Comércio Internacional
de mercadorias
- série mensal -
(Janeiro-Setembro 2024)
De acordo
com dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) para o período
de Janeiro a Setembro de 2023, em versão definitiva, e de 2024, em versão preliminar,
com última actualização em 8 de Novembro de 2024, as exportações de mercadorias
em 2024 cresceram, em termos homólogos, +2,2% (+1282 milhões de Euros), a par
de um acréscimo das importações de +0,7% (+522 milhões).
A partir de Janeiro de 2021, nas estatísticas de base do INE foram
acrescentados, na sequência do “Brexit”, dois códigos de países, “XI-Reino
Unido (Irlanda do Norte)” e “XU-Reino Unido (não incluindo a Irlanda do
Norte)”, apresentando-se a zeros a posição pautal com o código “GB-Reino
Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte”. Nos quadros desta série mensal manteremos,
para já, este código GB, correspondente ao somatório dos valores dos dois
novos códigos.
As
exportações para o espaço comunitário (expedições), cujo total corresponde aqui
aos actuais 27 membros, registaram no período em análise um acréscimo de +3,4% (+1390
milhões de Euros), tendo as exportações para os Países Terceiros registado um decréscimo
de -0,6% (-108 milhões). Por sua vez, as importações com origem na UE
(chegadas) aumentaram +0,7% (+422 milhões) e as originárias dos Países
Terceiros cresceram +0,5% (+100 milhões de Euros).
O défice comercial externo (Fob-Cif), -3,7% face a
2023, situou-se em -19731 milhões de Euros (inferior em 760 milhões ao do ano
anterior), a que correspondeu um desagravamento de -968 milhões no comércio
intracomunitário e um agravamento de +208 milhões no extracomunitário. Em termos globais, o grau de cobertura (Fob/Cif)
das importações pelas exportações subiu de 74,0%, em 2023, para 75,1%, em 2024.
A variação do preço de
importação do petróleo repercute-se no valor das exportações de produtos “Energéticos”,
com reflexo no comportamento da Balança Comercial. No período de Janeiro a Setembro
o valor médio de importação do petróleo bruto subiu de 571 Euros/Ton, em
2023, para 587 Euros/Ton, em 2024.
Para
além da variação da cotação internacional do barril de petróleo, medida em
dólares, a variação da cotação do dólar face ao Euro é também um dos factores determinantes
da evolução do seu preço em Euros (o gráfico inclui já a cotação média do mês
de Outubro).
Se excluirmos do total das
importações e das exportações o conjunto dos produtos “Energéticos” (Capº 27 da NC), que pesou 10,8% no total das
importações em 2024 e 7,2% nas exportações, o grau de cobertura (Fob/Cif) das
importações pelas exportações sobe, em 2024, de 75,1% no comércio global, para 78,2%.
2 – Evolução mensal
3 – Mercados de destino e de origem
3.1 - Exportações
Em 2024, no período em
análise, as exportações para a UE (expedições), que representaram 71,2% do Total,
cresceram +3,4%, contribuindo com +2,4 pontos percentuais (p.p.) para uma taxa
de ‘crescimento’ global de +2,2%. As
exportações para o espaço extracomunitário, 28,8% do Total, decresceram -0,6%,
contribuindo com -0,2 p.p. para a taxa de variação global.
Os dez principais
destinos das exportações foram a Espanha (25,7%), a Alemanha (12,6%), a França
(12,3%), os EUA (6,7%), o Reino Unido/ Irl.NT (4,6%), a Itália (4,3%), os Países
Baixos (3,6%), a Bélgica (2,6%), a Polónia (1,5%) e as Provisões de Bordo para
Países Terceiros (1,4%), destinos que representaram 75,4% do Total.
Angola, o terceiro principal mercado
entre os países terceiros, depois dos EUA e do Reino Unido, registou no período
em análise um decréscimo de -23,4% nas nossas exportações (-229,6 milhões de
Euros). À excepção do grupo “Energéticos” (+5,2 milhões de Euros), ocorreram
decréscimos em todos os restantes grupos de produtos, tendo as maiores quebras
incidido nos grupos “Máquinas, aparelhos e partes” (-102,0 milhões de
Euros), “Produtos acabados diversos” (-33,4 milhões), “Agro-alimentares”
(‑32,5 milhões), Químicos (-26,2 milhões), “Minérios e metais” (-13,7 milhões) e “Material de
transporte terrestre e partes” (-11,1 milhões). Seguiram-se os grupos “Madeira,
cortiça e papel” (‑6,7 milhões), “Aeronaves, embarcações e partes”
(-3,8 milhões), “Têxteis e vestuário” (-3,4 milhões) e “Calçado,
peles e couros” (-2,0 milhões de Euros).
Entre os
principais destinos, os maiores contributos negativos para a taxa de
variação homóloga de +2,2% couberam a França (-0,7 p.p.), Turquia e Angola (-0,4
p.p. cada), China e Prov. Bordo Intra-UE (-0,2 p.p. cada), Roménia, Eslováquia
e Irlanda (-0,1 p.p. cada).
Os maiores contributos positivos pertenceram à Alemanha
(+2,0 p.p.), Espanha (+0,7 p.p.), EUA (+0,4 p.p.), Finlândia, Gibraltar, Brasil,
Itália e Marrocos (+0,2 p.p. cada), Rep. Checa e Dinamarca (+0,1 p.p. cada).
Os
maiores acréscimos nas expedições
para o espaço comunitário incidiram na
Alemanha, Espanha, Finlândia, Itália, República Checa, Dinamarca, Polónia,
Suécia e Bélgica. Os maiores decréscimos ocorreram em França, Provisões
de Bordo, Roménia, Eslováquia, Irlanda, Lituânia e Bulgária.
No conjunto dos Países Terceiros,
entre os maiores acréscimos nas exportações
destacaram-se os EUA, Gibraltar, Brasil, Marrocos, Egipto, Ucrânia, Cabo Verde,
Ceuta e Argentina.
Entre os maiores decréscimos evidenciaram-se os do Reino Unido/Irl NT, Turquia, Angola,
China, Japão, Emiratos, Austrália, Panamá, Arábia Saudita e Israel.
3.2 – Importações
Em 2024,
no período em análise, as chegadas de mercadorias com origem na UE, que
representaram 74,1% do total, registaram um acréscimo de +0,7% e uma contribuição
de +0,5 p.p. para uma taxa de variação homóloga global de +0,7%.
As
importações com origem no espaço extracomunitário registaram no mesmo período um
acréscimo de +0,5% representando 25,9% do total, com um contributo para o ‘crescimento’
global de +0,1 p.p..
Os
principais mercados de origem das importações em 2024 foram a Espanha (32,9% do
Total), seguida da Alemanha (11,6%), da França (7,1%), dos Países Baixos (5,6%),
da Itália (5,2%), da China (4,9%), do Brasil (3,4%), da Bélgica (3,1%), dos EUA
(2,2%) e da Polónia (1,7%).
Estes países representaram, no
seu conjunto, 77,5% do total das importações.
Entre os contributos
positivos para a taxa de variação homóloga das importações no período em análise
(+0,7%), destacaram-se os da França e Azerbaijão (+0,4 p.p. cada), da Turquia, Itália
e Argélia (+0,3 p.p. cada), da Alemanha e Países Baixos (+0,2 p.p. cada), da
Irlanda, Áustria e Índia (+0,1 p.p. cada).
Os principais contributos
negativos incidiram em Espanha (-0,6 p.p.), Brasil (-0,4 p.p.), Polónia
(-0,2 p.p.), China, EUA e Hungria (-0,1 p.p. cada).
Nas duas figuras seguintes relacionam-se os maiores
acréscimos e decréscimos do valor das chegadas com origem intracomunitária e das
importações dos Países Terceiros, entre o período de Janeiro a Setembro de 2024
e de 2023.
4 – Saldos da Balança Comercial
No
período de Janeiro a Setembro de 2024 os maiores saldos positivos da
balança comercial (Fob-Cif) couberam aos EUA (+2305 milhões de Euros), Reino
Unido/Irl. NT (+1843 milhões), França (+1672 milhões), Angola (663 milhões) e
Marrocos (469 milhões). O maior défice, a grande distância dos
restantes, incidiu em Espanha (-10760 milhões de Euros), seguida
da China (-3418 milhões), Países Baixos (-2260 milhões), Brasil (-1440 milhões)
e Alemanha (‑1660 milhões).
5 – Evolução por grupos de produtos
5.1 – Exportações
Os
capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2
Ξ SH-2), foram aqui agregados em 11 grupos de produtos (ver ANEXO).
Em 2024,
os grupos de produtos que detiveram maior peso na estrutura foram “Máquinas,
aparelhos e partes” (14,8% do Total e -100 milhões
face ao ano anterior), “Químicos” (14,8% e +900 milhões de Euros), “Agro-alimentares” (14,4% e +733
milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (11,8% e -380 milhões), “Minérios e metais” (10,0% e +52
milhões) e “Produtos acabados diversos” (9,5% e ‑68
milhões de Euros).
Seguiram-se os grupos “Energéticos” (7,2% e +432 milhões), “Têxteis e vestuário” (7,2% e -257 milhões), “Madeira cortiça e papel” (6,8% e +71 milhões), “Calçado, peles e couros” (2,9% e -144 milhões) e “Aeronaves, embarcações e partes” (0,7% e +43 milhões de Euros).
5.2 – Importações
No período em análise de 2024
os grupos de produtos com maior peso nas importações foram “Máquinas, aparelhos e partes” (18,1% e +310 milhões de Euros), “Químicos”
(17,5% e +489 milhões), “Agro-alimentares”
(15,8% e +188 milhões), “Material de
transporte terrestre e partes” (12,1% e +322 milhões) e “Energéticos” (10,8% e ‑920 milhões).
Seguiram-se os grupos “Minérios
e metais” (8,8% e -171 milhões), “Produtos
acabados diversos” (6,1% e +103 milhões), “Têxteis e vestuário” (4,9%
e -106 milhões de Euros), Madeira,
cortiça e papel” (2,9% e -92 milhões), “Calçado,
peles e couros” (1,8% e +51 milhões) e “Aeronaves. Embarcações e partes”
(1,1% e +347 milhões de Euros).
6 – Mercados por grupos de produtos
6.1 – Exportações
Entre os mercados de destino,
a Espanha ocupou em 2024 a primeira posição em 7 dos 11 grupos de produtos com 25,7%
do total, ocorrendo as excepções nos grupos “Energéticos” (3ª posição,
depois dos EUA e das Previsões de Bordo para países terceiros), “Calçado, peles e couros” (3ª posição,
depois da França e da Alemanha), “Máquinas,
aparelhos e partes” (2ª posição, depois da Alemanha) e “Aeronaves, embarcações e partes” (4ª posição, precedida do Brasil França
e EUA).
Seguiram-se
no “ranking” a Alemanha (12,6%), a
França (12,3%), os EUA (6,7%), a Itália (4,3%), o Reino Unido/Irl.NT (4,1%), os
Países Baixos (3,6%), a Bélgica (2,6%), a Polónia (1,5%) e as Prov.Bordo (1,4%).
Estes dez destinos representaram
75,8% da exportação total.
6.2 – Importações
Na
vertente das importações, a Espanha ocupou o primeiro lugar em dez dos onze
grupos de produtos, com 32,9% do total.
A excepção foi o grupo “Aeronaves,
embarcações e partes” (4º lugar, depois da França, Brasil e Áustria).
Seguiram-se,
no “ranking”, a Alemanha (11,6%),
França (7,1%), Países Baixos (5,6%), Itália
(5,2%), China (4,9%), Brasil (3,4%), Bélgica (3,1%), EUA (2,2%) e Polónia (1,7%).
Estes dez países cobriram 77,5%
da importação total.
7 – Valor dos grupos de produtos das exportações em 2024 face a 2023, por meses homólogos não acumulados