extracomunitário. Em termos globais, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações desceu de 78,9%, em 2020, para 76,9%, em 2021.

A variação do preço de importação do petróleo repercute-se no valor das exportações de produtos energéticos, com reflexo na Balança Comercial. Em 2021 o valor médio de importação do petróleo bruto subiu, face ao período homólogo de 2020, de 295 para 433 Euros/Ton.

Para além da variação da cotação internacional do barril de petróleo, medida em dólares, a variação da cotação do dólar face ao Euro é também um dos factores determinantes da evolução do seu preço em Euros.

Se excluirmos do total das importações e das exportações o conjunto dos produtos “Energéticos” (Capº 27 da NC), que pesou 11,6% no total das importações em 2021 e 5,7% do lado das exportações, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações sobe de 76,9%, no comércio global, para 82,1%.

2 – Evolução mensal

3 – Mercados de destino e de origem

3.1 - Exportações

Em 2021, as exportações para a UE (expedições), que representaram 71,4% do Total, cresceram +18,2%, contribuindo com +13,0 pontos percentuais (p.p.) para uma taxa de ‘crescimento’ global de +18,1%. As exportações para o espaço extracomunitário (28,6% do Total), cresceram +17,8%, contribuindo com +5,1 p.p. para a taxa de ‘crescimento’ global.

Os principais destinos das exportações no período em análise de 2021 foram a Espanha (26,7%), a França (13,1%), a Alemanha (11,0%), os EUA (5,6%), o Reino Unido incl. Irlanda NT (5,2%), a Itália (4,5%), os Países Baixos (3,9%), a Bélgica (2,5%), Angola (1,5%) e Polónia (1,4%), destinos que representaram 75,5% do total das exportações.

Angola, o terceiro principal mercado entre os países terceiros, depois do Reino Unido e dos EUA, registou no período em análise um aumento de 9,4% nas nossas exportações (+81,8 milhões de Euros), envolvendo os acréscimos oito dos onze grupos de produtos: “Máquinas, aparelhos e partes” (+45,2 milhões), Químicos (+11,5 milhões) “Produtos acabados diversos” (+10,8 milhões), “Minérios e metais” (+9,5 milhões),  “Madeira, cortiça e papel” (+7,9 milhões), “Aeronaves, embarcações e partes” (+5,2 milhões), “Material de transporte terrestre e partes“ (+1,8 milhões) e “Calçado, peles e couros” (+451 mil Euros). As excepções incidiram nos grupos “Agro-alimentares” (-9,5 milhões de Euros), “Têxteis e vestuário” (-269 mil Euros) e “Energéticos” (-707 mil Euros).

Entre os principais destinos, os maiores contributos positivos para o ‘crescimento’ das exportações neste período (+18,1%) pertenceram a Espanha (+6,1 p.p.), à França (+1,9 p.p.), aos EUA (+1,6 p.p.), à Alemanha (+1,2 p.p.), à Itália e Países Baixos (+0,9 p.p. cada) e à Bélgica (+0,7 p.p.).

Os maiores contributos negativos couberam à Irlanda (-0,13 p.p.), à Roménia (-0,07 p.p.)  e à Áustria (-0,06 p.p.).

Os maiores acréscimos nas expedições para o espaço comunitário incidiram em Espanha, França, Alemanha, Itália, Países Baixos, Bélgica, Polónia, Finlândia, Suécia, Rep. Checa, Hungria e Bulgária. Os maiores decréscimos couberam à Irlanda, à Roménia e à Áustria.



No conjunto dos Países Terceiros, entre os maiores acréscimos nas exportações destacaram-se os EUA, o Reino Unido/Irl NT, Marrocos, Gibraltar, as Provisões de Bordo, a China, Angola, a Noruega, Israel, a África do Sul, a Austrália, o México, a Turquia, a Tunísia, o Japão e a Argélia.

Entre os maiores decréscimos evidenciaram-se os de Taiwan, da Suíça, do Brasil e do Ghana.

3.2 - Importações

Em de 2021, as chegadas de mercadorias com origem na UE, que representaram 73,6% do total, registaram um acréscimo de +19,3% e contribuíram com +14,4 p.p. para uma taxa de variação homóloga global de +21,1%.

As importações com origem no espaço extracomunitário registaram no mesmo período um acréscimo de +26,4%, representando 26,4% do total, com um contributo para o ‘crescimento’ global de +6,7 p.p..

Os principais mercados de origem das importações em 2021 foram a Espanha (32,8% do Total) e a Alemanha (12,5%).

Seguiram-se a França (6,7%), os Países Baixos (5,4%), a Itália (5,1%), a China (4,7%), a Bélgica e o Brasil (3,1% cada), os EUA (2,4%) e a Polónia (1,8%).

Estes países representaram, no seu conjunto, 77,5% do total das importações.

Entre os contributos positivos para a taxa de variação homóloga anual das importações em 2021 (+21,1%) destacou-se o da Espanha, (+73 p.p.), seguida da Alemanha (+1,8 p.p.), do Brasil (+1,4 p.p), da China (+1,2 p.p.), dos EUA (1,1 p.p.) e dos Países Baixos (+1,0 p.p.).

Os principais contributos negativos incidiram no Reino Unido (-1,4 p.p.), em Angola (‑0,5 p.p.), na Arábia Saudita (-0,14 p.p.) e na Dinamarca (-0,06 p.p.).

Nas duas figuras seguintes relacionam-se os maiores acréscimos e decréscimos das importações com origem intracomunitária e nos países terceiros entre 2020 e 2021.




4 – Saldos da Balança Comercial        

No ano de 2021, os maiores saldos positivos da balança comercial (Fob-Cif) couberam à França (+2 806 milhões de Euros) e ao Reino Unido (+2 353 milhões). Seguiram-se os EUA (+1 556 milhões), Angola (+872 milhões) e Marrocos (+603 milhões).

O maior défice, a grande distância dos restantes, pertenceu a Espanha (-10 101 milhões de Euros), seguida da Alemanha (-3 306 milhões), da China (‑3 203 milhões), dos Países Baixos (‑1 937 milhões) e do Brasil (-1 838 milhões).

5 – Evolução por grupos de produtos

5.1 – Exportações

Os capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2 Ξ SH-2), foram aqui agregados em 11 grupos de produtos (ver ANEXO).

Em 2020 haviam-se registado quebras face ao ano anterior em todos os grupos de produtos à excepção de “Agro-alimentares”. Em 2021, todos os grupos, à excepção de “Aeronaves embarcações e partes” (0,5% do Total e -127 milhões de Euros) registaram acréscimos nas exportações face a 2020, sendo os que detiveram maior peso na estrutura “Máquinas, aparelhos e partes” (14,3% do Total e +1186 milhões de Euros), “Químicos” (13,8% e +1703 milhões), “Agro-alimentares” (13,2% e +933 milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (12,7% e +551 milhões) e “Minérios e metais” (10,9% e +1872 milhões). Seguiram-se os grupos “Produtos acabados diversos” (9,5% e +5889 milhões), “Têxteis e vestuário” (8,7% e +786 milhões), “Madeira cortiça e papel” (7,5% e +779 milhões), “Energéticos” (5,7% e +1151 milhões) e “Calçado, peles e couros” (3,2% e +259 milhões de Euros).

5.2 – Importações

Nas importações, em 2020, haviam-se registado quebras face ao ano anterior em todos os grupos de produtos. Em 2021 o único grupo de produtos em que se registou um decréscimo em valor face a 2020 foi “Aeronaves, embarcações e partes”, com um peso de 0,7% na estrutura (‑443 milhões de Euros).

Os grupos de produtos com maior peso foram “Químicos” (19,0% e +3 178 milhões de Euros), “Máquinas, aparelhos e partes” (18,4% e +1 950 milhões), “Agro-alimentares” (14,6% e +1 207 milhões), “Energéticos” (11,6% e +3 692 milhões), “Minérios e metais” (9,8% e +2 420 milhões) e “Material de transporte terrestre e partes” (9,7% e +619 milhões).

Seguiram-se os grupos “Produtos acabados diversos” (6,2% e +629 milhões), “Têxteis e vestuário” (5,3% e +487 milhões), Madeira, cortiça e papel” (3,2% e +512 milhões) e “Calçado, peles e couros” (1,6% e +122 milhões de Euros). 

6 – Mercados por grupos de produtos

6.1 – Exportações

Entre os mercados de destino, a Espanha ocupou em 2021 a primeira posição em 8 dos 11 grupos de produtos com 26,7% do total, ocorrendo as excepções nos grupos “Calçado, peles e couros” (4ª posição, depois da Alemanha, França e Países Baixos), “Máquinas, aparelhos e partes” (2ª posição, depois da Alemanha) e “Aeronaves, embarcações e partes” (4ª posição, precedida do Brasil, França e Reino Unido.

Seguiram-se no “ranking” a França (13,1%), a Alemanha (11,0%), os EUA (5,6%), o Reino Unido (5,2%), a Itália (4,5%), os Países Baixos (3,9%), a Bélgica (2,5%), Angola (1,5%) e Polónia (1,4%).

Estes dez países representaram 75,5% das exportações totais.

6.2 – Importações

Na vertente das importações, a Espanha ocupou o primeiro lugar em dez dos onze grupos de produtos, com 32,8% do total, sendo a excepção o grupo “Aeronaves, embarcações e partes” (5º lugar, depois da França, da Alemanha, dos EUA e das Ilhas Virgens Britânicas).

Seguiram-se, no “ranking”, a Alemanha (12,5%), a França (6,7%), os Países Baixos (5,4%), a Itália (5,1%), a China (4,7%), a Bélgica e o Brasil (3,1%), os EUA (2,4%) e a Polónia (1,8%).

Estes dez países cobriram 77,5% das importações totais.

 

Alcochete, 11 de Fevereiro de 2022.

 ANEXO



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