segunda-feira, 23 de outubro de 2017

Comércio Portugal-Cabo Verde (2012-2016 e 1º Sem 2017)


Comércio internacional de mercadorias
de Portugal com Cabo Verde
-2012 a 2016 e 1º Semestre de 2017 -

(disponível para download > aqui )


1 – Nota introdutória
São pouco expressivas as exportações de Cabo Verde, centradas que são em produtos do mar, calçado e vestuário. Entre 2000 e 2008 Portugal foi o principal país de destino, tendo passado ao segundo lugar, depois da Espanha, a partir de 2009, excepção feita ao ano de 2015. As importações portuguesas com esta origem resumiram-se a apenas 0,1% dos fornecimentos do conjunto dos países terceiros em 2016 e 1º Semestre de 2017.
Na vertente das importações em Cabo Verde, foi Portugal o primeiro fornecedor entre 2000 e 2016. Neste último ano Cabo Verde ocupou a 11ª posição nas exportações portuguesas para o espaço extracomunitário, subindo ao 9º lugar no 1º Semestre de 2017.
Cabo Verde foi em 1996 um dos fundadores da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), que tem entre os seus objectivos, no âmbito da cooperação em todos os domínios, o desenvolvimento de parcerias estratégicas e o levantamento de obstáculos ao desenvolvimento do comércio internacional de bens e serviços entre os seus actuais nove membros.
Em 2016 Cabo Verde ocupou a 5ª posição nas importações de Portugal com origem no conjunto dos seus parceiros na CPLP (0,6%), precedido do Brasil, Angola, Guiné Equatorial e Moçambique, e o 3º lugar nas exportações portuguesas para esta Comunidade (9,6%), depois de Angola e do Brasil.
Para além de um breve conjunto de dados sobre o comércio internacional de Cabo Verde face ao mundo, de fonte Instituto Nacional de Estatística de Cabo Verde, vai-se neste trabalho analisar, com algum detalhe, a evolução das importações e exportações de mercadorias entre Portugal e Cabo Verde ao longo dos últimos cinco anos (2012 a 2016) e no 1º Semestre de 2017 e semestre homólogo do ano anterior, com base em dados estatísticos divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística de Portugal (INE), com última actualização em 9 de Outubro de 2017.
2 – Alguns dados sobre o comércio externo de Cabo Verde
O ritmo de “crescimento” em valor das importações e das exportações cabo-verdianas desde o início do século, tendencialmente crescente, tem-se rodeado de alguma irregularidade, tendo registado a importação uma quebra em 2012, seguida de alguma desaceleração.


De acordo com dados provisórios divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística de Cabo Verde, em escudos de Cabo Verde aqui convertidos em Euros, a Balança Comercial de mercadorias (fob-cif) de Cabo Verde foi deficitária ao longo dos últimos cinco anos, com um saldo negativo da ordem dos -500 milhões de Euros.

As importações aqui consideradas não incluem mercadorias entradas em regime temporário nem as que retornam ao país depois de expedidas em regime temporário (reimportação). Por sua vez, nas exportações não se encontram incluídas as mercadorias saídas temporariamente, as mercadorias reexportadas nem as nacionais e nacionalizadas destinadas à navegação nacional.
Em 2016 as importações cresceram +10,5% face ao ano anterior, com as exportações a decrescerem -10,2%, o que conduziu a um aumento do défice de +13,1%, ao situar-se em -548 milhões de Euros, com um grau de cobertura das importações pelas exportações de 9,0%.
Portugal, a principal origem das importações de Cabo Verde ao longo do último quinquénio, representou 46,5% das importações caboverdianas em 2016.
Entre os restantes fornecedores destacaram-se a Espanha (11,3%), os Países Baixos (6,4%), a China (4,8%), o Brasil (3,4%), a Bélgica (3,1%) e a França (2,4%).

Entre os mercados de destino, em 2016 a primeira posição foi ocupada pela Espanha (72,4%), seguida de Portugal (19,2%), da Turquia (4,2%), da Itália (1,2%), dos EUA (1,1%) e de Marrocos (0,3%), países que no seu conjunto representaram 98,5% do total das exportações de Cabo Verde nesse ano.

Por Grupos de Produtos (ver conteúdo por capítulos do Sistema Harmonizado-SH em tabela anexa), destacaram-se em 2016 as importações do grupo “Agro-alimentares” (31,0% do total), seguido dos grupos “Máquinas, aparelhos e partes” (16,1%), “Químicos” (10,7%), “Minérios e metais” (10,6%), “Produtos acabados diversos” (9,6%) e “Energéticos” (8,9%).
Com menor expressão alinharam-se depois os grupos “Material de transporte terrestre e partes” (5,5%), “Madeira, cortiça e papel” (4,2%), “Têxteis e vestuário” (2,6%), “Calçado, peles e couros” (0,4%) e “Aeronaves, embarcações e partes” (0,2%).

Na vertente das exportações destacou-se aqui também o grupo “Agro-alimentares” (83,6%), essencialmente constituído por peixe, crustáceos, moluscos, e suas preparações.
Seguiran-se os grupos “Têxteis e vestuário” (10,4%), “Calçado, peles e couros” (5,7%), “Produtos acabados diversos”, designadamente brinquedos e jogos, e “Químicos” (0,1%), essencialmente constituído por produtos farmacêuticos.

3 – Comércio de Portugal com Cabo Verde
A evolução das trocas comerciais de Portugal com Cabo Verde têm-se revestido de alguma irregularidade.
As importações, após uma descida entre 2004 e 2010, recuperaram a partir de então, situando-se desde 2013 num patamar acima do que ocupavam em 2000.
Por sua vez as exportações, que haviam aumentado a partir de 2005, registaram uma quebra entre 2010 e 2013, tornando-se tendencialmente crescentes a partir de então.

3.1 – Balança Comercial
A Balança Comercial de Portugal com Cabo Verde é amplamente favorável a Portugal, com um saldo positivo de 247,2 milhões de Euros em 2016.
No 1º Semestre de 2017 o saldo situou-se em cerca de 130 milhões de Euros, com uma taxa de crescimento de +13,3% face ao mesmo período do ano anterior.
Após um crescimento de cerca de +25% em 2013, face ao ano anterior, as importações mantiveram-se até 2016 em torno de um valor de 11 milhões de Euros.
No 1º Semestre de 2017 registou-se um acréscimo de +24,6% face ao semestre homólogo do ano anterior.
Por sua vez as exportações, que entre 2012 e 2015 se mantiveram numa faixa entre 200 e 215 milhões de Euros, acusaram em 2016 um acréscimo de +20,5%, aproximando-se de 260 milhões de Euros.
No 1º Semestre de 2017 verificou-se também um aumento face ao semestre homólogo do ano anterior, +13,8%.
Na sequência de um significativo desfasamento entre o valor das importações e das exportações de mercadorias, o grau de cobertura das primeiras pelas segundas é muito elevado.

3.2 – Importações por grupos de produtos
Ao longo dos últimos cinco anos, as importações portuguesas de mercadorias com origem em Cabo Verde incidiram principalmente nos grupos de produtos “Têxteis e vestuário”, “Calçado, peles e couros”, “Agro-alimentares” e “Máquinas, aparelhos e partes”, este último com uma quebra acentuada em 2016.
No 1º Semestre de 2017, face ao semestre homólogo de 2016, verificou-se um acréscimo de +24,6% (+1,5 milhões de Euros), que ficou a dever-se a uma recuperação de importações inseridas no grupo “Máquinas, aparelhos e partes” (+1,9 milhões de Euros), que haviam registado uma descida significativa em 2016, que englobam partes de guindastes, pontes rolantes, pórticos, “bulldozers”, niveladoras, máquinas de terraplanagem, de nivelamento e semelhantes.
Neste 1º Semestre assistiu-se a descidas em todos os restantes grupos de produtos, à excepção da “Madeira, cortiça e papel” e “Aeronaves, embarcações e partes”, com peso pouco significativo.
Os grupos mais importantes, “Têxteis e vestuário” e “Calçado, peles e couros”, embora com pequenas descidas, mantiveram praticamente os mesmos níveis de valor.

3.3 – Exportações por grupos de produtos
Os grupos de produtos com maior peso nas exportações são “Agro-alimentares”, “Máquinas aparelhos e partes”, “Minérios e metais”, “Químicos” e “Produtos acabados diversos”.

No 1º Semestre de 2017 as exportações de produtos “Agro-alimentares” incidiram principalmente em óleos alimentares, como óleo de soja e azeite, em cerveja,  vinhos, leite e lacticínios, frutas, preparações de produtos hortícolas e de frutas, preparações à base de cereais e produtos de pastelaria, legumes em grão, carnes, miudezas comestíveis e enchidos, farinhas e outros produtos da moagem.
No grupo “Máquinas, aparelhos e partes” destacaram-se, entre as máquinas e aparelhos ditos mecânicos, as exportações de aparelhos para filtrar ou depurar líquidos ou gases, bombas para líquidos, torneiras e válvulas, bombas de ar ou vácuo, refrigeradores e congeladores, computadores, impressoras, aparelhos de ar condicionado, aparelhos diversos para tratamento de matérias por mudança de temperatura e aparelhos de elevação, como elevadores, tapetes rolantes, guindastes e pórticos. Entre as máquinas e aparelhos eléctricos sobressaíram os quadros e cabinas, os telefones, os fios e cabos eléctricos, os transformadores e conversores, os aparelhos de interrupção, seccionamento, protecção e suas partes, os grupos electrogéneos, os monitores e os televisores.
No grupo “Minérios e metais” de referir o ferro fundido, ferro, aço e suas obras, a pedra, gesso, cal e cimento, o alumínio e suas obras e obras diversas de metais comuns.
No grupo “Químicos” exportaram-se principalmente plásticos e suas obras, produtos farmacêuticos, tintas e vernizes, produtos de perfumaria e cosmética, sabões, ceras e velas, e borracha e suas obras, entre outros.
Entre os “Produtos acabados diversos” assumiram relevância os aparelhos de óptica, de fotografia, de medida, de precisão e para medicina, o mobiliário, colchões, almofadas e candeeiros, e o vidro e suas obras.
Seguiram-se, por ordem decrescente de valor, os grupos “Madeira, cortiça e papel”, “Material de transporte terrestre e partes”, “Têxteis e vestuário”, “Energéticos”, “Calçado, peles e couros” e “Aeronaves, embarcações e partes”.
23 de Outubro de 2017.
ANEXO






sábado, 14 de outubro de 2017

Comércio Portugal-Brasil (2012-2016 e 1º Sem 2017)

Comércio internacional de mercadorias
de Portugal com o Brasil
-2012 a 2016 e 1º Semestre de 2017 -

(disponível para download > aqui )

1 – Nota introdutória
O Brasil ocupou em 2016 e 1º Semestre de 2017 a 10ª posição entre os mercados de origem das importações portuguesas de mercadorias e o 13º lugar entre os mercados de destino das nossas exportações. Em 2016 pesou 1,7% nas importações globais e 1,1% nas exportações, quotas que subiram respectivamente para 1,8% e 1,3% no 1º Semestre de 2017.
A par de Portugal, o Brasil foi um dos fundadores, em 1996, da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), que tem entre os seus objectivos, no âmbito da cooperação em todos os domínios, o desenvolvimento de parcerias estratégicas e o levantamento de obstáculos ao desenvolvimento do comércio internacional de bens e serviços entre os seus actuais nove membros.
Vai-se neste trabalho analisar a evolução das importações e exportações de mercadorias entre Portugal e o Brasil ao longo dos últimos cinco anos (2012 a 2016) e no 1º Semestre de 2017, face ao homólogo do ano anterior, com base em dados estatísticos divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), com última actualização em 9 de Outubro de 2017.
2 – Alguns dados sobre o comércio internacional do Brasil
De acordo com dados veiculados pelo International Trade Centre, medidos em Euros, o saldo (fob) da Balança Comercial de mercadorias do Brasil decresceu entre 2012 e 2014, ano em que se tornou negativo, para crescer a partir de então, atingindo +43,1 mil milhões de Euros em 2016, com um grau de cobertura (fob) das importações pelas exportações de 134,7%.

Os principais parceiros do Brasil, em ambas as vertentes comerciais, são os EUA e a China, respectivamente com 17,5% e 17,0% no total das importações em 2016 e 12,6% e 19,0% do lado das exportações.
Na vertente da exportação registou-se um decréscimo de -2,8%, tendo-se verificado aumentos em apenas três dos onze grupos de produtos considerados: “Material de transporte terrestre e partes” (+15,8%), “Aeronaves, embarcações e partes” (+33,6%) e “Produtos acabados diversos” (+44,3%). O principal decréscimo incidiu no grupo “Energéticos” (-29,8%).

Os grupos de produtos em que Portugal registou as maiores quotas foram “Têxteis e vestuário” (0,9% das exportações brasileiras deste grupo), “Energéticos” e “Calçado, peles e couros” (0,7% cada), “Produtos acabados diversos” (0,6%), “Químicos” e “Aeronaves, embarcações e partes” (0,5% cada). 
3 – Comércio de Portugal com o Brasil
3.1 – Evolução do peso do Brasil nas importações
         e nas exportações globais (2000-2016)
O peso das importações portuguesas com origem no Brasil no contexto global aumentou sustentadamente entre 2000 e 2007 (de 1,0% para 2,3%). 
A partir de 2007 o seu comportamento foi algo irregular, decrescendo nos dois anos seguintes (1,7% em 2009) para aumentar depois até 2011, ano em que atingiu o valor máximo dos últimos 17 anos (2,5%), voltando a decrescer significativamente até 2013 (1,5%). Estabilizou então até 2015, para voltar a aumentar em 2016 (1,7%). 

Por sua vez, o peso das exportações portuguesas para o Brasil, que em 2003 havia atingido o seu nível mais baixo (0,4%), aumentou até 2013 (1.6%), para decrescer a partir de então até 2016 (1,1%).  
3.2 – Posição do Brasil nas trocas de Portugal no âmbito da CPLP
Em 2016 o Brasil foi a origem de 52,7% das importações de Portugal a partir do conjunto dos seus parceiros na CPLP, seguido de Angola com 40,5%, e o destino de 20,1% das exportações, precedido de Angola com 55,9%.

3.3 – Balança Comercial
A Balança Comercial de Portugal com o Brasil é desfavorável a Portugal, temdo-se situado o défice em -516 milhões de Euros em 2016.
Segundo dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística de Portugal (INE), com última actualização em 9-10-2017, no 1º Semestre de 2017 as importações decresceram ‑3,7% em termos homólogos, com as exportações a aumentarem acentuadamente, +59,1%, dando origem a uma descida significativa do défice, de -408 milhões de Euros para -254 milhões, com um grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações de 58,2%.
No 1º Semestre de 2017 o contributo das importações com esta origem para a taxa de variação homóloga das importações globais portuguesas, +14,3%, foi de +0,3 pontos percentuais (p.p.).
Por sua vez, o contributo das nossas exportações no mesmo período foi de +0,1 p.p., para uma taxa de variação homóloga do total das exportações de +12,3%.

3.4 – Importações por grupos de produtos
As maiores importações portuguesas com origem no Brasil incidiram, nos últimos cinco anos e 1º Semestre de 2017, nos grupos de produtos “Agro-alimentares”, com destaque para a fruta, café e soja, e também milho em 2016, e “Energéticos”, designadamente petróleo bruto.
Em 2016 assistiu-se a um reforço substancial das importações do grupo “Aeronaves, embarcações e partes”, essencialmente aeronaves e também as suas partes, com repercussão no 1º semestre de 2017. Neste 1º Semestre assistiu-se também a um aumento significativo do peso do grupo “Minérios e metais”, centrado no ferro e aço. Seguiram-se, com mais de 10 milhões de Euros, os grupos “Químicos”, “Máquinas, aparelhos e partes”, “Madeira, cortiça e papel” e “Calçado, peles e couros”.

3.5 – Exportações por grupos de produtos
As principais exportações para o Brasil no período em análise inserem-se no grupo de produtos “Agro-alimentares”, com destaque para o azeite, peixe congelado, bacalhau e vinho.
No 1º semestre de 2017 seguiram-se, por ordem decrescente de valor, os grupos “Energéticos”, essencialmente constituído por produtos refinados do petróleo, “Aeronaves, embarcações e partes”, designadamente partes de veículos aéreos, e “Máquinas, aparelhos e partes”, bastante diversificados.

Neste grupo de produtos, entre as máquinas e aparelhos mecânicos destacaram-se os moldes e caixas de fundição, aparelhos com função própria, aparelhos para tratamento de matérias que impliquem mudança de temperatura, refrigeradores, congeladores e partes de motores de pistão. Entre as máquinas e aparelhos eléctricos sobressairam as partes de aparelhos de rádio e televisão, os aparelhos fotográficos digitais e câmaras de vídeo, os aparelhos de interrupção, seccionamento e protecção, as partes de motores e geradores eléctricos, os grupos electrogéneos e conversores, os fornos eléctricos industriais ou de laboratório, telefones, aparelhos de sinalização, transformadores, conversores eléctricos e bobinas de reactância e autoindução, entre outros.
Ainda com mais de 10 milhões de Euros seguiram-se as exportações dos grupos “Minérios e metais”, principalmente artefactos de joalharia com metais preciosos e ferramentas intercambiáveis para ferramentas manuais, mecânicas ou máquinas-ferramentas, de “Químicos”, com destaque para o plástico, borracha e suas obras, e de “Produtos acabados diversos”, como obras de pedra (mós e artefactos semelhantes, abrasivos naturais ou artificiais, pedras de cantaria ou construção trabalhadas), móveis, produtos cerâmicos, aparelhos de óptica e médicos, aparelhos de controlo e precisão, artigos de relojoaria, vidro e suas obras.

14 de Outubro de 2017





























































quinta-feira, 12 de outubro de 2017

Série mensal - Ago 2017 - Comércio Internacional

Comércio Internacional de mercadorias
- Série mensal -
Período acumulado Janeiro-Agosto 2017 

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1 - Balança comercial
De acordo com dados preliminares divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), com última actualização em 9 de Outubro de 2017, nos primeiros oito meses de 2017 as exportações de mercadorias cresceram em valor +11,5% face ao mesmo período do ano anterior (+3739 milhões de Euros), a par de um acréscimo das importações de +14,1% (+5567 milhões de Euros).
As exportações para o espaço comunitário (expedições) registaram um aumento de +8,2% (+2038 milhões de Euros), ao mesmo tempo que as exportações para os países terceiros cresciam +21,9% (+1701 milhões de Euros). Por sua vez, as importações de mercadorias provenientes dos parceiros comunitários (chegadas) aumentaram +11,0% (+3384 milhões de Euros), com as importações originárias dos países terceiros a crescerem +24,7% (+2183 milhões de Euros).
Na sequência deste comportamento, o défice comercial externo (Fob-Cif) aumentou +26,1%, ao situar-se em -8841 milhões de Euros (um acréscimo de 1827 milhões, cabendo 1345 milhões ao comércio intracomunitário e 483 milhões ao extracomunitário). Em termos globais, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações nos oito primeiros meses do ano desceu de 82,3%, em 2016, para 80,4%, em 2017.


A variação do preço de importação do petróleo repercute-se também, naturalmente, no valor das exportações de produtos energéticos, e logo na balança comercial. O valor médio unitário de importação do petróleo, que nos oito primeiros meses de 2016 se situou em 265 Euros/Ton, subiu para 345 Euros/Ton no mesmo período de 2017.

Para além da variação da cotação internacional do barril de petróleo, medida em dólares, a variação da cotação do dólar face ao Euro é também um dos factores determinantes da evolução do seu preço em Euros.

Se excluirmos do total das importações e das exportações o conjunto dos produtos “Energéticos” (respectivamente 11,5% e 7,3% do total no período de Janeiro-Agosto de 2017), o grau de cobertura (Fob-Cif) das importações pelas exportações dos restantes produtos desce de 85,6% para 84,2%, com o aumento do défice, em termos homólogos, a descer de +26,1% para +22,1%.

2 – Evolução mensal

3 – Mercados de destino e de origem
3.1 - Exportações
No período acumulado de Janeiro a Agosto de 2017, as exportações nacionais para a UE (expedições), que representaram 74,0% do total (76,2% em 2016), cresceram em valor +8,2%, contribuindo com +6,3 pontos percentuais (p.p.) para uma taxa de crescimento global de +11,5%.
As exportações para o espaço extracomunitário, que representaram 26,0% do total em 2017 (23,8% em 2016), registaram um crescimento em valor de +21,9%, contribuindo com +5,2 p.p. para a taxa de crescimento global. 

Os principais mercados de destino das nossas mercadorias em 2017 foram a Espanha (25,3%), a França (12,5%), a Alemanha (11,4%), o Reino Unido (6,7%), os EUA (5,3%), os Países Baixos (4,1%), a Itália (3,5%), Angola (3,3%), a Bélgica (2,4%), a China (1,5%) e o Brasil (1,4%), países que absorveram no seu conjunto 77,3% das nossas exportações.
Angola, o segundo mercado de destino das exportações para os países terceiros depois dos EUA, que vinha apresentando no passado recente sucessivos decréscimos em termos homólogos nas exportações na quase totalidade dos 11 grupos de produtos considerados, registou nos oito primeiros meses do ano um aumento global de +44,4%, com decréscimos em apenas dois dos grupos, designadamente “Energéticos” (-8,6%), e “Aeronaves, embarcações e partes” (-73,7%), principalmente barcos de pesca.

Entre os trinta principais países de destino, os maiores contributos positivos para o ‘crescimento’ das exportações no período em análise (+11,5%), couberam a Espanha (+1,9 p.p.), Angola e EUA (+1,1 p.p. cada), França (0,9 p.p.), Países Baixos e Alemanha (+0,7 p.p. cada), Brasil e Itália (0,5 p.p. cada), e China (+0,4 p.p.). O maior contributo negativo coube à Argélia (-0,5 p.p.), seguida de Moçambique (-0,1 p.p.).

O maior acréscimo no valor das exportações para o espaço comunitário (expedições), em termos homólogos, verificou-se em Espanha, seguindo-se a França, os Países Baixos, a Alemanha, a Itália, as Provisões de Bordo e o Reino Unido. Com menor expressão alinharam-se depois a Polónia, a Roménia, a Bélgica, o Luxemburgo, a Eslováquia e a Dinamarca. O maior decréscimo coube à Irlanda.

Entre os Países Terceiros, os maiores acréscimos ocorreram nas exportações para Angola e EUA, seguidos do Brasil, China, Taiwan, Gibraltar, Tajiquistão, Marrocos, Líbano e México.

3.2 - Importações
No período de Janeiro a Agosto de 2017, as importações com origem na UE (chegadas), que representaram 75,6% do total (77,7% em 2016), contribuíram com +8,5 p.p., para uma taxa de crescimento global de +14,1%.

As importações com origem no espaço extracomunitário registaram um acréscimo de +24,7%, representando 24,4% do total (22,3% no período homólogo de 2016), com um contributo para o crescimento de +5,5 p.p..
Os principais mercados de origem das importações nos sete primeiros meses do ano foram a Espanha (31,6%), a Alemanha (13,7%) e a França (7,3%). Seguiram-se a Itália (5,5%), os Países Baixos (5,3%), a China (3,0%), a Bélgica (2,8%), o Reino Unido (2,7%), a Federação Russa (2,5%), o Brasil (1,8%) e os EUA (1,5%), conjunto de países que representou 77,6% das nossas importações totais.

Entre os maiores contributos positivos para o crescimento das importações (+14,1%) destacam-se a Espanha (+3,1 p.p.), a Alemanha (+2,2%) e a Federação Russa (+1,2 p.p.). Seguiram-se os Países Baixos (+0,9 p.p.), a Itália (+0,8 p.p.), a França e o Azerbaijão (0,6 p.p. cada), a China e a Bélgica (0,4 p.p. cada).

Por sua vez, os maiores contributos negativos couberam a Angola (-1,1 p.p.), à Argélia (‑0,2 p.p.) e, com cerca de -0,1 p.p. cada, à Irlanda, Brasil e Rep. Checa.
Nas duas figuras seguintes relacionam-se os maiores decréscimos e acréscimos das importações com origem intracomunitária e nos países terceiros.


4 – Saldos da Balança Comercial
No período em análise, o maior saldo positivo da balança comercial (Fob-Cif) coube aos EUA (+1252 milhões de Euros), seguidos do Reino Unido (+1223 milhões), da França (+1219 milhões), de Angola (+1071 milhões) e de Marrocos (+399 milhões de Euros).
O maior défice, a grande distância dos restantes, pertenceu a Espanha (-5081 milhões de Euros), seguido dos da Alemanha (‑2040 milhões), da Itália (‑1189 milhões), da Rússia (‑1021 milhões) e dos Países Baixos (-914 milhões de Euros).

5 – Evolução por grupos de produtos
5.1 – Exportações
Os capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2 Ξ SH-2) em uso na União Europeia, foram aqui agregados em 11 grupos de produtos (ver Anexo).
Os grupos com maior peso nas exportações de mercadorias, representando 79,8% do total no período em análise de 2017, foram “Máquinas, aparelhos e partes” (15,4% do total, com uma taxa de variação homóloga de +13,3%), “Químicos” (12,9% e TVH +10,1%), “Agro-alimentares” (12,1% e TVH +11,6%) “Material de transporte terrestre e partes” (10,5% e TVH +7,7%), “Têxteis e vestuário” (9,9% e TVH +4,4%), “Minérios e metais” (9,6% e TVH +14,9%) e “Produtos acabados diversos” (9,4% e TVH +10,6%).
Registaram-se acréscimos em valor, em termos homólogos, em todos os grupos de produtos. Os maiores aumentos, em Euros, ocorreram nos grupos “Energéticos” (+766 milhões), “Máquinas, aparelhos e partes” (+658 milhões), “Agro-alimentares” (+458 milhões), “Minérios e metais” (+452 milhões de Euros) e “Químicos” (+430 milhões).


5.2 – Importações
No mesmo período, os grupos de produtos com maior peso nas importações, representando 72,3% do total, foram “Máquinas, aparelhos e partes” (16,7%, com uma taxa de variação homóloga em valor de +16,2%) “Químicos” (16,4% do total e TVH de +8,8%), “Agro-alimentares” (15,4% e TVH de +9,7%), “Material de transporte terrestre e partes” (12,3% e TVH de +11,9%) e “Energéticos” (11,5% e TVH de +38,9%).
Também nas importações se verificaram acréscimos em todos os grupos de produtos, sendo os mais significativos, medidos em Euros, nos grupos “Energéticos” (+1449 milhões), “Máquinas, aparelhos e partes” (+1051 milhões), “Minérios e metais” (+747 milhões), “Agro-alimentares” (+614 milhões), “Químicos” (+597 milhões) e “Material de transporte terrestre e partes” (+587 milhões de Euros). 


6 – Mercados por grupos de produtos
6.1 – Exportações
Entre os mercados de destino das exportações de mercadorias, a Espanha ocupou nos primeiros oito meses de 2017 a primeira posição em 8 dos 11 grupos de produtos com 25,3% do total, ocorrendo as excepções nos grupos “Calçado, peles e couros” (4ª posição), “Máquinas, aparelhos e partes” (2ª posição) e “Aeronaves, embarcações e partes” (4ª posição).
Seguiram-se no “ranking” a França (12,5%), a Alemanha (11,4%), o Reino Unido (6,7%), os EUA (5,3%), os Países Baixos (4,1%), a Itália (3,5%), Angola (3,3%), a Bélgica (2,4%) e China (1,5%). Estes dez países cobriram 75,8% das exportações totais.
6.2 – Importações

Nesta vertente do comércio internacional, a Espanha ocupou também o primeiro lugar em oito dos onze grupos de produtos, com 31,6% do total, sendo as excepções os grupos “Energéticos” (2ª posição), a seguir à Rússia, “Material de transporte terrestre e partes”, (2ª posição), depois da Alemanha, e “Aeronaves, embarcações e partes”, em que ocupou o 4º lugar, antecedida de Singapura, EUA e Brasil.
Seguiram-se a Alemanha (13,7%), a França (7,3%), a Itália (5,5%), os Países Baixos (5,3%), a China (3,0%), a Bélgica (2,8%), o Reino Unido (2,7%), a Rússia (2,5%) e o Brasil (1,8%). Estes dez países cobriram 76,1% das importações totais.