segunda-feira, 20 de agosto de 2018

Indices do Comércio Internacional - Jan-Jun 2018



Comércio Internacional de mercadorias
Taxas de variação homóloga
em valor, volume e preço
por grupos e subgrupos de produtos
(Janeiro a Junho de 2018/2017)

" Disponível para download > aqui"



1 - Nota introdutória

O presente trabalho visou o cálculo de indicadores de evolução em valor, volume e preço das importações e exportações portuguesas de mercadorias no período de Janeiro a Junho de 2018, face ao período homólogo do ano anterior.
Os índices de preço, do tipo Paasche, utilizados depois como deflatores dos índices de valor para o cálculo dos correspondentes índices de volume, foram calculados a partir de dados de base elementares recentemente divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) para o 1º semestre de 2018, em primeira versão preliminar, sendo também ainda preliminar a versão dos correspondentes dados utilizados para 2017.
Para o cálculo dos índices de preço, as posições pautais a oito dígitos da Nomenclatura Combinada (NC-8), relativas às importações e exportações com movimento no período em análise, foram agregadas em 11 grupos e 38 subgrupos de produtos (ver Anexo).

2 – Nota metodológica
O método utilizado no cálculo dos índices de preço de Paasche deste trabalho assenta na selecção de uma amostra representativa do comportamento dos preços de cada subgrupo de produtos, que integra produtos com relativa homogeneidade, posteriormente ponderados para o cálculo do índice dos respectivos grupos, por sua vez ponderados para o cálculo do índice do total.
Os índices de preço de cada subgrupo são obtidos a partir de uma primeira amostra automática construída com base nos produtos com movimento nos dois períodos em análise, dentro de um intervalo definido por métodos estatísticos.
Segue-se uma análise crítica, que pode incluir, entre outros, o recurso à evolução do preço das matérias-primas que entram na manufactura de um dado produto, como indicador de consistência de um determinado índice que, apesar de um comportamento aparentemente anormal, pode vir a ser incluído na amostra.
Mais frequentemente procede-se à desagregação por mercados de origem e de destino de posições pautais com peso relevante que se encontram fora do intervalo, incluindo-se na amostra do subgrupo aqueles que apresentam um comportamento coerente na proximidade do intervalo encontrado.
Também produtos dominantes incluídos no intervalo e decisivos para o índice do subgrupo podem ser desagregados e considerados por mercados se, através de uma análise crítica, forem encontrados desvios sensíveis entre eles.

3 – Balança Comercial
De acordo com os dados preliminares utilizados, o défice da balança comercial de mercadorias no 1º semestre de 2018 aumentou +18,1% face ao semestre homólogo do ano anterior, com o grau de cobertura das importações pelas exportações a descer ligeiramente, de 81,1% para 79,5%.

As importações (somatório das chegadas de mercadorias provenientes do espaço comunitário com as importações originárias dos países terceiros), com um acréscimo em valor de +8,8%, terão registado um aumento em volume de +7,9% e um acréscimo em preço de +0,8%. Por sua vez, o acréscimo em valor de +6,6% verificado nas exportações terá resultado de um incremento em volume de +5,6%, com o preço a crescer +0,9%.

Na presente conjuntura, dada a evolução do preço do petróleo, torna-se conveniente atentarmos na evolução do nosso comércio internacional quando excluído dos produtos que integram o grupo “Energéticos”

De acordo com os dados disponíveis, as importações, com exclusão dos produtos “Energéticos”, terão registado taxas de variação em valor, volume e preço respectivamente de +7,9%, +8,8% e -0,8%. Por sua vez, as exportações terão averbado um aumento em valor de +6,5%, em resultado de num incremento em volume de +6,3% e de um aumento em preço de +0,2%.
Sem “Energéticos”, o défice da balança comercial cresceu +15,9%, contra +18,1% em termos globais, com o grau de cobertura das importações pelas exportações a descer, entre 2017 e 2018, de 84,7% para 83,6% (em lugar de 81,1% para 79,5%).
A evolução em volume das exportações constitui uma medida da capacidade produtiva da indústria, tendo-se verificado no período em análise uma taxa de crescimento global de +5,6%, e de +6,3% se excluirmos os produtos “Energéticos”. 

Nos primeiros seis meses de 2018, o saldo da balança comercial foi positivo em quatro dos onze grupos de produtos considerados, que representaram 30,0% das exportações e 17,0% das importações totais: “Madeira, cortiça e papel”, “Têxteis e vestuário”, “Calçado, peles e couros” e “Produtos acabados diversos”.


4 – Importações
No período em análise, os grupos de produtos com peso a dois dígitos nas importações de mercadorias foram: “Máquinas, aparelhos e partes” (17,3% do total em 2018 e 16,7% em 2017), “Químicos” (16,4% e 16,5%, respectivamente), “Agro-alimentares” (14,4% e 15,1%), “Material de transporte terrestre e partes” (13,1% e 12,8%) e “Energéticos” (12,0% e 11,3%).
Seguiram-se os grupos de produtos ”Minérios e metais” (8,8% em 2018 e 8,7% em 2017), “Têxteis e vestuário” (5,8% e 6,0%), “Produtos acabados diversos” (5,8% e 5,9%), “Madeira, cortiça e papel” (3,2 nos dois anos), “Calçado, peles e couros” (2,2% e 2,4%) e “Aeronaves, embarcações e partes” (1,1% e 1,4%).


De acordo com os cálculos efectuados, em todos os grupos de produtos se registaram taxas de crescimento em valor positivas, com destaque para o grupo “Energéticos” (+15,5%).
Também em todos os grupos se verificaram taxas de crescimento em volume positivas, com destaque para o grupo “Máquinas, aparelhos e partes” (+15,5%), seguido dos grupos “Material de transporte terrestre e partes” (+11,7%), “Produtos acabados diversos” (+9,7%) e “Têxteis e vestuário” (+8,6%). A menor taxa de crescimento positiva ocorreu no grupo “Energéticos” (+0,8%).
Na óptica da evolução em preço verificaram-se quebras em cerca de metade dos grupos, designadamente “Calçado, peles e couros” (-4,5%), “Têxteis e vestuário” (-4,3%), “Máquinas, aparelhos e partes” (-2,8%), “Produtos acabados diversos” (‑2,6%) e “Agro-alimentares” (-1,3%), tendo o principal aumento ocorrido no grupo “Energéticos” (+14,6%), seguido dos grupos “Minérios e metais” (+3,1%), “Madeira, cortiça e papel” (+2,6%) e “Químicos” (+0,9%).

5 – Exportações
Nos primeiros seis meses de 2018, os grupos de produtos com peso a dois dígitos nas exportações de mercadorias foram “Máquinas, aparelhos e partes” (14,4% do total em 2018 e 15,5% em 2017), “Material de transporte terrestre e partes” (14,2% e 11,0%), “Químicos” (11,8% e 13,0%) e “Agro-alimentares” (11,6% e 12,0%). Seguiram-se os grupos “Minérios e metais” (9,9% e 9,7%), “Produtos acabados diversos” (9,5% e 9,4%), “Têxteis e vestuário” (9,3% e 9,8%), “Energéticos” (7,4% e 7,3%), “Madeira, cortiça e papel” (7,4% e 7,6%), “Calçado, peles e couros” (3,8% e 4,1%) e “Aeronaves, embarcações e partes” (0,7% em 2018 e 0,6% em 2017).


Verificaram-se decréscimos em valor, face ao período homólogo do ano anterior, em três dos grupos de produtos: “Químicos” (-3,3%), “Calçado, peles e couros” (‑0,7%) e “Máquinas, aparelhos e partes” (-0,6%). O maior acréscimo ocorreu no grupo “Material de transporte terrestre” (+38,2%), a que se seguiram “Minérios e metais” (+8,3%), “Energéticos “(+8,0%) e “Produtos acabados diversos” (+7,2%).
Com menores taxas de crescimento alinharam-se depois os grupos “Madeira, cortiça e papel” (+3,8%), “Agro-alimentares” (+3,3%) e “Têxteis e vestuário” (+1,7%).
Em volume, verificaram-se descidas nos grupos “Energéticos” (-3,1%) e “Madeira, cortiça e papel” (-0,6%). O maior acréscimo ocorreu no grupo “Material de transporte terrestre e partes” (+37,3%)
No âmbito do preço verificaram-se quebras em mais de metade dos grupos de produtos, designadamente “Químicos” (-3,6%), “Máquinas, aparelhos e partes” (‑1,3%), “Calçado, peles e couros” (-1,2%), “Agro-alimentares” (-1,1%), “Produtos acabados diversos” (-0,9%) e “Têxteis e vestuário” (-0,1%). O maior acréscimo em preço verificou-se no grupo “Energéticos” (+11,4%), seguido de “Minérios e metais” (+7,2%), “Madeira, cortiça e papel” (+4,4%) e “Material de transporte terrestre e partes” (+0,7%).


6 – Representatividade das amostras
A representatividade da amostra global de cada uma das vertentes comerciais, que serviu de base ao cálculo dos respectivos índices de preço de Paasche neste primeiro semestre foi, respectivamente em 2017 e 2018, de 91,4% e 90,5% nas importações e de 92,3% e 91,2% nas exportações.


Na figura seguinte encontra-se definido o conteúdo dos grupos e subgrupos de produtos aqui considerados, com base na Nomenclatura Combinada em uso na União Europeia.

19 de Agosto de 2018.





sábado, 11 de agosto de 2018

Série mensal - Jan-Jun 2018 - Comércio Internacional


Comércio Internacional de mercadorias
- Série mensal -
Janeiro a Junho de 2018 

( disponível para download  >> aqui )



1 - Balança comercial


De acordo com dados preliminares divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), com última actualização em 9 de Agosto de 2018, no 1º Semestre de 2018 as exportações de mercadorias cresceram em valor +6,6% face ao mesmo período do ano anterior (+1829 milhões de Euros), a par de um acréscimo das importações de +8,8% (+2999 milhões de Euros).

As exportações para o espaço comunitário (expedições) registaram um aumento de +9,5% (+1950 milhões de Euros), ao mesmo tempo que as exportações para os países terceiros decresceram -1,7% (-121 milhões de Euros). Por sua vez, as importações de mercadorias provenientes dos parceiros comunitários (chegadas) aumentaram +9,0% (+2326 milhões de Euros), com as importações originárias dos países terceiros a crescerem +8,2% (+673 milhões de Euros).

Na sequência deste comportamento, o défice comercial externo (Fob-Cif) aumentou +18,1%, ao situar-se em -7634 milhões de Euros (um acréscimo do défice de 1169 milhões de Euros, cabendo 375 milhões ao comércio intracomunitário e 794 milhões ao extracomunitário). Em termos globais, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações desceu de 81,1%, em 2017, para 79,5%, em 2018.


A variação do preço de importação do petróleo repercute-se também, naturalmente, no valor das exportações de produtos energéticos. O valor médio unitário de importação do petróleo, que no conjunto dos seis primeiros meses de 2017 se situou em 354 Euros/Ton, subiu para 427 Euros/Ton em igual período de 2018.

Para além da variação da cotação internacional do barril de petróleo, medida em dólares, a variação da cotação do dólar face ao Euro é também um dos factores determinantes da evolução do seu preço em Euros.

Se excluirmos do total das importações e das exportações o conjunto dos produtos “Energéticos” (respectivamente 12,0% e 7,4% do total no período de Janeiro-Junho de 2018), o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações sobe em 2018 de um total de 79,5% para 83,6%.


2 – Evolução mensal


3 – Mercados de destino e de origem

3.1 - Exportações
No 1º Semestre de 2018, as exportações nacionais para a UE (expedições), que representaram 76,5% do total (74,5% em 2017), cresceram em valor +9,5%, contribuindo com +7,0 pontos percentuais (p.p.) para uma taxa de crescimento global de +6,6%. As exportações para o espaço extracomunitário, que representaram 23,5% do total em 2018 (25,5% em 2017), registaram um decréscimo em valor -1,7%, contribuindo negativamente, com -0,4 p.p., para a taxa de crescimento global. 


Os principais mercados em 2018 foram a Espanha (25,4%), a França (13,1%), a Alemanha (11,8%), o Reino Unido (6,3%), os EUA (5,0%), a Itália (4,1%), os Países Baixos (3,8%), Angola e a Bélgica (2,5% cada), Marrocos (1,4%), o Brasil e a Polónia (1,3% cada), países que representaram 78,4% do total.

Angola, o segundo mercado entre os países terceiros depois dos EUA, registou uma quebra em valor de –15,5% neste 1º Semestre (-135 milhões de Euros), envolvendo oito dos onze grupos de produtos, tendo as maiores descidas incidido nos grupos “Agro-alimentares” (‑46,3 milhões de Euros), “Químicos” (-33,0 milhões), “Máquinas, aparelhos e partes” (‑26,7 milhões), “Produtos acabados diversos” (-11,8 milhões) e “Minérios e metais” (‑9,6 milhões).
Os maiores acréscimos couberam aos grupos “Energéticos” (+2,2 milhões de Euros), principalmente refinados do petróleo, e “Material de transporte terrestre e partes” (+1,4 milhões de Euros). 

Entre os trinta principais destinos, os maiores contributos positivos para o ‘crescimento’ das exportações no período em análise (+6,6%), couberam a Espanha (+1,5 p.p.), Alemanha (+1,3 p.p.), França (1,2 p.p.), Itália (+0,7 p.p.) e Áustria (+0,5 p.p.).
Os maiores contributos negativos pertenceram a Angola (‑0,5 p.p.), China (-0,4 p.p.) e Taiwan, Cabo Verde e Irlanda (-0,1 p.p. cada).

O maior acréscimo, em Euros, nas exportações (expedições) para o espaço comunitário no 1º Semestre de 2018, em termos homólogos, verificou-se em Espanha, seguido dos da Alemanha, da França, da Itália e da Áustria. Com menor expressão alinharam-se depois a Eslováquia, a Polónia, a Suécia, a Bélgica, a Hungria, a Roménia, as Provisões de bordo, a Eslovénia, os Países Baixos e a Bulgária.
Os maiores decréscimos couberam à Irlanda e ao Luxemburgo.

Entre os Países Terceiros, os maiores acréscimos ocorreram nas exportações para a Tunísia, seguida das Provisões de Bordo, do Brasil, da Austrália e do Canadá. Os maiores decréscimos couberam a Angola, China, Arábia Saudita, Líbano, Taiwan, Costa do Marfim, Irão e Emiratos Árabes.

3.2 - Importações
Em 2018, no período em análise, as importações (chegadas) com origem na UE, que representaram 76,0% do total (75,9% no mesmo período de 2017), registaram um acréscimo de +9,0% e contribuíram com +6,8 p.p. para uma taxa de crescimento global de +8,8%.


As importações com origem no espaço extracomunitário registaram um acréscimo de +8,2%, representando 24,0% do total em 2018 (24,1% em 2017), com um contributo para o crescimento de +2,0 p.p..
Os principais mercados de origem das importações em 2018 foram a Espanha (31,2%), a Alemanha (14,0%) e a França (7,8%). Seguiram-se a Itália (5,4%), os Países Baixos (5,2%), a China (2,9%), a Bélgica (2,8%), o Reino Unido (2,5%), a Federação Russa (1,7%), os EUA (1,6%) e o Brasil (1,4%), países que representaram no seu conjunto 76,6% das nossas importações totais.

Entre os maiores contributos positivos para o crescimento das importações (+8,8%) destacam-se a Espanha (+2,5 p.p.), a Alemanha (+1,5 p.p.), a França (+1,0 p.p.), o Cazaquistão (+0,6 p.p.), os Países Baixos (+0,5 p.p.), a Itália (+0,4 p.p.), a China, a Argélia e a Bélgica (+0,3 p.p. cada).


Por sua vez, os maiores contributos negativos couberam à Federação Russa e a Singapura (-0,5 p.p. cada), seguidos dos do Brasil e da Colômbia (-0,2 p.p. cada).
Nas duas figuras seguintes relacionam-se os maiores acréscimos e decréscimos das importações com origem intracomunitária e nos países terceiros.


4 – Saldos da Balança Comercial
No período em análise, os maiores saldos positivos da balança comercial (Fob-Cif) couberam a França (+966 milhões de Euros), Reino Unido (+914 milhões) e EUA (+863 milhões). Seguiram-se Marrocos (+314 milhões) e Angola (+310 milhões de Euros).
O maior défice, a grande distância dos restantes, pertenceu a Espanha (-4113 milhões de Euros), seguido dos da Alemanha (‑1710 milhões), da Itália (-814 milhões), dos Países Baixos (-812 milhões) e da China (‑778 milhões de Euros).

5 – Evolução por grupos de produtos
5.1 – Exportações
Os capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2/SH-2), foram aqui agregados em 11 grupos de produtos (ver Anexo). Os grupos com maior peso nas exportações de mercadorias em 2018, representando 80,7% do total no período em análise, foram “Máquinas, aparelhos e partes” (14,4% do total e TVH -0,6%), “Material de transporte terrestre e partes” (14,2% e TVH +38,2%), “Químicos” (11,8% e TVH -3,3%), “Agro-alimentares” (11,6% e TVH +3,3%) “Minérios e metais” (9,9% e TVH +8,3%), “Produtos acabados diversos” (9,5% e TVH +7,2%) e “Têxteis e vestuário” (9,3% e TVH + 1,7%).
Os maiores acréscimos, em Euros, ocorreram nos grupos “Material de transporte terrestre e partes” (+1,2 mil milhões de Euros), “Minérios e metais” (+223 milhões), “Produtos acabados diversos” (+188 milhões), “Energéticos” (+161 milhões) e “Agro-alimentares” (+110 milhões de Euros).
O maiores decréscimo incidiu no grupo “Químicos” (-120 milhões de Euros).

5.2 – Importações
No mesmo período, os grupos de produtos com maior peso nas importações, representando 73,2% do total, foram “Máquinas, aparelhos e partes” (17,3%, com uma taxa de variação homóloga em valor de +12,3%), “Químicos” (16,4% do total e TVH de +8,1%), “Agro-alimentares” (14,4% e TVH de +3,5%), “Material de transporte terrestre e partes” (13,1% e TVH de +11,7%) e “Energéticos” (12,0% e TVH de +15,5%).
À excepção do grupo “Aeronaves, embarcações e partes”, que registou em 2018 uma quebra de -85 milhões de Euros face ao período homólogo do ano anterior, em todos os restantes se verificaram acréscimos nas importações, tendo ocorrido os mais significativos nos grupos “Máquinas, aparelhos e partes” (+704 milhões de Euros), “Energéticos” (+596 milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (+509 milhões), “Químicos” (+458 milhões) e “Minérios e metais” (+303 milhões). 


6 – Mercados por grupos de produtos
6.1 – Exportações
Entre os mercados de destino das exportações de mercadorias, a Espanha ocupou de Janeiro a Junho de 2018 a primeira posição em 8 dos 11 grupos de produtos com 25,4% do total, ocorrendo as excepções nos grupos “Calçado, peles e couros” (4ª posição, depois da França, Alemanha e Países Baixos), “Máquinas, aparelhos e partes” (2ª posição, depois da Alemanha) e “Aeronaves, embarcações e partes” (4ª posição, antecedida do Brasil,  EUA e França).

Seguiram-se no “ranking” a França (13,1%), a Alemanha (11,8%), o Reino Unido (6,3%), os EUA (5,0%), a Itália (4,1%), os Países Baixos (3,8%), Angola (2,5%), a Bélgica (2,5%), e Marrocos (1,4%). Estes dez países cobriram 75,7% das exportações totais.
6.2 – Importações

Nesta vertente do comércio internacional, a Espanha ocupou o primeiro lugar em nove dos onze grupos de produtos, com 31,2% do total, sendo as excepções os grupos “Máquinas, aparelhos e partes” (2ª posição, depois da Alemanha) e “Aeronaves, embarcações e partes” (5º lugar, antecedida da França, Alemanha, EUA e Países Baixos).
Seguiram-se a Alemanha (14,0%), a França (7,8%), a Itália (5,4%), os Países Baixos (5,2%), a China (2,9%), a Bélgica (2,8%), o Reino Unido (2,5%), a Rússia (1,7%) e os EUA (1,6%).
Estes dez países cobriram 75,2% das importações totais. 

Alcochete, 11 de Agosto de 2018.


terça-feira, 7 de agosto de 2018

Comércio Internacional Portugal-Macau (2014-2017 e Jan-Mai 2017-2018)


Comércio Internacional de Mercadorias 
de Portugal com Macau
2014-2017
e Janeiro a Maio de 2017-2018

(disponível para download > aqui )



1 – Nota introdutória

O presente trabalho incide sobre o comércio externo da Região Administrativa Especial chinesa de Macau, considerada autonomamente para fins estatísticos no âmbito do comércio internacional.
Neste trabalho encontra-se reunido um breve conjunto de dados sobre o comércio externo de Macau face ao mundo, para o que se utilizaram dados disponibilizados pelo International Trade Centre (ITC).
Analisa-se também aqui, com algum detalhe, a evolução das importações e das exportações de mercadorias entre Portugal e Macau ao longo dos últimos quatro anos (2014 a 2017) e no período acumulado de Janeiro a Maio de 2017 e 2018, com base em dados estatísticos divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística de Portugal (INE), com última actualização em 17 de Julho de 2018.
2 – Alguns dados sobre o comércio externo de Macau
De acordo com dados divulgados pelo International Trade Centre (ITC) para os anos de 2015 a 2017, a Balança Comercial de mercadorias (fob-cif) de Macau é fortemente deficitária. Após uma quebra das importações em 2016 face ao ano anterior de ‑15,6%, assistiu-se em 2017, em termos homólogos, a um acréscimo de +20,2%, recuperando-se o nível de 2015. Por sua vez, as exportações, que em 2016 haviam decrescido -5,9%, aumentaram +12,9% em 2017, com o grau de cobertura das importações pelas exportações a situar-se em 13,2%.

A base de dados ITC não dispõe presentemente de dados sobre mercados de origem e de destino das mercadorias para o ano de 2017. Segundo os dados disponíveis, em 2016 os principais mercados de origem das importações macaenses foram a China (35,1%), Hong-Kong (8,9%), a França (8,0%), a Itália (7,9%), a Suíça (7,9%), o Japão (6,3%) e os EUA (4,9%).
No mesmo ano, mais de metade das exportações de Macau são atribuídas, na base de dados ITC, a uma área não especificada (58,7%). Os principais mercados identificados são Hong-Kong (31,6%) e a China (6,8%)
Em 2016 Portugal pesou apenas 0,4% nas importações de Macau, sendo práticamente nulo o seu peso nas exportações.

Numa análise da evolução das importações por Grupos de Produtos (ver em tabela anexa o conteúdo com base nos capítulos da NC/SH – Anexo-3), verifica-se que o grupo com maior peso em 2017 foi “Agro-alimentares” (16,8% do Total), seguido dos grupos “Produtos acabados diversos” (16,7%), “Máquinas, aparelhos e partes” (14,5%), “Minérios e metais” (13,5%), “Químicos” (11,4%), “Calçado, peles e couros” (7,1%), “Energéticos” (6,7%) e “Têxteis e vestuário” (6,0%). As maiores quotas de Portugal ao nível de cada grupo em 2016 (não estão disponíveis dados ITC para 2017) incidiram em “Têxteis e vestuário” (1,2%), “Agro-alimentares” (0,9%) e “Máquinas, aparelhos e partes” (0,6%).


Nas Exportações destacou-se, em 2017, o grupo “Produtos acabados diversos” (27,6% do Total, contra 68,5% em 2016), seguido dos grupos “Minérios e metais” (24,8%), “Máquinas, aparelhos e partes” (11,8%), “Têxteis e vestuário” (8,7%), “Agro-alimentares” (8,5%), “Químicos” (8,4%) e “Calçado, peles e couros” (5,7%).
As quotas de Portugal ao nível de cada grupo de produtos foram praticamente nulas em 2016.

3 – Comércio de mercadorias de Portugal com Macau
As importações anuais de Portugal com origem em Macau registaram uma quebra acentuada entre 2000 e 2005, para se manterem em níveis muito baixos desde então.
Por sua vez, as exportações podem considerar-se tendencialmente crescentes a partir de 2005, tendo registado uma quebra significativa em 2017.

3.1 – Balança Comercial
A Balança Comercial de mercadorias de Portugal com Macau é favorável a Portugal, com muito elevados graus de cobertura anuais das importações pelas exportações.
Ao longo dos últimos quatro anos o maior saldo positivo ocorreu em 2016, com +36 milhões de Euros, tendo-se registado uma quebra de cerca de -30% em 2017, na sequência de descidas nas importações e nas exportações de respectivamente ‑63,7% e -30,8%. 

3.2 – Importações por grupos de produtos
Ao longo dos últimos quatro anos e primeiros cinco meses de 2018, foram muito irregulares e de pequena monta as importações portuguesas de mercadorias com origem em Macau.
Em 2017, as principais importações incidiram nos grupos de produtos “Máquinas, aparelhos e partes” (47,4%) e “Produtos acabados diversos” (29,6%).
No período de Janeiro a Maio de 2018, o grupo de produtos dominante foi “Químicos”, que representou 84,1% do total e registou um acréscimo de +972 mil Euros face ao período homólogo do ano anterior. Este aumento incidiu principalmente em compostos heterocíclicos (+429 mil Euros), derivados organofosforados (+302 mil) e ácidos nucleicos e seus sais (+79 mil Euros).
O único decréscimo registou-se no grupo “Máquinas, aparelhos e partes” (-92 mil Euros), com incidência em bobinas de reactância e auto-indução, conversores estáticos, quadros eléctricos e aparelhos de comando de memória programável.
Em quadro anexo (Anexo-1) pode observar-se a desagregação de cada Grupo de Produtos das importações de mercadorias em Subgrupos.

3.3 – Exportações por grupos de produtos
O  grupo  de produtos dominante , ao longo dos últimos quatro anos e primeiros cinco meses de 2018 nas exportações portuguesas de mercadorias para Macau, foi “Agro-alimentares”, que representou 52,3% do total no período em análise de 2018, contra e 65,2% em igual período do ano anterior, a que se seguiram os grupos “Químicos” (23,6%), e “Máquinas, aparelhos e partes” (18,9%).

Nos primeiros cinco meses de 2018 os principais acréscimos verificaram-se nos grupos “Químicos” (+1,3 milhões de Euros), designadamente nos produtos farmacêuticos (+1,4 milhões de Euros), “Máquinas, aparelhos e partes” (+1,1 milhões), principalmente transformadores, cabos e aparelhos para distribuição de energia eléctrica (+990 mil Euros), e “Agro-alimentares” (+456 mil), com destaque para as carnes e lacticínios (+229 mil Euros) e conservas e preparações alimentares (+224 mil Euros).
Os principais decréscimos ocorreram nos grupos “Calçado, peles e couros” (‑30 mil Euros), principalmente em calçado, e “Produtos acabados diversos” (-29 mil Euros), com descidas nas exportações de aparelhos científicos de precisão (-47 mil Euros) e de cerâmica, vidro e suas obras (-19 mil Euros).
Em quadro anexo (Anexo-2) pode observar-se a desagregação de cada Grupo de Produtos das exportações de mercadorias em Subgrupos.
Alcochete, 5 de Agosto de 2018.







Comércio Internaciobnal Portugal - Hong-Kong (2014-2017 e Jan-Mai 2017-2018)


Comércio Internacional de Mercadorias 
de Portugal com Hong-Kong
2014-2017
e Janeiro a Maio de 2017-2018

(disponível para download > aqui )



1 – Nota introdutória

O presente trabalho incide sobre o comércio externo da Região Administrativa Especial chinesa de Hong-Kong, considerada autonomamente para fins estatísticos no âmbito do comércio internacional.
Neste trabalho encontra-se reunido um breve conjunto de dados sobre o comércio externo de Hong-Kong face ao mundo, para o que se utilizaram dados disponibilizados pelo International Trade Centre (ITC).
Analisa-se também aqui, com algum detalhe, a evolução das importações e das exportações de mercadorias entre Portugal e Hong-Kong ao longo dos últimos quatro anos (2014 a 2017) e no período acumulado de Janeiro a Maio de 2017 e 2018, com base em dados estatísticos divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística de Portugal (INE), com última actualização em 17 de Julho de 2018.
2 – Alguns dados sobre o comércio externo de Hong-Kong
De acordo com dados divulgados pelo International Trade Centre (ITC) para os anos de 2015 a 2017, a Balança Comercial de mercadorias (fob-cif) de Hong-Kong é deficitária. Após uma quebra das importações em 2016 face ao ano anterior, ‑1,9%, assistiu-se em 2017, em termos homólogos, a um acréscimo de +5,6%. Por sua vez, as exportações, que em 2016 haviam crescido +1,5%, voltaram a aumentar em 2017, +4,3%, situando-se o grau de cobertura das importações pelas exportações em 93,3%.



Segundo os dados disponíveis, em 2017 os principais mercados de origem das importações chinesas foram a China (44,6%), Taiwan (7,2%), Singapura (6,4%), Japão (6,1%), Coreia do Sul (5,5%) e EUA (5,2%).
No mesmo ano, os mercados de destino dominantes foram ainda a China (54,1%) e os EUA (7,7%).
Em 2017 Portugal pesou apenas 0,03% nas importações e 0,06% nas exportações de Hong-Kong.

Numa análise da evolução das importações por Grupos de Produtos (ver em tabela anexa o conteúdo com base nos capítulos da Nomenclatura Combinada (NC) / Sistema Harmonizado (SH) – Anexo-3), verifica-se que o grupo com maior peso em 2017 foi o de “Máquinas, aparelhos e partes” (62,1% do Total), seguido do grupo “Minérios e metais” (13,5%). Seguiram-se os grupos “Produtos acabados diversos” (6,6%), “Agro-alimentares” (4,8%), “Químicos” (4,0%), “Têxteis e vestuário” (3,3%), “Energéticos” (2,1%) e “Calçado, peles e couros” (1,8%). As maiores quotas de Portugal ao nível de cada grupo incidiram em “Produtos acabados diversos” (0,14%) e “Têxteis e vestuário” (0,11%).

Nas Exportações destacou-se, em 2017, também o grupo “Máquinas, aparelhos e partes” (63,4% do Total), a grande distância dos restantes, em que se destacaram os grupos “Minérios e metais” (17,0%), “Produtos acabados diversos” (7,2%), “Têxteis e vestuário” (4,0%) e “Químicos” (3,5%).
As maiores quotas de Portugal ao nível de cada grupo de produtos incidiram em “Madeira, cortiça e papel” (0,16%) e “Produtos acabados diversos” (0,11%).

3 – Comércio de mercadorias de Portugal com Hong-Kong
As importações anuais de Portugal com origem em Hong-Kong tiveram um comportamento irregular desde o início do século, com acréscimos e decréscimos significativos. A partir de 2015, ano em que atingiram um dos seus níveis mais baixos, e até 2017, cresceram sustentadamente.  

Por sua vez as exportações, com um comportamento também irregular entre 2000 e 2007, cresceram significativamente a partir de então até 2010, podendo considerar-se tendencialmente crescentes até 2017.
3.1 – Balança Comercial
A Balança Comercial de mercadorias de Portugal com Hong-Kong é favorável a Portugal, com elevados graus de cobertura anuais das importações pelas exportações.
Ao longo dos últimos quatro anos o maior saldo positivo ocorreu em 2016, com -110 milhões de Euros.

Nos primeiros cinco meses de 2018, face ao mesmo período do ano anterior, o saldo positivo aumentou +6,5%, na sequência de uma quebra das importações de -8,4% e de um pequeno aumento das exportações (+1,6%), com o grau de cobertura das importações pelas exportações a situar-se em 340,6%.
3.2 – Importações por grupos de produtos
Ao longo dos últimos quatro anos e primeiros cinco meses de 2018, as principais importações portuguesas de mercadorias com origem em Hong-Kong incidiram no grupo de produtos “Máquinas, aparelhos e partes”, que representou 56,6% do total nos primeiros cinco meses de 2018 e 44,8% em igual período do ano anterior.
Seguiram-se, entre os principais, os grupos “Produtos acabados diversos” (13,9% em 2018), “Têxteis e vestuário” (9,0%), “Calçado, peles e couros” (5,9%), “Madeira, cortiça e papel” (5,4%), e “Minérios e metais” (5,0%). 

No conjunto dos primeiros cinco meses de 2018 verificaram-se acréscimos em quatro dos onze grupos de produtos. O maior acréscimo em termos homólogos ocorreu no grupo “Máquinas, aparelhos e partes” (+1,3 milhões de Euros), onde os principais aumentos incidiram nas importações de material de informática, memórias e circuitos integrados (+1,1 milhões de Euros) e de aparelhos de som e imagem (+1,1 milhões). De referir aqui uma quebra verificada nas importações de transformadores, cabos e aparelhos para distribuição de energia (-915 mil Euros).
Seguiram-se acréscimos nos grupos “Madeira, cortiça e papel” (+229 mil Euros), essencialmente papel e cartão (+201 mil Euros), “Material de transporte terrestre e partes” (+171 mil Euros), com destaque para as partes de carroçarias e seus acessórios (+227 mil Euros) e “Têxteis e vestuário” (+100 mil Euros), onde se verificou um aumento das importações de vestuário (+263 mil Euros), contra uma quebra nos têxteis e suas obras (-164 mil Euros).
No mesmo período os maiores decréscimos incidiram nos grupos “Calçado, peles e couros” (-1,6 milhões de Euros), com destaque para o calçado (-1,1 milhões), “Químicos” (-631 mil Euros), “Minérios e metais” (-618 mil), com maior incidência nas pedras e metais preciosos (-160 mil), no ferro, aço e suas obras (-142 mil) e em metais comuns não especificados e suas obras (-254 mil), e “Produtos acabados diversos” (-508 mil Euros), designadamente produtos acabados não especificados (-620 mil), como bonecas, relógios de pulso, brinquedos de plástico ou quadros, pinturas e desenhos feitos à mão,  e também aparelhos científicos de precisão (-155 mil), tendo-se aqui verificado um aumento das importações de mobiliário e candeeiros (+234 mil Euros).
Em quadro anexo (Anexo-1) pode observar-se a desagregação de cada Grupo de Produtos das importações de mercadorias em Subgrupos.
3.3 – Exportações por grupos de produtos
O grupo de produtos dominante, ao longo dos últimos quatro anos e primeiros cinco meses de 2018 nas exportações portuguesas de mercadorias para Hong-Kong, foi “Produtos acabados diversos”, que representou 40,3% do total no período em análise de 2018, contra e 29,4% em igual período do ano anterior.
Seguiram-se os grupos “Máquinas, aparelhos e partes” (14,0%), “Têxteis e vestuário” (13,8%), “Minérios e metais” (9,5%), “Químicos” (7,3%), “Agro-alimentares” (4,7%), “Material de transporte terrestre e partes” (4,5%), “Madeira, cortiça e papel” (3,1%) e “Calçado, peles e couros” (2,8%).
Nos primeiros cinco meses de 2018 verificaram-se acréscimos nos grupos “Produtos acabados diversos” (+6,6 milhões de Euros), designadamente produtos acabados não especificados (+5,9 milhões de Euros), com destaque para os relógios de pulso, “Minérios e metais” (+4,4 milhões), principalmente pedras e metais preciosos, “Madeira, cortiça e papel” (+1,1 milhões), essencialmente papel e cartão, e “Material de transporte terrestre e partes” (+927 mil Euros), em automóveis de passageiros.
Os principais decréscimos ocorreram nos grupos “Máquinas, aparelhos e partes” (‑5,3 milhões de Euros), principalmente em aparelhos de som e imagem (-2,5 milhões), transformadores, cabos e aparelhos de distribuição de energia (-936 mil Euros) e material de informática, memórias e circuitos integrados (-492 mil Euros), “Químicos” (-3,9 milhões de Euros), com destaque para a borracha e suas obras (‑3,9 milhões), “Agro-alimentares” (-2 milhões), como carnes e lacticínios (-667 mil Euros), bebidas alcoólicas (-388 mil), conservas  e preparações alimentares (‑285 mil) e produtos da pesca (-116 mil Euros), e “Têxteis e vestuário” (-951 mil Euros), quebra centrada no vestuário (-1,2 milhões de Euros).

Em quadro anexo (Anexo-2) pode observar-se a desagregação de cada Grupo de Produtos das exportações de mercadorias em Subgrupos.
Também em anexo se apresentam as balanças comerciais de mercadorias de Portugal com Hong-Kong, por grupos de produtos, para os anos de 2014 a 2017 e primeiros cinco meses de 2017 e 2018 (Anexo-4).
Alcochete, 4 de Agosto de 2018.