segunda-feira, 28 de fevereiro de 2022

Comércio internacional de mercadorias de Portugal com a Federação Russa - 2017 a 2021

 

Comércio Internacional de mercadorias
de Portugal com a Federação Russa
(2017 a 2021)

                                                    ( disponível para download  >> aqui )

1 – Nota introdutória

A Federação Russa ocupou em 2020 e 2021 a 16ª e a 13ª posição entre os mercados de origem das importações portuguesas de mercadorias, respectivamente com 0,8% e 1,3% do Total. Entre os mercados de destino das nossas exportações, ocupou o 36º lugar em 2020, com 0,3%, e o 39º em 2021, também com 0,3%.

Depois de se apresentarem alguns dados estatísticos sobre o comércio externo deste país face ao mundo no período de 2016 a 2020, de fonte International Trade Centre (ITC), baseados em estatísticas das alfândegas da Federação, designadamente a sua balança comercial, os principais mercados das importações e exportações, sua evolução por grupos de produtos e correspondente peso de Portugal em 2020, vai-se neste trabalho analisar a evolução do comércio internacional de mercadorias de Portugal com este país no período de 2017 a 2021, com base em dados estatísticos divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística de Portugal (INE), definitivos até 2020 e preliminares para 2021, com última actualização em 9 de Fevereiro de 2022.

2 – Alguns dados sobre o comércio externo da Federação Russa

2.1 – Balança Comercial

De acordo com os dados disponíveis até 2020, medidos em Euros, a Balança Comercial do país é-lhe favorável, tendo o seu saldo aumentado de 93,3 para 178,8 mil milhões de Euros entre 2016 e 2018 e descido para 92,4 mil milhões em 2020.

O grau de cobertura das importações pelas exportações, que em 2018 atingiu 188,7%, situou-se em 145,5% em 2020.

Em 2020 o principal parceiro comercial da Federação Russa, em ambas as vertentes comerciais, foi a China, com 23,7% das importações e 14,6% das exportações. Seguiram-se, entre as principais origens das importações, a Alemanha (10,1%), os EUA (5,7%), a Bielorrússia (5,4%), a Itália (4,4%), a França (3,5%), a Coreia do Sul e o Japão (3,1% cada), a Turquia e o Cazaquistão (2,2% cada), a Polónia (2,1%), o Vietname (1,7%), os Países Baixos, a Ucrânia e a República Checa (1,6% cada), e a Índia (1,5%).

Do lado das exportações, a seguir à China alinharam-se os Países Baixos (7,4%), o Reino Unido (6,9%), a Alemanha (5,5%), a Bielorrússia e a Turquia (4,7% cada), o Cazaquistão (4,2%), a Coreia do Sul (3,7%), os EUA (3,3%), a Itália (3,0%), a Polónia (2,8%), o Japão (2,7%), a Finlândia (2,1%), a Ucrânia (1,9%), a Índia e a Bélgica (1,7% cada).

No mesmo ano, Portugal representou 0,2% das importações russas e 0,1% das exportações, tendo ocupado respectivamente a 54ª e a 50ª posição no respectivo  “ranking”.

2.2 – Importações por grupos de produtos

Do quadro seguinte constam as importações da Federação Russa no período de 2016 a 2020 (últimos dados disponíveis), por grupos de produtos, e o correspondente peso de Portugal em 2020. Para o cálculo do peso de Portugal foram considerados os dados de base de fonte INE, em versão definitiva, com utilização do factor fixo 0,9533 para a conversão de valores Cif / Fob (cerca de 0,1% em termos globais).

Em 2020 os grupos de produtos com maior peso nas importações do país foram “Máquinas, aparelhos e partes” (31,7% do Total) e “Químicos” (18,3%), seguidos de “Agro-alimentares” (12,5%), “Produtos acabados diversos” (11,3%), “Minérios e metais” (8,3%), “Material de transporte terrestre e partes” (8,3%) e “Têxteis e vestuário” (5,1%).

2.3 – Exportações por grupos de produtos

As principais exportações da Federação Russa incidem no grupo de produtos “Energéticos”, que em 2020 representou 42,1% do total, contra 52,2% no ano anterior.

Seguiram-se, entre os mais importantes, os grupos “Minérios e metais” (20,9%), “Produtos acabados diversos” (12,9%), “Agro-alimentares” (8,4%) e “Químicos” (6,7%).

Com pesos inferiores alinharam-se depois os grupos “Máquinas, aparelhos e partes” (3,8%), “Madeira, cortiça e papel” (3,6%), “Material de transporte terrestre e partes” (1,0%), “Têxteis e vestuário” (0,4%), “Calçado, peles e couros” e “Aeronaves, embarcações e partes” (0,1% cada).

Portugal terá pesado em termos globais cerca de 0,2% no Total destas exportações, de acordo com os dados de base de fonte INE.


3 – Comércio de Portugal com a Federação Russa

3.1 – Ritmo de evolução anual em valor das importações e                                                   exportações globais (2017-2021)

Com expressão relativamente pouco significativa, respectivamente 1,3% e 0,3% do Total das importações e das exportações em 2021, as importações foram tendencialmente decrescentes entre 2017, ano em que ocorreu o maior valor desde 2000, e 2020, a que se seguiu alguma recuperação em 2021, mas com um nível inferior ao de 2017. Por sua vez o ritmo das exportações cresceu de 2017 para 2018, tendo desacelerado a partir de então, com níveis praticamente idênticos ao de 2017 nos últimos dois anos.

3.2 – Balança Comercial

A Balança Comercial de Portugal com a Federação Russa é desfavorável, tendo o défice diminuído de -1,4 mil milhões de Euros em 2017, para -335 milhões em 2020, subindo para -890 milhões em 2021.

Nesse período, o grau de cobertura das importações pelas exportações cresceu de 11,4%, em 2017, para 16,7%, em 2021.


3.3 – Importações por grupos de produtos 

Ao longo dos últimos cinco anos, as principais importações incidiram no grupo de produtos “Energéticos”, designadamente óleos de petróleo (excepto óleos brutos), óleos e outros produtos provenientes da destilação dos alcatrões de hulha a alta temperatura, gás de petróleo e outros hidrocarbonetos gasosos .

Estas importações, que em 2017 haviam atingido 1,4 mil milhões de Euros, decaíram sucessivamente até 2020, situando-se então em 275 milhões, para em 2021 aumentarem para 729 milhões, representando 68,2% das importações globais.

Seguiram-se em 2021 os grupos: “Químicos” (11,8% do Total), principalmente compostos da função nitrilo, polímeros, borracha sintética, negros de fumo e outras formas de carbono; “Minérios e metais” (10,3%), com destaque para os laminados planos de ferro ou aço, desperdícios e resíduos destes metais e produtos ferrosos diversos; “Agro-alimentares” (5,3%), principalmente peixe congelado; “Madeira, cortiça e papel” (3,8%), com destaque para os contraplacados e folheados de madeira, papel e cartão “kraft”.

Da figura seguinte constam os principais produtos transaccionados no âmbito de cada grupo de produtos em 2021 e correspondentes montantes em 2020, desagregados a quatro dígitos da Nomenclatura Combinada (NC-4) em uso na União Europeia, coincidente a esse nível com o Sistema Harmonizado. 


3.4 – Exportações por grupos de produtos

As principais exportações para a Federação Russa inseriram-se no grupo de produtos “Agro-alimentares”, que em 2021 representou 29,6% do Total, com destaque para as tripas, bexigas e buchos, vinhos, ovos e produtos hortícolas preparados.

Seguiram-se os grupos; “Madeira, cortiça e papel” (17,2%), constituído principalmente por cortiça aglomerada e suas obras; “Máquinas, aparelhos e partes” (13,3%), muito diversificados, com predomínio dos aparelhos de aquecimento, torrefacção, secagem e outros, moldes e caixas de fundição, motores e geradores eléctricos, fios e cabos eléctricos, máquinas agrícolas e máquinas-ferramentas diversas; “Produtos acabados diversos” (11,4%), com destaque para os assentos mesmo transformáveis em cama, pedra de cantaria ou construção, mobiliário, ladrilhos, lajes e mosaicos, e louça sanitária.

Com pesos inferiores alinharam-se depois os grupos “Químicos” (8,7%), principalmente compostos da função amina, medicamentos, material sanitário em plástico, chapas e folhas de plástico e borracha sintética ou artificial em formas primárias; “Calçado, peles e couros” (7,9%), principalmente calçado de couro; “Têxteis e vestuário” (4,7%), muito diversificados; “Minérios e metais” (4,4%), com destaque para os artefactos para higiene ou toucador em ferro ou aço inox; “Material de transporte terrestre e partes” (2,2%), como partes e acessórios de tractores e de automóveis, e bicicletas; “Aeronaves, embarcações e partes” (0,7%), designadamente barcos de recreio,  tendo sido nulas as exportações de “Energéticos”.

Da figura seguinte constam os principais produtos transaccionados no âmbito de cada grupo de produtos em 2021 e correspondentes montantes em 2020, desagregados a quatro dígitos da Nomenclatura Combinada (NC-4) em uso na União Europeia, coincidente a esse nível com o Sistema Harmonizado. 




ANEXO



Alcochete, 25 de Fevereiro de 2022.


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