terça-feira, 15 de julho de 2025

Comércio Externo de Moçambique 2023-24 e Portugal-Moçambique 2020-24 e Jan-Maio 2024-25

 

Comércio Externo de Moçambique

2023-2024

&

Portugal-Moçambique

2020-2024

Janeiro-Maio 2024-2025

                                      (disponível para download  >> aqui )


1 – Nota introdutória

Analisa-se neste trabalho a evolução do comércio externo de mercadorias de Moçambique face ao mundo, entre 2023 e 2024, a partir de cálculos do ITC com base em estatísticas do “Instituto Nacional de Estatística de Moçambique”, e correspondentes quotas de Portugal por Grupos de Produtos (definição do conteúdo de cada grupo por Capítulos das Nomenclaturas NC2/SH2 em ANEXO).

Analisa-se em seguida a evolução do comércio internacional de Portugal com Moçambique ao longo do período 2020-2024 e Janeiro a Maio de 2024-2025, com base em dados de fonte “Instituto Nacional de Estatística de Portugal” (INE), em versão definitiva até 2023 e preliminar para 2024 e 2025, com última actualização em 10 de Julho de 2025.

Moçambique é um dos estados-membros da “Southern Africa Development Community - SADC”, Comunidade de Desenvolvimento da África Austral  que integra dezasseis países: Africa do Sul, Angola, Botsuana, Comores, Esuatini (a antiga Suazilândia), Lesoto, Madagáscar, Malaui, Maurícias, Moçambique, Namíbia, Congo (RD), Seicheles, Tanzânia, Zâmbia e Zimbabuè. Organização criada em 1992, na sequência do fim do apartheid na África do Sul, sucedeu à SADCC, esta criada em 1980 por nove dos actuais membros da SADC, tendo entre os seus objectivos aprofundar a cooperação económica e estimular o comércio de produtos e serviços entre os seus membros. As línguas oficiais são o inglês, o português e o francês. 

A África do Sul é o principal parceiro de Moçambique no âmbito desta organização, tendo rem 2024 representado 89,0% do Total nas importações (25,0% face ao Mundo) e 73,3% nas exportações. (14,7% face ao Mundo).

Moçambique foi também, em 1996, um dos fundadores da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa” (CPLP), a par de Angola, do Brasil, de Cabo Verde, da Guiné-Bissau, de Portugal e de São Tomé e Príncipe.

Em 2002 foi admitido Timor-Leste e mais recentemente, em 2014, a Guiné-Equatorial, que tinha sido país observador associado desde 2006. 

Em 2024 a CPLP pesou 3.5% nas importações de Moçambique e 0,8% nas Exportações. Nesse ano Portugal ocupou a primeira posição nas importações moçambicanas no âmbito da CPLP com 91,8% do Total, seguido do Brasil (7,6%), de Angola (0,5%) e de Cabo Verde (0,1%). Nas exportações Portugal foi o segundo destino com 32,9% do Total, depois de Angola (65,7%), seguidos de Cabo Verde (1,9%).

No âmbito das trocas comerciais de Moçambique com a União Europeia-UE27 (peso de 9,5% nas importações e 8,7% nas exportações), Portugal ocupou em 2024 a 1ª posição nas importações (34,0% do Total da UE), seguido da Itália (14,9%), da Alemanha (10,9%), da Espanha (7,2%), dos Países Baixos (7,0%), da França (6,7% e da Bélgica (5,8%), países que representaram nesse ano 86,5% do Total da UE. Na vertente das exportações Portugal ocupou o 7º lugar, com apenas 2,8% do Total,  precedido dos Países Baixos (36,2%), da Bélgica (15,2%), da Polónia (12,1%), Itália (10,2%), da Espanha (8,8%) e da Grécia (5,2%), países que representaram 90,5% do Total em 2024.


2 – Comércio Externo de Moçambique

2.1 – Balança Comercial

A Balança Comercial de Moçambique foi deficitária nos três anos em análise, tendo registado quebras sucessivas do saldo, que desceu de -6,0 mil milhões de Euros, em 2022, para -925 mil Euros em 2024, na sequência de uma descida das importações de 13,9 para 8,5 mil milhões em 2024, com as exportações a manterem-se entre 7,8 e 7,6 mil milhões de Euros.



2.2 – Importações em Moçambique e quotas de Portugal  


Numa análise por grupos de produtos (definição do conteúdo em Anexo), as principais importações de Moçambique em 2024 incidiram no Grupo de Produtos “Energéticos” (21,3% do Total e 21,2% no ano anterior), seguido de “Agro-alimentares” (20,1% e 17,7%), “Máquinas, aparelhos e partes” (16,6% e 17,8%) e “Químicos” (15,9% e 17,3%). Com menor peso alinharam-se depois os grupos “Material de transporte terrestre e partes” (7,9% e 8,0%), “Minérios e metais” (7,7% e 8,4%), “Produtos acabados diversos” (4,5% e 4,2%), “Têxteis e vestuário” (2,6% e 2,8%), “Madeira, cortiça e papel” (2,2% e 1,9%), “Aeronaves, embarcações e partes” (0,7% e 0,2%) e “Calçado, peles e couros” (0,4% e 0,5%).

Em 2024 Portugal terá pesado 3,2% nas importações moçambicanas, tendo incidido as maiores quotas nos grupos “Aeronaves, embarcações e partes” (7,3%), “Produtos acabados diversos” (7,1%), “Têxteis e vestuário” (6,8%), “Calçado, peles e couros” (5,8%), “Madeira, cortiça e papel” (5,2%), “Máquinas, aparelhos e partes” (5,0%) e “Químicos” (4,9%).

Na figura seguinte apresentam-se, por grupos de produtos, os principais produtos importados em 2023 e 2024, desagregados a dois dígitos da Nomenclatura (SH2/NC2).


2.3 – Exportações de Moçambique e quotas de Portugal 
                                             

As principais exportações de Moçambique em 2024 incidiram nos grupos de produtos “Energéticos” (58,9% do Total e 57,6% em 2023), “Minérios e metais” (25,5% e 27,6%) e “Agro-alimentares” (12,4% e 10,9%). Os restantes grupos registaram pesos muito reduzidos, sendo praticamente nulos os de Aeronaves, embarcações e partes” e de “Calçado, peles e couros”.

Em 2024 Portugal terá pesado 0,3% nas exportações moçambicanas, tendo incidido as maiores quotas nos grupos “Calçado, peles e couros” (5,4 % do grupo), “Madeira, cortiça e papel” (5,2%), “Agro-alimentares” (1,9%) e “Máquinas, aparelhos e partes” (1,3%).

Na figura seguinte apresentam-se, por grupos de produtos, os principais produtos exportados em 2023 e 2024, desagregados a dois dígitos da Nomenclatura (SH2/NC2).

2.4 – Principais mercados de origem e de destino


3 – Comércio Internacional de Portugal com Moçambique                           2020-2024 e Janeiro-Maio 2024-2025

Após um comportamento algo irregular entre 2010 e 2013, ano em que atingiram 63 milhões de Euros, no período de 2014 a 2021 as importações portuguesas de mercadorias com origem em Moçambique mantiveram-se numa faixa compreendida entre 35 e 41 milhões de Euros. Após uma subida acentuada em 2022, quando atingiram 59 milhões de Euros, decresceram sucessivamente nos dois anos seguintes, descendo em 2024 a 26 milhões de Euros, abaixo do nível que detinham em 2010. Por sua vez as exportações, que entre 2010 e 2015, numa subida sustentada havia crescido de 151 para 355 milhões de Euros, decresceram acentuadamente a partir de então, mantendo-se nos anos seguintes num patamar entre 180 e 223 milhões de Euros.


3.1 – Balança Comercial

A Balança Comercial de mercadorias de Portugal com Moçambique foi favorável a Portugal ao longo dos últimos cinco anos e primeiros cinco meses de 2025, com elevados graus de cobertura das importações pelas exportações.

O saldo anual da Balança oscilou entre um mínimo de 154 milhões de Euros, em 2021, e 190 milhões, em 2024. No período de Janeiro a Maio de 2025, face ao período homólogo do ano anterior, o saldo desceu de 83 para 50 milhões de Euros.

 3.2 – Importações

Nos primeiros cinco meses de 2025 as principais importações com origem em Moçambique centraram-se no grupo “Agro-alimentares” (80,9% e 81,5% em 2024), em sua grande parte peixe, crustáceos e moluscos, seguidos do tabaco, frutas e açúcares. Alinharam-se depois, com muito menor peso, os grupos “Minérios e metais” (12,7% e 4,8%, respectivamente), com destaque para o alumínio e suas obras, e “Máquinas, aparelhos e partes (4,8% e 4,7%), com os motores diesel em evidência.

No quadro seguinte encontram-se discriminados, por grupos de produtos, os principais produtos importados por Capítulos da Nomenclatura (NC2/SH2).

3.3 – Exportações

No período em análise de 2025, os grupos de produtos com maior peso no Total foram “Agro-alimentares” (24,8% e 18,4% em 2024), com destaque para as conservas de peixe,  preparações alimentícias diversas, azeite, enchidos, café e vinhos, “Máquinas, aparelhos e partes” (24,4% e 27,3%), muito diversificados, como fios e cabos eléctricos, aparelhos telefónicos e de telecomunicações, aparelhos de interrupção, seccionamento e protecção eléctrica, quadros eléctricos, refrigeradores e congeladores, máquinas de terraplanar, nivelar e escavar, máquinas automáticas para processamento de dados, bombas para líquidos e de ar, transformadores e conversores, torneiras e válvulas, receptores de TV, entre outros, e “Químicos” (23,9% e 26,9%), com destaque para os medicamentos, reagentes de diagnóstico e de laboratório, matérias corantes, embalagens, rolhas e tampas de plástico e produtos de lavagem e limpeza. 

Seguiram-se os grupos “Minérios e metais” (9,2% e 7,2%), principalmente constituídos por construções e obras de alumínio, ferro ou aço, perfis de ferro ou aço, barras e perfis de alumínio, obras de metais comuns, ferragens cadeados e fechaduras, tubos e perfis de ferro ou aço, entre outros, e “Produtos acabados diversos” (8,3% e 8,7%), principalmente mobiliário, ladrilhos cerâmicos e mosaicos, assentos, instrumentos médicos, candeeiros e aparelhos de iluminação, lavatórios e outra louça sanitária, pedra de cantaria e aparelhos para análises físicas ou químicas. 

Com pesos inferiores alinharam-se depois os grupos “Madeira, cortiça e papel” (3,8% e 3,6%), “Têxteis e vestuário” (2,4% e 1,4%), “Energéticos” (1,9% nos dois anos), “Material de transporte terrestre e partes” (0,8% e 2,1%), “Calçado, peles e couros” (0,6% e 1,1%) e “Aeronaves, embarcações e partes” (exportação praticamente nula em 2025 e 1,3% no ano anterior).

No quadro seguinte encontram-se discriminados, por grupos de produtos, os principais produtos exportados, por Capítulos da Nomenclatura (NC2/SH2).


Alcochete, 15 de Julho de 2025.


ANEXO




domingo, 13 de julho de 2025

Comércio Internacional de mercadorias - Série Mensal (Janeiro a Maio de 2025)

 

Comércio Internacional

de mercadorias
- Série mensal -
(Janeiro a Maio de 2025)

                                           (disponível para download  >> aqui )

 1 - Balança comercial

De acordo com dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) para o período de Janeiro a Maio de 2025 e de 2024, em versões preliminares, com última actualização em 10 de Julho de 2025, as exportações de mercadorias em 2025 cresceram, em termos homólogos, +3,7% (+1231 milhões de Euros), a par de um acréscimo das importações de +7,0% (+3078 milhões).

A partir de Janeiro de 2021, nas estatísticas de base do INE foram acrescentados, na sequência do “Brexit”, dois códigos de países, “XI-Reino Unido (Irlanda do Norte)” e “XU-Reino Unido (não incluindo a Irlanda do Norte)”, apresentando-se a zeros a posição pautal com o código “GB-Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte”. Nos quadros desta série mensal manteremos, para já, este código “GB”, correspondente ao somatório dos valores dos dois novos códigos.

As exportações para o espaço comunitário (expedições), cujo total corresponde aqui aos actuais 27 membros, registaram no período em análise um acréscimo de +6,1% (+1450 milhões de Euros), tendo as exportações para os Países Terceiros decrescido -2,2% (-218 milhões). Por sua vez, as importações com origem na UE (chegadas) aumentaram +9,7% (+3183 milhões) e as originárias dos Países Terceiros decresceram -0,9% (-105 milhões de Euros). 

O défice comercial externo (Fob-Cif), +17,4% face a 2024, situou-se em -12485 milhões de Euros (superior em 1846 milhões ao do ano anterior), a que correspondeu um agravamentos de 1734 milhões no comércio intracomunitário e um decréscimo de 218 milhões no extracomunitário. Em termos globais, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações desceu de 75,8% em 2024, para 73,5% em 2025.

A variação do preço de importação do petróleo repercute-se no valor das exportações de produtos energéticos, com reflexo na Balança Comercial. No período de Janeiro a Maio o valor médio de importação do petróleo bruto desceu de 597 Euros/Ton em 2024, para 529 Euros/Ton em 2025. 

Para além da variação da cotação internacional do barril de petróleo, medida em dólares, a variação da cotação do dólar face ao Euro é também um dos factores determinantes da evolução do seu preço em Euros (O gráfico inclui já a cotação média do mês de Junho).

Se excluirmos do total das importações e das exportações o conjunto dos produtos “Energéticos” (Capº 27 da NC), que pesou 9,0% no total das importações em 2025 e 5,7% nas exportações, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações sobe, em 2025, de 73,5% no comércio global, para 76,1%.

2 – Evolução mensal

3 – Mercados de destino e de origem

3.1 - Exportações

Em 2025, no período em análise, as exportações para a UE (expedições), que representaram 72,6% do Total, cresceram +6,1%, contribuindo com +4,3 pontos percentuais (p.p.) para uma taxa de ‘crescimento’ global de +3,7%.

As exportações para o espaço extracomunitário, 27,4% do Total, decresceram em valor -2,2%, com um contributo negativo de -0,7 p.p. para o crescimento global.

Os dez principais destinos das exportações foram a Espanha (25,9%), a Alemanha (14,6%), a França (11,9%), os EUA (6,4%), a Itália (4,4%), o Reino Unido incl. Irlanda NT (4,3%), os Países Baixos (3,4%), a Bélgica (2,5%), a Polónia (1,5%) e a Suécia (1,3%), destinos que representaram 76,3% do Total.

Angola, que no ano de 2024 ocupou a 5ª posição no conjunto dos Países Terceiros, depois dos EUA, do Reino Unido, de Marrocos e do Brasil, registou no período em análise um acréscimo de +10,6% nas nossas exportações com este destino (+41,9 milhões de Euros).

Ocorreram acréscimos nos grupos de produtos “Minérios e metais” (+16,8 milhões de Euros), “Produtos acabados diversos” (+16,3 milhões), “Agro-alimentares” (+14,5 milhões), “Madeira, cortiça e papel” (+5,5 milhões), Químicos (+5,3 milhões) e “Calçado, peles e couros” (+46 mil Euros).

Os decréscimos incidiram em “Máquinas, aparelhos e partes” (-7,5 milhões de Euros), “Material de transporte terrestre e partes” (-4,2 milhões), “Têxteis e vestuário” (-2,4 milhões), “Aeronaves, embarcações e partes” (-1,4 milhões) e “Energéticos” (-979 mil Euros).

Entre os principais destinos, os maiores contributos positivos para o ‘crescimento’ das exportações neste período (+3,7%) pertenceram à Alemanha (+3.7 p.p.), seguida a grande distância pela Espanha (+1,2 p.p.), Turquia (+0,3 p.p.), Irlanda (+0,2 p.p.) e Canadá, Angola, Hungria e Dinamarca (+0,1 p.p. cada).

Os maiores contributos negativos couberam à Finlândia e Reino Unido/Irl NT (-0,4 p.p. cada), Marrocos (-0,3 p.p.), Brasil, Argélia, França e Bélgica (-0,2 p.p. cada), Provisões de Bordo Intra-EU e Suíça (-0,1 p.p. cada).

Os maiores acréscimos nas exportações para o espaço comunitário (expedições) incidiram na Alemanha, seguida a grande distância pela Espanha, Irlanda, Hungria, Dinamarca, Países Baixos, Eslováquia e Polónia. Os principais decréscimos couberam à Finlândia, França, Bélgica, Provisões de Bordo, Grécia e Lituânia.


No conjunto dos Países Terceiros, entre os maiores acréscimos nas exportações destacaram-se a Turquia, o Panamá, o Canadá, Angola, a Ucrânia, Taiwan e Israel.

Entre os decréscimos evidenciaram-se Marrocos, o Brasil, a Argélia, a Austrália, Moçambique, Vietname, Ceuta, o Vietname, a Suíça e a Rússia.

3.2 – Importações

No período de Janeiro a Maio de 2025 as chegadas de mercadorias com origem na UE, que representaram 76,2% do total, registaram um acréscimo de +9,7% e contribuíram com +7,2 p.p. para uma taxa de variação homóloga global de +7,0%.

As importações com origem no espaço extracomunitário registaram no mesmo período um decréscimo de -0,9% representando 23,8% do total, com um contributo negativo para o ‘crescimento’ global de -0,2%

O principal mercado de origem das importações foi a Espanha (32,0% do Total) seguida da Alemanha (12,0%), da França (7,5%), dos Países Baixos (5,6%), da Itália (5,2%), da China (4,8%), da Irlanda (3,5%), da Bélgica (3,3%), do Brasil (2,8%) e dos EUA (2,2%).

Estes países representaram, no seu conjunto, 78,8% do total das importações.

Entre os contributos positivos para a taxa de variação homóloga das importações  (+7,0%), destacaram-se a Irlanda (+2,5 p.p.), os Países Baixos (+1,5 p.p.), a Espanha (+1,0 p.p.), França e a a Alemanha (+0.9 p.p. cada), a China  (+0,6 p.p.), e a Bélgica, Turquia e tália (+0,3 p.p. cada).

Os principais contributos negativos incidiram no Brasil (-0,8 p.p.), Arábia Saudita (-0,6 p.p.), na Nigéria, Noruega e Áustria (-0,3 p.p. cada) e na Índia, Japão e Suécis (-0,1 p.p. cada).

Nas duas figuras seguintes relacionam-se os maiores acréscimos e decréscimos do valor das importações com origem Intracomunitária (chegadas) e nos Países Terceiros, entre o período em análise de 2025 e de 2024.



4 – Saldos da Balança Comercial        

Em 2025, os maiores saldos positivos da balança comercial (Fob-Cif) couberam aos EUA (+1173 milhões de Euros), ao Reino Unido (+979 milhões), à França (+637 milhões), a Angola (+347 milhões) e a Gibraltar (+238 milhôes).

O maior défice, a grande distância dos restantes, pertenceu a Espanha (-5828 milhões de Euros), seguido da China (-2035 milhões), dos Países Baixos (-1820 milhões), da Irlanda (-1517 milhões) e do Brasil (-865 milhões).


5 – Evolução por grupos de produtos

5.1 – Exportações

Os capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2 Ξ SH-2), foram aqui agregados em 11 grupos de produtos (ver ANEXO).

Em 2025, os grupos que detiveram maior peso na estrutura foram “Químicos” (17,2% do Total e +1507 milhões de Euros face ao ano anterior), “Máquinas, aparelhos e partes” (15,3% e +373 milhões), “Agro-alimentares” (13,8% e +12 milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (12,3% e -110 milhões), “Minérios e metais” (9,6% e -55 milhões) e “Produtos acabados diversos” (9,1% e -72 milhões).

Seguiram-se os grupos “Têxteis e vestuário” (7,0% e -14 milhões), “Madeira cortiça e papel” (6,5% e -40 milhões), “Energéticos” (5,7% e -465 milhões), “Calçado, peles e couros” (2,7% e +25 milhões) e “Aeronaves, embarcações e partes” (0,9% e +71 milhões de Euros).


5.2 – Importações

Em 2025 os grupos de produtos com maior peso foram “Químicos” (20,3% do Total e +1958 milhões de Euros face ao ano anterior), “Máquinas, aparelhos e partes” (17,5% e +214 milhões), “Agro-alimentares” (15,5% e +452 milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (13,1% e +520 milhões), “Energéticos” (9,0% e -434 milhões) e “Minérios e metais” (8,7% e +114 milhões).

Seguiram-se os grupos “Produtos acabados diversos” (6,1% e +204 milhões), “Têxteis e vestuário” (4,8% e +167 milhões), Madeira, cortiça e papel” (2,8% e +10 milhões), “Calçado, peles e couros” (1,7% e +35 milhões) e “Aeronaves, embarcações e partes” (0,5% e -164 milhões de Euros).


6 – Mercados por grupos de produtos

6.1 – Exportações

Entre os mercados de destino, a Espanha ocupou em 2025 a primeira posição em 6 dos 11 grupos de produtos com 25,9% do total, ocorrendo as excepções nos grupos “Energéticos” (2º depois das Provisões de Bordo para Países Terceiros), “Químicos” (2ª posição depois da Alemanha), “Calçado, peles e couros” (3ª posição, depois da França e da Alemanha), “Máquinas, aparelhos e partes” (2ª posição, depois da Alemanha) e “Aeronaves, embarcações e partes” (4ª posição, precedida do Brasil, França e Ucrânia).


Seguiram-se no “ranking” a Alemanha (14,6%), a França (11,9%), os EUA (6,4%), a Itália (4,4%), o Reino Unido e Irl NT (4,3%), os Países Baixos (3,4%), a Bélgica (2,5%), a Polónia (1,5%) e Suécia (1,3%).

Estes dez destinos representaram 76,3% da exportação total.

6.2 – Importações


Na vertente das importações, a Espanha ocupou o primeiro lugar em dez dos onze grupos de produtos, com 31,4% do total. A excepção foi o grupo “Aeronaves, embarcações e partes” (2º lugar, depois dos EUA).

Seguiram-se, no “ranking”, a Alemanha (11,8%), a França (7,4%), os Países Baixos (6,3%), a Itália (5,1%), a China (4,9%), a Irlanda (3,7%), a Bélgica (3,2%), o Brasil (2,6%) e os EUA (2,2%).

Estes dez países cobriram 78,8% da importação total.

7 – Valor dos grupos de produtos das exportações em 2025                      face a 2024, por meses homólogos não acumulados



Alcochete, 12 de Julho de 2025.


ANEXO




terça-feira, 8 de julho de 2025

Comércio Internacional de Portugal com Espanha (2020-2024)


Comércio Internacional 

de Portugal com Espanha

- 2020-2024 -

                            ( disponível para download  >> aqui )

1 – Nota introdutória

A Espanha é o principal parceiro de Portugal em ambas as vertentes do comércio global de mercadorias, seguida da Alemanha e da França, tendo sido em 2024 a origem de 33,1% destas importações (Alemanha 11,3% e França 7,2%), e o destino de 26,0% das exportações (Alemanha 12,3% e França 12,1%). No gráfico seguinte pode observar-se a evolução do peso da Espanha nas importações e exportações globais portuguesas entre 2000 e 2024,

Por sua vez, em 2024 Portugal ocupou a 7ª posição no “ranking” dos fornecedores de mercadorias a Espanha (3,7% do Total), e o 4º lugar entre os principais destinos das exportações espanholas (8,2%).

Pretende-se neste trabalho analisar, com algum detalhe, a evolução das chegadas e das expedições de mercadorias portuguesas de e para Espanha (que aqui designaremos por importações e exportações) ao longo dos últimos cinco anos (2020-2024). Para a análise da evolução dos produtos transaccionados foram estes agregados em 11 Grupos de Produtos, cujo conteúdo se encontra definido em Anexo com base na Nomenclatura (NC2/SH2).

2 – Balança Comercial

A Balança Comercial de mercadorias de Portugal com Espanha é deficitária, tendo o saldo oscilado entre -8,4 mil milhões de Euros em 2020 e -15,6 mil milhões em 2023, com o grau de cobertura das importações pelas exportações em torno dos 60%.

Face aos níveis de 2020, o ritmo de ‘crescimento’ anual do valor das exportações evoluiu nos últimos três anos em análise abaixo do ritmo das importações. 

3 – Importações

O grupo de produtos com maior peso nas importações portuguesas originárias de Espanha é “Agro-alimentares”, sempre acima de 20% na estrutura ao longo dos últimos cinco anos (22,9% em 2024).

Alinharam-se depois, em 2024, os grupos “Químicos” (15,0%), “Máquinas, aparelhos e partes” (13,0%), “Minérios e metais” (11,3%) e “Material de transporte terrestre e partes” (11,0%).

Com pesos inferiores a 10% seguiram-se os grupos “Energéticos” (7,5%), “Produtos acabados diversos” (7,1%), “Têxteis e vestuário” (5,7%), “Madeira, cortiça e papel” (4,4%), “Calçado, peles e couros” (1,9%) e “Aeronaves, embarcações e partes” (0,3%).

No quadro seguinte relacionam-se as principais importações com origem em Espanha nos últimos dois anos, por grupos de produtos desagregados por Capítulos da Nomenclatura.

Nos gráficos seguintes encontra-se representada, por grupos de produtos, a variação em valor das importações originárias de Espanha ao longo do último quinquénio (2020=100).

4 – Exportações

O grupo com maior peso nas exportações em 2024 é também aqui o dos produtos “Agro-alimentares”, tendo representado 23,1% do Total. Seguiram-se neste ano os grupos “Minérios e metais” (12,8%), “Material de transporte terrestre e partes” (12,5%), “Químicos” (11,9%), “Máquinas, aparelhos e partes” (11,3%), “Produtos acabados diversos” (8,7%), “Madeira, cortiça e papel” (7,2%), “Têxteis e vestuário” (6,6%), “Energéticos” (4,3%), “Calçado, peles e couros” (1,4%) e “Aeronaves, embarcações e partes” (0,2%).

No quadro seguinte encontram-se relacionadas as principais exportações efectuadas nos últimos dois anos, por grupos de produtos, desagregadas por Capítulos da Nomenclatura (NC2/SH2).

Nos gráficos seguintes encontra-se representado, por grupos de produtos, o ritmo de ‘crescimento’ do valor das exportações portuguesas para Espanha ao longo dos últimos cinco anos (2020=100).


5 – Evolução das quotas de Espanha no comércio internacional de Portugal



ANEXO



Alcochete, 7 de Julho de 2025.