segunda-feira, 27 de junho de 2022

Comércio Internacional de mercadorias de Portugal com Marrocos (2017-2021 e Jan-Abril 2021-2022)

 

Comércio Internacional 
de mercadorias
de Portugal com Marrocos
(2017-2021 e Janeiro-Abril 2021-2022)

                                          ( disponível para download  >> aqui )

1 – Introdução

Após uma breve abordagem ao comércio externo de mercadorias de Marrocos face ao Mundo nos dois últimos anos, com base em dados de fonte “International Trade Centre” (ITC), vai-se neste trabalho analisar a evolução do comércio internacional português com este país entre 2017 e 2021 e nos quatro primeiros meses de 2021 e 2022, a partir de dados disponíveis na base de dados do “Instituto Nacional de Estatística de Portugal” (INE), definitivos até 2020 e preliminares para 2021 e 2022, actualizados a 9 de Junho de 2022.

As trocas comerciais de mercadorias de Portugal com Marrocos aumentaram substancialmente a partir de 2009.

As importações, que em 2009 se situavam em 58 milhões de Euros, atingiram 265 milhões em 2021. Por sua vez as exportações aumentaram, no mesmo período, de 215 para 868 milhões de Euros.

Em 2017 Marrocos ocupava a 28ª posição no ‘ranking’ das importações de Portugal com origem no Comércio Extracomunitário, incluindo o Reino Unido, com 1,0% do Total, tendo subido para a 18ª posição em 2021, com 1,5%.

Do lado das exportações, Marrocos ocupa uma posição importante, oscilando, em termos anuais, no mesmo período, entre a 4ª e a 6ª posições, com cerca de 5,0% do Total.


2 – Alguns dados sobre o ‘Comércio Externo’ de Marrocos

2.1 - Balança Comercial

A Balança Comercial de Marrocos face ao Mundo foi deficitária nos últimos três anos, com um saldo de -18,7 mil milhões de Euros em 2021 e um grau de cobertura das importações pelas exportações de 62,3%.


2.2 – Mercados de origem e de destino

De acordo com as estatísticas marroquinas, os principais mercados de origem das importações em 2021 foram a Espanha (15,7% do Total), a China (11,7%) e a França (10,5%). As principais exportações dirigiram-se para Espanha (21,5%) e França (20,5%).

Portugal terá ocupado em 2021 a 10ª posição entre os principais mercados de origem das importações (2,8%) e o 14º lugar nas exportações (1,4%).

2.3 – Importações por Grupos de Produtos e quotas de Portugal

No quadro seguinte consta a evolução das importações em Marrocos por grupos de produtos definidos a dois dígitos da Nomenclatura Combinada (ver definição do conteúdo em Anexo) nos últimos dois anos e as respectivas quotas de Portugal. 



As maiores quotas de Portugal em 2021, utilizando os valores Fob de exportação de fonte INE convertidos a Cif através do factor de conversão Cif/Fob=0,9533, terão incidido nos grupos “Madeira, cortiça e papel” (4,9%), “Calçado, peles e couros” (4,6%) e “Minérios e metais” (4,5%).

2.4 – Exportações por Grupos de Produtos e quotas de Portugal


As maiores quotas de Portugal por grupos de produtos, utilizando os valores Cif de importação de fonte INE convertidos a Fob (Cif/Fob=0,9533), terão cabido aos grupos “Madeira, cortiça e papel” (4,6%), “Produtos acabados diversos” (2,1%), “Material de transporte terrestre e partes” e “Calçado, peles e couros” (1,6% cada), e “Têxteis e vestuário” (1,2%).

3 – Comércio de Portugal com Marrocos                                                        2017-2021 e Janeiro-Abril 2021-2022

3.1 - Balança Comercial

A Balança Comercial de mercadorias de Portugal com Marrocos foi favorável ao longo do último quinquénio. O saldo positivo, que em 2017 se situara em 578 milhões de Euros, alcançou 603 milhões em 2021. 

Nos primeiros quatro meses de 2022, face ao período homólogo do ano anterior, o saldo desceu de +291 milhões de Euros para +136 milhões, na sequência de uma quebra nas exportações de ‑36,0%.

O ritmo de evolução anual das importações, face ao valor que detinham em 2017 (2017=100), aumentou significativamente em 2021 (174,0%).

Por sua vez as exportações mantiveram-se abaixo do nível de 2017 até 2020, tendo aumentado em 2021 (118,8%).


3.2 – Importações por Grupos de Produtos

Em 2020 os grupos de produtos com maior peso nas importações foram “Material de transporte terrestre e partes” (23,8% do Total), “Químicos” (17,1%), “Minérios e metais” (13,8%), “Máquinas, aparelhos e partes” (13,4%) e “Têxteis e vestuário” (12,3%).

Seguiram-se os grupos “Calçado, peles e couros” (5,9%), “Agro-alimentares” (5,0%), “Madeira, cortiça e papel” (4,7%), “Produtos acabados diversos” (3,8%) e “Aeronaves, embarcações e partes” (0,4%), tendo sido nulas as importações de “Energéticos”.



3.3 – Exportações por Grupos de Produtos

No período de Janeiro a Abril de 2022 os grupos de produtos com maior peso nas exportações para Marrocos foram Químicos” (15,0% do Total), “Máquinas, aparelhos e partes” (14,7%), “Material de transporte terrestre e partes” (13,4%), “Energéticos” (10,4%), com uma acentuada quebra face ao mesmo período no ano anterior, e “Agro-alimentares” (10,3%). 


Seguiram-se os grupos “Minérios e metais” (8,3%), também com considerável quebra em termos homólogos, “Produtos acabados diversos” (6,6%), “Têxteis e vestuário” (5,3%), “Calçado, peles e couros” (2,4%) e “Aeronaves, embarcações e partes” (0,2%). 


Alcochete, 26 de Junho de 2022.

ANEXO


quarta-feira, 22 de junho de 2022

Evolução recente do Comércio Internacional com a Ucrânia - 2017-2021 e Jan-Abr 2021-2022

 

Evolução recente 
do comércio internacional 
de mercadorias
de Portugal com a Ucrânia
(2017-2021 e Janeiro-Abril 2021-2022)

                                         ( disponível para download  >> aqui )


1 – Introdução

Vai-se neste trabalho analisar a evolução do comércio internacional de mercadorias de Portugal com a Ucrânia no período de 2017 a 2021 e primeiros quatro meses acumulados de 2021 e 2022, por grupos de produtos, com base em dados estatísticos divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística de Portugal (INE), definitivos até 2020 e preliminares para 2021 e 2022, com última actualização em 9 de Junho de 2022.

Analisa-se também a evolução mensal (não acumulada) das importações e das exportações, por grupos de produtos, de Janeiro de 2021 a Abril de 2022, abrangendo já o período conturbado a que o país foi submetido na sequência da guerra em curso.

2 – Balança Comercial

A Balança Comercial de Portugal com a Ucrânia é desfavorável.

Ao longo dos últimos cinco anos, as importações oscilaram numa faixa entre 200 e 300 milhões de Euros e as exportações entre 20 e 40 milhões, situando-se o maior défice em 2021, com ‑261 milhões de Euros.

Nos primeiros quatro meses de 2022 as importações situaram-se em 83 milhões de Euros, contra 133 milhões no mesmo período de 2021, tendo as exportações decrescido de 11 para 8 milhões de Euros, com o défice a passar de -122 para -75 milhões de Euros

3 – Importações por grupos de produtos

As principais importações no período em análise incidiram nos grupos de produtos “Agro-alimentares” e “Minérios e metais”.

Nos primeiros quatro meses de 2022 o primeiro destes grupos representou 78,8% do Total, com destaque para as importações de milho, sementes de nabo silvestre ou colza, e de óleos de girassol, cártamo ou algodão, mesmo refinados.

No âmbito dos “Minérios e metais” (10,8% do Total) prevaleceram as importações de laminados planos de ferro ou aço, de obras de ferro ou aço não especificadas, de rolhas, tampas, cápsulas e tampões em metais comuns, de tubos e perfis ocos de ferro ou aço, e de barras de ferro ou aço não ligado.


4 –Exportações por grupos de produtos

No período de Janeiro a Abril de 2022 as principais exportações portuguesas para a Ucrânia incidiram no grupo “Agro-alimentares” (34,4% do Total), designadamente vinhos, extractos de malte e preparações alimentícias diversas, álcool etílico, café, produtos à base de cereais, conservas de tomate, produtos de padaria, soro de leite e produtos de componentes naturais do leite, e leveduras, entre outros.

Seguiu-se o grupo “Madeira, cortiça e papel” (23,9% do Total), com destaque para o papel e cartão, cortiça aglomerada e suas obras, obras de marcenaria e de carpintaria para construção, obras de cortiça natural, e papel para fins sanitários, lenços, toalhas, guardanapos e outros artigos de uso doméstico.

O grupo “Máquinas, aparelhos e partes” ocupou a terceira posição no ‘ranking’ (18,3%), onde predominaram as exportações de partes de transmissores de rádio e televisão, de aparelhos de tratamento de matérias diversas por mudança de temperatura, como por exemplo de aquecimento, torrefação e secagem, de telefones de diversos tipos, de aparelhos de protecção, interrupção e seccionamento eléctrico, de torneiras e válvulas, de refrigeradores e congeladores, de caixas de fundição, de centrifugadores e de máquinas e aparelhos com função própria não especificados.

Com pesos inferiores seguiram-se os grupos “Químicos” (6,4%), “Têxteis e vestuário” (6,1%), “Calçado, peles e couros” (3,9%), “Minérios e metais” (3,6%), “Produtos acabados diversos” (3,5%) e “Material de transporte terrestre e partes” (0,7%).

5 – Evolução mensal (não acumulada) das importações                               e exportações nos principais grupos de produtos







Alcochete, 20 de Junho de 2022.





terça-feira, 14 de junho de 2022

Comércio Internacional de mercadorias - Série mensal - Jan-Abr 2022

 

Comércio Internacional de mercadorias
- Série mensal -
Janeiro a Abril de 2022

( disponível para download  >> aqui )

1 - Balança comercial

De acordo com dados preliminares divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) para o período de Janeiro a Abril de 2021 e 2022, com última actualização em 9 de Junho de 2022, as exportações de mercadorias aumentaram em valor, em termos homólogos, +18,0% (+3731 milhões de Euros), a par de um aumento das importações de +34,9% (+8678 milhões).

A partir do mês de Janeiro de 2021, nas estatísticas de base do INE foram acrescentados dois novos códigos de países, “XI-Reino Unido (Irlanda do Norte)” e “XU-Reino Unido (não incluindo a Irlanda do Norte)”, apresentando-se a zeros a posição pautal com o código “GB-Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte”. Nos quadros destas séries mensais do Comércio Internacional manteremos, para já, este código GB, correspondente ao somatório dos valores dos dois novos códigos.

As exportações para o espaço comunitário (expedições), cujo total corresponde aqui aos actuais 27 membros, registaram de Janeiro a Abril de 2022 um acréscimo de +20,0% (+2974 milhões de Euros), tendo as exportações para os Países Terceiros aumentado +12,9% (+757 milhões). Por sua vez, as importações com origem na UE (chegadas) aumentaram +27,3% (+5080 milhões) e as originárias dos Países Terceiros +57,5% (+3598 milhões). 

O défice comercial externo (Fob-Cif) aumentou +118,6% ao situar-se em -9119 milhões de Euros (superior em 4947 milhões ao do ano anterior), a que corresponderam agravamentos de 2106 milhões no comércio intracomunitário e de 2842 milhões no extracomunitário. Em termos globais, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações desceu de 83,2%, em 2021, para 72,8%, em 2022.

A variação do preço de importação do petróleo repercute-se no valor das exportações de produtos energéticos, com reflexo na Balança Comercial. De Janeiro a Abril de 2022 o valor médio de importação do petróleo bruto subiu, face ao período homólogo de 2021, de 365 para 674 Euros/Ton.

Para além da variação da cotação internacional do barril de petróleo, medida em dólares, a variação da cotação do dólar face ao Euro é também um dos factores determinantes da evolução do seu preço em Euros (o gráfico inclui já a cotação média do mês de Maio).

Se excluirmos do total das importações e das exportações o conjunto dos produtos “Energéticos” (Capº 27 da NC), que pesou 16,1% no total das importações em 2022 e 8,1% do lado das exportações, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações sobe, no comércio global, de 72,8% para 79,8%.

2 – Evolução mensal

3 – Mercados de destino e de origem

3.1 - Exportações

Em 2022, no período de Janeiro a Abril, as exportações para a UE (expedições), que representaram 72,8% do Total, cresceram +20,0%, contribuindo com +14,4 pontos percentuais (p.p.) para uma taxa de ‘crescimento’ global de +18,0%. As exportações para o espaço extracomunitário (27,2% do Total), cresceram +12,9%, contribuindo com +3,7 p.p. para a taxa de ‘crescimento’ global.

Os dez principais destinos das exportações no período em análise de 2022 foram a Espanha (26,6%), a França (13,2%), a Alemanha (11,1%), os EUA (6,0%), a Itália (4,8%), o Reino Unido incl. Irlanda NT e os Países Baixos (4,3% cada), a Bélgica (2,5%), a Polónia (1,4%) e a Suécia (1,2%), destinos que representaram 75,4% do total das exportações.

Angola, o terceiro principal mercado entre os países terceiros no ano de 2021, depois dos EUA e do Reino Unido, registou no período em análise de 2022 um aumento de 46,8% nas nossas exportações (+127,1 milhões de Euros), envolvendo os acréscimos dez dos onze grupos de produtos: “Máquinas, aparelhos e partes” (+32,1 milhões), “Agro-alimentares” (+29,4 milhões), “Produtos acabados diversos” (+24,4 milhões), Químicos (+17,9 milhões), “Minérios e metais” (+11,7 milhões), “Madeira, cortiça e papel” (+6,8 milhões), “Energéticos” (+2,8 milhões), “Têxteis e vestuário” (+994 mil Euros), “Aeronaves, embarcações e partes” (+559 mil) e “Calçado, peles e couros” (+517 mil).

 A excepção incidiu no grupo “Material de transporte terrestre e partes” (-143 mil Euros).

Entre os principais destinos, os maiores contributos positivos para o ‘crescimento’ das exportações neste período (+18,0%) pertenceram a Espanha (+5,3 p.p.), à Alemanha (+2,1 p.p.), à França e aos EUA (+1,9 p.p. cada), aos Países Baixos (+1,1 p.p.), às Provisões de Bordo Extra (+1,0 p.p.), à Itália (+0,9 p.p.), à Bélgica e à Turquia (+0,4 p.p. cada). Os maiores contributos negativos couberam a Marrocos (-0,6 p.p.), ao Japão (‑0,4 p.p.), ao Reino Unido/Irl NT (-0,3 p.p.) e ao Brasil (-0,2 p.p.). 

Os maiores acréscimos nas expedições para o espaço comunitário incidiram em Espanha, Alemanha, França, Países Baixos e Itália, seguidos das Provisões de Bordo, da Bélgica, da Finlândia, da Suécia, da Irlanda, da Polónia e da Áustria. O maior decréscimo coube a Malta.


No conjunto dos Países Terceiros, entre os maiores acréscimos nas exportações destacaram-se os EUA, Provisões de Bordo, Angola, Panamá e Turquia, seguidos da Noruega, Catar, Israel, Canadá e Argentina.

Entre os maiores decréscimos evidenciaram-se os de Marrocos, Japão, Reino Unido/Irl NT, Austrália, Gibraltar e Egipto.

3.2 - Importações

Em 2022, no período em análise, as chegadas de mercadorias com origem na UE, que representaram 70,6% do total, registaram um acréscimo de +27,3% e contribuíram com +20,4 p.p. para uma taxa de variação homóloga global de +34,9%.

As importações com origem no espaço extracomunitário registaram no mesmo período um acréscimo de +57,5%, representando 29,4% do total, com um contributo para o ‘crescimento’ global de +14,5 p.p..

Os principais mercados de origem das importações em 2022 foram a Espanha (32,6% do Total) e a Alemanha (11,6%).

Seguiram-se a França (6,2%), os Países Baixos (5,1%), a China e a Itália (4,7% cada), o Brasil (3,8%), os EUA (3,3%), a Bélgica (3,1%) e a Polónia (1,7%).

Estes países representaram, no seu conjunto, 76,7% do total das importações.

Entre os contributos positivos para a taxa de variação homóloga anual das importações em 2022 (+34,9%) destacou-se o da Espanha, (+11,9 p.p.), seguida do Brasil (2,5 p.p.), dos EUA (+2,3 p.p.), da Alemanha (+2,0 p.p.), da China (+1,9 p.p.), dos Países Baixos e do Azerbaijão (+1,4 p.p. cada) e da Itália (+1,2 p.p.). Os principais contributos negativos incidiram na Ucrânia (‑0,2 p.p.) e na Arábia Saudita (-0,1 p.p.).

Nas duas figuras seguintes relacionam-se os maiores acréscimos das importações com origem intracomunitária (não ocorreram decréscimos) e os maiores acréscimos e decréscimos nos Países Terceiros, entre 2021 e 2022.


4 – Saldos da Balança Comercial        

Nos primeiros quatro meses de 2022, os maiores saldos positivos da balança comercial (Fob-Cif) couberam à França (+1164 milhões de Euros) e ao Reino Unido (+707 milhões). Seguiram-se os EUA (341 milhões), Angola (+301 milhões) e Marrocos (+136 milhões).

O maior défice, a grande distância dos restantes, pertenceu a Espanha (-4422 milhões de Euros), seguida da China (-1366 milhões), da Alemanha (‑1187 milhões), do Brasil (‑1038 milhões) e da Nigéria (-677 milhões).

5 – Evolução por grupos de produtos

5.1 – Exportações

Os capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2 Ξ SH-2), foram aqui agregados em 11 grupos de produtos, tendo em atenção as alterações pautais de 2022 (ver ANEXO).

No período de Janeiro a Abril de 2022, todos os grupos, à excepção de “Material de transporte terrestre e partes”, registaram acréscimos nas exportações face a 2021.

Os grupos que detiveram maior peso na estrutura foram “Químicos” (13,7% do Total e +544 milhões de Euros face a 2021), “Máquinas, aparelhos e partes” (13,1% e +164 milhões), “Agro-alimentares” (12,6% e +540 milhões), “Minérios e metais” (11,5% e +710 milhões) e “Material de transporte terrestre e partes” (11,5% e -246 milhões). Seguiram-se os grupos “Produtos acabados diversos” (9,4% e +270 milhões), “Têxteis e vestuário” (8,6% e +326 milhões), “Energéticos” (8,1% e +242 milhões), “Madeira cortiça e papel” (7,8% e +440 milhões), “Calçado, peles e couros” (3,2% e +178 milhões) e “Aeronaves, embarcações e partes) (0,7% e +22 milhões de Euros).

5.2 – Importações

Em 2022, no período em análise, foi positiva a taxa de variação homóloga em valor, face ao período homólogo do ano anterior, em todos os grupos de produtos.

Os grupos de produtos com maior peso foram “Químicos” (18,2% e +1273 milhões de Euros), “Máquinas, aparelhos e partes” (16,3% e +622 milhões), “Energéticos” (16,1% e +3039 milhões), “Agro-alimentares” (13,5% e +891 milhões), “Minérios e metais” (10,1% e +1091 milhões).

Seguiram-se os grupos “Material de transporte terrestre e partes” (9,1% e +308 milhões de Euros), “Produtos acabados diversos” (5,8% e +380 milhões), “Têxteis e vestuário” (5,1% e +315 milhões), Madeira, cortiça e papel” (3,3% e +326 milhões), “Calçado, peles e couros” (1,7% e +190 milhões) e “Aeronaves, embarcações e partes” (1,0% e +43 milhões). 


6 – Mercados por grupos de produtos

6.1 – Exportações

Entre os mercados de destino, a Espanha ocupou no perído de Janeiro a Abril de 2022 a primeira posição em 8 dos 11 grupos de produtos com 26,6% do total, ocorrendo as excepções nos grupos “Calçado, peles e couros” (4ª posição, depois da França, Alemanha e Países Baixos), “Máquinas, aparelhos e partes” (2ª posição, depois da Alemanha) e “Aeronaves, embarcações e partes” (5ª posição, precedida do Brasil, Irlanda, EUA e  França).

Seguiram-se no “ranking” a França (13,2%), a Alemanha (11,1%), os EUA (6,0%), a Itália (4,8%), o Reino Unido/Irl NT e os Países Baixos (4,3% cada), a Bélgica (2,5%), Angola (1,6%) e a Polónia (1,4%).

Estes dez países representaram 75,8% das exportações totais.

6.2 – Importações

Na vertente das importações, a Espanha ocupou o primeiro lugar em dez dos onze grupos de produtos, com 32,6% do total.

A única excepção foi o grupo “Aeronaves, embarcações e partes” (6º lugar, depois da Alemanha, EUA, Canadá, França e Brasil).

Seguiram-se, no “ranking”, a Alemanha (11,6%), a França (6,2%), os Países Baixos (5,1%), a China e a Itália (4,7% cada), o Brasil (3,8%), os EUA (3,3%), a Bélgica (3,1%) e a Polónia (1,7%). Estes dez países cobriram 76,7% das importações totais.

7 – Valor dos grupos de produtos das exportações em 2022                         face a 2021, por meses homólogos não acumulados


Alcochete, 13 de Junho de 2022.

ANEXO



segunda-feira, 6 de junho de 2022

Comércio Internacional - Índices de Valor, Volume e Preço - 1º Trimestre de 2022/2021

 

Comércio Internacional de mercadorias
Taxas de variação homóloga
em Valor, Volume e Preço
por grupos e subgrupos de produtos
(1º Trimestre de 2022/2021)

                                                  ( disponível para download  >> aqui )

1 - Introdução

Apresentam-se neste trabalho indicadores de evolução em Valor, Volume e Preço das importações e das exportações portuguesas de mercadorias, calculados para o 1º Trimestre de 2022 a preços do trimestre homólogo de 2021.

Para o cálculo dos índices de preço, as posições pautais a oito dígitos da Nomenclatura Combinada (NC-8), relativas às importações e às exportações de mercadorias com movimento nos dois anos, foram agregadas em 11 grupos e 38 subgrupos de produtos afins (ver Anexo).

Os índices de preço, do tipo Paasche, utilizados como deflatores dos índices de valor para o cálculo dos correspondentes índices de volume, foram calculados a partir de dados de base elementares constantes do Portal do Instituto Nacional de Estatística (INE) em versões ainda preliminares para os dois anos, com última actualização em 10 de Maio de 2022.

2 – Nota metodológica

O método utilizado no cálculo dos índices de preço de Paasche aqui apresentados assenta na selecção de uma amostra representativa do comportamento dos preços de cada subgrupo de produtos, índices posteriormente ponderados para o cálculo dos índices dos respectivos grupos de produtos, e estes por sua vez ponderados para o cálculo do índice do total, em cada uma das vertentes comerciais.

Os índices de preço de cada subgrupo são obtidos a partir de uma primeira amostra automática, construída com base nos produtos com movimento nos dois períodos em análise e respeitando as alterações pautais anualmente introduzidas na Nomenclatura Combinada, dentro de um intervalo definido por métodos estatísticos. As alterações pautais introduzidas à Nomenclatura em 2022, face ao ano anterior, mais volumosas do que habitualmente, envolveram 325 conjuntos de produtos a oito dígitos.

Segue-se uma análise crítica, que pode incluir, entre outros, o recurso à evolução do preço das matérias-primas que entram na manufactura de um dado produto, como indicador de consistência de um determinado índice que, apesar de um comportamento aparentemente anormal, pode vir a ser incluído na amostra.

Mais frequentemente procede-se à desagregação por mercados de origem e de destino de posições pautais com peso relevante que se encontram fora do intervalo, incluindo-se na amostra do subgrupo a informação do conjunto dos países que apresentam um comportamento coerente na proximidade do intervalo previamente encontrado.

Também produtos dominantes incluídos no intervalo e decisivos para o índice do subgrupo podem ser desagregados e considerados por mercados se, através de uma análise crítica, forem encontrados desvios sensíveis face aos restantes produtos do subgrupo.

3 – Balança Comercial

De acordo com os dados disponíveis, no 1º Trimestre de 2022 o défice da balança comercial de mercadorias aumentou +140,3% face ao trimestre homólogo do ano anterior, com o grau de cobertura das importações pelas exportações a decrescer de 84,8% para 73,3%.

As importações (somatório das ‘chegadas’ de mercadorias provenientes do espaço comunitário com as importações originárias dos países terceiros), com um acréscimo em valor de +36,8%, terão registado um aumento em volume de +11,8% e um acréscimo em preço de +22,4%. Por sua vez, o aumento em valor de +18,2% verificado nas exportações terá resultado de um acréscimo em volume de +1,3%, com o preço a aumentar +16,7%.

Excluindo os produtos “Energéticos do Total das importações e das exportações, o défice da balança comercial em 2022 situa-se em -4,2 mil milhões de Euros, contra -6,6 mil milhões em termos globais. Por sua vez o grau de cobertura das importações pelas exportações sobe de 73,3%, em termos globais, para 80,1%. 

Em 2022, o saldo da balança comercial foi positivo em quatro dos onze grupos de produtos considerados, que representaram 29,2% das exportações e 16,1% das importações totais, designadamente “Madeira, cortiça e papel”, “Têxteis e vestuário”, “Calçado, peles e couros” e “Produtos acabados diversos”.

4 – Importações

No 1º Trimestre de 2022, os grupos de produtos com peso a dois dígitos nas importações de mercadorias foram: “Químicos” (18,3%), “Máquinas, aparelhos e partes” (16,5%), “Energéticos” (15,7%), “Agro-alimentares” (13,4%) e “Minérios e metais” (10,0%). Seguiram-se os grupos de produtos “Material de transporte terrestre e partes” (9,3%), “Produtos acabados diversos” (5,9%), “Têxteis e vestuário” (5,2%), “Madeira, cortiça e papel” (3,3%), “Calçado, peles e couros” (1,7%) e “Aeronaves, embarcações e partes” (0,8%).



O grupo “Aeronaves, embarcações e partes”, para que não foram calculados índices de preço, registou em 2022 uma taxa de variação homóloga em Valor de +39,6%. Foram também positivas as taxas de variação em Valor dos restantes grupos de produto, destacando-se os grupos “Energéticos” (+129,5%), “Calçado, peles e couros” (+55,2%), “Têxteis e vestuário” (+53,2%), “Minérios e metais” (+49,1%) e “Madeira, cortiça e papel” (+44,6%).

Positivas foram também as taxas de variação em Volume e em Preço de todos os grupos de produtos, com predomínio, em Volume, dos grupos “Calçado, peles e couros” (+41,5%) e “Têxteis e vestuário” (+34,8%), e em Preço dos grupos “Energéticos” (+112,0%) e “Minérios e metais” (+35,2%).

5 – Exportações

Em 2022 os grupos de produtos com peso a dois dígitos nas exportações de mercadorias foram “Químicos” (13,6%), “Máquinas aparelhos e partes” (13,1%), “Agro-alimentares” (12,6%), “Material de transporte terrestre e partes” (11,7%) e “Minérios e metais” (11,4%).

Seguiram-se os grupos “Produtos acabados diversos” (9,5%), “Têxteis e vestuário” (8,7%), “Energéticos” e “Madeira, cortiça e papel” (7,7% cada), “Calçado, peles e couros” (3,3%) e “Aeronaves, embarcações e partes” (0,7%).



À excepção do grupo “Material de transporte terrestre e partes” (-7,0%) verificaram-se acréscimos em Valor, face ao ano anterior, nos restantes grupos de produtos.

 Os maiores acréscimos incidiram nos grupos “Energéticos” (+49,1%), “Minérios e metais” (+36,7%), “Madeira, cortiça e papel” (+32,9%), “Calçado, peles e couros” (+27,7%), “Agro-alimentares” (+21,5%), “Químicos” (+20,8%) e “Têxteis e vestuário” (+19,8%).

Seguiram-se os grupos “Produtos acabados diversos” (+9,6%) e “Máquinas, aparelhos e partes” (+9,3%).

Em Volume, à excepção dos grupos “Energéticos” (-20,7%), “Material de transporte terrestre e partes” (-15,5%) e “Químicos” (-0,3%), verificaram-se acréscimos nos restantes, com destaque para o grupo “Calçado, peles e couros” (+26,8%), seguido de “Têxteis e vestuário” (+9,4%), “Agro-alimentares” (+8,8%), “Minérios e metais” (+8,7%), “Madeira, cortiça e papel” (+6,2%), “Máquinas, aparelhos e partes” (+4,6%) e “Produtos acabados diversos” (+2,4%).

No âmbito do Preço verificaram-se acréscimos nas exportações de todos os grupos de produtos, com destaque para o grupo “Energéticos” (+88,0%).

Seguiram-se “Minérios e metais” (+25,7%), “Madeira, cortiça e papel” (+25,2%), “Químicos” (+21,1%), “Agro-alimentares” (+11,7%), “Material de transporte terrestre e partes” (+10,1%), “Têxteis e vestuário” (+9,5%), “Produtos acabados diversos” (+7,0%), “Máquinas, aparelhos e partes” (+4,5%) e “Calçado, peles e couros” (+0,7%).

6 – Representatividade das amostras

Na figura seguinte pode observar-se, por grupos de produtos, a representatividade das amostras globais em cada uma das vertentes comerciais. que serviram de base ao cálculo dos índices de preço de Paasche, envolvendo mais de 18 000 posições pautais a oito dígitos da Nomenclatura Combinada.


Alcochete, 5 de Junho de 2022.

ANEXO