quarta-feira, 16 de janeiro de 2019

Portugal-África do Sul - Comércio Internacional (2016 a Nov 2018)


Comércio internacional de mercadorias
de Portugal com a África do Sul
(2016-2017 e Janeiro-Novembro 2017-2018)
" Disponível para download >> aqui "

1 – Nota introdutória
Em 2018, de acordo com estimativas do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial, a economia da África do Sul, medida em Paridade de Poder de Compra (PPC), terá ocupado a primeira posição entre os países da África Austral, a 2ª na África Subsariana, depois da Nigéria, e a 3ª em todo o continente, com o Egipto em 1º lugar.
Neste trabalho, para o que serão utilizados dados de base do “International Trade Centre” (ITC), vai-se analisar, em termos genéricos, para o período 2013-2017, a evolução do comércio internacional de mercadorias deste país face ao mundo, quotas de mercado de Portugal por grupos de produtos, e a evolução da África do Sul no conjunto dos países da SADC-"Southern African Development Community", em que ocupa posição dominante em termos económicos, de que também fazem parte Angola e Moçambique.
É também analisada a evolução das trocas comerciais de Portugal com a África do Sul nos anos de 2016 e 2017 e período de Janeiro a Novembro de 2017 e 2018, a partir de dados veiculados pelo Instituto Nacional de Estatística de Portugal (INE). 
2 – Balança Comercial da África do Sul

A Balança Comercial da África do Sul aproximou-se sucessivamente do equilíbrio desde 2013, tornando-se o saldo positivo em 2017.
Ao longo dos últimos cinco anos as importações mantiveram-se sempre em níveis inferiores ao que detinham em 2013, ao mesmo tempo que as exportações, que em 2015 haviam já registado um pequeno acréscimo em termos relativos, averbaram em 2017 um significativo aumento.

3 –Importações na África do Sul por grupos de produtos
     - Peso de Portugal
Para uma análise do tipo de produtos transaccionados, as 96 posições a dois dígitos do Sistema Harmonizado de codificação de mercadorias, utilizado pelo ITC, foram agregadas em 11 grupos de produtos (ver Anexo).
Por grupos de produtos, as importações sul-africanas com maior expressão em 2017 (últimos dados disponíveis) integraram-se no grupo “Máquinas, aparelhos e partes”, representando 23,5% do total.
Seguiram-se os grupos “Químicos” (15,3%), “Energéticos” (14,8%), “Produtos acabados diversos” (14,0%), “Material de transporte terrestre e partes” (8,8%), “Agro-alimentares” (8,1%), “Minérios e metais” (6,9%), “Têxteis e vestuário” (3,9%), “Madeira, cortiça e papel” (2,2%), “Calçado, peles e couros” (1,4%) e “Aeronaves, embarcações e partes” (1,3%).
De acordo com dados de fonte ITC, Portugal pesou 0,3% nas importações de mercadorias efectuadas pela África do Sul em 2017.
Por grupos de produtos, as maiores quotas de Portugal incidiram nos grupos “Madeira, cortiça e papel” (0,8%), “Material de transporte terrestre e partes” (0,8%), “Têxteis e vestuário” (0,6%), “Agro-alimentares” (0,4%), “Máquinas, aparelhos e partes” (0,3%) e “Calçado, peles e couros” (0,3%).

4 –Exportações da África do Sul por grupos de produtos
     - Peso de Portugal
As exportações de mercadorias da África do Sul com maior peso em 2017 centraram-se no grupo de produtos “Minérios e metais” (41,2% do Total), principalmente platina e outros metais raros (paládio, ródio, irídio, ósmio e ruténio), ouro e diamantes.
Seguiram-se os grupos “Energéticos” (12,0%), “Material de transporte terrestre e partes” (11,4%), “Agro-alimentares” (11,2%), “Químicos” (8,2%) e “Máquinas, aparelhos e partes” (8,1%).
Com menor expressão, os grupos “Produtos acabados diversos” (2,7%), “Madeira, cortiça e papel” (2,5%), “Têxteis e vestuário” (1,5%), “Aeronaves, embarcações e partes” (0,6%) e “Calçado, peles e couros” (0,6%).

Portugal terá pesado 0,2% nas exportações de mercadorias efectuadas pela África do Sul em 2017.
De acordo com os dados disponíveis, as maiores quotas de Portugal, incidiram nos grupos de produtos “Agro-alimentares” (1,0%), “Têxteis e vestuário” (0,3%), “Material de transporte terrestre e partes” (0,3%) e “Químicos” (0,3%).
5 –África do Sul, enquanto país-membro da SADC
A SADC, Southern Africa Development Community” (Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral) é um importante bloco económico e político criado em 1992, com sede em Gaborone, capital do Botswana, de que fazem parte presentemente 16 países da África Austral.
A SADC tem, entre os seus principais objectivos:
▪ Estimular o comércio de produtos e serviços entre os países membros;
▪ Reduzir e unificar as tarifas alfandegárias e taxas de importação e exportação nas relações comerciais entre os países-membros.
Esta Comunidade, a que aderiu a África do Sul em 1994, surgiu da transformação, em 1992, da então SADCC (Conferência para a Coordenação do Desenvolvimento da África Austral), que tinha sido criada em 1980 com o objectivo de reduzir a dependência económica dos países da região austral relativamente à África do Sul, em que vigorava então o regime do “apartheid”.
O último país a aderir a esta organização, em 2017, foi a União de Comores.
Entre 2015 e 2017, a Balança Comercial da África do Sul com os seus parceiros na SADC foi-lhe favorável em todos os países, excepto com Angola (-672 milhões de Euros).
Os maiores saldos positivos ocorreram com o Botswana (+3,0 mil milhões de Euros), Namíbia (+2,4 mil milhões), Zâmbia (+1,8 mil milhões), Moçambique (+1,8 mil milhões) e Zimbabwe (+1,7 mil milhões de Euros).
Em 2017, as importações da África do Sul com origem na SADC representaram 7,1% das mundiais, e as exportações 22,9%.


Em 2017, os principais mercados de origem no seio da SADC foram Angola, a Suazilândia, Moçambique e a Namíbia.
Seguiram-se o Botswana, o Lesoto, a Zâmbia as Maurícias e o Zimbabwe e, com menor expressão, Madagáscar, a R.D. Congo, o Malawi, as Seicheles e as Comores.

Por sua vez, os principais destinos das exportações foram o Botswana, a Namíbia, Moçambique, a Zâmbia e o Zimbabwe.
Seguiram-se o Lesoto, a Suazilândia, a R.D.Congo, Angola, a Tanzânia, o Malawi, as Maurícias, as Seicheles e as Comores.

6 – Comércio internacional de mercadorias
      de Portugal com a África do Sul
6.1 - Balança Comercial
A Balança Comercial de Portugal com a África do Sul é deficitária. O défice agravou-se acentuadamente de 2016 para 2017 (de -7,4 milhões de Euros para-36,1 milhões), para nos primeiros onze meses de 2018, face ao período homólogo do ano anterior, registar um novo agravamento significativo (de -30,6 milhões de Euros para ‑61,6 milhões).  

No período de Janeiro a Novembro de 2018 as importações cresceram, face a igual período do ano anterior, +12,5%, com as exportações a decaírem -3,9%, tendo o grau de cobertura das importações pelas exportações descido de 84,4% para 72,2%.
6.2 - Importações
O grupo de produtos dominante nas importações portuguesas com origem na África do Sul é o de “Agro-alimentares” (56,8% do Total nos primeiros onze meses de 2017 e 64,0% em 2018, com uma taxa de variação homóloga [TVH] de +26,6%), seguido dos grupos “Material de transporte terrestre e partes” (19,8%, 18,8% e TVH +6,4%), “Químicos” (7,8%, 6,1% e TVH de -11,5%) e “Minérios e metais” (6,7%, 5,7% e TVH de -3,3%). Os restantes grupos apresentaram pesos pouco significativos nos dois períodos acima referidos, à excepção do grupo “Energéticos” em 2017 (6,3%).

No grupo “Agro-alimentares” destacaram-se, nos primeiros 11 meses de 2018, as importações de Citrinos (85,5 milhões de Euros), de Peixe congelado, excepto filetes (14,7 milhões), de Açúcar (12,1 milhões, não importado em 2017), de Filetes de peixe (10,6 milhões), de Moluscos e semelhantes (7,7 milhões), de Maçãs e peras (5,1 milhões), de Tâmaras, figos, ananases, abacates, goiabas, e mangas (2,2 milhões), de Uvas frescas ou secas (1,6 milhões), de Legumes de vagem, secos ou em grão (466 mil Euros), de Conservas de peixe (432 mil Euros) e de Sumos de frutas e hortícolas (351 mil Euros).
No grupo “Material de transporte terrestre” as importações distribuíram-se por Veículos para o transporte de mercadorias (20,4 milhões de Euros), Automóveis de passageiros (18,5 milhões) e Partes e acessórios de veículos (2,4 milhões de Euros).
No grupo “Químicos” destacaram-se as importações de Polímeros de propileno (8,2 milhões de Euros), de Ácidos nucleicos e sais (1,7 milhões), de Extractos tanantes vegetais, taninos e seus derivados (1,1 milhões), de Produtos de beleza, incluindo anti-solares e bronzeadores (717 mil Euros), de Embalagens, cápsulas e tampas de plástico (402 mil Euros) e de ‘Tall oil’ (326 mjil Euros).
As importações do grupo “Minérios e metais” centraram-se em Máquinas para trabalhar terras, pedra, minérios, cimento, gesso etc. (1,7 milhões de Euros), Caixas de fundição e moldes para borracha, plástico e outros (743 mil Euros), Aparelhos de radionavegação (623 mil Euros), Partes de macacos e outros aparelhos de elevação (327 mil) e Máquinas de soldar de vários tipos (326 mil Euros, não importadas em 2017).
Do quadro seguinte constam os maiores acréscimos e decréscimos das importações, a quatro dígitos da nomenclatura, entre o período de Janeiro a Novembro de 2018 e de 2017.

6.3 - Exportações
Nos primeiros onze meses de 2018, o grupo de produtos com maior peso nas exportações portuguesas para a África do Sul foi o de “Material de transporte terrestre e partes” (31,0% do Total e 29,0% em 2017).
Seguiram-se os grupos “Químicos” (15,1% em 2018 e 11,9% em 2017), “Máquinas, aparelhos e partes” (13,7% e 17,7%), “Agro-alimentares” (9,4% e 14,2%), “Madeira, cortiça e papel” (9,2% e 6,5%), “Têxteis e vestuário” (8,9% e 7,6%), “Produtos acabados diversos” (5,5% e 6,0%), “Minérios e metais” (5,5% e 5,5%), “Calçado, peles e couros” (1,3% e 1,0%), “Energéticos” (0,3% e 0,4%) e “Aeronaves, embarcações e partes” (apenas 0,04% em 2018 e 0,1% em 2017).
No grupo “Material de transporte terrestre e partes”, à semelhança das importações, destacaram-se em 2018 as exportações de Veículos para o transporte de mercadorias (26,4 milhões de Euros), de Automóveis de passageiros (13,9 milhões) e de Partes e acessórios de veículos (9,0 milhões de Euros).
No grupo “Químicos” prevaleceram as exportações de Pneus novos de borracha (7,9 milhões de Euros), de Chapas, folhas e lâminas de plástico não alveolar (3,4 milhões), de Serviços mesa, higiene, toucador e outros, de plástico (1,8 milhões), de Embalagens, rolhas, cápsulas e tampas, de plástico (1,8 milhões), de Polímeros de  cloreto de vinilo e outras olefinas, em  formas primárias (1,5 milhões), de Outras chapas, folhas, tiras e lâminas, de plástico (1 milhão), de Polímeros de etileno em formas primárias (878 mil Euros), de Tintas e vernizes (855 mil Euros), de Outras obras de plástico (714 mil Euros), de Medicamentos (597 mil Euros), de Tubos, juntas e uniões, de plástico (514 mil Euros), de Polímeros de propileno em formas primárias (450 mil), de Polímeros de estireno em formas primárias (445 mil), de Banheiras, lavatórios e outros, de plástico (374 mil), de Pigmentos para tintas (355 mil) e de Chapas, folhas e outras formas de plástico, autoadesivas (239 mil Euros).

No grupo “Maquinas, aparelhos e partes”  os principais produtos exportados foram Aparelhos de sinalização e comando, para via férrea, estrada, portos e outros (4,5 milhões de Euros), Partes de emissores e receptores de rádio e TV (2,7 milhões), Caixas de fundição e moldes (2,3 milhões), Fios e cabos eléctricos isolados e fibra óptica (2,0 milhões), Refrigeradores e congeladores (1,4 milhões), Elevadores, escadas rolantes e semelhantes (970 mil Euros), Motores e geradores eléctricos (823 mil Euros), Interruptores e seccionadores eléctricos (745 mil), Quadros eléctricos (730 mil), Aparelhos que utilizam mudança de temperatura, mesmo eléctricos (614 mil), Grupos electrogéneos e conversores rotativos (467 mil), Partes de aparelhos telefónicos e aparelhos para recepção ou transmissão de voz e imagem (461 mil Euros), Máquinas de impressão (366 mil), Aparelhos mecânicos com função própria n.e. (362 mil), Máquinas para encadernar e semelhantes (350 mil), Bombas para líquidos (333 mil) e Partes de macacos, guindastes e outros aparelhos de elevação (302 mil Euros).
Entre os produtos do grupo “Agro-alimentares” destacam-se as exportações de Oleos alimentares (4,4 milhões de Euros), Tomate preparado ou em conserva (1,7 milhões), Chocolate e preparações com cacau (1,2 milhões), Glicerol, águas e lixívias glicéricas (1,1 milhões), Produtos de padaria e pastelaria (800 mil Euros), Sorvetes (791 mil), Azeite de oliveira (740 mil), Vinhos (713 mil), Margarina e preparações de gordura ou óleos (683 mil), Conservas de peixe (438 mil Euros), Massas alimentícias (357 mil), Leveduras (326 mil) e Cerveja (255 mil Euros).
No grupo “Madeira, cortiça e papel” destacam-se as exportações de Papel e cartão não revestidos, para escrita, cartões, etc. (5,4 milhões de Euros), Obras de cortiça natural (4,1 milhões), Cortiça aglomerada e suas obras (3,0 milhões), Caixas, sacos e embalagens de papel ou cartão (579 mil Euros), Folhas para folheados, contraplacados e outros, com espessura <= 6 mm (505 mil), Outros papéis e cartões não revestidos, em rolos ou folhas (502 mil) e Obras de carpintaria para construções (257 mil Euros).
As exportações de “Têxteis e vestuário” incidiram principalmente em Tecidos impregnados ou revestidos com plástico (4,0 milhões de Euros), Roupas de cama, mesa, toucador ou cozinha (1,9 milhões), Tecidos com borracha (1,4 milhões), Fibras sintéticas não cardadas ou penteadas, para fiação (1 milhão de Euros), Produtos e artefactos têxteis para uso técnico (947 mil Euros), Fatos, conjuntos, casacos e calças para homem (891 mil), Cabos de filamentos sintéticos (679 mil), Veludos, pelúcias e tecidos de froco (656 mil), Cordéis, cordas e cabos revestidos a plástico (510 mil), Fibras sintéticas cardadas ou penteadas, para fiação (344 mil), Camisas para homem (259 mil) e Tecidos de fios de filamentos sintéticos (252 mil Euros).
Entre os “Produtos acabados diversos” de referir as exportações de Ladrilhos e mosaicos cerâmicos (2,9 milhões de Euros), de Assentos, mesmo transformáveis em cama (1,2 milhões), de Objectos de vidro para cozinha, mesa, escritório ou ornamentação (1,1 milhões), de Louça e outros artigos domésticos não de porcelana (645 mil Euros), de Obras de cimento, betão ou pedra artificial (423 mil), de Abrasivos (263 mil), de Aparelhos para análises físicas ou químicas (353 mil), de Aparelhos de medida ou controlo (307 mil) e de Mobiliário não médico e suas partes (271 mil Euros).
Nas exportações de “Minérios e metais” salientam-se as de Cal viva, apagada ou hidráulica (2,3 milhões de Euros), de Tubos e perfis ocos de ferro ou aço (1,6 milhões), de Fogões, caldeiras e grelhadores em ferro ou aço (751 mil Euros), de Cordas e cabos de ferro ou aço para uso não eléctrico (510 mil Euros), de Facas e lâminas (401 mil), de Molas e suas folhas, em ferro ou aço (311 mil), de Cápsulas, tampões e semelhantes, de metais comuns (296 mil) e de Colheres, garfos e semelhantes (264 mil Euros).
As exportações de “Calçado, peles e couros”, centraram-se em Calçado com a parte superior em couro natural (1,8 milhões de Euros), predominando o calçado com a sola exterior de borracha, plástico ou couro reconstituído, sobre o calçado com sola em couro natural.
No grupo “Energéticos” os fornecimentos reduziram-se a Óleos lubrificantes e outros óleos pesados (483 mil Euros).
As exportações de “Aeronaves, embarcações e partes” tiveram reduzido significado.
Do quadro seguinte constam os maiores acréscimos e decréscimos das exportações, a quatro dígitos da nomenclatura, entre o período de Janeiro a Novembro de 2018 e de 2017.



Anexo


                     Alcochete, 14 de Janeiro de 2019.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2019

Série mensal - Jan-Nov 2018 - Comércio Internacional


Comércio Internacional de mercadorias
- Série mensal -
Janeiro a Novembro de 2018 

                                                  ( disponível para download  >> aqui )


1 - Balança comercial

De acordo com dados preliminares divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), com última actualização em 9 de Janeiro de 2019, nos primeiros onze meses de 2018 as exportações de mercadorias cresceram em valor +4,9% face ao mesmo período do ano anterior (+2504 milhões de Euros), a par de um acréscimo das importações de +7,9% (+5026 milhões de Euros).

As exportações para o espaço comunitário (expedições) registaram um aumento de +7,5% (+2843 milhões de Euros), ao mesmo tempo que as exportações para os países terceiros decresceram -2,6% (-339 milhões de Euros). Por sua vez, as importações de mercadorias provenientes dos parceiros comunitários (chegadas) aumentaram +6,8% (+3319 milhões de Euros), com as importações originárias dos países terceiros a crescerem +11,3% (+1707 milhões de Euros).
Na sequência deste comportamento, o défice comercial externo (Fob-Cif) aumentou +19,4%, ao situar-se em -15489 milhões de Euros (um acréscimo de 2522 milhões de Euros face a igual período do ano anterior, com um aumento de 476 milhões no comércio intracomunitário e um aumento de 2045 milhões no extracomunitário). Em termos globais, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações desceu de 79,7%, em 2017, para 77,5%, em 2018.


A variação do preço de importação do petróleo repercute-se, naturalmente, no valor das exportações de produtos energéticos, com reflexo sensível na Balança Comercial. O valor médio unitário de importação do petróleo, que no conjunto dos onze primeiros meses de 2017 se situou em 349 Euros/Ton, subiu para 456 Euros/Ton em 2018.

Para além da variação da cotação internacional do barril de petróleo, medida em dólares, a variação da cotação do dólar face ao Euro é também um dos factores determinantes da evolução do seu preço em Euros.

Se excluirmos do total das importações e das exportações o conjunto dos produtos “Energéticos” (respectivamente 12,1% e 6,9% do total no período de Janeiro-Novembro de 2018), o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações sobe, em 2018, de 77,5% para 82,1%.

2 – Evolução mensal

3 – Mercados de destino e de origem
3.1 - Exportações
No período em análise, as exportações nacionais para a UE (expedições), que representaram 76,1% do total (74,2% em 2017), cresceram em valor +7,5%, contribuindo com +5,6 pontos percentuais (p.p.) para uma taxa de crescimento global de +4,9%. As exportações para o espaço extracomunitário, que representaram 23,9% do total em 2018 (25,8% em 2017), registaram um decréscimo em valor -2,6% contribuindo negativamente, com -0,7 p.p., para a taxa de crescimento global. 


Os principais mercados de destino foram a Espanha (25,5%), a França (12,7%), a Alemanha (11,5%), o Reino Unido (6,3%), os EUA (5,0%), a Itália (4,1%), os Países Baixos (3,8%), Angola (2,6%), a Bélgica (2,3%), o Brasil (1,4%), a Polónia (1,3%), Marrocos (1,2%), as Provisões de Bordo Extra-UE (1,2%) e a China (1,2%), países que representaram 80,1% do total.
Angola, o segundo mercado entre os países terceiros depois dos EUA, registou uma quebra em valor de –15,3% nos primeiros onze meses do ano (-254,1 milhões de Euros), envolvendo dez dos onze grupos de produtos. As maiores descidas incidiram nos grupos “Agro-alimentares” (‑81,8 milhões de Euros), “Máquinas, aparelhos e partes” (‑63,8 milhões), “Químicos” (-44,3 milhões), “Produtos acabados diversos” (-27,6 milhões) e “Minérios e metais” (‑17,3 milhões de Euros).
O único acréscimo coube ao grupo “Aeronaves, embarcações e partes” (+2,8 milhões de Euros), envolvendo essencialmente embarcações de pesca. 

Entre os trinta principais destinos, os maiores contributos positivos para o ‘crescimento’ das exportações no período em análise (+4,9%), couberam a Espanha (+1,5 p.p.), Itália (+0,9 p.p.), França (+0,8 p.p.), Alemanha (+0,6 p.p.), Provisões de Bordo Extra-UE (+0,3 p.p.), Áustria (+0,3 p.p.), Provisões de Bordo Intra-UE (+0,2 p.p.), Polónia (+0,2 p.p.) e Eslováquia (+0,2 p.p.).
Os maiores contributos negativos pertenceram a Angola (‑0,5 p.p.), China (-0,3 p.p.),  Brasil (-0,2 p.p.) e Reino Unido (-0,1 p.p.).

O maior acréscimo, em Euros, nas exportações (expedições) para o espaço comunitário no período de Janeiro a Novembro de 2018, em termos homólogos, verificou-se em Espanha, seguido dos da Itália, da França, da Alemanha e da Áustria. Com menor expressão alinharam-se depois as Provisões de bordo, a Polónia, a Eslováquia, a Suécia, a Bélgica, a Hungria, a Lituânia, a Finlândia, a Dinamarca, a Eslovénia, a Bulgária e a Grécia. Os maiores decréscimos couberam ao Reino Unido e à Irlanda.

Entre os Países Terceiros, os maiores acréscimos ocorreram nas exportações para Provisões de Bordo, seguidas da Turquia, da Austrália, do Canadá, de Israel, da Tunísia, da Argentina, dos EUA, do México, da Rússia, do Chile e da Croácia. Os maiores decréscimos couberam a Angola, à China, ao Brasil, ao Líbano, a Gibraltar, ao Ghana, à Arábia Saudita, ao Irão, ao Bahrein e a Taiwan.

3.2 - Importações
Em 2018, no período em análise, as importações (chegadas) com origem na UE, que representaram 75,5% do total (76,3% no mesmo período de 2017), registaram um acréscimo de +6,8% e contribuíram com +5,2 p.p. para uma taxa de crescimento global de +7,9%.

As importações com origem no espaço extracomunitário registaram um acréscimo de +11,3%, representando 24,5% do total em 2018 (23,7% em 2017), com um contributo para o crescimento de +2,7 p.p..
Os principais mercados de origem das importações em 2018 foram a Espanha (31,3%), a Alemanha (13,8%) e a França (7,7%). Seguiram-se a Itália (5,3%), os Países Baixos (5,2%), a China (3,2%), a Bélgica (2,9%), o Reino Unido (2,5%), os EUA e a Federação Russa (1,8% cada), e o Brasil (1,4%), países que representaram no seu conjunto 76,9% das nossas importações totais.

Entre os maiores contributos positivos para o crescimento das importações (+7,9%) destacam-se a Espanha (+1,6 p.p.), a Alemanha (+1,2 p.p.), a França (+0,9 p.p.), os EUA e o Cazaquistáo (+0,5 p.p. cada), a China (+0,4 p.p.), seguidos da Bélgica, da Turquia e da Itália (+0,3 p.p. cada), dos Países Baixos, da Argélia e da Rep. Checa (+0,2 p.p. cada).



Por sua vez, os maiores contributos negativos couberam a Singapura (-0,5 p.p.), à Federação Russa (-0,4 p.p.), ao Brasil (-0,3 p.p.) e aos Países Extra-UE n.e. e à Colômbia (-0,1 p.p. cada).
Nas duas figuras seguintes relacionam-se os maiores acréscimos e decréscimos das importações com origem intracomunitária e nos países terceiros.


4 – Saldos da Balança Comercial
No período em análise, os maiores saldos positivos da balança comercial (Fob-Cif) couberam ao Reino Unido (+1638 milhões de Euros), à França (+1484) e  aos EUA (+1452 milhões). Seguiram-se Angola (+589 milhões) e Marrocos (+497 milhões de Euros).
O maior défice, a grande distância dos restantes, pertenceu a Espanha (-7973 milhões de Euros), seguido dos da Alemanha (‑3318 milhões), da China (-1565 milhões), dos Países Baixos (-1548 milhões), e da Itália (‑1421 milhões de Euros).

5 – Evolução por grupos de produtos
5.1 – Exportações
Os capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2/SH-2), foram aqui agregados em 11 grupos de produtos (ver Anexo). Os grupos com maior peso nas exportações de mercadorias em 2018, representando 81,0% do total no período em análise, foram “Máquinas, aparelhos e partes” (14,3% do total e TVH -2,5%), “Material de transporte terrestre e partes” (13,4% e TVH +25,9%), “Químicos” (12,4% e TVH +2,3%), “Agro-alimentares” (12,3% e TVH +3,8%) “Minérios e metais” (9,8% e TVH +6,0%), “Produtos acabados diversos” (9,5% e TVH +6,0%) e “Têxteis e vestuário” (9,3% e TVH + 1,8%).

Os maiores acréscimos, em Euros, ocorreram nos grupos “Material de transporte terrestre e partes” (+1,5 mil milhões de Euros), “Minérios e metais” (+295 milhões), “Produtos acabados diversos” (+290 milhões), “Agro-alimentares” (+240 milhões), “Madeira, cortiça e papel” (+229 milhões) e “Químicos” (+147 milhões de Euros). Os decréscimos incidiram em “Máquinas, aparelhos e partes” (-198 milhões), “Aeronaves, embarcações e partes” (-86 milhões) e “Calçado, peles e couros” (-50 milhões).

5.2 – Importações
No mesmo período, os grupos de produtos com maior peso nas importações, representando 72,9% do total, foram “Máquinas, aparelhos e partes” (17,6%, com uma taxa de variação homóloga em valor de +10,1%), “Químicos” (16,3% do total e TVH de +9,6%), “Agro-alimentares” (14,6% e TVH +2,9%), “Material de transporte terrestre e partes” (12,3% e TVH +7,8%) e “Energéticos” (12,1% e TVH de +12,3%).
Em todos os grupos de produtos se verificaram acréscimos nas importações, tendo ocorrido os mais significativos nos grupos “Máquinas, aparelhos e partes” (+1,1 mil milhões de Euros), “Químicos” (+987 milhões), “Energéticos” (+911 milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (+615 milhões), e “Minérios e metais” (+494 milhões de Euros). Seguiram-se os grupos “Agro-alimentares” (+286 milhões de Euros), “Produtos acabados diversos” (+256 milhões), “Têxteis e vestuário” (+176 milhões), “Madeira, cortiça e papel” (+155 milhões), “Calçado, peles e couros” (+23 milhões) e “Aeronaves, embarcações e partes” (+9 milhões de Euros).

6 – Mercados por grupos de produtos
6.1 – Exportações
Entre os mercados de destino das exportações de mercadorias, a Espanha ocupou de Janeiro a Novembro de 2018 a primeira posição em 8 dos 11 grupos de produtos com 25,5% do total, ocorrendo as excepções nos grupos “Calçado, peles e couros” (4ª posição, depois da França, Alemanha e Países Baixos), “Máquinas, aparelhos e partes” (2ª posição, depois da Alemanha) e “Aeronaves, embarcações e partes” (4ª posição, antecedida do Brasil,  EUA e França).

Seguiram-se no “ranking” a França (12,7%), a Alemanha (11,8%), o Reino Unido (6,3%), os EUA (5,0%), a Itália (4,1%), os Países Baixos (3,8%), Angola (2,6%), a Bélgica (2,3%), e o Brasil (1,4%). Estes dez países cobriram 75,3% das exportações totais.
6.2 – Importações

Nesta vertente do comércio internacional, a Espanha ocupou o primeiro lugar em dez dos onze grupos de produtos, com 31,3% do total, sendo a excepção o grupo “Aeronaves, embarcações e partes” (5º lugar, antecedida da França, da Alemanha, dos EUA e dos Países Baixos).
Seguiram-se, no “ranking”, a Alemanha (13,8%), a França (7,7%), a Itália (5,3%), os Países Baixos (5,2%), a China (3,2%), a Bélgica (2,9%), o Reino Unido (2,5%), os EUA (1,8%) e a Rússia (1,8%).
Estes dez países cobriram 75,3% das importações totais.

Alcochete, 11 de Janeiro de 2019.