domingo, 24 de novembro de 2019

Comércio Portugal-Brasil (2014-2018 e Jan-Set 2019)


Comércio internacional de mercadorias
de Portugal com o Brasil
2014-2018 e Janeiro-Setembro 2018-2019

" Disponível para download > aqui "

1 – Nota introdutória
O Brasil ocupou em 2018 e no período de Janeiro a Setembro de 2019 a 11ª posição entre os mercados de origem das importações portuguesas de mercadorias, com respectivamente 1,3% e 1,2% do total  (5,5% e 5,1% do total dos países terceiros).
Na vertente das exportações ocupou o 10º lugar em 2018, com 1,4% do total e o 11º no período em análise de 2019, com 1,2% (5,9% e 5,2% no âmbito dos países extracomunitários).
A par de Portugal, o Brasil foi um dos fundadores, em 1996, da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), que tem entre os seus objectivos, no âmbito da cooperação em todos os domínios, o desenvolvimento de parcerias estratégicas e o levantamento de obstáculos ao desenvolvimento do comércio internacional de bens e serviços entre os seus actuais nove membros.
Após um breve relance sobre a evolução do ‘Comércio Exterior do Brasil’, com base em dados de fonte International Trade Centre (ITC), vai-se analisar a evolução das importações e exportações de mercadorias entre Portugal e o Brasil ao longo dos últimos cinco anos (2014-2018) e período de Janeiro a Setembro de 2018 e 2019, com base em dados estatísticos divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística de Portugal (INE), definitivos para os anos de 2014 a 2017, provisórios para 2018 e preliminares para 2019, com última actualização em 8 de Novembro de 2019.
2 – Alguns dados sobre o ‘Comércio Exterior’ do Brasil
De acordo com os dados disponíveis, quando medidos em Euros, o saldo (Fob-Cif) da Balança Comercial de mercadorias do Brasil, que em 2014 foi deficitário (-3,1 mil milhões de Euros), tornou-se positivo em 2015, cresceu até 2017 (+59,3 mil milhões), tendo decrescido em 2018 (+49,7 mil milhões).

Ao longo dos cinco anos em análise, o ritmo de evolução das importações manteve-se sempre abaixo do nível de 2014. Por sua vez, as exportações, praticamente estáveis nos dois anos seguintes, viram o seu ritmo aumentar até 2018, atingindo 120,0% face a 2014.

Os principais parceiros do Brasil em 2018, em ambas as vertentes comerciais, foram a China e os EUA, com 19,2% e 16,2% nas importações e 26,8% e 12,1% nas exportações, seguidos da Argentina, com 6,1% e 6,2%, respectivamente. 

Por Grupos de Produtos (ver conteúdo na tabela em Anexo), em 2018 verificou-se um acréscimo em valor nas importações de +15,0% face ao ano anterior, sendo o grupo de produtos “Agro-alimentares”, com um peso de 6,1% na estrutura, o que registou, entre três, o maior decréscimo, -5,7% (-561 milhões de Euros).
Os maiores acréscimos, em Euros, ocorreram nos grupos “Aeronaves, embarcações e partes” (+8,2 mil milhões), “Químicos” (+3,6 mil milhões), “Energéticos” (+3,1 mil milhões), “Minérios e metais” (+2,1 mil milhões) e “Material de transporte terrestre e partes (+1,8 mil milhões de Euros).
Em 2018 Portugal pesou 0,5% no Total das importações brasileiras (37ª posição). Entre os onze grupos, aqueles em que se registaram as maiores quotas foram “Agro-alimentares” (4,3%), “Madeira, cortiça e papel” (1,5%) e “Têxteis e vestuário” (0,6%).

Na vertente das exportações registou-se um acréscimo de +5,4% em 2018 face ao ano anterior (+10,4 mil milhões de Euros), tendo-se verificado os principais aumentos, em Euros, nos grupos “Energéticos” (+6,3 mil milhões), “Aeronaves, embarcações e partes” (+3,8 mil milhões), “Madeira, cortiça e papel” (+1,8 mil milhões) e “Produtos acabados diversos” (+1,7 mil milhões).
O principal decréscimo incidiu no grupo “Material de transporte terrestre e partes” (-2,4 mil milhões de Euros).

Em 2018 Portugal pesou 0,6% nas exportações brasileiras (35ª posição).
Os grupos de produtos em que Portugal registou as maiores quotas foram “Energéticos”  (1,3% do grupo), “Minérios e metais” (1,0%), “Têxteis e vestuário” e “Produtos acabados diversos” (0,8% cada), “Calçado, peles e couros” (0,7%), “Agro-alimentares” (0,5%), “Químicos” e “Madeira, cortiça e papel” (0,3% cada).
No quadro seguinte encontram-se relacionadas, por Capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2) desagregados a quatro dígitos (NC-4), as importações dos produtos que registaram um valor superior a mil milhões de Euros em 2018.

3 – Comércio de Portugal com o Brasil
3.1 – Evolução do peso do Brasil nas importações
             e exportações globais
O peso das importações portuguesas com origem no Brasil no contexto global, que em 2015 descera de 1,5%, no ano anterior, para 1,4%, aumentou nos dois anos seguintes para 1,7%, decaindo para 1,3% em 2018. No período de Janeiro a Setembro desceu de 1,4%, em 2018, para 1,2%, em 2019.
Por sua vez o peso das exportações nacionais para o Brasil no total, que entre 2014 e 2016 havia descido de 1,3% para 1,1%, subiu para 1,7% em 2017, para descer no ano seguinte para 1,4%. Nos primeiros nove meses do ano assistiu-se a uma decida de 1,4%, em 2018, para 1,2%.

No período de Janeiro a Setembro de 2019, como já foi referido, as importações representaram 5,1% do total dos Países Terceiros e as exportações 5,2%.

3.2 – Posição do Brasil nas trocas de Portugal no âmbito da CPLP
Em 2016 o Brasil foi a origem de 40,6% das importações de Portugal do conjunto dos seus parceiros na CPLP, seguido de Angola com 37,5%, e o destino de 27,6% das exportações, precedido de Angola com 51,6%.

3.3 – Balança Comercial

A Balança Comercial de Portugal com o Brasil é desfavorável. Ao longo dos últimos cinco anos o maior défice ocorreu em 2016, com -516 milhões de Euros, tendo-se situado em ‑197 milhões em 2018, o menor do quinquénio, com um grau de cobertura das importações pelas exportações de 80,4%, contra 51,1% em 2016.
Nos primeiros nove meses de 2019 as importações decresceram ‑6,0% em termos homólogos, com as exportações a caírem -9,7%, o défice a aumentar +5,5% e o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações a descer, em termos homólogos, de 75,5% para 72,5%.
3.4 – Importações por grupos de produtos
As maiores importações portuguesas com origem no Brasil incidiram, nos últimos cinco anos e período em análise de 2019, no grupo de produtos “Agro-alimentares”, com destaque em 2019 para a soja e bagaço de soja, milho, goma-laca, frutas como goiaba, manga e papaia, para o café e açúcar. À excepção de 2016, em que foi ultrapassado  pelo grupo “Aeronaves, embarcações e partes”, seguiu-se o grupo “Energéticos”, principalmente constituído por petróleo bruto.

3.5 – Exportações por grupos de produtos
As principais exportações para o Brasil nos períodos em análise inserem-se também no grupo de produtos “Agro-alimentares”, que representou 58,9% do total nos nove primeiros meses do ano, destacando-se aqui o azeite, o peixe congelado e seco, principalmente bacalhau, os vinhos de uvas, fruta fresca, como peras, maçãs e ameixas, e tripas, bexigas e buchos.
Seguiram-se, por ordem decrescente de valor, os grupos “Aeronaves, embarcações e partes” (16,7%), principalmente partes de veículos aéreos, “Máquinas, aparelhos e partes” (8,3%), “Químicos” (4,0%), “Minérios e metais” (3,6%), “Produtos acabados diversos” (3.4%), “Têxteis e vestuário” (2,1%) e “Madeira, cortiça e papel” (2,0%).
Por fim, os grupos “Material de transporte terrestre e partes” (0,9% do total) e “Calçado, peles e couros” (0,1%), tendo sido nula a exportação de “Energéticos”.

Alcochete, 23 de Novembro de 2019.

ANEXO


domingo, 17 de novembro de 2019

Índices do Comércio Internacional - Jan-Set 2019


Comércio Internacional de mercadorias
- Taxas de variação homóloga em
valor, volume e preço
por grupos e subgrupos de produtos
(Janeiro a Setembro de 2019/2018)

" Disponível para download > aqui"

1 - Nota introdutória
O presente trabalho visou o cálculo de indicadores de evolução em valor, volume e preço das importações e das exportações portuguesas de mercadorias no período acumulado de Janeiro a Setembro de 2019, face ao período homólogo do ano anterior.
Os índices de preço, do tipo Paasche, utilizados depois como deflatores dos índices de valor para o cálculo dos correspondentes índices de volume, foram calculados a partir de dados de base elementares recentemente divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) para o período em análise, em versão preliminar com última actualização em 9 de Novembro de 2019, sendo ainda provisória a versão dos correspondentes dados utilizados para 2018.
Para o cálculo dos índices de preço, as posições pautais a oito dígitos da Nomenclatura Combinada (NC-8), relativas às importações e às exportações com movimento nos dois anos, foram agregadas em 11 grupos e 38 subgrupos de produtos (ver Anexo).

2 – Nota metodológica
O método utilizado para o cálculo dos índices de preço de Paasche divulgados neste trabalho assenta na selecção de uma amostra representativa do comportamento dos preços de cada subgrupo de produtos (construída com base em metodologia definida na antiga Direcção-Geral do Comércio Externo, ensaiada e aperfeiçoada ao longo de muitos anos), posteriormente ponderados para o cálculo dos índices dos respectivos grupos, e estes por sua vez ponderados para o cálculo do índice do total de cada uma das vertentes comerciais.
Os índices de preço de cada subgrupo são obtidos a partir de uma primeira amostra automática, com base nos produtos com movimento nos dois períodos em análise, dentro de um intervalo definido por métodos estatísticos. Segue-se uma análise crítica, que pode incluir, entre outros, o recurso à evolução do preço das matérias-primas que entram na manufactura de um dado produto, como indicador de consistência de um determinado índice que, apesar de um comportamento aparentemente anormal, pode vir a ser incluído na amostra. Mais frequentemente procede-se à desagregação por mercados de origem e de destino de posições pautais com peso relevante que se encontram fora do intervalo, incluindo-se na amostra do subgrupo o conjunto dos países que apresentam um comportamento coerente na proximidade do intervalo previamente encontrado.
Também produtos dominantes incluídos no intervalo e decisivos para o índice do subgrupo podem ser desagregados e considerados por mercados se, através de uma análise crítica, forem encontrados desvios sensíveis face aos restantes.
3 – Balança Comercial
De acordo com os dados preliminares utilizados, o défice da balança comercial de mercadorias no período de Janeiro a Setembro de 2019 aumentou +27,2% face ao mesmo período do ano anterior, com o grau de cobertura das importações pelas exportações a descer de 78,0% para 74,1%.

As importações (somatório das ‘chegadas’ provenientes do espaço comunitário com as importações originárias dos países terceiros), com um acréscimo em valor de +7,9%, terão registado um aumento em volume de +8,9% e um decréscimo em preço de -0,9%. Por sua vez, o aumento em valor de +2,5% verificado nas exportações terá resultado de um incremento em volume de +2,9%, com o preço a decrescer -0,4%. Na presente conjuntura, dada a evolução do preço do petróleo, torna-se conveniente atentarmos também no andamento do nosso comércio internacional quando excluído dos produtos que integram o grupo “Energéticos”

De acordo com os dados disponíveis, as importações, com exclusão dos produtos “Energéticos”, terão registado taxas de variação em valor, volume e preço respectivamente de +9,0%, +10,0% e -0,9%. Por sua vez, as exportações terão averbado um aumento em valor de +4,3%, em resultado de um incremento em volume de +4,5% e de um decréscimo em preço de -0,2%.
 Sem “Energéticos”, o défice da balança comercial cresceu +30,9%, contra +27,2% em termos globais, com o grau de cobertura das importações pelas exportações a descer, entre 2018 e 2019, de 82,4% para 78,9% (em lugar de 78,0% para 74,1%).
A evolução em volume das exportações constitui uma medida da capacidade produtiva da indústria, tendo-se verificado no período em análise uma taxa de crescimento global de +2,9%, ou de +4,5% se excluirmos os produtos “Energéticos”. 


No período em análise de 2019, o saldo da balança comercial foi positivo em quatro dos onze grupos de produtos considerados, que representaram 30,1% das exportações e 16,5% das importações totais: “Madeira, cortiça e papel”, “Têxteis e vestuário”, “Calçado, peles e couros” e “Produtos acabados diversos”.


4 – Importações
No período em análise, os grupos de produtos com peso a dois dígitos nas importações de mercadorias foram: “Máquinas, aparelhos e partes” (17,6% do total em 2019 e 17,3% em 2018), “Químicos” (16,1% e 16,3%, respectivamente), “Agro-alimentares” (14,1% e 14,8%), “Material de transporte terrestre e partes” (12,2% e 12,4%) e “Energéticos” (11,6% e 12,4%).
Seguiram-se os grupos de produtos ”Minérios e metais” (8,2% em 2019 e 8,7% em 2018), “Produtos acabados diversos” (5,8% e 5,9%), “Têxteis e vestuário” (5,6% e 5,8%), “Aeronaves, embarcações e partes” (3,9% e 1,0%), “Madeira, cortiça e papel” (3,0% e 3,2%) e “Calçado, peles e couros” (2,1% em 2019 e 2,2% em 2018).


À excepção do grupo “Calçado, peles e couros” (-0,9%), em todos os grupos se registaram taxas de crescimento em valor positivas. O maior acréscimo ocorreu no grupo “Aeronaves, embarcações e partes” (+300,6%), não constante do gráfico seguinte por não serem aqui calculados índices de volume e preço. Entre os restantes destacaram-se os grupos “Máquinas, aparelhos e partes” (+9,7%), “Químicos” (+6,9%), “Produtos acabados diversos” (+6,6%) e “Material de transporte terrestre e partes” (+6,5%), seguidos dos grupos “Têxteis e vestuário”  (+3,2%) e “Agro-alimentares” (+2,9%).
Em todos os grupos, excepto em “Calçado, peles e couros” (-1,0%), se verificaram crescimento em volume, com destaque para os grupos “Máquinas, aparelhos e partes” (+12,1%), “Químicos” (+9,5%), “Produtos acabados diversos” (+5,6%), “Têxteis e vestuário” (+5,0%), “Minérios e metais” (+4,4%), “Material de transporte terrestre e partes” (+3,5%) e “Agro-alimentares” (+3,4%).
Na óptica da evolução em preço verificaram-se acréscimos nos grupos “Material de transporte terrestre e partes” (+2,9%) e “Produtos acabados diversos” (+0,9%), estagnação nos grupos “Madeira, cortiça e papel” e “Calçado, peles e couros”, e decréscimos nos restantes, principalmente “Minérios e metais” (‑3,1%), “Químicos” (-2,4%), “Máquinas, aparelhos e partes” (-2,2%) e “Têxteis e vestuário” (-1,6%). 


5 – Exportações
No período de Janeiro a Setembro de 2019, os grupos de produtos com peso a dois dígitos nas exportações de mercadorias foram “Material de transporte terrestre e partes” (15,1% do total em 2019 e 13,7% em 2018), “Máquinas aparelhos e partes” (13,8% e 14,3% respectivamente), “Químicos” (12,7% e 12,1%) e “Agro-alimentares” (11,9% em cada um dos anos). Seguiram-se os grupos “Produtos acabados diversos” (9,8% e 9,3%), “Minérios e metais” (9,5% e 9,8%), “Têxteis e vestuário” (9,0 e 9,3%), “Madeira, cortiça e papel” (7,6% em cada um dos anos), “Energéticos” (5,8% e 7,4%), “Calçado, peles e couros” (3,7% e 4,0%) e “Aeronaves, embarcações e partes” (1,2% e 0,6%).


Verificaram-se decréscimos em valor, face ao período homólogo do ano anterior, em cinco dos grupos de produtos: “Energéticos” (-20,4%), “Calçado, peles e couros” (‑4,4%), “Minérios e metais” e “Máquinas, aparelhos e partes” (‑1,0% em cada) e “Têxteis e vestuário” (‑0,7%). O maior acréscimo ocorreu no grupo “Aeronaves, embarcações e partes” (+91,6%), não constante do gráfico seguinte à semelhança do verificado nas importações, a que se seguiram os grupos “Material de transporte terrestre e partes” (+13,4%), “Químicos” (+7,7%), “Produtos acabados diversos” (+7,0%), “Madeira, cortiça e papel” (+2,5%) e Agro-alimentares” (+2,4%).
 Em volume, verificaram-se descidas nos grupos “Energéticos” (-17,4%),  “Calçado, peles e couros” (-4,3%) e “Têxteis e vestuário” (-0,9%).
Os maiores acréscimos ocorreram nos grupos “Químicos” (+10,8%) e “Material de transporte terrestre e partes” (+8,4%), seguidos dos grupos “Produtos acabados diversos” (+3,7%), “Agro-alimentares” (+3,6%), “Máquinas, aparelhos e partes” (+2,7%), “Madeira, cortiça e papel” (+1,8%) e “Minérios e metais” (+0,8%).
No âmbito do preço verificaram-se quebras nos grupos “Energéticos” (-3,6%), “Máquinas, aparelhos e partes” (‑3,5%), “Químicos” (‑2,8%), “Minérios e metais” (-1,8%), “Agro-alimentares” (-1,2%) e “Calçado, peles e couros” (-0,1%).
Os maiores acréscimos em preço verificaram-se nos grupos “Material de transporte terrestre e partes” (+4,7%) e “Produtos acabados diversos” (+3,1%), seguidos da “Madeira, cortiça e papel” (+0,6%) e dos “Têxteis e vestuário” (+0,2%).

6 – Representatividade das amostras
A representatividade da amostra global de cada uma das vertentes comerciais, que serviu de base ao cálculo dos respectivos índices de preço de Paasche foi, respectivamente em 2018 e 2019, de 92,6% e 92,4% nas importações e de 93,8% em cada um dos anos,  nas exportações. No quadro seguinte pode observar-se a representatividade das amostras em cada um dos grupos de produtos.

7 – Evolução por trimestres acumulados
Para além de os dados de base não serem ainda definitivos, qualquer análise comparativa que se pretenda fazer sobre o comportamento das importações e das exportações ao longo destes períodos acumulados, deverá ter em consideração que as posições pautais que constituem as amostras utilizadas no cálculos dos índices de preço em cada um dos períodos não serão exactamente as mesmas.
A experiência mostra que não há normalmente diferenças sensíveis entre os índices de preço de Paasche quando calculados a partir das primeiras versões dos dados ou sobre versões já definitivas. Para uma maior aproximação à realidade, os índices de volume constantes do quadro que se segue foram calculados a partir dos índices de valor implícitos na última versão disponível dos dados de base (8 de Novembro de 2019).  


No quadro em Anexo encontra-se definido o conteúdo dos grupos e subgrupos de produtos aqui considerados, com base na Nomenclatura Combinada em uso na União Europeia.

Alcochete, 17 de Novembro de 2019.
  





sábado, 9 de novembro de 2019

Série mensal - Jan-Set 2019 - Comércio Internacional


Comércio Internacional de mercadorias
- Série mensal -
Janeiro a Setembro de 2019 

                                                  ( disponível para download  >> aqui )

1 - Balança comercial
De acordo com dados preliminares divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), com última actualização em 8 de Novembro de 2019, no período de Janeiro a Setembro de 2019 as exportações de mercadorias cresceram em valor +2,5%, face ao período homólogo de 2018 (+1084 milhões de Euros), a par de um acréscimo das importações de +7,9% (+4422 milhões).
As exportações para o espaço comunitário (expedições) registaram um aumento de +3,7% (+1215 milhões de Euros), tendo as exportações para os países terceiros decrescido -1,3% (-132 milhões de Euros). Por sua vez, as importações de mercadorias provenientes dos parceiros comunitários (chegadas) aumentaram +9,2% (+3866 milhões de Euros), com as importações originárias dos países terceiros a crescerem +4,0% (+556 milhões).
Na sequência deste comportamento, o défice comercial externo (Fob-Cif) aumentou +27,2%, ao situar-se em -15603 milhões de Euros (um acréscimo de 3339 milhões de Euros face ao mesmo período do ano anterior, com aumentos de 2651 milhões no comércio intracomunitário e de 687 milhões no extracomunitário). Em termos globais, neste período o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações desceu de 78,0%, em 2018, para 74,1%, em 2019.


A variação do preço de importação do petróleo repercute-se, naturalmente, no valor das exportações de produtos energéticos, com reflexo sensível na Balança Comercial. No período em análise, o valor médio unitário de importação do petróleo em 2019 desceu, face ao mesmo período em 2018, de 445 Euros/Ton e 433 Euros/Ton.

Para além da variação da cotação internacional do barril de petróleo, medida em dólares, a variação da cotação do dólar face ao Euro é também um dos factores determinantes da evolução do seu preço em Euros.

Se excluirmos do total das importações e das exportações o conjunto dos produtos “Energéticos”, Capº 27 da NC (12,4% e 11,6% do total das importações respectivamente em 2018 e 2019, e 7,4% e 5,8% na vertente das exportações), o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações sobe, em 2019, de 74,1% para 78,9%.

2 – Evolução mensal


3 – Mercados de destino e de origem
3.1 - Exportações
No período de Janeiro-Setembro de 2019, as exportações nacionais para a UE (expedições), que representaram 77,0% do total (76,1% no ano anterior), cresceram em valor +3,7%, contribuindo com +2,8 pontos percentuais (p.p.) para uma taxa de crescimento global de +2,5%. As exportações para o espaço extracomunitário, que representaram 23,0% do total em 2019 (23,9% em 2018), decresceram -1,3%, contribuindo negativamente para o crescimento (-0,3 p.p.).

Os principais mercados de destino foram a Espanha (24,7%), França (13,1%), Alemanha (12,1%), o Reino Unido (6,1%), os EUA (5,0%), a Itália (4,5%), os Países Baixos (4,0%), a Bélgica (2,3%), Angola (2,0%), a Polónia (1,4%), o Brasil e as Provisões de Bordo Extra-EU (1,2% cada), Marrocos e Suíça (1,1% cada), destinos que representaram 79,8% do total.
Angola, o segundo mercado entre os países terceiros depois dos EUA, registou uma quebra em valor nas exportações de –19,3% em 2019 no período em análise (-215,4 milhões de Euros), envolvendo a totalidade dos grupos de produtos.
As maiores descidas incidiram nos grupos “Agro-alimentares” (‑80,4 milhões de Euros), “Químicos” (‑49,4 milhões), “Máquinas, aparelhos e partes” (-36,1 milhões) e “Produtos acabados diversos” (‑23,4 milhões de Euros). 

Entre os trinta principais destinos, os maiores contributos positivos para o ‘crescimento’ das exportações no período em análise (+2,5%), couberam à Alemanha e à França (+0,7 p.p. cada), seguidos da Itália e do Canadá (+0,5 p.p. cada).
O maior contributo negativo coube a Angola (-0,5 p.p.).

Os maiores acréscimos, em Euros, nas expedições para o espaço comunitário no período de Janeiro a Setembro de 2019, em termos homólogos, verificaram-se na Alemanha, em França e em Itália, seguidos dos Países Baixos, Finlândia, Grécia, Irlanda, Polónia, Eslovénia, Roménia, Bélgica, República Checa e Provisões de Bordo. Os maiores decréscimos couberam à Suécia, Reino Unido e Espanha.


3.2 - Importações
De Janeiro a Setembro de 2019 as chegadas de mercadorias com origem na UE, que representaram 76,1% do total (75,2% em 2018), registaram um acréscimo de +9,2% e contribuíram com +6,9 p.p. para uma taxa de crescimento global de +7,9%.

As importações com origem no espaço extracomunitário registaram um acréscimo de +4,0%, representando 23,9% do total em 2019 (24,8% em 2018), com um contributo para o crescimento global de +1,0 p.p..
Os principais mercados de origem das importações no período em análise, em 2019, foram a Espanha (30,0%), a Alemanha (13,3%) e a França (10,0%). Seguiram-se a Itália (5,0%), os Países Baixos (4,9%), a China (3,7%), a Bélgica (3,1%), o Reino Unido (2,6%), os EUA (1,9%), a Rússia (1,7%) e a Angola (1,5%), países que representaram no seu conjunto 77,7% das importações totais.

Entre os maiores contributos positivos para o crescimento das importações nos primeiros nove meses de 2019 (+7,9%) destacam-se a França (+3,4 p.p.), a Espanha (+1,2 p.p.), a China (+0,9 p.p.), a Alemanha (+0,7 p.p.), a Bélgica, Reino Unido e Angola (+0,4 p.p. cada), os EUA (+0,3 p.p.), seguidos da Polónia, Índia, Arábia Saudita e Turquia (+0,3 p.p. cada). 

Por sua vez, os maiores contributos negativos couberam ao Cazaquistão (-0,9 p.p.), à Guiné Equatorial (-0,3 p.p.), ao Azerbaijão (-0,2 p.p.) e ao Brasil (-0,1 p.p.).
Nas duas figuras seguintes relacionam-se os maiores acréscimos e decréscimos das importações com origem intracomunitária e nos países terceiros.


4 – Saldos da Balança Comercial
Em 2019, no período em análise, os maiores saldos positivos da balança comercial (Fob-Cif) couberam ao Reino Unido (+1124 milhões de Euros) e aos EUA (+1098 milhões). Seguiram-se o Canadá (+373 milhões), Marrocos (+356 milhões) e a Suíça (+269 milhões). O maior défice, a grande distância dos restantes, pertenceu a Espanha (-7037 milhões de Euros), seguido dos da Alemanha (‑2613 milhões), da China (-1801 milhões), dos Países Baixos (-1179 milhões) e da Itália (‑987 milhões de Euros).

5 – Evolução por grupos de produtos
5.1 – Exportações
Os capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2 Ξ SH-2), foram aqui agregados em 11 grupos de produtos (ver ANEXO). Os grupos com maior peso nas exportações de mercadorias no período de Janeiro a Setembro de 2019, representando 81,8% do total, foram “Material de transporte terrestre e partes” (15,1% e TVH +13,4%), “Máquinas, aparelhos e partes” (13,8% do total e TVH -1,0%),  “Químicos” (12,7% e TVH +7,7%), “Agro-alimentares” (11,9% e TVH +2,4%), “Produtos acabados diversos” (9,8% e TVH +7,0%), “Minérios e metais” (9,5% e TVH -1,0%) e “Têxteis e vestuário” (9,0% e TVH (‑0,7%). O maior contributo para o acréscimo global de +1084 milhões de Euros, face ao ano anterior, coube ao grupo “Material de transporte terrestre e partes”, com +799 milhões de Euros, seguido dos grupos “Químicos” (+407 milhões), “Produtos acabados diversos” (+283 milhões) e “Aeronaves, embarcações e partes” (+248 milhões de Euros).
As exportações decresceram em cinco dos grupos, com destaque para os “Energéticos” (‑656 milhões de Euros).

5.2 – Importações
De Janeiro a Setembro de 2019, os grupos de produtos com maior peso nas importações, representando 71,6% do total, foram “Máquinas, aparelhos e partes” (17,6%, com uma taxa de variação homóloga em valor de +9,7%), “Químicos” (16,1% do total e TVH +6,9%), “Agro-alimentares” (14,1% e TVH +2,9%), “Material de transporte terrestre e partes” (12,2% e TVH +6,5%) e “Energéticos” (11,6% e TVH +0,5%).
À excepção do grupo “Calçado, peles e couros”, em que se registou uma quebra -12 milhões de Euros, em todos restantes se verificaram acréscimos nas importações, tendo ocorrido os mais significativos, em Euros, nos grupos “Aeronaves, embarcações e partes” (+1745 milhões), “Máquinas, aparelhos e partes” (+937 milhões), “Químicos” (+623 milhões) e “Material de transporte terrestre e partes” (+450 milhões de Euros). 

6 – Mercados por grupos de produtos
6.1 – Exportações
Entre os mercados de destino, a Espanha ocupou em 2019 a primeira posição em 7 dos 11 grupos de produtos com 24,7% do total, ocorrendo as excepções nos grupos “Energéticos” (3ª posição depois dos EUA e Provisões de Bordo Extra-UE), “Calçado, peles e couros” (4ª posição, depois da França, da Alemanha e dos Países Baixos), “Máquinas, aparelhos e partes” (2ª posição, depois da Alemanha) e “Aeronaves, embarcações e partes” (6ª posição, antecedida pelo Canadá, Brasil, França, Reino Unido e Finlândia).

Seguiram-se no “ranking” a França (13,1%), a Alemanha (12,1%), o Reino Unido (6,1%), os EUA (5,0%), a Itália (4,5%), os Países Baixos (4,0%), a Bélgica (2,3%), Angola (2,0%) e a Polónia (1,4%). Estes dez países cobriram 75,2% das exportações totais.
6.2 – Importações

Nesta vertente do comércio internacional, a Espanha ocupou o primeiro lugar em dez dos onze grupos de produtos, com 30,0% do total, sendo a excepção o grupo “Aeronaves, embarcações e partes” (5ª posição, precedida da França, da Alemanha, dos EUA e da Irlanda).
Seguiram-se, no “ranking”, a Alemanha (13,3%), a França (10,0%), a Itália (5,0%), os Países Baixos (4,9%), a China (3,7%), a Bélgica (3,1%), o Reino Unido (2,6%), os EUA (1,9%) e a Rússia (1,7%).
Estes dez países cobriram 76,3% das importações totais.

Alcochete, 9 de Novembro de 2019.






domingo, 3 de novembro de 2019

Ficha Portugal-PALOP - Jan-Ago 2019


Comércio Internacional de mercadorias
Ficha Portugal-PALOP
(2017-2018 e Janeiro-Agosto 2018-2019)

                                                  " Disponível para download > aqui "

1 - Nota introdutória
Pretende-se com estas fichas estatísticas acompanhar de perto a evolução das trocas comerciais de mercadorias de Portugal com os “Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa” (PALOP), visando a identificação de possíveis vias de intensificação das trocas comerciais recíprocas.
Começa-se por abordar a evolução destas trocas comerciais ao longo dos últimos cinco anos, incidindo uma análise mais aprofundada nos anos de 2017 e 2018 e período acumulado de Janeiro a Agosto de 2018 e 2019.
São aqui utilizados dados estatísticos de base divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), a partir da Nomenclatura Combinada (NC), definitivos até 2017, provisórios para 2018 e preliminares para 2019, com última actualizaão em 10 de Outubro de 2019.
  2 – Quotas anuais de Portugal 
       no comércio externo dos PALOP
Para o cálculo das quotas de Portugal no comércio externo dos PALOP foi utilizada a base de dados do “International Trade Centre” (ITC).

Contudo, porque nalguns casos, relativamente aos totais de Portugal de fonte INE, foram detectadas divergências consideráveis entre as duas fontes, no quadro seguinte foram também utilizados os dados de base nacionais, com as necessárias conversões entre valores Cif e Fob efectuadas a partir da aplicação de um factor fixo (Fob=Cif x 0,9533).

3 – Ritmo de evolução das importações e exportações
      portuguesas com os PALOP (2014=100)


4 – Peso dos PALOP no comércio internacional português



5 – Balança Comercial de Portugal com os PALOP



6 – Importações portuguesas com origem nos PALOP
      por grupos de produtos e principais produtos (NC-4)
6.1 – Origem PALOP


6.2 – Origem Angola



6.3 – Origem Cabo Verde



6.4 – Origem Guiné-Bissau



6.5 – Origem Moçambique



6.6 – Origem São Tomé e Príncipe



7 – Exportações portuguesas com destino aos PALOP
      por grupos de produtos e principais produtos (NC-4)
7.1 – Destino PALOP



7.2 – Destino Angola



7.3 – Destino Cabo Verde



7.4 – Destino Guiné-Bissau



7.5 – Destino Moçambique



7.6 – Destino São Tomé e Príncipe





ANEXO



Alcochete, 1 de Novembro de 2019.