sexta-feira, 26 de julho de 2019

Comércio internacional no sector "Agro-alimentar"


Comércio internacional português
no sector "Agro-alimentar"
(2017-2018)
(disponível para download  >> aqui )


1 – Nota introdutória
Os produtos do sector “Agro-alimentar” encontram-se repartidos por um elevado número de tipos de produtos no contexto da agricultura e outros produtos alimentares e das indústrias alimentares.
Neste trabalho vamos analisar a evolução das importações e das exportações dos produtos que integram os Capítulos 01 a 24 da “Nomenclatura Combinada” de mercadorias da União Europeia, que designamos por grupo de produtos “Agro-alimentares”, por sua vez desagregados em sete subgrupos (ver conteúdo em Anexo), para o período de 2017 a 2018.
São aqui utilizados dados estatísticos do “Instituto Nacional de Estatística de Portugal” (INE), em versão definitiva para 2017 e preliminar para 2018.
De sublinhar que na última década o ritmo de ‘crescimento’ das exportações de produtos “Agro-alimentares” foi superior ao das importações.

2 – Balança Comercial
A Balança Comercial dos produtos “Agro-alimentares” é deficitária, com saldos da mesma ordem de grandeza em 2017 e 2018 (-3,8 milhões de Euros).
Em 2018, face ao ano anterior, as exportações cresceram em valor +3,7%, contra +3,1% nas Importações.
Em volume, a taxa de variação anual homóloga das exportações foi de +5,1% (+2,8% nas importações), com o preço das exportações a descer -1,3% e o das importações a crescer +0,3%.

Em 2018, o grupo de produtos “Agro-alimentares” ocupou a 3ª posição no “ranking” dos onze grupos habitualmente considerados em ambas as vertentes comerciais, com um peso de 14,6% do Total nas importações e de 12,3% nas exportações.

3 – Importações por Subgrupos de produtos
Entre os sete subgrupos destacaram-se, em 2018, pelo seu peso, as importações de “Outros agro-alimentares” (25,1% do Total), seguidos dos “Produtos da pesca” (17,9%), das “Carnes e lacticínios” (15,2%), das “Conservas e preparações alimentares” (15,1%), das “Oleaginosas, gorduras e óleos” (12,3%), das “Frutas e hortícolas” (11,2%) e das “Bebidas alcoólicas” (3,2%).
Os maiores acréscimos em Euros verificaram-se nas importações de “Carne e lacticínios” (+117 milhões), de “Frutas e hortícolas” (+87 milhões), de “Produtos da pesca” (+58 milhões) e de “Conservas e preparações alimentares” (+42 milhões de Euros). A única quebra ocorreu no subgrupo “Oleaginosas, gorduras e óleos” (-19 milhões de Euros).

3.1 – Principais produtos importados


3.2 – Mercados de origem das importações
Em 2018 o espaço intracomunitário foi a origem de 78,2% das importações portuguesas de “Agro-alimentares”.
Ao longo da última década o ritmo de ‘crescimento’ das importações provenientes dos parceiros comunitários foi tendencialmente crescente, sendo irregular o das originárias dos países terceiros.

Em 2018 os principais mercados de origem das importações do conjunto dos produtos “Agro-alimentares” foram a Espanha (44,7% do Total), a França (6,8%), a Alemanha (6,4%) e os Países Baixos (6,0%). Seguiram-se os dois países terceiros com maior peso, o Brasil (6,2%) e os EUA (2,9%).



4 – Exportações por Subgrupos de produtos
Entre os sete subgrupos destacaram-se, em 2018, pelo seu peso, as exportações de “Outros agro-alimentares” (22,8% do Total), seguidos das “Conservas e preparações alimentares” (17,9%), das “Bebidas alcoólicas” (13,8%), das “Frutas e hortícolas” (13,8%), das “Oleaginosas, gorduras e óleos” (12,6%), dos “Produtos da pesca” (11,7%) e das “Carnes e lacticínios” (7,3%).

O maior acréscimo em Euros verificou-se nas exportações de “Outros agro-alimentares” (+130 milhões, cabendo +35 milhões aos cereais). Aumentaram também, em termos homólogos, as de “Oleaginosas, gorduras e óleos” (+71 milhões de Euros), de “Frutas e hortícolas” (+53 milhões) e de “Produtos da pesca” (+27 milhões de Euros).
O único decréscimo ocorreu no subgrupo “Carnes e lacticínios” (-29 milhões de Euros).

4.1 – Principais produtos exportados

4.2 – Mercados de destino das exportações
Em 2018 o espaço intracomunitário foi o destino de 72,8% das exportações portuguesas de “Agro-alimentares”.
É maior a quota dos países extracomunitários na vertente das exportações (27,2%) do que na das importações (21,8%).
Ao longo da última década o ritmo de ‘crescimento’ das exportações com destino aos parceiros comunitários foi tendencialmente crescente. Crescente foi também o ritmo das destinadas aos países terceiros até 2014, tornando-se irregulares a partir de então.
Em 2018 os principais mercados de destino das exportações do conjunto dos produtos “Agro-alimentares” foram a Espanha (35,9% do Total), a França (8,7%) e a Itália (7,6%). Seguiram-se o Brasil (5,8%), Angola (5,4%), o Reino Unido (4,8%), os Países Baixos (3,6%), a Alemanha (3,1%), os EUA (2,4%), a Bélgica (2,3%) e a Polónia (2,1%). Com menos de 2,0% cada alinharam-se depois Israel, a Suíça, o Canadá, Cabo Verde, a China, o Japão, a Rússia, a Dinamarca e o Luxemburgo. Este conjunto de países representou 90,2% do Total.





Alcochete, 21 de Julho de 2019.












































quarta-feira, 17 de julho de 2019

Comércio Internacional de Têxteis e Vestuário (2008-2018)


Comércio Internacional 
de Têxteis e Vestuário
(2008-2018)
                                                   (disponível para download  >> aqui )

1 – Nota introdutória
O comércio externo do conjunto dos produtos tradicionais “Têxteis” e “Vestuário”, que registou um forte incremento após a Adesão às Comunidades, sofreu uma quebra significativa a partir de 2004 com o desmantelamento do “Acordo Multifibras” (Janeiro de 2005), em conformidade com as regras da “Organização Mundial de Comércio” (OMC), e consequente aumento da competição chinesa no sector, a que a indústria reagiu apostando na qualidade, na inovação e no “design”, com criação de valor acrescentado. Estes produtos continuam assim a ter uma importante posição no contexto das exportações, com grande interligação com as importações ao nível das matérias-primas necessárias para a indústria exportadora, tendo representado 9,2% do total das exportações em 2018 (contra 16,2% em 2003) e 5,7% das importações (7,4% em 2003). 



No presente trabalho, que cobre o período de 2008 a 2018, os produtos “Têxteis”, vão ser divididos em quatro componentes: “Fibras e Fios”, “Tecidos”, “Têxteis-Lar” e “Outros têxteis”.
Por sua vez, no “Vestuário” vão ser consideradas duas categorias: “Vestuário de malha” e “Vestuário excepto de malha” (ver Anexo).
São aqui utilizados dados de base do “Instituto Nacional de Estatística”(INE) para os anos de 2008 a 2017 em versões definitivas e para 2018 em versão ainda preliminar.
2 – Balança Comercial do conjunto dos “Têxteis e Vestuário”
A balança comercial do conjunto dos produtos “Têxteis e Vestuário” é favorável a Portugal, com um saldo positivo da ordem dos mil milhões de Euros desde 2012.

3 – Comércio internacional dos “Têxteis”


Na última década o peso das importações de “Têxteis” na importação global, que em 2003, quando ainda vigorava o “Acordo Multifibras”, se situava em 4,5%, oscilou entre 2,5% em 2008 e 3,2% em 2016, decaindo nos dois anos seguintes, com 2,8% em 2018. Por sua vez o peso das exportações de “Têxteis” na exportação global, que era de 5,7% em 2003, oscilou entre 4,2%, em 2009, e 3,7% em 2012 e 2013, com este mesmo peso em 2018.
3.1 – Balança Comercial dos “Têxteis”


Entre 2008 e 2011 a balança comercial destes produtos foi deficitária, tornando-se o saldo ligeiramente positivo a partir de 2012, com o grau de cobertura das importações pelas exportações a situar-se em 101,5% em 2018.
Neste ano face ao ano anterior, as importações de “Têxteis” cresceram +2,1% e as Exportações +2,7%, com um saldo positivo de +31 milhões de Euros
3.2 – Importação de “Têxteis” e suas componentes






Nestas importações predominam as de “Fibras e Fios” e as de “Tecidos”, grande parte destes utilizados na fabricação de vestuário para exportação, seguidos dos “Outros têxteis” e dos “Têxteis-Lar”.
Nos “Outros têxteis”, multo diversificados, destacaram-se em 2018, por ordem decrescente de valor, os tecidos impregnados ou revestidos com plástico, os falsos tecidos, os artefactos têxteis confecionados incluindo os moldes para vestuário, os produtos e artefactos de matérias têxteis para uso técnico, as fitas de fios ou fibras, os sacos para embalagem, os encerados, estores, tendas e outros artigos de campismo, as etiquetas e emblemas não bordados, produtos que representaram cerca de 75% do Total.
No mesmo ano, no âmbito dos “Têxteis-Lar” destacaram-se principalmente as importações de roupas de cama, mesa, toucador e cozinha, de tapetes e outros revestimentos têxteis para pavimentos, de cortinados e outros artefactos para guarnição de interiores, e de cobertores e mantas.
3.3 – Mercados de origem das importações de “Têxteis”

O principal mercado de origem das importações portuguesas de “Têxteis” é a Espanha, com uma quota de 18,2% em 2018 e uma quebra em valor de -9,4% face ao ano anterior. Seguiu-se a Itália (13,3% e TVH -0,2%) a Índia (9,9% e TVH +8,2%), a Alemanha (9,4% e TVH +10,0%), a China (9,0% e TVH +30,5%), a Turquia (6,9% e TVH +19,5), o Paquistão (6,1% e TVH +19,6%), a França (4,0% e TVH +1,1%), os Países Baixos (3,6% e TVH -26,6%), o Reino Unido (2,8% e TVH -6,0%) e a Bélgica (2,5% e TVH -39,2%).
3.4 – Exportação de “Têxteis” e suas componentes



Em 2018, nas exportações de “Têxteis” predominaram os “Têxteis-Lar” (32,2% do Total), seguidos dos “Outros têxteis” (30,1%), dos “Tecidos” (24,9%) e das “Fibras e Fios” (12,9%).

Entre os “Têxteis-Lar” destacaram-se, em 2018, as exportações de roupas de cama, mesa, toucador ou cozinha (76,6% do Total), seguidas dos tapetes e outros revestimentos têxteis para pavimentos (11,9%) e dos cortinados e outros artefactos para guarnição de interiores (7,9%).
A componente “Outros têxteis” engloba produtos muito diversificados. Mais de metade destas exportações centraram-se em cordéis, cordas e cabos revestidos de borracha ou plástico e nos tecidos impregnados, revestidos ou recobertos com plástico. Seguiram-se os artefactos têxteis para usos técnicos, as telas para pneus, os tecidos com borracha, as redes de pesca e outras redes, os artefactos têxteis confeccionados incluindo os moldes para vestuário, as fitas de fios ou fibras, as etiquetas e emblemas não bordados e os encerados, estores, tendas e outros artigos de campismo, representado este conjunto de produtos cerca de 90% do Total exportado em 2008.
Entre os “Tecidos”, que entre 2008 e 2011 haviam ocupado a segunda posição, sobressaíram, entre muitos outros, os tecidos de fibras sintéticas, os tecidos de algodão, os tecidos especiais, como veludos e pelúcias, e os tecidos de malha.
No âmbito das “Fibras e Fios” destacaram-se as exportações de cabos de filamentos sintéticos, de fios de algodão não acondicionados para venda a retalho, de fibras sintéticas descontínuas não cardadas ou transformadas de outro modo para fiação, de fios de fibras sintéticas descontínuas não acondicionados, de fios de filamentos sintéticos incluindo monofilamentos, de fios de lâ penteada e de fibras sintéticas descontínuas cardadas ou transformadas para fiação, conjunto de produtos que representou mais de 80% das exportações de fibras e fios têxteis em 2018.
3.5 – Mercados de destino das exportações de “Têxteis”

Em 2018 o principal mercado de destino das exportações portuguesas de “Têxteis” foi a Espanha (19,4% do Total), seguida da França (11,4%), dos EUA (9,8%), da Alemanha (8,6%), do Reino Unido (6,6%, que em 2000 ocupava a 1ª posição no “ranking”) e da Itália (5,3%).
4 – Comércio internacional do “Vestuário”
Na última década o peso das importações de “Vestuário” na importação global oscilou entre 2,6%, em 2008, e 3,3%, em 2016, situando-se em 2,9% em 2018, o mesmo peso que detinha em 2003, em vésperas do termo do Acordo Multifibras.
Por sua vez o peso das exportações de “Vestuário” na exportação global, que em 2003 se situava em 10,5%, oscilou entre 6,8%, em 2009, e 2,8% em 2012, com 5,5% do Total em 2018.

4.1 – Balança Comercial do “Vestuário”


A balança comercial do “Vestuário” é favorável a Portugal, com um elevado grau de cobertura das importações pelas exportações, tendo o seu saldo rondado os mil milhões de Euros entre 2012 e 2018.
Em 2018, face ao ano anterior, as importações de “Vestuário” cresceram +5,2% e as Exportações +1,0%, com um saldo positivo de +982 milhões de Euros
4.2 – Importação de “Vestuário” e suas componentes
As importações de “Vestuário” dividem-se praticamente em partes iguais entre “Vestuário de malha” e “Vestuário excepto de malha”.


Em 2018, face ao ano anterior, as importações de “Vestuário de malha” cresceram +5,7% e as de “Vestuário excepto de malha” +4,8%.
O ritmo de crescimento nominal anual das importações de “Vestuário”, que no período em análise atingiu em ambas as categorias de produtos o seu ponto mais baixo em 2012, cresceu sustentadamente a partir de então.


Entre o “Vestuário de malha” destacaram-se, em 2018, as importações de camisolas e pulôveres, cardigans e coletes”, de “T-shirts e camisolas interiores, de fatos, conjuntos, casacos, vestidos e saias, entre outros, para senhora, e de camisas para homem, seguidos das meias-calça e meias, incluindo para varizes, das combinações, calcinhas, roupões e robes, entre outros, para senhora, do vestuáro e seus acessórios para bebés e dos fatos, conjuntos, casacos, calças e calções, entre outros, para homem, produtos que no seu conjunto representaram mais de 80% do Total.

No mesmo ano, no âmbito do “Vestuário excepto de malha” predominaram as importações de fatos, conjuntos, vestidos, saias, entre outros, para senhora, de fatos, conjuntos, casacos, calças e calções, entre outros, para homem, de camiseiros e blusas para senhora, de asacos compridos, anoraques, blusões e semelhantes, para senhora, de camisas para homem e de sobretudos, anoraques, blusões e semelhantes para homem, produtos que no seu conjunto representaram também mais de 80% do Total.
4.3 – Mercados de origem das importações de “Vestuário”
O principal mercado de origem das importações portuguesas de “Vestuário” é também a Espanha, com a elevada quota de 52,8% em 2018 (55,6% em 2017), seguida da Itália (9,4%), da França (9,1%), da China (5,8%), da Alemanha (5,2%), dos Países Baixos (3,5%), do Bangladesh (2,8%), da Bélgica (2,4%), da Índia (1,7%), de Marrocos (1,5%), do Reino Unido (1,4%) e da Croácia (1,0%).

4.4 – Exportação de “Vestuário” e suas componentes

Nas exportações de “Vestuário” predomina o “Vestuário de malha”, que em 2018 pesou 69,5% do Total.

No período em análise o ritmo de crescimento nominal anual das exportações de “Vestuário” atingiu o seu ponto mais baixo em 2009, na sequência da crise que envolveu os mercados mundiais a partir de 2008, para se afirmar tendencialmente crescente a partir de então, com a principal componente a crescer sustentadamente até 2018, tendo o crescimento das exportações de “Vestuário excepto de malha” praticamente estabilizado a partir de 2015.

Entre o “Vestuário de malha” destacam-se, em 2018, as exportações de T-shirts e camisolas interiores, de camisolas e pulôveres, cardigans e coletes, de fatos, conjuntos, casacos, vestidos e saias, entre outros, para senhora, de meias-calça e meias incluindo para varizes, de camisas para homem e de fatos, conjuntos, casacos, calças e calções, entre outros, para homem, produtos que no seu conjunto representaram nesse ano cerca de 85% destas exportações.
Na componente “Vestuário excepto de malha” salientaram-se as exportações de fatos, conjuntos, casacos, vestidos, saias e outros, para senhora, de fatos, conjuntos, casacos, calças, calções e outros, para homem, de camisas para homem, de camiseiros e blusas para senhora e de fatos de treino para desporto, de macaco, de banho, de esqui, biquínis, calções e outro não especificado, produtos que no seu conjunto pesaram também cerca de 85% no total das exportações deste tipo de vestuário.
4.5 – Mercados de destino das exportações de “Vestuário”

O principal mercado de destino das exportações portuguesas de “Vestuário” é também a Espanha, com a elevada quota de 40,2% em 2018 (42,7% em 2017), seguida da França (13,2%), da Alemanha (8,3%), do Reino Unido (8,2%), da Itália (6,8%), dos Países Baixos (5,2%), dos EUA (3,6%) e da Suécia (2,5%). Com menos de 2% alinharam-se a Bélgica, a Dinamarca, a Suíça, a Áustria, Angola e a Finlândia. O conjunto destes países averbou 93,5% do total destas exportações”.
De acordo com estatísticas do “International Trade Centre” (ITC), consentâneas com as do INE no caso de Portugal, em 2018 o país terá ocupado a 23ª posição no “ranking” dos principais exportadores mundiais de “Vestuário”, com 0,8% do Total.
A primeira posição coube à China, incluindo Hong-Kong e Macau, com 32,8%, seguida do Bangladesh (7,7%), do Vietname (6,3%), da Alemanha (4,9%), da Itália (4,8%), da Índia (3,3%), da Turquia (3,2%) e da Espanha (3,1%), países que representaram 2/3 das exportações mundiais de “Vestuário” em 2018.

Alcochete, 12 de Julho de 2019.


sexta-feira, 12 de julho de 2019

Série mensal - Jan-Mai 2019 - Comércio Internacional


Comércio Internacional de mercadorias
- Série mensal -
Janeiro a Maio de 2019 

                                                  ( disponível para download  >> aqui )


1 - Balança comercial
De acordo com dados preliminares divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), com última actualização em 10 de Julho de 2019, no período de Janeiro a Maio de 2019 as exportações de mercadorias cresceram em valor +5,3% face a 2018 (+1294 milhões de Euros), a par de um acréscimo das importações de +12,6% (+3830 milhões de Euros).
As exportações para o espaço comunitário (expedições) registaram um aumento de +6,2% (+1150 milhões de Euros), ao mesmo tempo que as exportações para os países terceiros cresceram +2,5% (+144 milhões de Euros), o segundo acréscimo em termos homólogos  desde Janeiro-Março de 2018. Por sua vez, as importações de mercadorias provenientes dos parceiros comunitários (chegadas) aumentaram +11,6% (+2697 milhões de Euros), com as importações originárias dos países terceiros a crescerem +16,2% (+1133 milhões).
Na sequência deste comportamento, o défice comercial externo (Fob-Cif) aumentou +42,5%, ao situar-se em -8497 milhões de Euros (um acréscimo de 2536 milhões de Euros face ao mesmo período do ano anterior, com um aumento de 1546 milhões no comércio intracomunitário e de 990 milhões no extracomunitário). Em termos globais, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações desceu de 80,3%, em 2018, para 75,1%, em 2019.


A variação do preço de importação do petróleo repercute-se, naturalmente, no valor das exportações de produtos energéticos, com reflexo sensível na Balança Comercial. O valor médio unitário de importação do petróleo, que nos primeiros cinco meses de 2018 se situou em 418 Euros/Ton, subiu para 436 Euros/Ton em 2019.

Para além da variação da cotação internacional do barril de petróleo, medida em dólares, a variação da cotação do dólar face ao Euro é também um dos factores determinantes da evolução do seu preço em Euros.

Se excluirmos do total das importações e das exportações o conjunto dos produtos “Energéticos” (respectivamente 11,3% e 6,0% do total no período de Janeiro a Maio de 2019), o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações sobe, em 2019, de 75,1% para 79,6%.

2 – Evolução mensal

3 – Mercados de destino e de origem
3.1 - Exportações
No período de Janeiro-Maio de 2019, as exportações nacionais para a UE (expedições), que representaram 77,2% do total (76,6% no ano anterior), cresceram em valor +6,2%, contribuindo com +4,7 pontos percentuais (p.p.) para uma taxa de crescimento global de +5,3%. As exportações para o espaço extracomunitário, que representaram 22,8% do total em 2019 (23,4% em 2018), registaram um acréscimo em valor de +2,5% (o primeiro acréscimo em termos homólogos desde Janeiro-Março de 2018), contribuindo com +0,6 p.p. para o crescimento global. 

Os principais mercados de destino foram a Espanha (24,7%), a França (13,1%), a Alemanha (12,1%), o Reino Unido (6,1%), os EUA (5,0%), Itália (4,8%), os Países Baixos (3,9%), a Bélgica (2,4%), Angola (2,0%), a Polónia (1,4%), Marrocos e o Brasil (1,2% cada), a Suíça e o Canadá (1,1% cada), destinos que representaram 80,2% do total.
Angola, o segundo mercado entre os países terceiros depois dos EUA, registou uma quebra em valor de –15,3% em 2019 no período em análise (-92,4 milhões de Euros), envolvendo oito dos onze grupos de produtos. As descidas incidiram nos grupos “Agro-alimentares” (‑48,6 milhões de Euros), “Químicos” (‑19,8 milhões), “Produtos acabados diversos” (‑10,1 milhões), “Máquinas, aparelhos e partes” (-9,5 milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (-2,7 milhões), “Madeira, cortiça e papel” (-2,9 milhões) e “Calçado, peles e couros” (-2,4 milhões de Euros).
Verificaram-se acréscimos nos grupos “Minérios e metais” (+5,3 milhões de Euros), “Têxteis e vestuário” (+2,1 milhões) e “Aeronaves, embarcações e partes” (+630 mil Euros).

Entre os trinta principais destinos, os maiores contributos positivos para o ‘crescimento’ das exportações no período em análise (+5,3%), couberam à Itália e à Alemanha (+1,0 p.p. cada), à França (+0,8 p.p.), à Espanha (+0,6 p.p.), ao Canadá (+0,5 p.p.), aos EUA, Países Baixos, Turquia e Finlândia (+0,3 p.p. cada) e à Suíça (+0,2 p.p.). Os maiores contributos negativos pertenceram a Angola (-0,4 p.p.), ao Brasil (-0,2 p.p.) e à Argélia (-0,1 p.p).


Os maiores acréscimos, em Euros, nas expedições para o espaço comunitário no período Janeiro-Maio de 2019, em termos homólogos, verificaram-se na Itália, Alemanha França e Espanha, seguidos dos Países Baixos, Finlândia, Grécia, Polónia e Provisões de Bordo. Os maiores decréscimos couberam à Bélgica, à Suécia e à Hungria.


Entre os Países Terceiros, os maiores acréscimos nas exportações ocorreram no Canadá, EUA, Turquia, Egipto e Suíça, seguidos das Provisões de Bordo Extracomunitárias e do México. Os maiores decréscimos couberam à Tunísia, Angola e Brasil, seguidos de Argentina, Argélia e Taiwan.

 3.2 - Importações
De Janeiro a Maio de 2019 as chegadas de mercadorias com origem na UE, que representaram 76,2% do total (76,9% em 2018), registaram um acréscimo de +11,6% e contribuíram com +8,9 p.p. para uma taxa de crescimento global de +12,6%.

As importações com origem no espaço extracomunitário registaram um acréscimo de +16,2%, representando 23,8% do total em Janeiro-Maio de 2019 (23,1% em igual período de 2018), com um contributo para o crescimento global de +3,7 p.p..
Os principais mercados de origem das importações no período de Janeiro a Maio de 2019 foram a Espanha (29,7%), a Alemanha (13,8%) e a França (10,0%). Seguiram-se a Itália (5,0%), os Países Baixos (4,8%), a China (3,5%), a Bélgica (3,0%), o Reino Unido (2,6%), os EUA (2,1%), a Rússia (1,7%) e Angola (1,3%), países que representaram no seu conjunto 77,5% das nossas importações totais.


Entre os maiores contributos positivos para o crescimento das importações nos primeiros cinco meses de 2019 (+12,6%) destacam-se a França (+3,2 p.p.), a Espanha (+1,7 p.p.), a Alemanha (+1,6 p.p.), a China (+1,1 p.p.) e os EUA (+0,9 p.p.), seguidos da Bélgica (+0,5 p.p.), da Arábia Saudita e do Reino Unido (+0,4 p.p. cada), da Rússia (+0,3 p.p.) e da Turquia, Angola e Argélia (+0,2 p.p. cada). 

Por sua vez, os maiores contributos negativos couberam ao Cazaquistão (-0,4 p.p.), ao Brasil (-0,3 p.p.), à Guiné Equatorial e à Suécia (-0,1 p.p. cada).
Nas duas figuras seguintes relacionam-se os maiores acréscimos e decréscimos das importações com origem intracomunitária e nos países terceiros.


4 – Saldos da Balança Comercial
Em 2019, no período em análise, os maiores saldos positivos da balança comercial (Fob-Cif) couberam ao Reino Unido (+681 milhões de Euros), aos EUA (+553 milhões), ao Canadá (+237 milhões), a Marrocos (+236 milhões) e à Suíça (+157 milhões de Euros).
O maior défice, a grande distância dos restantes, pertenceu a Espanha (-3810 milhões de Euros), seguido dos da Alemanha (‑1607 milhões), da China (-953 milhões), dos Países Baixos (-644 milhões) e da Rússia (‑502 milhões de Euros).

5 – Evolução por grupos de produtos
5.1 – Exportações
Os capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2 Ξ SH-2), foram aqui agregados em 11 grupos de produtos (ver ANEXO). Os grupos com maior peso nas exportações de mercadorias no período de Janeiro a Maio de 2019, representando 82,1% do total, foram “Material de transporte terrestre e partes” (15,9% e TVH +17,9%), “Máquinas, aparelhos e partes” (13,7% do total e TVH -0,4%),  “Químicos” (12,5% e TVH +10,5%), “Agro-alimentares” (11,7% e TVH +5,2%), “Produtos acabados diversos” (9,7% e TVH +7,6%), “Minérios e metais” (9,6% e TVH +2,9%) e “Têxteis e vestuário” (9,0% e TVH +1,1%).
O maior contributo para o acréscimo global de +1294 milhões de Euros, face ao ano anterior, coube ao grupo “Material de transporte terrestre e partes”, com +619 milhões de Euros.
As exportações registaram decréscimos em três dos onze grupos, com destaque para o grupo “Energéticos” (-255 milhões de Euros).



5.2 – Importações
Em Janeiro-Maio de 2019, os grupos de produtos com maior peso nas importações, representando 71,6% do total, foram “Máquinas, aparelhos e partes” (17,8%, com uma taxa de variação homóloga em valor de +15,8%), “Químicos” (16,3% do total e TVH +10,9%), “Agro-alimentares” (13,6% e TVH +6,7%), “Material de transporte terrestre e partes” (12,6% e TVH +5,5%) e “Energéticos” (11,3% e TVH +14,1%).
À excepção do grupo “Calçado, peles e couros”, em que se registou uma quebra de um milhões de Euros, em todos restantes se verificaram acréscimos nas importações, tendo ocorrido os mais significativos, em Euros, nos grupos “Aeronaves, embarcações e partes” (+925 milhões de Euros), “Máquinas, aparelhos e partes” (+829 milhões), “Químicos” (+548 milhões) e “Energéticos” (+479 milhões de Euros). 

6 – Mercados por grupos de produtos
6.1 – Exportações
Entre os mercados de destino, a Espanha ocupou em Janeiro-Maio de 2019 a primeira posição em 7 dos 11 grupos de produtos com 24,7% do total, ocorrendo as excepções nos grupos “Energéticos” (2ª posição depois dos EUA), “Calçado, peles e couros” (3ª posição, depois da França e da Alemanha), “Máquinas, aparelhos e partes” (2ª posição, depois da Alemanha) e “Aeronaves, embarcações e partes” (6ª posição, antecedida do Canadá, Brasil, Finlândia, França e Países Baixos).

Seguiram-se no “ranking” a França (13,1%), a Alemanha (12,1%), o Reino Unido (6,1%), os EUA (5,0%), a Itália (4,8%), os Países Baixos (3,9%), a Bélgica (2,4%), Angola (2,0%) e a Polónia (1,4%). Estes dez países cobriram 75,6% das exportações totais.
6.2 – Importações

Nesta vertente do comércio internacional, a Espanha ocupou o primeiro lugar em nove dos onze grupos de produtos, com 29,7% do total, sendo as excepções os grupos “Máquinas e aparelhos” (2ª posição, depois da Alemanha) e “Aeronaves, embarcações e partes” (5ª posição, precedida da França, da Alemanha, dos EUA e da Irlanda).
Seguiram-se, no “ranking”, a Alemanha (13,8%), a França (10,0%), a Itália (5,0%), os Países Baixos (4,8%), a China (3,5%), a Bélgica (3,0%), o Reino Unido (2,6%), os EUA (2,1%) e a Rússia (1,7%).
Estes dez países cobriram 76,3% das importações totais.

Alcochete, 12 de Julho de 2019.