terça-feira, 25 de maio de 2021

Comércio Internacional com o Brasil - 2016 a 2020 e 1º Trim 2021

 

Comércio Internacional de Mercadorias
com o Brasil
2016 a 2020 e 1º Trimestre 2020-2021

                                                        (disponível para download  >> aqui )

1 – Nota introdutória

O Brasil ocupou em 2020 a 9ª posição entre os principais mercados de origem das importações portuguesas de mercadorias, com 2,4% do total, e o 11º lugar entre os mercados de destino, com 1,4% do Total. Após uma abordagem à evolução do ‘Comércio Exterior do Brasil’, com base em dados de fonte International Trade Centre (ITC), vai-se analisar a evolução das importações e das exportações de mercadorias entre Portugal e o Brasil ao longo dos últimos cinco anos (2016-2020) e 1º Trimestre de 2020-2021, com base em dados estatísticos divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística de Portugal (INE), definitivos até 2019 e preliminares para 2020 e 2021, com última actualização em 10 de Maio de 2021.

2 – Alguns dados sobre o ‘Comércio Exterior’ do Brasil

2.1 - Balança Comercial

De acordo com os dados disponíveis, medidos em Euros, o saldo (Fob-Cif) da Balança Comercial de mercadorias do Brasil foi positivo ao longo dos últimos cinco anos, tendo-se situado em +44,6 mil milhões de Euros em 2020.

Neste período, o ritmo de evolução das importações e das exportações manteve-se sempre acima do nível de 2016. Tendo aumentado entre 2016 e 2019, o ritmo das importações decaiu em 2020. Por sua vez, o ritmo das exportações, que aumentou entre 2016 e 2018, desacelerou a partir de então.

2.2 – Mercados de origem e de destino

Os principais parceiros do Brasil em 2020, em ambas as vertentes comerciais, foram a China e os EUA, com respectivamente 21,9% e 17,8% do Total das importações e 32,4% e 10,3% das exportações. Portugal ocupou nesse ano a 35ª posição nas importações (0,5% do Total) e o 31º lugar nas exportações (0,8%).


A par de Portugal, o Brasil foi um dos fundadores da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), criada durante a Cimeira de Chefes de Estado e de Governo realizada em Lisboa em 1996, sendo os restantes países fundadores Angola, Cabo Verde, a Guiné-Bissau, Moçambique e S. Tomé e Príncipe. Em 2002, no decorrer da cimeira de Brasília, foi a vez de integrar Timor-Leste e mais recentemente, em 2014, na cimeira de Dili, a Guiné-Equatorial.

Esta Comunidade tem, entre os seus objectivos, no âmbito da cooperação em todos os domínios, o desenvolvimento de parcerias estratégicas e o levantamento de obstáculos ao desenvolvimento do comércio internacional de bens e serviços entre os seus actuais nove membros.

Do quadro seguinte consta o peso relativo de cada um dos países que integram a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).

Portugal ocupou a primeira posição em cada uma das vertentes comerciais, com cerca de 78% do Total da CPLP, seguido de Angola, com 17,9% das importações e 16,7% das exportações.

2.3 – Importações no Brasil por Grupos de Produtos

O conjunto dos produtos do Sistema Harmonizado, constantes da base de dados do “International Trade Centre” (ITC) aqui utilizada, foram agregados em onze grupos de produtos (ver definição do conteúdo de cada grupo no Anexo-1).

Por Grupos de Produtos), em 2020, face ao ano anterior, verificou-se um decréscimo das importações brasileiras de -12,1% (-19,2 mil milhões de Euros), extensivo a todos os grupos de produtos à excepção do grupo “Aeronaves, embarcações e partes” (+4,9 mil milhões de Euros).

Os maiores decréscimos, em Euros; incidiram nos grupos “Energéticos” (-9,0 mil milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (-4,3 mil milhões), “Máquinas, aparelhos e partes”  (‑3,3 mil milhões) e “Químicos” (-3,3 mil milhões).

Em 2020 Portugal pesou 0,4% no Total das importações brasileiras (35ª posição).

Entre os onze grupos, aqueles em que se registaram as maiores quotas de Portugal foram “Agro-alimentares” (4,4%) e“Madeira, cortiça e papel” (1,0%).

2.4 – Exportações no Brasil por Grupos de Produtos

Na vertente das exportações registou-se um decréscimo de -8,1% em 2020 face ao ano anterior (-16,3 mil milhões de Euros).

As principais descidas, em Euros, verificaram-se nos grupos “Energéticos” (-5,2 mil milhões), “Máquinas, aparelhos e partes” (-4,0 mil milhões), “Aeronaves, embarcações e partes” (-3,7 mil milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (-2,3 mil milhões,), “Químicos” (-2,0 mil milhões) e “Madeira, cortiça e papel” (-1,5 mil milhões de Euros).

O principal acréscimo incidiu no grupo “Agro-alimentares” (+3,4 mil milhões de Euros), seguido dos grupos “Têxteis e vestuário" (+368 milhões) e “Minérios e metais” (+139 milhões).

Em 2020 Portugal pesou 0,8% nas exportações brasileiras (31ª lugar no “ranking”). Os grupos de produtos em que Portugal registou as maiores quotas foram “Energéticos” (4,0% do grupo), “Madeira, cortiça e papel” e “Calçado, peles e couros” (0,6% de cada um dos grupos),

Em quadros anexos encontram-se relacionadas as importações (Anexo-2) e as exportações brasileiras (Anexo-3) efectuadas em 2019 e 2020, por Capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2) com valor superior a 1 milhão de Euros, desagregados a 4 dígitos da Nomenclatura (NC-4) com um valor superior a 250 mil Euros.

3 – Comércio de Portugal com o Brasil

3.1 – Evolução do peso do Brasil nas importações e exportações globais

O peso das importações portuguesas com origem no Brasil representou 1,7% do Total em 2016 e 2017, tendo descido nos dois anos seguintes para 1,3%, para se situar em 2,4% em 2020. No período de Janeiro a Março decaiu de 3,3%, em 2020, para 2,3%, em 2021.

Por sua vez o peso das exportações nacionais para o Brasil no Total, que havia crescido de 1,1%, em 2016, para 1,7%, em 2017, manteve-se nos três anos seguintes entre 1,3% e 1,4%. Após ter atingido 1,5% no 1º Trimestre de 2020, desceu para 1,1% no Trimestre homólogo de 2021.

Após uma forte aceleração em 2017, face a 2016, o ritmo de crescimento anual em valor das exportações face a 2016 desacelerou sucessivamente até 2020. Por sua vez, do lado das importações, após descidas em 2018 e 2019 abaixo do nível de 2016, verificou-se uma aceleração acentuada em 2020.

3.2 – Posição do Brasil nas trocas de Portugal no âmbito da CPLP

Em 2020 o Brasil foi a origem de 67,3% das importações de Portugal no conjunto dos seus parceiros na CPLP, seguido de Angola e Guiné-Equatorial com respectivamente 16,4% e 14,4%, e o destino de 32,6% das exportações, precedido de Angola, com 39,0%.



3.3 – Balança Comercial


A Balança Comercial de Portugal com o Brasil é desfavorável. Ao longo dos últimos cinco anos o maior défice ocorreu em 2020, com -874 milhões de Euros, com um grau de cobertura das importações pelas exportações de 45,4%.

No primeiro Trimestre de 2021 as importações decresceram ‑34,6% em termos homólogos face a 2020, com as exportações a caírem -23,3%, o défice a diminuir -40,6%% e o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações a subir de 34,8% para 40,8%.

3.4 – Importações por grupos de produtos

Em 2020 as maiores importações portuguesas com origem no Brasil incidiram nos grupos de produtos “Energéticos”, “Agro-alimentares” e ”Minérios e metais”,

No 1º Trimestre de 2021 prevaleceu ainda na primeira posição o grupo “Energéticos”, seguido de “Agro-alimentares” e  “Madeira, cortiça e papel”.

No quadro seguinte encontram-se relacionados os três grupos de produtos que representaram no 1º Trimestre de 2020 e 2021 mais de 90% do Total das importações, desagregados a quatro dígitos da Nomenclatura Combinada.

O grupo “Energéticos” é praticamente constituído por petróleo bruto.

No grupo “Agro-alimentares” destaca-se a soja, a grande distância dos restantes produtos.

No grupo “Madeira, cortiça e papel” predominam as estilhas, partículas e desperdícios de madeira e a madeira em bruto.

3.5 – Exportações por grupos de produtos

As principais exportações para o Brasil no último quinquénio e 1º Trimestre de 2021 inserem-se no grupo de produtos “Agro-alimentares”, que representou 58,7% do total em 2020 e 60,7% no 1º Trimestre de 2021.

O segundo grupo dominante nos últimos cinco anos foi “Aeronaves, embarcações e partes”, essencialmente constituído por partes de veículos aéreos.

No 1º Trimestre de 2021 este grupo foi ultrapassado em peso pelo grupo “Máquinas, aparelhos e partes”.

No quadro seguinte encontram-se relacionados os seis grupos de produtos que representaram no 1º Trimestre de 2020 e 2021 mais de 90% do Total das exportações, desagregados a quatro dígitos da Nomenclatura Combinada (coincidente a este nível com o Sistema Harmonizado).

Nas exportações de Agro-alimentares destacaram- se o azeite de oliveira, os vinhos e o peixe congelado. Nas de “Maquinas, aparelhos e partes”, muito diversificados e diferenciadas entre os dois trimestres, evidenciaram-se, em 2021, os fios e cabos eléctricos, as partes de motores de explosão e a diesel, os refrigeradores e congeladores e os aparelhos de aquecimento, torrefacção, esterilização e secagem, entre outros. O grupo Aeronaves, embarcações e partes é constituído quase integralmente por partes de veículos aéreos. No grupo Minérios e metais prevaleceram, em 2021, as exportações de minérios de zinco e laminados planos de ferro ou aço. No grupo “Químicos” destacaram-se, no 1º Trimestre de 2021, as exportações de insecticidas, fungicidas e herbicidas, de tintas e vernizes, de polímeros de etileno em formas primárias, de chapas, folhas e lâminas de plástico, de resinas e polímeros de PVC, de pneus novos, e de medicamentos acondicionados para venda a retalho. Nas exportações de “Produtos acabados diversos” sobressaíram, em 2021, as de mós e produtos para triturar, polir ou cortar, a de louça e artigos domésticos de porcelana, e de abrasivos.  


Alcochete, 25 de Maio de 2021.


ANEXO-1



ANEXO-2


ANEXO-3





quinta-feira, 20 de maio de 2021

Índices do Comércio Internacional - Janeiro a Março 2021/2020

 

Comércio internacional de mercadorias
Taxas de variação homóloga
em Valor, Volume e Preço
por Grupos e Subgrupos de produtos
(Janeiro-Março 2021/2020)

                                                    ( disponível para download  >> aqui )

1 - Nota introdutória

No presente trabalho apresentam-se indicadores de evolução em valor, volume e preço das importações e das exportações portuguesas de mercadorias calculados para o 1º Trimestre de 2021, face ao homólogo de 2020.

Para o cálculo dos índices de preço, as posições pautais a oito dígitos da Nomenclatura Combinada (NC-8), relativas às importações e às exportações de mercadorias com movimento nos dois anos, foram agregadas em 11 grupos e 38 subgrupos de produtos afins (ver Anexo).

Os índices de preço, do tipo Paasche, utilizados como deflatores dos índices de valor para o cálculo dos correspondentes índices de volume, foram calculados a partir de dados de base elementares constantes do Portal do Instituto Nacional de Estatística (INE) em versões preliminares para os dois anos, com última actualização em 10 de Maio de 2021.

2 – Nota metodológica

O método utilizado para o cálculo dos índices de preço de Paasche aqui apresentados assenta na selecção de uma amostra representativa do comportamento dos preços de cada subgrupo de produtos, índices posteriormente ponderados para o cálculo dos índices dos respectivos grupos de produtos, e estes por sua vez ponderados para o cálculo do índice do total, em cada uma das vertentes comerciais.

Os índices de preço de cada subgrupo são obtidos a partir de uma primeira amostra automática, construída com base nos produtos com movimento nos dois períodos em análise e respeitando as alterações pautais anualmente introduzidas na Nomenclatura Combinada, dentro de um intervalo definido por métodos estatísticos.

Segue-se uma análise crítica, que pode incluir, entre outros, o recurso à evolução do preço das matérias-primas que entram na manufactura de um dado produto, como indicador de consistência de um determinado índice que, apesar de um comportamento aparentemente anormal, pode vir a ser incluído na amostra.

Mais frequentemente procede-se à desagregação por mercados de origem e de destino de posições pautais com peso relevante que se encontram fora do intervalo, incluindo-se na amostra do subgrupo a informação do conjunto dos países que apresentam um comportamento coerente na proximidade do intervalo previamente encontrado.

Também produtos dominantes incluídos no intervalo e decisivos para o índice do subgrupo podem ser desagregados e considerados por mercados se, através de uma análise crítica, forem encontrados desvios sensíveis face aos restantes produtos do subgrupo.

3 – Balança Comercial

De acordo com os dados preliminares disponíveis, no 1º Trimestre de 2021 o défice da balança comercial de mercadorias decresceu -42,1% face ao perído homólogo do ano anterior, com o grau de cobertura das importações pelas exportações a aumentar de 76,1% para 85,4%.

As importações (somatório das ‘chegadas’ de mercadorias provenientes do espaço comunitário com as importações originárias dos países terceiros), com um decréscimo em valor de -5,3%, terão registado uma quebra em volume de -2,2% e um decréscimo em preço de ‑3,1%. Por sua vez, o aumento em valor de +6,2% verificado nas exportações terá resultado de um acréscimo em volume de +6,3%, com o preço a decair ligeiramente (–0,1%).

Excluindo os produtos “Energéticos do Total das importações e das exportações, o défice da balança comercial em 2021 situa-se em -1,9 mil milhões de Euros, contra -2,6 mil milhões em termos globais. Por sua vez o grau de cobertura das importações pelas exportações sobe de 85,4%, em termos globais, para 88,4%. De acordo com os dados disponíveis as importações, excluindo “Energéticos”, terão registado taxas de variação em valor, volume e preço respectivamente de -2,5%, -0,8% e -1,7%. Por sua vez, as exportações terão averbado um acréscimo em valor de +6,8%, em resultado um aumento em volume de +6,7%, com o preço a aumentar +0,1%.

Em 2021, o saldo da balança comercial foi positivo em cinco dos onze grupos de produtos considerados, que representaram 43,3% das exportações e 26,8% das importações totais, designadamente “Madeira, cortiça e papel”, “Têxteis e vestuário”, “Calçado, peles e couros”, “Material de transporte terrestre e partes” e “Produtos acabados diversos”.

4 – Importações

No período em análise, os grupos de produtos com peso a dois dígitos nas importações de mercadorias foram: “Máquinas, aparelhos e partes” (19,9% em 2021 e 17,2% em 2020),  “Químicos” (19,5% e 17,7%), “Agro-alimentares” (14,5% e 14,1%) e “Material de transporte terrestre e partes” (11,4% e 12,4%). Seguiram-se os grupos de produtos “Energéticos” (9,4% e 12,0%), ”Minérios e metais” (9,3% e 8,2%), “Produtos acabados diversos” (6,2% e 5,9%), “Têxteis e vestuário” (4,6% e 5,4%), “Madeira, cortiça e papel” (3,1% nos dois anos), “Calçado, peles e couros” (1,5% e 2,0%) e “Aeronaves, embarcações e partes” (0,8% e 2,0%).


O grupo “Aeronaves, embarcações e partes”, para que não foram calculados índices de preço, registou em 2021 uma taxa de variação homóloga em Valor negativa (--61,2%), sendo também negativa esta taxa em outros sete grupos de produtos, incidindo as mais acentuadas em "Calçado, peles e couros" (-31,3%),  Energéticos” (-26,1%), “Têxteis e vestuário” (‑20,6%) e “Material de transporte terrestre” (-12,9%). 


Foram negativas, em seis dos grupos, as taxas de variação em Volume, ocorrendo os maiores decréscimos no “Calçado, peles e couros” (‑28,8%), nos “Têxteis e vestuário” (-17,2%), nos “Energéticos” (-13,2%) e no “Material de transporte terrestre e partes” (-11,1%).

Na óptica do preço verificou-se algum crescimento apenas nos grupos “Minérios e metais” (+4,5%) e “Químicos” (+1,8%). A principal quebra coube ao grupo “Energéticos” (-14,9%).

5 – Exportações

Em 2021 os grupos de produtos com peso a dois dígitos nas exportações de mercadorias foram “Material de transporte terrestre e partes” (14,9% e 14,6% em 2020), “Máquinas aparelhos e partes” (14,6% e 14,2%), “Químicos” (13,3% e 12,7%), “Agro-alimentares” (12,1% e 12,5%), “Minérios e metais” (9,9% e 8,9%) e “Produtos acabados diversos” (9,8% e 9,7%). Seguiram-se os grupos “Têxteis e vestuário” (8,6% e 8,9%), “Madeira, cortiça e papel” (6,9% e 7,6%), “Energéticos” (6,2% e 6,7%), “Calçado, peles e couros” (3,1% e 3,5%) e “Aeronaves, embarcações e partes” (0,6% e 0,5% em 2020.


À excepção dos grupos “Calçado, peles e couros” (‑7,7%), “Madeira, cortiça e papel” (‑3,9%) e “Energéticos” (-1,9%), verificaram-se acréscimos em valor, face ao ano anterior, nos restantes grupos de produtos.

 Os maiores acréscimos incidiram nos grupos “Minérios e metais” (+17,3%), “Químicos” (+11,3%), “Máquinas, aparelhos e partes” (+9,1%), “Material de transporte terrestre e partes” (+8,3%) e “Produtos acabados diversos” (+7,1%).

Seguiram-se os grupos “Têxteis e vestuário” (+2,9%) e “Agro-alimentares” (+2,8%).

No grupo “Aeronaves, embarcações e partes”, não constante dos gráficos seguintes por não ser, à semelhança das importações, objecto de cálculo dos índices de volume e preço, verificou-se um acréscimo em valor de +6,5%.

Em volume, à excepção dos grupos “Calçado, peles e couros” (-8,3%) e “Madeira, cortiça e papel” (-0,7%), verificaram-se acréscimos nos restantes, com destaque para os grupos “Produtos acabados diversos” (+13,0%), “Máquinas, aparelhos e partes” (+11,7%), “Minérios e metais” (+10,6%) e “Químicos” (+10,3%). Seguiram-se os grupos “Material de transporte terrestre e partes” (+4,9%), “Têxteis e vestuário” (+4,4%), “Agro-alimentares” (+1,6%) e “Energéticos” (+1,1%).

No âmbito do preço verificaram-se acréscimos nas exportações dos grupos “Minérios e metais” (+6,1%), “Material de transporte terrestre e partes” (+3,3%), “Agro-alimentares” (+1,2%), “Químicos” (+1,0%) e “Calçado, peles e couros” (+0,6%).

Os descidas incidiram nos grupos “Produtos acabados diversos” (-5,2%), “Madeira, cortiça e papel” (‑3,2%), “Energéticos” (‑3,0%), “Máquinas, aparelhos e partes” (-2,3%), e “Têxteis e vestuário” (-1,4%).

6 – Representatividade das amostras

Como se pode observar no quadro seguinte, a representatividade das amostras globais de cada uma das vertentes comerciais, que serviram de base ao cálculo dos índices de preço de Paasche, envolvendo mais de 18 000 posições pautais a oito dígitos da Nomenclatura Combinada, foi da ordem dos 90%.


.Alcochete, 20 de Maio de 2021.     


ANEXO




sexta-feira, 14 de maio de 2021

Acréscimos e decréscimos das exportações - Março de 2021 - Produtos e Mercados

 

Acréscimos e Decréscimos
das Exportações
por Produtos e Mercados
Evolução Mensal - Março de 2021

                                                        ( disponível para download  >> aqui )

1 - Nota introdutória

Neste trabalho pretende-se analisar onde incidiram os maiores acréscimos e decréscimos nas exportações portuguesas de mercadorias, por produtos e por mercados, no período acumulado de Janeiro a Março e mês autónomo de Março de 2021, face a 2020, bem como a evolução mensal comparada das exportações por grupos de produtos em 2020 e 2021. São para este efeito utilizados dados de base divulgados no portal do Instituto Nacional de Estatística (INE), em versões preliminares para os dois anos, com última actualização em 10 de Maio de 2021.

2 – Exportações no período acumulado de Janeiro a Março 
      de 2020-2021

No 1º trimestre de 2021, as exportações de mercadorias cresceram em valor +6,2% face a 2020 (+907 milhões de Euros).

 Registaram-se decréscimos em três dos onze grupos de produtos (definição do conteúdo dos grupos em Anexo), designadamente nos grupos “Madeira, cortiça e papel” (-43 milhões), “Calçado, peles e couros” (-40 milhões) e “Energéticos” (-19 milhões de Euros). Os principais acréscimos couberam aos grupos “Minérios e metais” (+225 milhões), “Químicos” (+209 milhões), “Máquinas, aparelhos e partes” (+189 milhões) e “Material de transporte terrestre e partes” (+176 milhões).

Considerando a partição entre espaço Intra UE-27 (Reino Unido excluído) e Extra-UE, verifica-se que neste período, no seio da Comunidade, as exportações, que representaram 72,0% do Total, cresceram +7,0% face ao ano anterior (+730 milhões de Euros).

Por sua vez, para fora da Comunidade as exportações registaram um aumento de +4,3% (+177 milhões).

O Total para o espaço Intracomunitário foi aqui calculado, para ambos os anos, por somatório dos valores dos actuais parceiros de Portugal, acrescido das provisões de bordo, países não determinados e confidencialidade, quando atribuídos à União Europeia.

Em termos globais, os maiores acréscimos couberam a Espanha (+327 milhões de Euros), a França (+208 milhões) e a Marrocos (+136 milhões). Seguiram-se, entre os principais, Gibraltar (+81 milhões), a Itália (+70 milhões), o Japão (+69 milhões), a China (+62 milhões) e os Países Baixos (+52 milhões de Euros).

Os principais decréscimos ocorreram nas exportações de Provisões de Bordo, tanto Intra-UE (-90 milhões de Euros) com Extra-UE (-85 milhões).

Seguiram-se o Brasil (-51 milhões), a Irlanda (-31 milhões), Angola (-27 milhões), o Reino Unido (-23 milhões), os Emiratos (-21 milhões), e Ceuta (-20 milhões). 

3 – Exportações no mês de Março de 2021 (não acumulado
      face a 2020, por Grupos de Produtos

Os grupos de produtos com maior peso nas exportações portuguesas no mês de Março de 2021, não acumulado, foram “Material de transporte terrestre e partes” (14,7%), “Máquinas, aparelhos e partes” (14,5%), “Químicos” (13,8%), “Agro-alimentares” (11,9%), “Minérios e metais” e “Produtos acabados diversos” (9,9% cada).

Seguiram-se os grupos “Têxteis e vestuário” (8,6%), “Madeira, cortiça e papel” (7,0%) e “Energéticos” (6,0%).

Registaram-se acréscimos nas exportações de todos os grupos de produtos, com destaque para os grupos “Material de transporte terrestre e partes” (+339 milhões de Euros), “Máquinas, aparelhos e partes” (+207 milhões), “Produtos acabados diversos” (+162 milhões), “Minérios e metais” (+155 milhões), “Químicos” (+137 milhões), “Energéticos” (+105 milhões) e “Têxteis e vestuário” (+104 milhões).

No quadro seguinte encontram-se relacionados, por grupos de produtos, os maiores acréscimos e decréscimos verificados nas exportações dos principais tipos de produtos, definidos a dois dígitos da Nomenclatura Combinada (NC-2).

O grupo “Máquinas, aparelhos e partes”, o segundo grupo com maior peso no mês de Março (14,9%), engloba máquinas e aparelhos mecânicos e eléctricos muito diversificados. No quadro seguinte encontram-se, desagregados a um nível mais fino (NC-4), os principais produtos exportados em 2021 e respectivos acréscimos e decréscimos com um valor absoluto superior a 950 mil Euros.

4 – Evolução mensal comparada das exportações
      em 2020 e 2021, por grupos de produtos

Nos gráficos seguintes pode observar-se a evolução comparada do valor das exportações por meses não acumulados, por grupos de produtos, no período de Janeiro de 2020 a Março de 2021, onde se pode observar que em todos eles se verificaram acréscimos no mês de Março face ao mês homólogo do ano anterior.



Alcochete, 12 de Maio de 2021.

ANEXO




terça-feira, 11 de maio de 2021

Série Mensal - Janeiro a Março de 2021 - Comércio Internacional

 

Comércio Internacional de mercadorias
- Série mensal -
Janeiro a Março de 2021

( disponível para download  >> aqui )

1 - Balança comercial

De acordo com dados preliminares divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) para o período de Janeiro a Março de 2021 e também ainda preliminares para 2020, com última actualização em 10 de Maio de 2021, as exportações de mercadorias aumentaram em valor, em termos homólogos, +6,2% (+907 milhões de Euros), a par de uma quebra nas importações de -5,3% (-1014 milhões). 

A partir do mês de Janeiro de 2021, nas estatísticas de base do INE foram acrescentados dois novos códigos de países, “XI-Reino Unido (Irlanda do Norte)” e “XU-Reino Unido (não incluindo a Irlanda do Norte)”, apresentando-se a zeros a posição pautal com o código “GB-Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte”. Nos quadros destas séries mensais do Comércio Internacional manteremos, para já, este código GB, corresponndendo ao somatório dos valores dos dois novos códigos.

As exportações para o espaço comunitário (expedições), cujo total corresponde aqui aos actuais 27 membros (Reino Unido, incluindo a Irlanda do Norte, excluído), registaram em 2021 um acréscimo de +7,0% (+730 milhões de Euros), tendo as exportações para os países terceiros aumentado +4,3% (+177 milhões). Por sua vez, as importações com origem na UE (chegadas) diminuíram –1,0% (-138 milhões de Euros), com as originárias dos países terceiros a decrescerem -16,2% (-876 milhões). 

O défice comercial externo (Fob-Cif) decresceu -42,1% ao situar-se em -2644 milhões de Euros (inferior em 1921 milhões ao do ano anterior), a que corresponderam reduções de 868 milhões no comércio intracomunitário e de 1053 milhões no extracomunitário. Em termos globais, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações subiu de 76,1%, em 2020, para 85,4%, em 2021.

A variação do preço de importação do petróleo repercute-se no valor das exportações de produtos energéticos, com reflexo na Balança Comercial. Nos primeiros três meses de 2021 o valor médio de importação do petróleo bruto desceu, face ao período homólogo de 2020, de 442 para 333 Euros/Ton.

Para além da variação da cotação internacional do barril de petróleo, medida em dólares, a variação da cotação do dólar face ao Euro é também um dos factores determinantes da evolução do seu preço em Euros (o gráfico já inclui a cotação de Abril).

Se excluirmos do total das importações e das exportações o conjunto dos produtos “Energéticos” (Capº 27 da NC), que pesou 9,4% no total das importações em Janeiro-Março de 2021 e 6,2% do lado das exportações, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações sobe de 85,4%, no comércio global, para 88,4%.

2 – Evolução mensal

3 – Mercados de destino e de origem

3.1 - Exportações

No período em análise, as exportações para a UE (expedições), que representaram 72,0% do total (71,4% em 2020), cresceram +7,0%, contribuindo com +5,0 pontos percentuais (p.p.) para uma taxa de ‘crescimento’ global de +6,2%. As exportações para o espaço extracomunitário (28,0% do total em Janeiro-Março de 2021 e 28,6% em 2020), cresceram +4,3%, contribuindo com +1,2 p.p. para a taxa de ‘crescimento’ global.

Os principais destinos das exportações no 1º trimestre de 2021 foram a Espanha (26,0%%), a França (13,8%), a Alemanha (11,2%), o Reino Unido incl. Irlanda NT (5,3%), os EUA (5,0%), a Itália (4,7%), os Países Baixos (3,9%), a Bélgica (2,5%), Marrocos (1,9%), a Polónia (1,4%), Angola (1,3%), China, Brasi, Suécia e China (1,1% cada), destinos que representaram 80,1% do total das exportações.

Angola, o terceiro principal mercado entre os países terceiros, depois do Reino Unido e dos EUA, registou no período em análise uma quebra nas exportações de –12,2% (‑27,2 milhões de Euros), envolvendo 7 dos 11 grupos de produtos, sendo as excepções os grupos “Material de transporte terrestre“ (+2,4 milhões de Euros), “Químicos” (+2,1 milhões), “Aeronaves, embarcações e partes” (+2,0 milhões) e “Têxteis e vestuário” (+53 mil Euros).

A principal descida nas exportações portuguesas para Angola incidiu no grupo de produtos “Agro-alimentares” (-24 milhões de Euros).

Entre os principais destinos, os maiores contributos positivos para o ‘crescimento’ das exportações neste período (+6,2%) pertenceram a Espanha (+2,3 p.p.), à França (+1,4 p.p.), a Marrocos (+0,9 p.p.), à Itália (+0,5 p.p.), à China e aos Países Baixos (+0,4 p.p. cada). Os maiores contributos negativos couberam às Provisões de Bordo para países comunitários e também para países terceiros (-0,6 p.p. cada), ao Brasil (-0,3 p.p.), à Irlanda, a Angola e ao Reino Unido incluindo a Irlanda do Norte (-0,2 p.p. cada).

Os maiores acréscimos nas expedições para o espaço comunitário incidiram na Espanha, França, Itália e Países Baixos. Os maiores decréscimos couberam às Provisões de Bordo, Irlanda, Áustria, Eslovénia e Suécia.


No conjunto dos Países Terceiros, entre os maiores acréscimos nas exportações destacaram-se os de Marrocos, de Gibraltar, do Japão e da China.

Entre os maiores decréscimos evidenciaram-se os de Provisões de Bordo, do Brasil, de Angola, do Reino Unido, dos Emiratos, de Ceuta e Taiwan.  

3.2 - Importações


No período de Janeiro a Março de 2021, as chegadas de mercadorias com origem na UE, que representaram 75,0% do total (71,8% em 2020), registaram um decréscimo de ‑1,0% e contribuíram com -0,7 p.p. para uma taxa de variação homóloga global de ‑5,3%.

As importações com origem no espaço extracomunitário registaram um decréscimo de ‑16,2%, representando 25,0% do total em 2021 (28,2% em 2020), com um contributo para o ‘crescimento’ global de -4,6 p.p..

Os principais mercados de origem das importações em 2021 foram a Espanha (32,1% do Total) e a Alemanha (14,2%). Seguiram-se a França (6,9%) os Países Baixos (5,5%), a Itália (5,0%), a China (4,4%), a Bélgica (2,9%), o Brasil (2,3%), os EUA e a Polónia (2,2% cada), e a Nigéria (1,8%). Estes países representaram, no seu conjunto, 79,5% das importações totais.

Entre os contributos positivos para a taxa de variação homóloga das importações no 1º trimestre  de 2021 (‑5,3%) destacaram-se os da Federação Russa, (+0,8 p.p.), da Polónia e da Espanha (+0,5 p.p. cada) e da China (+0,4 p.p.).

Os maiores contributos negativos couberam ao Reino Unido (‑1,7 p.p.), a França (-1,4 p.p.), a Angola (-1,2 p.p.), ao Brasil (-1,1 p.p.), à Guiné Equatorial (-0,9 p.p.) e à Argélia (‑0,7 p.p.).

Nas duas figuras seguintes relacionam-se os maiores acréscimos e decréscimos das importações com origem intracomunitária e nos países terceiros.



4 – Saldos da Balança Comercial       

No período acumulado de Janeiro a Março de 2021, os maiores saldos positivos da balança comercial (Fob-Cif) couberam à França (+883 milhões de Euros) e ao Reino Unido (+584 milhões). Seguiram-se os EUA (+371 milhões), Marrocos (+236 milhões), e Angola (+190 milhões). O maior défice, a grande distância dos restantes, pertenceu a Espanha (-1790 milhões de Euros), seguida da Alemanha (-838 milhões), da China (‑633 milhões), dos Países Baixos (‑391 milhões) e da Nigéria (-318 milhões).

5 – Evolução por grupos de produtos

5.1 – Exportações

Os capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2 Ξ SH-2), foram aqui agregados em 11 grupos de produtos (ver ANEXO). Os grupos com maior peso nas exportações, no período em análise, representando 83,2% do total, foram “Material de transporte terrestre e partes” (14,9% do Total e TVH de +8,2%), “Máquinas, aparelhos e partes” (14,6% e +9,1%), “Químicos” (13,3% e +11,3%), “Agro-alimentares” (12,1% e +2,8%), “Minérios e metais” (9,9% e +17,3%), “Produtos acabados diversos” (9,8% e +7,1%) e “Têxteis e vestuário” (8,6% e +2,9%).

Os decréscimos, face ao período homólogo do ano anterior, verificaram-se nos grupos “Madeira, cortiça e papel” (-43 milhões de Euros), “Energéticos” (-19 milhões) e “Calçado, peles e couros” (-40 milhões).

5.2 – Importações

Os grupos de produtos com maior peso nas importações, representando 84,0% do total, foram “Máquinas, aparelhos e partes” (19,9% do Total e TVH +9,3%), “Químicos” (19,5% e +4,5%), “Agro-alimentares” (14,5% e -2,6%), “Material de transporte terrestre e partes” (11,4% e -12,9%), “Energéticos” (9,4% e -26,1%) “Minérios e metais” (9,3% e +7,5%). 

À excepção do grupo “Químicos” (+5 milhões de Euros), “Minérios e metais” (+117 milhões) e “Máquinas, aparelhos e partes” (+306 milhões), em todos os restantes se verificaram decréscimos, cabendo os mais significativos aos grupos “Energéticos” (-596 milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (-306 milhões), “Aeronaves, embarcações e partes” (-232 milhões) e “Têxteis e vestuário” (-214 milhões de Euros).

6 – Mercados por grupos de produtos

6.1 – Exportações

Entre os mercados de destino, a Espanha ocupou em 2021 a primeira posição em 8 dos 11 grupos de produtos com 26,0% do total, ocorrendo as excepções nos grupos “Calçado, peles e couros” (4ª posição, depois da Alemanha, França e Países Baixos), “Máquinas, aparelhos e partes” (2ª posição, depois da Alemanha) e “Aeronaves, embarcações e partes” (6ª posição, precedida da Roménia, Reino Unido, França, Brasil e Suíça).

Seguiram-se no “ranking” a França (13,8%), a Alemanha (11,2%), o Reino Unido (5,3%), os EUA (5,0%), a Itália (4,7%), os Países Baixos (3,9%), a Bélgica (2,5%), Marrocos (1,9%) e a Polónia (1,4%). Estes dez países representaram 75,6% das exportações totais.

6.2 – Importações

Na vertente das importações, a Espanha ocupou o primeiro lugar em nove dos onze grupos de produtos, com 32,1% do total, sendo as excepções os grupos “Energéticos” (3ª posição, precedida da Nigéria e do Brasil) e “Aeronaves, embarcações e partes” (5º lugar, depois dos Alemanha, EUA, França e Singapura).

Seguiram-se, no “ranking”, a Alemanha (14,2%), a França (6,9%), os Países Baixos (5,5%), a Itália (5,0%), a China (4,4%), a Bélgica (2,9%), o Brasil (2,3%), os EUA e a Polónia (2,2% cada). Estes dez países cobriram 77,7% das importações totais.

 

Alcochete, 11 de Maio de 2021.

 

ANEXO