quarta-feira, 23 de fevereiro de 2022

Índices do Comércio Internacional - Janeiro a Dezembro 2021/2020

 

Comércio internacional de mercadorias
Taxas de variação homóloga
em Valor, Volume e Preço
por Grupos e Subgrupos de produtos
(Janeiro-Dezembro 2021/2020)

                                                 ( disponível para download  >> aqui )

1 - Nota introdutória

Apresentam-se neste trabalho indicadores de evolução em valor, volume e preço das importações e das exportações portuguesas de mercadorias no período acumulado de Janeiro a Dezembro de 2021, face ao período homólogo de 2020.

Para o cálculo dos índices de preço, as posições pautais a oito dígitos da Nomenclatura Combinada (NC-8), relativas às importações e às exportações de mercadorias com movimento nos dois anos, foram agregadas em 11 grupos e 38 subgrupos de produtos afins (ver Anexo).

Os índices de preço, do tipo Paasche, utilizados como deflatores dos índices de valor para o cálculo dos correspondentes índices de volume, foram calculados a partir de dados de base elementares constantes do Portal do Instituto Nacional de Estatística (INE) em versão definitiva para 2020 e preliminar para 2021, com última actualização em 9 de Fevereiro de 2022.

2 – Nota metodológica

O método utilizado para o cálculo dos índices de preço de Paasche das importações e exportações de mercadorias, assenta na selecção de uma amostra representativa do comportamento dos preços de cada subgrupo de produtos, índices posteriormente ponderados para o cálculo dos índices dos respectivos grupos de produtos, e estes por sua vez ponderados para o cálculo do índice do Total.  

Os índices de preço de cada subgrupo são obtidos a partir de uma primeira amostra automática, construída com base no universo dos produtos com movimento nos dois períodos em análise e respeitando as alterações pautais anualmente introduzidas na Nomenclatura Combinada em uso na União Europeia, dentro de um intervalo calculado por métodos estatísticos.

Segue-se uma análise crítica, que pode incluir, entre outros, o recurso à evolução do preço das matérias-primas utilizadas na manufactura de um dado produto, como indicador de consistência de um determinado índice que, apesar de um comportamento aparentemente anormal, pode vir a ser incluído na amostra.

Mais frequentemente procede-se à desagregação por mercados de origem e de destino de posições pautais de países que, detendo um peso relevante, se encontram fora do intervalo considerado, incluindo-se na amostra do subgrupo os índices relativos ao conjunto dos países que apresentarem um comportamento coerente na proximidade do intervalo previamente calculado.

3 – Balança Comercial

De acordo com os dados disponíveis para o ano de 2021, o défice da balança comercial de mercadorias aumentou +32,3% face ao ano anterior, com o grau de cobertura das importações pelas exportações a decrescer de 78,9% para 76,9%. As importações (somatório das ‘chegadas’ de mercadorias provenientes do espaço comunitário com as importações originárias dos países terceiros), com um acréscimo em valor de +21,1%, terão registado um aumento em volume de +12,4% e um acréscimo em preço de +7,8%. Por sua vez, o aumento em valor de +18,1% verificado nas exportações (somatório das ‘expedições’ intracomunitárias com as exportações para os países terceiros) terá resultado de um acréscimo em volume de +10,7%, com o preço a crescer +6,7%.

Excluindo os produtos “Energéticos das importações e das exportações, o défice da balança comercial em 2021 ter-se-á situado em -13,1 mil milhões de Euros, contra -11,0 mil milhões em termos globais. Por sua vez o grau de cobertura das importações pelas exportações desce de 82,4%, em termos globais, para 82,1%. De acordo com os dados disponíveis, as importações, excluindo os produtos “Energéticos”, terão registado taxas de variação em valor, volume e preço respectivamente de +17,2%, +12,8% e +3,8%. Por sua vez, as exportações terão averbado um acréscimo em valor de +16,7%, em resultado de um aumento em volume de +11,3%, com o preço a aumentar +4,9%.

Em 2021, o saldo da balança comercial foi positivo em cinco dos onze grupos de produtos considerados, que representaram 41,6% das exportações e 26,0% das importações totais, designadamente “Madeira, cortiça e papel”, “Têxteis e vestuário”, “Calçado, peles e couros”, “Material de transporte terrestre e partes” e “Produtos acabados diversos”.

4 – Importações

Em 2021 os grupos de produtos com peso a dois dígitos nas importações de mercadorias foram: “Químicos” (19,0%), “Máquinas, aparelhos e partes” (18,4%), “Agro-alimentares” (14,6%) e “Energéticos” (11,6%). Seguiram-se os grupos ”Minérios e metais” (9,8%), “Material de transporte terrestre e partes” (9,7%), “Produtos acabados diversos” (6,2%), “Têxteis e vestuário” (5,3%), “Madeira, cortiça e papel” (3,2%), “Calçado, peles e couros” (1,6%) e “Aeronaves, embarcações e partes” (0,7%).



O grupo “Aeronaves, embarcações e partes”, para que não foram calculados índices de preço e de volume, foi o único, entre os onze grupos, que em 2021 registou uma taxa de variação homóloga em Valor negativa (-42,3%). 


Foram positivas em todos os restantes dez grupos as taxas de variação em Volume, ocorrendo os maiores acréscimos nos grupos “Químicos” (+19,7%), “Minérios e metais” (+18,8%), “Madeira, cortiça e papel” (16,9%), “Máquinas, aparelhos e partes” (+16,8%), “Produtos acabados diversos” (+12,6%) e “Calçado, peles e couros” (+10,8%).

Na óptica do preço verificaram-se decréscimos em apenas três dos grupos: “Máquinas, aparelhos e partes” (-1,8%), “Calçado, peles e couros” (-0,8%) e “Material de transporte terrestre e partes” (-0,4%).

Entre os acréscimos destacaram-se os verificados nos grupos “Energéticos” (+51,4%) e “Minérios e metais” (+20,3%).

5 – Exportações

Em 2021 os grupos de produtos com peso a dois dígitos nas exportações de mercadorias foram “Máquinas aparelhos e partes” (14,3%), “Químicos” (13,8%), “Agro-alimentares” (13,2%), “Material de transporte terrestre e partes” (12,7%), e “Minérios e metais” (10,9%).

Seguiram-se os grupos “Produtos acabados diversos” (9,5%), “Têxteis e vestuário” (8,7%), “Madeira, cortiça e papel” (7,5%), “Energéticos” (5,7%), “Calçado, peles e couros” (3,2%) e “Aeronaves, embarcações e partes” (0,5%).



Em 2021, à excepção do grupo “Aeronaves, embarcações e partes” (-27,2%), não constante dos gráficos por não ser, à semelhança das importações, objecto de cálculo dos índices de volume e preço, verificaram-se acréscimos em valor nos restantes grupos.

 Os maiores acréscimos incidiram nos grupos “Energéticos” (+46,5%), “Minérios e metais” (+37,2%), “Químicos” (+24,0%), “Madeira, cortiça e papel” (+19,7%),

Seguiram-se os grupos “Têxteis e vestuário” (+16,.7%), “Máquinas, aparelhos e partes” (+15,0%), “Calçado, peles e couros” (+14,5%), “Agro-alimentares” (+12,5%), “Produtos acabados diversos” (+11,7%) e “Material de transporte terrestre e partes” (+11,3%).

Em volume, à excepção do grupo “Energéticos” (-2,3%), verificaram-se acréscimos nos restantes, com destaque para “Máquinas, aparelhos e partes” (+18,3%), “Calçado, peles e couros” (+14,6%), “Minérios e metais” e “Produtos acabados diversos” (+13,8% cada), “Químicos” e (+12,9%) e “Têxteis e vestuário” (+12,6%).

Seguiram-se os grupos “Madeira, cortiça e papel” (+10,2%), “Agro-alimentares” (+8,5%) e “Material de transporte terrestre e partes” (+3,5%).


No âmbito do preço verificaram-se acréscimos das exportações em sete dos grupos de produtos, com destaque para os grupos “Energéticos” (+50,0%) e “Minérios e metais” (+20,5%).

Seguiram-se os grupos “Químicos” (+9,9%), “Madeira, cortiça e papel” (+8,6%), “Agro-alimentares”, “Material de transporte terrestre e partes” e “Têxteis e vestuário” (+3,7% cada).

Os decréscimos incidiram nos grupos “Máquinas, aparelhos e partes” (-2,8%). “Produtos acabados diversos” (-1,9%) e “Calçado, peles e couros” (-0,1%).

6 – Representatividade das amostras

Como se pode observar no quadro seguinte, a representatividade das amostras globais das importações e das exportações, que serviram de base ao cálculo dos índices de preço de Paasche foi, em cada um dos anos, respectivamente superiores a 86% e a 90%.

Por grupos de produtos, a representatividade foi sempre superior a 80%, à excepção na importação do grupo “Minérios e metais”, em 2021 (79,0%).


Alcochete, 23 de Fevereiro de 2022.



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