sexta-feira, 27 de junho de 2025

Comércio Internacional de Portugal com o Reino Unido (2022-2024 e Jan-Abril 2024-25)

 

Comércio Internacional

de mercadorias

de Portugal com o Reino Unido

2022-2024

Janeiro-Abril 2024-2025  


( disponível para download  >> aqui )

1 – Nota introdutória

Tendo aderido às “Comunidades Europeias”, a par da Dinamarca e da Irlanda, em 1 de Janeiro de 1973, o Reino Unido abandonou a União Europeia em 31 de Janeiro de 2020 após prolongadas negociações, saída apelidada de “Brexit” (British+Exit), regendo-se actualmente por acordos as relações mútuas.

No ano do “Brexit”, 2020, as exportações registaram uma quebra significativa, tendo recuperado nos últimos três anos os níveis dos anos anteriores. Por sua vez as importações acusaram em 2021 uma quebra muito acentuada, mantendo-se a partir de então num patamar pouco superior a esse nível. Entre 2000 e 2024, o saldo da balança comercial foi favorável a Portugal, à excepção dos anos de 2008 (saldo nulo) e 2010 (-179 milhões de Euros).

Em 2024 o Reino Unido, incluindo a Irlanda do Norte, ocupou a 5ª posição entre os principais fornecedores Extracomunitários das importações portuguesas, com 4,4% do Total, precedido da China (18,7%), do Brasil (13,6%), dos EUA 8,8% e da Turquia (5,6%).

No mesmo ano ocupou a 2ª posição entre os principais destinos das exportações portuguesas para o espaço Exra-UE com 15,8% do Total, precedido dos EUA (23,2%).

Analisa-se neste trabalho a evolução do comércio internacional de mercadorias de Portugal com o Reino Unido, incluindo a Irlanda do Norte, de 2022 a 2024 e no período de Janeiro a Abril de 2024 e 2025, com base em dados de fonte “Instituto Nacional de Estatística de Portugal” (INE), em versão definitiva até 2023 e preliminar para 2024 e 2025, com última actualização em 9 de Junho de 2025. 

2 – Comércio de Portugal com o Reino Unido

2.1 – Balança Comercial

Com elevados graus de cobertura das importações pelas exportações nos anos e período em análise, os saldos positivos da Balança Comercial decresceram -4,2%  em 2024, situando-se em +2,4 mil milhões de Euros, e -12,7% nos primeiros quatro meses de 2025, fixando-se em +774 milhões de Euros.

2.2 – Importação

Numa análise por grupos de produtos (definição do conteúdo dos grupos em Anexo), as principais importações portuguesas com origem no Reino Unido nos primeiros quatro meses de 2025 incidiram no grupo “Material de transporte terrestre e partes” (33,9% do Total em 2025 e 28,5% em 2024), essencialmente automóveis de passageiros, mas também para o transporte de mercadorias, partes e peças de veículos automóveis.

Seguiram-se os grupos “Minérios e metais” (15,9% e 22,8% em 2024), principalmente desperdícios e sucata de ferro e aço, aço inoxidável, desperdícios e sucata de chumbo e chumbo em formas brutas, obras de ferro ou aço, como parafusos e porcas entre outras, caulino e argilas caulínicas, obras de metais preciosos, platina e artefactos de joalharia e bijutaria, alumínio e suas obras;

“Máquinas, aparelhos e partes (12,5% e 13,3%), muito diversificadas. Entre as ‘Máquinas e aparelhos mecânicos’ destacaram-se os “bulldozers”, niveladoras, escavadoras e semelhantes, as torneiras e válvulas, os veículos elevatórios de carga, as máquinas automáticas para processamento de dados, as bombas de ar/vácuo e para líquidos, os centrifugadores, as máquinas de impressão, os elevadores e escadas rolantes, as partes de motores de explosão, as partes de macacos e guindastes, as máquinas para trabalhar terras, pedra, minérios etc, entre muitas outras. Entre as Máquinas e aparelhos eléctricos’  sobressaíram os quadros para distribuição de energia, os telefones e outros aparelhos de telecomunicação por fios, os transformadores, conversores e bobinas de reactância, os interruptores, seccionadores e aparelhos de protecção, os receptores de TV e os suportes para gravação de som;

“Químicos” (10,7% e 12,9%), principalmente os desperdícios e aparas de plástico, as chapas. folhas, embalagens, rolhas, tampas e outras obras de plástico, os insecticidas e fungicidas, os reagentes de laboratório, os produtos de lavagem e limpeza, os medicamentos acondicionados, os fenóis e hidrocarbonetos cíclicos como benzeno, as tintas e vernizes, as obras de borracha vulcanizada, as chapas e folhas de borracha, os archotes e acendalhas;

Agro-alimentares (8,1% e 8,6%), com destaque para o álcool etílico, seguido das preparações alimentícias, das preparações para molhos, temperos e mostarda, do café e chá, da cevada e arroz e dos crustáceos;

“Produtos acabados diversos” (6,6% e 6,1%), principalmente os aparelhos de regulação e controle automáticos, os aparelhos para análises físicas e químicas, os artigos para surdez e outras deficiências, os aparelhos para medir caudais, níveis e pressão de fluidos e os instrumentos médicos.

Alinharam-se depois, com pesos inferiores, os grupos “Aeronaves, embarcações e partes” (4,4% e 0,5%), com predomínio dos veículos aéreos com motor e suas partes e das embarcações de recreio ou desporto; “Madeira, cortiça e papel” (3,2% e 3,0%), principalmente papel e cartão ‘kraft’. caixas e embalagens de papel e cartãp, impressos e gravuras, livros e brochuras; “Têxteis e vestuário” (2,8% e 2,4%), com  predomínio dos tecidos de lã e da lã não cardada, das linhas de costura e monofilamentos sintéticos, doa fatos, conjuntos, casacos e calças de tecido para homem, dos fatos, conjuntos, casacos e outro vestuário exterior para senhora, das camisolas, ‘pull-overs’ e cardigans de malha, das ‘T-shirts’ e camisolas interiores de malha e dos tecidos impregnados ou revestidos com plástico; “Energéticos” (1,0% em ambos os anos), designadamente gás e refinados de petróleo; “Calçado, peles e couros” (1,0% e 1,1%), principalmente couros curtidos, malas, pastas e estojos em couro, e calçado com a parte superior em couro ou em matérias têxteis.

Na figura seguinte identificam-se por Grupos de produtos, a dois dígitos da Nomenclatura (NC2/SH2), os principais produtos importados no período de Janeiro a Abril de 2025, e correspondente importação no período homólogo do ano anterior. 

2.3 – Exportação

As principais exportações portuguesas para o Reino Unido no período em análise de 2025 couberam ao grupo de produtos “Material de transporte terrestre e partes” (25,1% e 28,0% em 2024), principalmente automóveis de passageiros e também partes e peças de veículos automóveis.

Seguiram-se os grupos “Máquinas, aparelhos e partes” (12,3% e 12,4%), muito diversificadas, com destaque, entre as ‘Máquinas e aparelhos mecânicos’, para as caldeiras de aquecimento central, para os aparelhos que utilizam aquecimento, para os refrigeradores e congeladores, para as partes de motores de explosão, para as torneiras e válvulas, para as caixas de fundição e moldes, para os elevadores e escadas rolantes e para as bombas de líquidos, entre muitos outros produtos com menor valor. Entre as Máquinas e aparelhos eléctricos’ sobressaíram as partes de emissores, radares, receptores de rádio e TV, os fios e cabos eléctricos, os transformadores, conversores e bobinas de reactância, os radares e aparelhos de radionavegação, os acumuladores eléctricos, os interruptores, seccionadores e aparelhos de protecção e os emissores de rádio, TV, telegrafia e câmaras TV;

“Agro-alimentares” (11,9% e 11,5%), principalmente as preparações de tomate, os sumos de frutas e hortícolas, as preparações de produtos hortícolas, os vinhos, as preparações para molhos, temperos e mostarda, os produtos de padaria e pastelaria, as maçãs, peras e marmelos e as couves, repolhos e semelhantes;

“Produtos acabados diversos” (11,0% e 9,9%), muito diversificados, com predomínio de contadores, taxímetros, velocímetros etc., de fibras e cabos ópticos, lentes e espelhos, de artigos ortopédicos, para surdez e outras deficiências, de instrumentos médicos, de assentos e mobiliário, de candeeiros e aparelhos de iluminação, de suportes para camas, de ladrilhos cerâmicos, de louça e artigos domésticos excepto de porcelana, de lavatórios e banheiras de cerâmica, de estatuetas e outros objectos ornamentais de cerâmica, de pedra de cantaria e construção, de obras de gesso, e de lajes de pedra natural;

“Têxteis e vestuário” (9,8% e 9,2%), principalmente os fios de lã cardada não acondicionada para venda a retalho, o vestuário de malha ou tecido para homem e senhora, e a roupa de cama, mesa, toucador e cozinha;

“Minérios e metais” (8,9% e 9,7%), com destaque para o ferro, aço e suas obras, como fio-máquina, construções, reservatórios, telas, chapas e recipientes de gases, e para os cimentos hidráulicos;

“Químicos” (8,7% e 7,7%), principalmente as chapas, tiras e lâminas de plástico, as obras de plástico como rolhas, tampas e cápsulas, os pneus novos e obras de borracha vulcanizada, e os medicamentos;

“Madeira, cortiça e papel” (7,8% e 7,7%), onde sobressaiu o papel e cartão não revestido para escrita, cartões etc., em rolos, as obras de carpintaria para construção, os aglomerados de madeira, a lenha e estilhas de madeira, a cortiça aglomerada e suas obras e as obras de cortiça natural.

Com pesos inferiores alinharam-se depois os grupos “Calçado, peles e couros” (3,1% e 2,9%), essencialmente calçado de couro; “Aeronaves, embarcações e partes” (1,4% e 0,8%), designadamente aeronaves com motor e suas partes e aeronaves não tripuladas (drones); “Energéticos” foi praticamente nula nos dois anos a exportação deste grupo de produtos.

Na figura seguinte identificam-se por Grupos de produtos, a dois dígitos da Nomenclatura (NC2/SH2), os principais produtos exportados no período de Janeiro a Abrl de 2025, e correspondente exportação no período homólogo do ano anterior.


Alcochete, 27 de Junho de 2025.

 

ANEXO



domingo, 22 de junho de 2025

Comércio Internacional português do Calçado (2022-2024 e Janeiro-Abril 2024-2025)

 

Comércio Internacional português

do Calçado
2022-2024
Janeiro-Abril 2024-2025

( disponível para download  >> aqui )

1 - Introdução

As exportações portuguesas de calçado conheceram um processo de expansão a partir da segunda metade da década de 70 do século passado, com grande dinamismo a partir dos primeiros anos da década de 80, tornando-se numa das indústrias mais dinâmicas do país. Após um longo período de crescimento, seguiu-se uma fase de ajustamento estrutural às novas condições competitivas do mercado, principalmente por parte de países asiáticos.

Sustentadamente crescentes desde o início da década de 80, estas exportações atingiram 1,7 mil milhões de Euros em 2001, decrescendo tendencialmente a partir de então, até se situarem em 1,3 mil milhões em 2009. A partir de então aumentaram sucessivamente, atingindo 2 mil milhões de Euros em 2017. Seguiram-se quebras até 2020, ano marcado pelo Pandemia do COVID-19, em que se situaram em 1,5 mil milhões. Tendo recuperado o crescimento até 2022, com 2,1 mil milhões, decrescerem até 2024, situando-se em 1,8 mil milhões de Euros de acordo com os dados preliminares disponíveis.

O peso do calçado na exportação global portuguesa, que em 2001 representava 6,3%, decresceu significativamente, representando 2,3% em 2024.

Por sua vez o valor das importações, que em 2000 se situava em cerca de 400 milhões de Euros, subiu até 2019, atingido 842 milhões, para decair a 659 milhões em 2020 (pandemia do COVID-19), recuperando depois o crescimento até 2024, ano em que atingiu cerca de 1 milhão de Euros, o que representa já mais de metade do valor das exportações no mesmo período.

Neste trabalho vai-se analisar a evolução das importações e exportações portuguesas de calçado no período de 2022-2024 e Janeiro a Abril de 2024-2025, com base em dados definitivos do ‘Instituto Nacional de Estatística’ (INE) para 2022 e 2023, e preliminares para 2024 e 2025, com última actualização em 9 de Junho de 2025.

2 – Balança Comercial do Calçado 

A Balança Comercial é fortemente favorável a Portugal, com saldos da ordem de 1,1 mil milhões de Euros em 2022, decrescendo até 798 milhões em 2024, e elevados graus de cobertura das importações pelas exportações.

Nos primeiros quatro meses de 2024 e 2025 o saldo manteve-se praticamente constante, em pouco mais de 250 milhões de Euros.

Ao longo dos últimos três anos e primeiros quatro meses de 2025 o peso do calçado nas importações globais representou cerca de 1% do Total.

O seu peso nas exportações desceu de 2,6% em 2022 para 2,3%, em 2024, representando 2,2% em Janeiro-Abril de 2025.

3 – Importação

3.1 – Importação por tipos de calçado

Em 2025, no período em análise, predominaram as importações de ‘Calçado com a parte superior em couro’ (29,3% do Total em 2025 e 29,5% em 2024) e as de ‘Calçado com a parte superior em matérias têxteis’ (28,9% e 28,4%, respectivamente). Seguiram-se as importações de ‘Calçado com a parte superior em borracha ou plástico’ (20,5% e 21,0%) e as de ‘Partes de calçado’ (19,4% e 19,1%). O ‘Calçado não especificado’ representou 1,1% do total nos dois anos e o ‘Calçado impermeável ‘ 0,8% em 2025 e 1,0% em 2024.

3.2 – Principais mercados de origem

Tiveram origem no espaço comunitário 79,1% das importações de calçado em 2024 e 77,5% nos primeiros quatro meses de 2025.

Mais de metade das importações em 2024 e período de Janeiro a Abril de 2025 couberam a Espanha, à Alemanha e à China, com respectivamente 32,2%, 12,4% e 9,7% do Total em 2024 e 31,9%, 13,3% e 9,9% no período em análise de 2025.

Na figura seguinte alinham-se os principais mercados de origem das importações nos primeiros quatro meses de 2025, por tipos de calçado.

4 – Exportação

4.1 – Exportação por tipos de calçado

As exportações portuguesas incidem esmagadoramente no calçado com a parte superior em couro, o de maior valor, tendo representado 77,9% do Total no período de Janeiro a Abril de 1975 e 79,4% em 2024.

4.2 – Principais mercados de destino

Tiveram destino ao espaço comunitário 80,5% das Exportações de calçado em 2024 e 84,1% nos primeiros quatro meses de 2025.

Em 2024 os principais destinos das exportações foram a Alemanha (23,1%), a França (20,0%), os Países Baixos (11,1%) e a Espanha (9,8%), que cobriram no seu conjunto 64,0% do Total.

Nos primeiros quatro meses de 2025 os principais destinos foram a Alemanha (25,9%), a França (20,4%), a Espanha (10,5%) e os Países Baixos (10,0%), que representaram 66,8% do Total.

Na figura seguinte alinham-se os principais mercados de destino das exportações nos primeiros quatro meses de 2025, por tipos de calçado.

Em 2024, de acordo com dados disponíveis na base de dados do “International Trade Centre” (ITC), Portugal terá ocupado a 12ª posição entre os principais exportadores mundiais de calçado.

5 – Índices de variação anual homóloga das importações                            e exportações em Valor, Volume e Preço

Nas figuras seguintes apresenta-se a evolução dos índices de Valor, Volume e Preço das importações e exportações de Calçado de 2022 a 2024 e 1º Trimestre de 2025, com índices de preço de Paasche calculados com base nas primeiras versões preliminares divulgadas pelo INE, indicando a experiência que não se registam variações significativas face a versões definitivas.



Alcochete, 21 de Junho de 2025.



terça-feira, 17 de junho de 2025

Comércio Internacional de mercadorias de Portugal com os EUA (Janeiro-Abril 2024-2025)

 

Comércio Internacional de mercadorias
de Portugal com os EUA
(Janeiro a Abril de 2024-2025)

                                                    ( disponível para download  >> aqui )


1 – Nota introdutória

Analisa-se neste trabalho a evolução do Comércio Internacional de Portugal com os EUA no período de Janeiro a Abril de 2025 face ao período homólogo do ano anterior, com base em dados estatísticos preliminares do ‘Instituto Nacional de Estatística de Portugal’ (INE), com última actualização em 9 de Junho de 2025.

Face à ameaça da aplicação de novas tarifas alfandegárias à União Europeia por parte dos EUA (país que ocupa a 1ª posição nas exportações portuguesas para o espaço extracomunitário) e consequente réplica da UE, será necessário, se tais medidas forem implementadas, acompanhar de perto a evolução das nossas importações e exportações, em particular destas últimas. Identificam-se desde já neste trabalho os produtos actualmente com maior peso nestas transacções no ano em curso.

2 – Balança comercial

A balança comercial de Portugal com os EUA foi favorável a Portugal no período de Janeiro a Abril de 2025, com um elevado grau de cobertura das importações pelas exportações.

No período em análise, em 2025 as importações cresceram +17,7% em valor face ao período homólogo do ano anterior, tendo as exportações decrescido -0,8%, com o saldo positivo a decair de 1087,6 milhões de Euros, em 2024, para  953,5 milhões em 2025 (-12,3%).

3 – Evolução mensal das importações e exportações


Nos primeiros quatro meses de 2025, o ritmo de ‘crescimento’ mensal das importações e das exportações acompanhou de perto o ritmo de 2024, à excepção no mês de Março nas importações, que em 2025 mais que duplicaram o valor de 2024.

4 – Importações por Grupos de Produtos

Para uma análise do tipo de produtos transaccionados, as 97 posições pautais a dois dígitos da Nomenclatura de codificação de mercadorias utilizada (NC2/SH2) foram agregadas em 11 Grupos de Produtos (ver definição do conteúdo em Anexo).

Em 2025 as principais importações incidiram no grupo “Energéticos” (45,2% do Total e 57,6% em 2024), seguido dos grupos “Máquinas, aparelhos e partes” (13,0% e 9,1%, respectivamente), “Agro-alimentares” (13,0% e 10,3%) e “Quimicos” (11,6% e 9,6%).

Na figura seguinte discriminam-se, por Grupos de Produtos, os principais produtos importados, desagregados a quatro dígitos da Nomenclatura (NC4/SH4).

Entre estes, os produtos com maior peso importados em 2025 foram ‘Gás’ e ‘Petróleo bruto’, produtos que representaram 41,6% do Total.   

5 – Exportações por grupos de produtos

Em 2025, no período em análise, as principais exportações couberam aos Grupos de Produtos “Químicos” (43,4% e 32,6% em 2024) e “Energéticos” (15,3% e 22,5% respectivamente), seguidos dos grupos “Máquinas, aparelhos e partes” (9,0% e 10,9%), “Produtos acabados diversos” (8,6% e 8,7%) e “Têxteis e vestuário” (8,2% e 8,0%). 

Na figura seguinte discriminam-se, por Grupos de Produtos, os principais produtos exportados, desagregados a quatro dígitos da Nomenclatura (NC4/SH4).

Entre estes, os produtos com maior peso exportados em 2025 foram ‘Medicamentos’ (22,5% do Total e ‘Pneus novos de borracha’ (7,2%), do grupo “Químicos”, e ‘Produtos refinados do petróleo’ (14,8%), do grupo “Energéticos”, produtos que no seu conjunto representaram 49,6% do Total.   

ANEXO





quinta-feira, 12 de junho de 2025

 

Comércio Internacional

de mercadorias
- Série mensal -
(Janeiro a Abril de 2025)

                                           (disponível para download  >> aqui )

 1 - Balança comercial

De acordo com dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) para o período de Janeiro a Abril de 2025 e de 2024, em versões preliminares, com última actualização em 9 de Junho de 2025, as exportações de mercadorias em 2025 cresceram, em termos homólogos, +4,0% (+1071 milhões de Euros), a par de um acréscimo das importações de +5,7% (+1987 milhões). 


A partir de Janeiro de 2021, nas estatísticas de base do INE foram acrescentados, na sequência do “Brexit”, dois códigos de países, “XI-Reino Unido (Irlanda do Norte)” e “XU-Reino Unido (não incluindo a Irlanda do Norte)”, apresentando-se a zeros a posição pautal com o código “GB-Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte”. Nos quadros desta série mensal manteremos, para já, este código “GB”, correspondente ao somatório dos valores dos dois novos códigos.

As exportações para o espaço comunitário (expedições), cujo total corresponde aqui aos actuais 27 membros, registaram no período em análise um acréscimo de +6,6% (+1239 milhões de Euros), tendo as exportações para os Países Terceiros decrescido -2,2% (-168 milhões). Por sua vez, as importações com origem na UE (chegadas) aumentaram +7,6% (+1975 milhões) e as originárias dos Países Terceiros cresceram apenas +0,1% (+11 milhões de Euros). 

O défice comercial externo (Fob-Cif), +10,9% face a 2024, situou-se em -9271 milhões de Euros (superior em 915 milhões ao do ano anterior), a que correspondeu agravamentos de 736 milhões no comércio intracomunitário e 179 milhões no extracomunitário. Em termos globais, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações desceu de 76,0% em 2024, para 74,8% em 2025.

A variação do preço de importação do petróleo repercute-se no valor das exportações de produtos energéticos, com reflexo na Balança Comercial. No período de Janeiro a Abril o valor médio de importação do petróleo bruto desceu de 590 Euros/Ton em 2024, para 549 Euros/Ton em 2025. 

Para além da variação da cotação internacional do barril de petróleo, medida em dólares, a variação da cotação do dólar face ao Euro é também um dos factores determinantes da evolução do seu preço em Euros (O gráfico inclui já a cotação média do mês de Maio).

Se excluirmos do total das importações e das exportações o conjunto dos produtos “Energéticos” (Capº 27 da NC), que pesou 9,4% no total das importações em 2025 e 5,9% nas exportações, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações sobe, em 2025, de 74,8% no comércio global, para 77,7%.

2 – Evolução mensal


3 – Mercados de destino e de origem

3.1 - Exportações

Em 2025, no período em análise, as exportações para a UE (expedições), que representaram 72,6% do Total, cresceram +6,6%, contribuindo com +4,7 pontos percentuais (p.p.) para uma taxa de ‘crescimento’ global de +4,0%.

As exportações para o espaço extracomunitário, 27,4% do Total, decresceram em valor -2,2%, com um contributo negativo de -0,6 p.p. para o crescimento global.

Os dez principais destinos das exportações foram a Espanha (25,6%), a Alemanha (15,2%), a França (11,9%), os EUA (6,4%), a Itália e o Reino Unido incl. Irlanda NT (4,4% cada), os Países Baixos (3,4%), a Bélgica (2,5%), a Polónia (1,5%) e as Provisões de bordo para países terceiros (1,3%), destinos que representaram 76,5% do Total.

Angola, que no ano de 2024 ocupou a 5ª posição no conjunto dos Países Terceiros, depois dos EUA, do Reino Unido, de Marrocos e do Brasil, registou no período em análise um acréscimo de +9,2% nas nossas exportações com este destino (+27,9 milhões de Euros).

Ocorreram acréscimos nos grupos de produtos “Minérios e metais” (+14,9 milhões de Euros), “Agro-alimentares” (+12,1 milhões), “Produtos acabados diversos” (+9,8 milhões), Químicos (+3,6 milhões) e “Madeira, cortiça e papel” (+3,5 milhões).

Os decréscimos incidiram em “Aeronaves, embarcações e partes” (-4,6 milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (-3,8 milhões). “Máquinas, aparelhos e partes” (-3,3 mil Euros), “Têxteis e vestuário” (-2,5 milhões), “Energéticos” (-1,6 milhões de Euros) e “Calçado, peles e couros” (-194 mil Euros).

Entre os principais destinos, os maiores contributos positivos para o ‘crescimento’ das exportações neste período (+4,0%) pertenceram à Alemanha (+4,3 p.p.), seguida a grande distância pela Espanha (+1,0 p.p.), Países Baixos, Turquia, Canadá e Irlanda (+0,2 p.p. cada), Dinamarca, Gibraltar, Angola e Suécia (+0,1 p.p. cada).

Os maiores contributos negativos couberam à Finlândia (-0,5 p.p.), Brasil, Reino Unido/Irl NT e Bélgica (-0,3 p.p.), França, Marrocos e Argélia (-0,2 p.p. cada), Itália e Provisões de Bordo Intra-UE (-0,1 p.p. cada).

Os maiores acréscimos nas exportações para o espaço comunitário (expedições) incidiram na Alemanha, seguida a grande distância pela Espanha, Países Baixos, Irlanda, Dinamarca, Suécia, Hungria e Eslováquia.

Os principais decréscimos couberam à Finlândia, Bélgica, França, Itália, Grécia e Provisões de Bordo.



No conjunto dos Países Terceiros, entre os maiores acréscimos nas exportações destacaram-se a Turquia, Canadá, Panamá, Gibraltar, Ucrânia, Angola, Taiwan, Arábia Saudita, Índia, Israel e Noruega.

Entre os decréscimos evidenciaram-se o Brasil, Reino Unido, Marrocos, Argélia, Austrália, Vietname, Moçambique, Ceuta, Japão, Egipto e Suíça.

3.2 – Importações

No período de Janeiro a Abril de 2025 as chegadas de mercadorias com origem na UE, que representaram 76,0% do total, registaram um acréscimo de +7,6% e contribuíram com +5,7 p.p. para uma taxa de variação homóloga global de +5,7%.

As importações com origem no espaço extracomunitário registaram no mesmo período um acréscimo de +0,1% representando 24,0% do total, com um contributo para o ‘crescimento’ global praticamente nulo.

O principal mercado de origem das importações foi a Espanha (32,0% do Total) seguida da Alemanha (12,0%), da França (7,5%), dos Países Baixos (5,6%), da Itália (5,2%), da China (4,8%), da Irlanda (3,5%), da Bélgica (3,3%), do Brasil (2,8%) e dos EUA (2,2%).

Estes países representaram, no seu conjunto, 78,8% do total das importações.

Entre os contributos positivos para a taxa de variação homóloga das importações  (+5,7%), destacaram-se a Irlanda (+2,0 p.p.) e a Espanha (+1,3 p.p.), seguidas da Alemanha e da França (+0.8 p.p. cada), dos Países Baixos (+0,7 p.p.), da China  (+0,5 p.p.), dos EUA, Bélgica e Itália (+0,3 p.p. cada)

Os principais contributos negativos incidiram no Brasil (-0,5 p.p.), Arábia Saudita e Noruega (-0,4 p.p. cada), Áustria e Nigéria (-0,3 p.p. cada), Índia e Japão (-0,2 p.p. cada) e Azerbaijão (-0,1 p.p.).

Nas duas figuras seguintes relacionam-se os maiores acréscimos e decréscimos do valor das importações com origem Intracomunitária (chegadas) e nos Países Terceiros, entre o período em análise de 2025 e de 2024.


4 – Saldos da Balança Comercial        

Em 2025, os maiores saldos positivos da balança comercial (Fob-Cif) couberam aos EUA (+953 milhões de Euros), ao Reino Unido (+774 milhões), à França (+530 milhões), a Angola (+249 milhões) e a Gibraltar (+228 milhôes).

O maior défice, a grande distância dos restantes, pertenceu a Espanha (-4724 milhões de Euros), seguida da China (-1576 milhões), dos Países Baixos (-1122 milhões), da Irlanda (-1105 milhões) e do Brasil (-707 milhões).


5 – Evolução por grupos de produtos

5.1 – Exportações

Os capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2 Ξ SH-2), foram aqui agregados em 11 grupos de produtos (ver ANEXO).

Em 2025, os grupos que detiveram maior peso na estrutura foram “Químicos” (18,0% do Total e +1396 milhões de Euros face ao ano anterior), “Máquinas, aparelhos e partes” (15,0% e +239 milhões), “Agro-alimentares” (13,5% e -31 milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (11,8% e -243 milhões), “Minérios e metais” (9,5% e +7 milhões) e “Produtos acabados diversos” (8,9% e -71 milhões).

Seguiram-se os grupos “Têxteis e vestuário” (7,1% e +18 milhões), “Madeira cortiça e papel” (6,5% e -30 milhões), “Energéticos” (5,9% e -296 milhões), “Calçado, peles e couros” (2,7% e +25 milhões) e “Aeronaves, embarcações e partes” (0,9% e +58 milhões de Euros).

5.2 – Importações

Em 2025 os grupos de produtos com maior peso foram “Químicos” (19,5% do Total e +1097 milhões de Euros face ao ano anterior), “Máquinas, aparelhos e partes” (17,8% e +200 milhões), “Agro-alimentares” (15,3% e +319 milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (13,1% e +298 milhões), “Energéticos” (9,4% e -136 milhões) e “Minérios e metais” (8,8% e +74 milhões).

Seguiram-se os grupos “Produtos acabados diversos” (6,2% e +189 milhões), “Têxteis e vestuário” (4,8% e +110 milhões), Madeira, cortiça e papel” (2,8% e +1 milhão), “Calçado, peles e couros” (1,8% e +49 milhões) e “Aeronaves, embarcações e partes” (0,4% e -214 milhões de Euros).


6 – Mercados por grupos de produtos

6.1 – Exportações

Entre os mercados de destino, a Espanha ocupou em 2025 a primeira posição em 7 dos 11 grupos de produtos com 25,6% do total, ocorrendo as excepções nos grupos “Químicos” (2ª posição depois da Alemanha), “Calçado, peles e couros” (3ª posição, depois da França e da Alemanha), “Máquinas, aparelhos e partes” (2ª posição, depois da Alemanha) e “Aeronaves, embarcações e partes” (4ª posição, precedida do Brasil, Ucrânia e França).

Seguiram-se no “ranking” a Alemanha (15,2%), a França (11,9%), os EUA (6,4%), a Itália (4,4%), o Reino Unido e Irl NT (4,4%), os Países Baixos (3,4%), a Bélgica (2,5%), a Polónia (1,5%) e as Provisões de Bordo para países terceiros (1,3%).

Estes dez destinos representaram 76,5% da exportação total.

6.2 – Importações

Na vertente das importações, a Espanha ocupou o primeiro lugar em nove dos onze grupos de produtos, com 32,0% do total.

As excepções foram os grupos “Energéticos” (2ª posição depois do Brasil) e  “Aeronaves, embarcações e partes” (2º lugar, depois dos EUA).

Seguiram-se, no “ranking”, a Alemanha (12,0%), a França (7,5%), os Países Baixos (5,6%), a Itália (5,2%), a China (4,8%), a Irlanda (3,5%), a Bélgica (3,3%), o Brasil (2,8%) e os EUA (2,2%).

Estes dez países cobriram 78,8% da importação total.

 7 – Valor dos grupos de produtos das exportações em 2025                       face a 2024, por meses homólogos não acumulados



Alcochete, 11 de Junho de 2025.


ANEXO