domingo, 28 de abril de 2019

Comércio de mercadorias com Timor-Leste (2014-2018)


Comércio Internacional de mercadorias
com Timor-Leste
(2014 a 2018)

                                                   (disponível para download  >> aqui )


1 – Nota introdutória
Em 2002 Timor-Leste passou a integrar a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa” (CPLP), que tem entre os seus objectivos, no âmbito da cooperação em todos os domínios, o desenvolvimento de parcerias estratégicas e o levantamento de obstáculos ao desenvolvimento do comércio internacional de bens e serviços entre os seus membros (Portugal, Brasil, Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe, Timor-Leste e Guiné-Equatorial).
Neste trabalho encontra-se reunido um breve conjunto de dados sobre o comércio externo de Timor-Leste, com base em publicação da sua Direcção-Geral de Estatística intitulada “Timor-Leste–Annual external trade satatistics 2018”.
Nesta publicação não de faz qualquer referência à exportação de produtos petrolíferos, que contudo estarão na base de grande parte dos rendimentos económicos do País e cuja gestão será da responsabilidade do “Fundo Petrolífero de Timor-Leste”.
Assim, nos quadros que se seguem, as exportações, além de não incluírem re-exportações, não discriminadas por tipos de produtos na publicação, não incluem também as exportações de produtos petrolíferos, correspondendo ao que na publicação se designa por “Domestic Exports ”.
Os valores globais das importações e das exportações constantes dos quadros deste trabalho são o somatório dos valores dos respectivos capítulos, a dois dígitos do “Sistema Harmonizado de Designação e Codificação de Mercadorias”, (HS/SH-2), valores que foram aqui convertidos de US$ para Euros.
Analisa-se também neste trabalho, com algum detalhe, a evolução das importações e das exportações de mercadorias entre Portugal e Timor-Leste ao longo dos últimos cinco anos, agora com base em dados estatísticos divulgados pelo “Instituto Nacional de Estatística de Portugal” (INE).
2 – Alguns dados sobre o comércio externo de Timor-Leste
2.1 – Ritmo de evolução das importações e das exportações
O ritmo de evolução em valor das importações de mercadorias em Timor-Leste foi crescente entre 2014 e 2017, tendo abrandado em 2018. Por sua vez as exportações, algo irregulares, apresentaram um comportamento tendencialmente crescente ao longo do mesmo período.


2.2 – Balança comercial


De acordo com os dados disponíveis, a Balança Comercial de mercadorias do País (Fob-Cif), excluindo re-exportações e a exportação de produtos petrolíferos, foi altamente deficitária, com consequente baixo grau de cobertura das importações pelas exportações.
2.3 – Mercados de origem e de destino
Em 2018, de acordo com os dados disponíveis, Portugal ocupou a 13ª posição entre os principais fornecedores de mercadorias a Timor-Leste (1,1% do total, a par dos EUA).
O primeiro lugar coube à Indonésia (30,7%), seguida de Hong-Kong (15,1%), de Singapura (14,7%) e da China (12,5%).
Com menos peso alinharam-se, acima de Portugal e dos EUA, o Vietname (4,9%), a Tailândia (3,2%), o Brasil e a Malásia (2,5% cada), a Austrália (2,1%), o Paquistão (2,0%) e o Japão (1,7%).
Depois dos EUA e de Portugal seguiram-se a Índia e a Coreia do Sul (0,9% cada), a França e os Países Baixos (0,6% cada), Taiwan (0,4%), a Áustria e os Emiratos Árabes (0,3% cada).

No mesmo ano, os principais destinos das exportações timorenses foram os EUA (27,9% do total), o Canadá (16,9%), a Indonésia (13,7%), a Alemanha (9,6%), a China (9,5%), o Japão (4,6%) e Portugal (4,2%), na 7ª posição, seguidos, pela Austrália (3,6%), Nova Zelândia (2,1%), Taiwan (1,5%), Coreia do Sul (1,2%), Itália e Tailândia (1,1% cada), México (8,9%), Singapura (0,8%), Marrocos e Reino Unido (0,5% cada).

2.4 – Importações por grupos de produtos
Os produtos, definidos a dois dígitos do Sistema Harmonizado foram agregados em onze grupos de produtos (ver conteúdo dos grupos na tabela em Anexo).
Os grupos dominantes em 2018 foram “Agro-alimentares” , com 29,4% do Total (28,5% em 2017) e “Energéticos” (27,3% e 21,8%, respectivamente em cada um dos anos).

Seguiram-se os grupos “Material de transporte terrestre e partes” (10,8% e 12,6%), “Máquinas, aparelhos e partes” (9,2% e 12,3%), “Minérios e metais” (8,1% e 10,3%), “Químicos” (6,7% e 6,1%), “Produtos acabados diversos” (3,6% e 3,7%), “Têxteis e vestuário” (2,4% e 2,8%), “Madeira, cortiça e papel” (1,5% e 1,4%), Calçado, peles e couros” (0,6% e 0,5%) e “Aeronaves, embarcações e partes” (0,5% e 0,1%).
2.5 – Exportações por grupos de produtos
São escassas as exportações de mercadorias de Timor-Leste, centradas no café, que em 2018 representou 83,3% das exportações totais.

3 – Comércio de mercadorias de Portugal com Timor-Leste
3.1 – Balança Comercial
A Balança Comercial de Portugal com Timor-Leste é favorável a Portugal, com um muito elevado grau de cobertura das importações pelas exportações.
O saldo da balança comercial, que em 2015 atingiu +8,4 milhões de Euros, tem decrescido sucessivamente desde então, situando-se em +3,8 milhões de Euros em 2018.

3.2 – Importações por grupos de produtos

O grupo de produtos dominante é “Agro-alimentares”, que em 2018 pesou 95,8% no Total (97,3% em 2017), integralmente constituído por café.
Seguiu-se o grupo “Máquinas, aparelhos e partes” (3,0% e 2,4% respectivamente), designadamente consttuido por conversores estáticos para aparelhos de telecomunicações ou máquinas automáticas de processamento de dados, por aparelhos eléctricos com função própria não especificada, por partes de aparelhos telefónicos e por computadores portáteis.
Os restantes grupos ou registaram pesos muito reduzidos, como acontece com os  grupos “Têxteis e vestuário” (0,5% em 2018), “Produtos acabados diversos” (0,5%) e “Madeira, cortiça e papel” (0,2%), ou mesmo nulos ou praticamente nulos os restantes.

3.3 – Exportações por grupos de produtos
Também nesta vertente o grupo de produtos dominante é “Agro-alimentares”, que em 2018 pesou 62,1% no Total (49,9% em 2017).
Entre muitos outros produtos destacaram-se aqui, em 2018, a cerveja, os vinhos, o azeite, os enchidos, as aguardentes e outras bebidas alcoólicas, os produtos de padaria e pastelaria, o queijo, o leite, o chocolate e preparações com cacau, as carnes, o peixe congelado, os produtos hortícolas preparados, as águas naturais e minerais, preparações alimentícias diversas, as massas alimentares, o café e seus sucedâneos, os sumos, as conservas de peixe e os produtos à base de cereais.

No mesmo ano seguiu-se o grupo “Máquinas, aparelhos e partes” (respectivamente 12,0% em 2018 e 12,3% em 2017), principalmente quadros eléctricos para distribuição de energia, fios e cabos eléctricos, máquinas automáticas para processamento de dados, aparelhos de telefonia e comunicações, interruptores, seccionadores e aparelhos eléctricos de protecção, suportes virgens para gravação de som, aparelhos diversos que utilizam mudança de temperatura, emissores de rádio, TV e câmaras de TV, teares, transformadores, conversores e bobinas de reactância ou auto-indução, acumuladores eléctricos, máquinas-ferramenta, partes de leitores e gravadores de som e máquinas de impressão.
Seguiu-se o grupo “Madeira, cortiça e papel” (10,7% e 15,2%), com destaque para os livros e brochuras, cofragens de madeira para betão, sacos, bolsas e cartuchos de papel ou cartão, livros de contabilidade, cadernos e blocos tipo “manifold” mesmo com papel químico, estatuetas e outros objectos de ornamentação em madeira.
No grupo “Químicos” (6,2% e 8,2%), sobressaíram os medicamentes, os produtos em plástico (como estatuetas e outros objectos de ornamentação, artigos de escritório ou escolares, cápsulas, sacos, bolsas, cartuchos e outros artigos de embalagem, serviços de mesa, de cozinha e outros artigos de uso doméstico, chapas e folhas), as preparações para lavagem e limpeza, os desodorizantes, preparações para banho, depilatórios, produtos de perfumaria, cosmética e preparações para a barba, os aditivos preparados para cimentos, argamassa ou betão, os champôs e outras preparações capilares, os sabões e outros produtos tensoactivos, e as preparações para manicura, entre outros.  
O grupo “Material de transporte terrestre e partes” (5,1% e 7,2%) compreendeu principalmente veículos automóveis para usos especiais, e algum material fixo para vias-férreas.
Seguiu-se o grupo “Produtos acabados diversos” (1,9% e 3,8%), em que se destacaram os candeeiros e outros aparelhos de iluminação, os objectos de vidro, o mobiliário, a louça e artigos domésticos de porcelana, os artigos para desporto, os jogos de ar livre, os multímetros, os brinquedos, os pensos, tampões higiénicos, fraldas e semelhantes, o vidro de segurança, os artigos para festas, as garrafas e outras embalagens em vidro, as esferográficas, canetas e marcadores, os lápis, minas, pastéis, carvões e giz, os bilhares e cartas de jogar, as vassouras, escovas, pincéis e espanadores, e as fibras e lã de vidro e suas obras.
No grupo “Minérios e metais” (1,5% e 2,1%) destacaram-se as exportações de construções, painéis, portas, janelas e materiais para andaimes em ferro ou aço, de artefactos de joalharia, de águas-mãe de salinas e sal para alimentação humana, de bijutaria de metais comuns, de obras de ferro ou aço não especificadas, de fechaduras e suas partes em metais comuns, de artigos de cozinha e outros de uso doméstico em aço inoxidável, de construções, chapas, perfis e tubos de alumínio, de obras de alumínio não especificadas e de ferramentas manuais.
Os restantes grupos, “Calçado, peles e couros”, “Energéticos” e “Aeronaves embarcações e partes” tiveram um peso nulo ou praticamente nulo em 2018.

Alcochete, 22 de Abril de 2019.



terça-feira, 23 de abril de 2019

Quotas de mercado das exportações (2014-2018)


Quotas de mercado
e ritmo de crescimento 
das exportações portuguesas
nos principais países de destino
(2014 a 2018)

 ( disponível para download  >> aqui )


1 - Nota introdutória

Neste trabalho pretende-se analisar, relativamente aos principais mercados de destino das exportações portuguesas de mercadorias em 2018, a evolução das respectivas quotas de mercado globais ao longo dos últimos cinco anos, bem como o ritmo da variação nominal anual dos fornecimentos portugueses face à evolução das importações globais no seio de cada um dos mercados.

Metodologia:
A partir da base de dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), foram definidos os principais mercados de destino das exportações portuguesas em 2018.
É sabido que existem assimetrias, por vezes significativas, entre os dados das importações nesses mercados originárias de Portugal, de fonte Eurostat para os importadores comunitários, ou de fonte International Trade Centre (ITC), no caso dos países terceiros, quando comparados com os correspondentes dados da exportação portuguesa, de fonte INE.
Visando uma maior aproximação à realidade, utilizou-se neste trabalho a base de dados do Eurostat para as importações globais dos parceiros comunitários em causa, a do ITC para as importações globais nos Países Terceiros, e a base de dados do INE para as exportações portuguesas para cada um desses mercados, convertidas a valores CIF por aplicação de um factor fixo (Fob=Cif x 0,9533), conversão responsável por uma fracção das assimetrias.
2 - Principais mercados de destino das exportações portuguesas (2014 a 2018)

Trinta e quatro mercados, 17 comunitários e 17 de Países Terceiros, foram o destino de mais de 90% das exportações portuguesas de mercadorias ao longo dos últimos cinco anos, com destaque para a Espanha, França, Alemanha, Reino Unido, EUA, Itália, Países Baixos, Angola e Bélgica.
Seguiram-se, em 2018, o Brasil, a Polónia, Marrocos, a China, a Suécia, a Suíça, a Áustria, a Turquia, a Dinamarca, a Roménia, a Eslováquia, a República Checa, o Canadá, o México, a Irlanda, a Argélia, a Finlândia, a Hungria, Cabo Verde, Taiwan, Israel, a Tunísia, a Rússia, Moçambique e a Grécia.

3 - Quotas de mercado 


4 – Ritmo de ‘crescimento’ em valor das importações nos países alvo, com origem no mundo e em Portugal
No quadro seguinte pode-se comparar o ritmo de ‘crescimento’ em valor das importações globais nos principais mercados com origem no mundo, com o ritmo de ‘crescimento’ das importações originárias de Portugal, nos últimos cinco anos (2014=100).

5 – Quotas e ritmos de ‘crescimento’ em valor das importações com origem no mundo e em Portugal, nos principais mercados de destino
Nos gráficos seguintes pode visualizar-se a evolução das quotas de mercado nos principais destinos, bem como a evolução do ritmo de variação anual das importações nesses mercados, quando com origem em Portugal e no Mundo (2014=100).




Alcochete, 7 de Abril de 2019



domingo, 14 de abril de 2019

Importações no Reino Unido - Quotas de Portugal (2014-2018)


Importrações de mercadorias no Reino Unido
com origem em Portugal
Quotas de mercado
(2014 a 2018)

(disponível para download  >> aqui )

1 – Nota introdutória
Na perspectiva de uma possível perturbação futura nas exportações portuguesas para o Reino Unido, será útil identificar desde já quais os grupos de produtos mais importantes no passado recente que possam vir a estar envolvidos, o tipo de produtos que os integram, bem como a sua quota nas importações britânicas.
Utilizam-se neste trabalho dados de base do Eurostat para as importações do Reino Unido, globais e com origem em Portugal, logo na óptica do país.
Na análise por grupos de produtos, os produtos do universo das importações e das exportações de mercadorias, definidos a dois dígitos da Nomenclatura Combinada, foram agregados em 11 grupos de produtos (ver a sua definição em Anexo). Por sua vez, os principais produtos transaccionados ao nível de cada grupo correspondem aos quatro dígitos da mesma nomenclatura.
2 – Importações com origem Intra e Extra-comunitária
Os grupos de produtos dominantes nas importações do Reino Unido com origem Intra-comunitária, foram “Máquinas, aparelhos e partes” (20,1% do total em 2018 e 20,3% em 2017), “Material de transporte terrestre e partes” (18,1% e 18,7%, respectivamente), “Químicos” (18,1% e 19,1%) e “Agro-alimentares” (13,6% e 13,7%).

Seguiram-se os grupos “Minérios e metais” (8,7% e 8,0%), “Produtos acabados diversos” (7,2% nos dois últimos anos), “Energéticos” (4,2% e 3,4%), “Têxteis e vestuário” (3,3% nos dois anos), “Madeira, cortiça e papel” (3,3% e 3,2%), “Calçado, peles e couros” (1,7% e 1,6%) e “Aeronaves, embarcações e partes” (1,6% e 1,4%).
Nas importações provenientes dos países terceiros, predominaram os grupos “Máquinas, aparelhos e partes (26,5% em 2018 e 25,3% em 2017), “Energéticos” (16,4% e 13,0%), “Minérios e metais” (15,3% e 18,0%) e “Produtos acabados doversos” (11,4% nos dois últimos anos). 

3 – Importações com origem em Portugal
Os grupos de produtos mais representativos nos fornecimentos portugueses ao Reino Unido foram “Máquinas, aparelhos e partes” (21,,4% do total em 2018 e 22,4% em 2017), “Material de transporte terrestre e partes” (21,0% e 20,1%) e “Químicos” (11,8% e 11,3%).

Seguiram-se os grupos “Agro-alimentares” (9,3% em 2018 e 9,9% em 2017), “Produtos acabados diversos” (9,0% e 8,4%), “Têxteis e vestuário” (9,0 e 9,8%), “Minérios e metais” (8,6% e 7,6%), “Madeira, cortiça e papel” (6,4% e 5,7%), “Calçado, peles e couros” (2,8% e 3,1%), “Energéticos” (0,5% e 1,0%) e “Aeronaves, embarcações e partes” (0,3% e 0,6%).

3.1 – Quotas de mercado por grupos de produtos
Em 2018, as maiores quotas de mercado incidiram nos grupos “Madeira, cortiça e papel” (1,40% e peso de 6,4% no total), “Têxteis e vestuário” (1,19% e 9,0%), “Material de transporte terrestre e partes” (1,13% e 21,0%) e “Calçado, peles e couros” (1,10% e 2,8% do Total).

3.2 – Quotas de mercado por principais produtos (NC-4)



ANEXO




Alcochete, 12 de Abril de 2018.





quinta-feira, 11 de abril de 2019

Série mensal - Jan-Fev 2019 - Comércio Internacional


Comércio Internacional de mercadorias
- Série mensal -
Janeiro a Fevereiro de 2019 

                                                  ( disponível para download  >> aqui )

1 - Balança comercial
De acordo com dados preliminares divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), com última actualização em 9 de Abril de 2019, no período de Janeiro a Fevereiro de 2019 as exportações de mercadorias cresceram em valor +4,2% face a 2018 (+393 milhões de Euros), a par de um acréscimo das importações de +14,4% (+1668 milhões de Euros).
As exportações para o espaço comunitário (expedições) registaram um aumento de +5,7% (+410 milhões de Euros), ao mesmo tempo que as exportações para os países terceiros decresceram -0,8% (-17 milhões de Euros). Por sua vez, as importações de mercadorias provenientes dos parceiros comunitários (chegadas) aumentaram +13,1% (+1153 milhões de Euros), com as importações originárias dos países terceiros a crescerem +18,6% (+515 milhões de Euros).
Na sequência deste comportamento, o défice comercial externo (Fob-Cif) aumentou +57,9%, ao situar-se em -3476 milhões de Euros (um acréscimo de 1275 milhões de Euros face ao mesmo período do ano anterior, com um aumento de 743 milhões no comércio intracomunitário e de 532 milhões no extracomunitário). Em termos globais, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações desceu de 81,0%, em 2019, para 73,8%, em 2018.


A variação do preço de importação do petróleo repercute-se, naturalmente, no valor das exportações de produtos energéticos, com reflexo sensível na Balança Comercial. O valor médio unitário de importação do petróleo, que nos primeiros dois meses de 2018 se situou em 420 Euros/Ton, desceu para 386 Euros/Ton em 2019.

Para além da variação da cotação internacional do barril de petróleo, medida em dólares, a variação da cotação do dólar face ao Euro é também um dos factores determinantes da evolução do seu preço em Euros.

Se excluirmos do total das importações e das exportações o conjunto dos produtos “Energéticos” (respectivamente 11,7% e 5,2% do total no período de Janeiro a Fevereiro de 2019), o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações sobe, em 2019, de 73,8% para 79,2%.

2 – Evolução mensal


3 – Mercados de destino e de origem

3.1 - Exportações
No período Janeiro-Fevereiro de 2019, as exportações nacionais para a UE (expedições), que representaram 78,1% do total (77,0% no ano anterior), cresceram em valor +5,7%, contribuindo com +4,4 pontos percentuais (p.p.) para uma taxa de crescimento global de +4,2%. As exportações para o espaço extracomunitário, que representaram 21,9% do total em 2019 (23,0% em 2018), registaram um decréscimo em valor de -0,8%, contribuindo negativamente, com -0,2 p.p., para a taxa de crescimento global.

Os principais mercados de destino das exportações foram a Espanha (24,7%), França (13,0%), a Alemanha (12,6%), o Reino Unido (6,6%), a Itália (4,7%), os EUA (4,6%), os Países Baixos (3,8%), a Bélgica (2,3%), Angola (2,0%), a Polónia (1,5%), o Brasil (1,4%), a Suíça (1,2%), a Áustria (1,1%) e a Suécia (1,0%), países que representaram 80,5% do total. 

Angola, o segundo mercado entre os países terceiros depois dos EUA, registou uma quebra em valor de –12,2% em 2019 no período em análise (-27,7 milhões de Euros), envolvendo seis dos onze grupos de produtos. As maiores descidas incidiram nos grupos “Agro-alimentares” (‑27,7 milhões de Euros), “Químicos” (‑6,9 milhões), “Aeronaves, embarcações e partes” (-1,2 milhões) e “Calçado, peles e couros” (-1,1 milhões). O maior acréscimo coube ao grupo “Minérios e metais” (+6,8 milhões de Euros), seguido de “Madeira, cortiça e papel” (+1,8 milhões) e “Máquinas, aparelhos e partes” (+939 mil Euros). 


Entre os trinta principais destinos, os maiores contributos positivos para o ‘crescimento’ das exportações no período em análise (+4,2%), couberam à Alemanha (+1,2 p.p.), à Itália (+1,0 p.p.), à Espanha (+0,9 p.p.), à Turquia e Suíça (+0,3 p.p. cada), e ao Reino Unido, Eslováquia, Dinamarca, Polónia e Áustria (todos com +0,2 p.p.). Os maiores contributos negativos pertenceram ao Brasil (-0,6 p.p.), Bélgica (-0,5 p.p.), Angola (‑0,3 p.p.) e China (-0,1 +p.p.).

O maior acréscimo, em Euros, nas exportações (expedições) para o espaço comunitário em Janeiro-Fevereiro de 2019, em termos homólogos, verificou-se na Alemanha, seguido dos da Itália e da Espanha. Com menor expressão alinharam-se depois a Eslovénia, o Reino Unido, a Eslováquia, a Dinamarca, a Polónia, a Áustria, a França, a Irlanda, os Países Baixos, a Finlândia e a Roménia. Os maiores decréscimos couberam à Bélgica, seguida da Bulgária e do Luxemburgo.

Entre os Países Terceiros, os maiores acréscimos nas exportações ocorreram na Turquia, Suíça e Egipto, seguidos das Provisões de Bordo, EUA, Singapura, Guiné-Bissau, Índia e Noruega. Os maiores decréscimos couberam à Tunísia, Brasil, Angola, China e Catar.

3.2 - Importações
Em Janeiro-Fevereiro de 2019 as importações com origem na UE (chegadas), que representaram 75,2% do total (76,1% em 2018), registaram um acréscimo de +13,1% e contribuíram com +10,0 p.p. para uma taxa de crescimento global de +14,4%.

As importações com origem no espaço extracomunitário registaram um acréscimo de +18,6%, representando 24,8% do total em Janeiro-Fevereiro de 2019 (23,9% em igual período de 2018), com um contributo para o crescimento global de +4,4 p.p..
Os principais mercados de origem das importações em Janeiro-Fevereiro de 2019 foram a Espanha (29,9%), a Alemanha (13,9%) e a França (9,3%). Seguiram-se os Países Baixos (4,8%), a Itália (4,6%), a China (3,9%), a Bélgica (2,9%), o Reino Unido (2,4%), os EUA (2,1%), Angola (1,8%) e a Irlanda (1,3%), países que representaram no seu conjunto 76,9% das nossas importações totais.

Entre os maiores contributos positivos para o crescimento das importações (+14,4%) destacam-se a França (+2,7 p.p.), a Espanha (+2,3 p.p.), a Alemanha (+2,0 p.p.), a China (+1,4 p.p.), Angola (+1,0 p.p.), os EUA (+0,9 p.p.), a Irlanda (+0,8 p.p.), a Bélgica (+0,6 p.p.), os Países Baixos (+0,5 p.p.), a Turquia (+0,4 p.p.), a Índia (+0,3 p.p.) e a Hungria (+0,2 p.p.). 

Por sua vez, os maiores contributos negativos couberam ao Cazaquistão (-1,0 p.p.), à Rússia (-0,6 p.p.), ao Brasil e à Argélia (‑0,4 p.p. cada), e à Itália, Guiné-Equatorial e Azerbaijão (-0,1 p.p. cada).
Nas duas figuras seguintes relacionam-se os maiores acréscimos e decréscimos das importações com origem intracomunitária e nos países terceiros.



4 – Saldos da Balança Comercial
No período em análise, os maiores saldos positivos da balança comercial (Fob-Cif) couberam ao Reino Unido (+332 milhões de Euros), aos EUA (+176 milhões), a Marrocos (+73 milhões), à Suíça (+69 milhões) e a Cabo Verde (+38 milhões de Euros).
O maior défice, a grande distância dos restantes, pertenceu a Espanha (-1555 milhões de Euros), seguido dos da Alemanha (‑611 milhões), da China (-430 milhões), dos Países Baixos (-266 milhões) e da Bélgica (‑160 milhões de Euros).

5 – Evolução por grupos de produtos
5.1 – Exportações
Os capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2 Ξ SH-2), foram aqui agregados em 11 grupos de produtos (ver Anexo). Os grupos com maior peso nas exportações de mercadorias em Janeiro-Fevereiro de 2019, representando 82,0% do total, foram “Material de transporte terrestre e partes” (16,0% e TVH +22,4%), “Máquinas, aparelhos e partes” (13,5% do total e TVH -1,8%),  “Químicos” (12,3% e TVH +5,5%), “Agro-alimentares” (11,6% e TVH +3,1%), “Produtos acabados diversos” (9,8% e TVH +11,4%), “Minérios e metais” (9,7% e TVH +6,4%) e “Têxteis e vestuário” (9,1% e TVH + 1,5%).
Mais de 76% do acréscimo global de +393 milhões de Euros, face ao ano anterior, coube ao grupo “Material de transporte terrestre e partes”.
As exportações registaram decréscimos em quatro dos onze grupos: “Energéticos” (-130 milhões de Euros), “Aeronaves, embarcações e partes” (-55 milhões), “Calçado, peles e couros” (-31 milhões) e “Máquinas, aparelhos e partes” (-25 milhões).

5.2 – Importações
Em Janeiro-Fevereiro de 2019, os grupos de produtos com maior peso nas importações, representando 71,6% do total, foram “Máquinas, aparelhos e partes” (17,8%, com uma taxa de variação homóloga em valor de +18,8%), “Químicos” (16,5% do total e TVH de +14,9%), “Agro-alimentares” (13,2% e TVH +10,1%), “Material de transporte terrestre e partes” (12,4% e TVH +8,0%) e “Energéticos” (11,7% e TVH de +3,7%).
Em todos os grupos de produtos se verificaram acréscimos nas importações, tendo ocorrido os mais significativos, em Euros, nos grupos “Máquinas, aparelhos e partes” (+374 milhões de Euros), “Aeronaves, embarcações e partes” (+307 milhões de Euros), e “Químicos” (+284 milhões). 

6 – Mercados por grupos de produtos
6.1 – Exportações
Entre os mercados de destino, a Espanha ocupou em Janeiro-Fevereiro de 2019 a primeira posição em 8 dos 11 grupos de produtos com 24,7% do total, ocorrendo as excepções nos grupos “Calçado, peles e couros” (4ª posição, depois da França, da Alemanha e dos Países Baixos), “Máquinas, aparelhos e partes” (2ª posição, depois da Alemanha) e “Aeronaves, embarcações e partes” (3ª posição, antecedida do Brasil e da França).

Seguiram-se no “ranking” a França (13,0%), a Alemanha (12,6%), o Reino Unido (6,6%), a Itália (4,7%), os EUA (4,6%), os Países Baixos (3,8%), a Bélgica (2,3%), Angola (2,0%), e a Polónia (1,5%). Estes dez países cobriram 75,7% das exportações totais.
6.2 – Importações

Nesta vertente do comércio internacional, a Espanha ocupou o primeiro lugar em nove dos onze grupos de produtos, com 29,9% do total, sendo as excepções os grupos “Máquinas, aparelhos e partes” (2º lugar, antecedida da Alemanha) e “Aeronaves, embarcações e partes” (5ª posição, precedida da França, Irlanda, EUA e Países Baixos.
Seguiram-se, no “ranking”, a Alemanha (13,9%), a França (9,3%), os Países Baixos (4,8%), a Itália (4,6%), a China (3,9%), a Bélgica (2,9%), o Reino Unido (2,4%), os EUA (2,1%) e Angola (1,8%).
Estes dez países cobriram 75,6% das importações totais.

Alcochete, 11 de Abril de 2019.