sexta-feira, 23 de novembro de 2018

Indices do Comércio Internacional - Jan-Set 2018


Comércio Internacional de mercadorias
Taxas de variação homóloga
em valor, volume e preço
por grupos e subgrupos de produtos
(Janeiro a Setembro de 2018/2017)

" Disponível para download > aqui"

1 - Nota introdutória
O presente trabalho visou o cálculo de indicadores de evolução em valor, volume e preço das importações e das exportações portuguesas de mercadorias no período de Janeiro a Setembro de 2018, face ao período homólogo do ano anterior.
Os índices de preço, do tipo Paasche, utilizados depois como deflatores dos índices de valor para o cálculo dos correspondentes índices de volume, foram calculados a partir de dados de base elementares recentemente divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) para o período de Janeiro a Setembro de 2018, em versão preliminar, sendo ainda provisória a versão dos correspondentes dados utilizados para 2017.
Para o cálculo dos índices de preço, as posições pautais a oito dígitos da Nomenclatura Combinada (NC-8), relativas às importações e exportações com movimento no período em análise, foram agregadas em 11 grupos e 38 subgrupos de produtos (ver Anexo).

2 – Nota metodológica
O método utilizado para o cálculo dos índices de preço de Paasche deste trabalho assenta na selecção de uma amostra representativa do comportamento dos preços de cada subgrupo de produtos, que integra produtos com relativa homogeneidade, posteriormente ponderados para o cálculo do índice dos respectivos grupos, e estes por sua vez ponderados para o cálculo do índice do total.
Os índices de preço de cada subgrupo são obtidos a partir de uma primeira amostra automática construída com base nos produtos com movimento nos dois períodos em análise, dentro de um intervalo definido por métodos estatísticos.
Segue-se uma análise crítica, que pode incluir, entre outros, o recurso à evolução do preço das matérias-primas que entram na manufactura de um dado produto, como indicador de consistência de um determinado índice que, apesar de um comportamento aparentemente anormal, pode vir a ser incluído na amostra.
Mais frequentemente procede-se à desagregação por mercados de origem e de destino de posições pautais com peso relevante que se encontram fora do intervalo, incluindo-se na amostra do subgrupo aqueles que apresentam um comportamento coerente na proximidade do intervalo previamente encontrado.
Também produtos dominantes incluídos no intervalo e decisivos para o índice do subgrupo podem ser desagregados e considerados por mercados se, através de uma análise crítica, forem encontrados desvios sensíveis face aos restantes.

3 – Balança Comercial
De acordo com os dados preliminares utilizados, o défice da balança comercial de mercadorias no período de Janeiro a Setembro de 2018 aumentou +12,4% face ao semestre homólogo do ano anterior, com o grau de cobertura das importações pelas exportações a descer de 79,5% para 78,7%.

As importações (somatório das chegadas de mercadorias provenientes do espaço comunitário com as importações originárias dos países terceiros), com um acréscimo em valor de +7,8%, terão registado um aumento em volume de +6,2% e um acréscimo em preço de +1,5%. Por sua vez, o acréscimo em valor de +6,7% verificado nas exportações terá resultado de um incremento em volume de +5,6%, com o preço a crescer +1,0%.
Na presente conjuntura, dada a evolução do preço do petróleo, torna-se conveniente atentarmos na evolução do nosso comércio internacional quando excluído dos produtos que integram o grupo “Energéticos”

De acordo com os dados disponíveis, as importações, com exclusão dos produtos “Energéticos”, terão registado taxas de variação em valor, volume e preço respectivamente de +6,8%, +7,5% e -0,7%. Por sua vez, as exportações terão averbado um aumento em valor de +6,5%, em resultado de num incremento em volume de +6,7% e de um decréscimo em preço de -0,2%.
Sem “Energéticos”, o défice da balança comercial cresceu +8,0%, contra +12,4% em termos globais, com o grau de cobertura das importações pelas exportações a descer, entre 2017 e 2018, de 83,3% para 83,1% (em vez de 79,5% para 78,7%).
A evolução em volume das exportações constitui uma medida da capacidade produtiva da indústria, tendo-se verificado no período em análise uma taxa de crescimento global de +5,6%, e de +6,7% se excluirmos os produtos “Energéticos”.

Nos primeiros nove meses de 2018, o saldo da balança comercial foi positivo em quatro dos onze grupos de produtos considerados, que representaram 30,2% das exportações e 17,1% das importações totais: “Madeira, cortiça e papel”, “Têxteis e vestuário”, “Calçado, peles e couros” e “Produtos acabados diversos”.


4 – Importações
No período em análise, os grupos de produtos com peso a dois dígitos nas importações de mercadorias foram: “Máquinas, aparelhos e partes” (17,3% do total em 2018 e 16,9% em 2017), “Químicos” (16,2% em ambos os anos), “Agro-alimentares” (14,8% e 15,5%), “Material de transporte terrestre e partes” (12,4% e 12,2%) e “Energéticos” (12,4% e 11,5%).
Seguiram-se os grupos de produtos ”Minérios e metais” (8,8% em 2018 e 8,6% em 2017), “Produtos acabados diversos” (5,9% e 6,0%), “Têxteis e vestuário” (5,8% e 6,1%), “Madeira, cortiça e papel” (3,2% nos dois anos), “Calçado, peles e couros” (2,3% e 2,4%) e “Aeronaves, embarcações e partes” (1,0% e 1,4%).


De acordo com os cálculos efectuados, em todos os grupos de produtos se registaram taxas de crescimento em valor positivas, com destaque para o grupo “Energéticos” (+16,0%), excepção feita ao grupo “Aeronaves, embarcações e partes” (-21,6%), para o qual não são aqui calculados índices de volume e preço.
À excepção do grupo “Energéticos” (-4,0%), em todos os restantes se verificaram taxas de crescimento em volume positivas, com destaque para o grupo “Máquinas, aparelhos e partes” (+13,4%), seguido dos grupos “Material de transporte terrestre e partes” (+9,9%), “Produtos acabados diversos” (+9,4%),  “Têxteis e vestuário” e “Calçado peles e couros” (+7,5% cada), “Químicos” (+7,0%), “Minérios e metais” (+5,5%), “Madeira, cortiça e papel” (+4,3%) e “Agro-alimentares” (+3,9%).
Na óptica da evolução em preço verificaram-se quebras em mais de metade dos grupos, designadamente “Calçado, peles e couros” (-5,1%), “Têxteis e vestuário” (-4,4%), “Máquinas, aparelhos e partes” (-3,1%), “Produtos acabados diversos” (‑2,8%), “Agro-alimentares” (-1,0%) e “Material de transporte terrestre e partes” (-0,1%), tendo o principal aumento ocorrido no grupo “Energéticos” (+20,9%), a que se seguiram os grupos “Madeira, cortiça e papel” (+4,2%) “Minérios e metais” (+3,9%) e “Químicos” (+0,9%).


5 – Exportações
Nos primeiros nove meses de 2018, os grupos de produtos com peso a dois dígitos nas exportações de mercadorias foram “Máquinas, aparelhos e partes” (14,2% do total em 2018 e 15,4% em 2017), “Material de transporte terrestre e partes” (13,6% e 10,7%), “Químicos” (12,1% e 12,8%) e “Agro-alimentares” (11,9% e 12,2%).
Seguiram-se os grupos “Minérios e metais” (9,8% e 9,7%), “Produtos acabados diversos” (9,4% nos dois anos), “Têxteis e vestuário” (9,3% e 9,7%), “Madeira, cortiça e papel” (7,5% e 7,6%), “Energéticos” (7,5% e 7,4%), “Calçado, peles e couros” (4,0% e 4,4%) e “Aeronaves, embarcações e partes” (0,6% em 2018 e 0,8% em 2017).


Verificaram-se decréscimos em valor, face ao período homólogo do ano anterior, em dois grupos de produtos: “Calçado, peles e couros” (‑1,8%) e “Máquinas, aparelhos e partes” (-1,4%), para além do grupo Aeronaves, embarcações e partes” (-18,3%), em que, à semelhança das importações, não são aqui calculados índices de volume e preço.
O maior acréscimo ocorreu no grupo “Material de transporte terrestre e partes” (+36,0%), a que se seguiram os grupos “Energéticos (+8,5%), “Minérios e metais” (+8,2%), “Produtos acabados diversos” (+6,1%), “Madeira, cortiça e papel” (+5,4%), “Agro-alimentares” (+4,6%), “Têxteis e vestuário” (+2,1%) e “Químicos” (+0,6%).
Em volume, verificaram-se descidas nos grupos “Energéticos” (-8,6%) e “Calçado, peles e couros” (-0,3%). Os maiores acréscimos ocorreram nos grupos “Material de transporte terrestre e partes” (+36,6%), “Produtos acabados diversos” (+7,1%) e “Agro-alimentares” (+6,5%).
No âmbito do preço verificaram-se quebras em mais de metade dos grupos de produtos, designadamente “Máquinas, aparelhos e partes” (‑2,9%), “Químicos” (‑2,0%), “Agro-alimentares” (-1,8%), “Calçado, peles e couros” (-1,5%), “Produtos acabados diversos” (-0,9%) e “Material de transporte terrestre e partes” (-0,4%). O maior acréscimo em preço verificou-se no grupo “Energéticos” (+18,6%), seguido dos “Minérios e metais” (+5,3%), “Madeira, cortiça e papel” (+5,1%) e “Têxteis e vestuário” (+0,3%).



6 – Representatividade das amostras
A representatividade da amostra global de cada uma das vertentes comerciais, que serviu de base ao cálculo dos respectivos índices de preço de Paasche nos primeiros nove meses do ano foi, respectivamente em 2017 e 2018, de 91,6% e 90,4% nas importações e de 94,3% e 92,7% nas exportações.

Em quadro anexo encontra-se definido o conteúdo dos grupos e subgrupos de produtos aqui considerados, com base na Nomenclatura Combinada em uso na União Europeia.

22 de Novembro de 2018.



terça-feira, 13 de novembro de 2018

Série mensal Jan-Set 2018 - Comércio Internacional


Comércio Internacional de mercadorias
- Série mensal -
Janeiro a Setembro de 2018 

( disponível para download  >> aqui )




1 - Balança comercial
De acordo com dados preliminares divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), com última actualização em 9 de Novembro de 2018, nos primeiros nove meses de 2018 as exportações de mercadorias cresceram em valor +6,7% face ao mesmo período do ano anterior (+2723 milhões de Euros), a par de um acréscimo das importações de +7,8% (+4027 milhões de Euros).
As exportações para o espaço comunitário (expedições) registaram um aumento de +9,4% (+2846 milhões de Euros), ao mesmo tempo que as exportações para os países terceiros decresceram -1,2 (-123milhões de Euros). Por sua vez, as importações de mercadorias provenientes dos parceiros comunitários (chegadas) aumentaram +6,6% (+2563 milhões de Euros), com as importações originárias dos países terceiros a crescerem +11,9% (+1465 milhões de Euros).
Na sequência deste comportamento, o défice comercial externo (Fob-Cif) aumentou +12,4%, ao situar-se em -11123 milhões de Euros (um acréscimo de 1304 milhões de Euros face a igual período do ano anterior, com uma redução de 283 milhões no comércio intracomunitário e um aumento de 1588 milhões no extracomunitário). Em termos globais, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações desceu de 79,5%, em 2017, para 78,7%, em 2018.


A variação do preço de importação do petróleo repercute-se também, naturalmente, no valor das exportações de produtos energéticos, com reflexo sensível na Balança Comercial. O valor médio unitário de importação do petróleo, que no conjunto dos nove primeiros meses de 2017 se situou em 344 Euros/Ton, subiu para 444 Euros/Ton em 2018.

Para além da variação da cotação internacional do barril de petróleo, medida em dólares, a variação da cotação do dólar face ao Euro é também um dos factores determinantes da evolução do seu preço em Euros.

Se excluirmos do total das importações e das exportações o conjunto dos produtos “Energéticos” (respectivamente 12,4% e 7,5% do total no período de Janeiro-Setembro de 2018), o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações sobe, em 2018, de 78,7% para 83,1%.

2 – Evolução mensal

3 – Mercados de destino e de origem
3.1 - Exportações
No período em análise, as exportações nacionais para a UE (expedições), que representaram 76,0% do total (74,1% em 2017), cresceram em valor +9,4%, contribuindo com +7,0 pontos percentuais (p.p.) para uma taxa de crescimento global de +6,7%. As exportações para o espaço extracomunitário, que representaram 24,0% do total em 2018 (25,9% em 2017), registaram um decréscimo em valor -1,2% contribuindo negativamente, com -0,3 p.p., para a taxa de crescimento global. 

Os principais mercados de destino foram a Espanha (25,3%), a França (12,7%), a Alemanha (11,7%), o Reino Unido (6,2%), os EUA (5,2%), a Itália (4,1%), os Países Baixos (3,9%), Angola (2,6%), a Bélgica (2,4%), o Brasil (1,4%), a Polónia (1,3%), Marrocos e a China (1,2%), países que representaram 79,2% do total.
Angola, o segundo mercado entre os países terceiros depois dos EUA, registou uma quebra em valor de –15,0% nos primeiros nove meses do ano (-198,8 milhões de Euros), envolvendo nove dos onze grupos de produtos. As maiores descidas incidiram nos grupos “Agro-alimentares” (‑56,9 milhões de Euros), “Máquinas, aparelhos e partes” (‑48,9 milhões), “Químicos” (-41,6 milhões), “Produtos acabados diversos” (-18,5 milhões) e “Minérios e metais” (‑17,3 milhões de Euros).
Os dois acréscimos couberam aos grupos “Aeronaves, embarcações e partes” (+2,4 milhões de Euros), envolvendo essencialmente embarcações e estruturas flutuantes, e  “Energéticos” (+248 mil Euros). 

Entre os trinta principais destinos, os maiores contributos positivos para o ‘crescimento’ das exportações no período em análise (+6,7%), couberam a Espanha (+1,7 p.p.), França (+1,1 p.p.), Alemanha (1,0 p.p.), Itália (+0,9 p.p.), Áustria (+0,4 p.p.), Provisões de Bordo Extra-UE e EUA (0,3 p.p. cada).
Os maiores contributos negativos pertenceram a Angola (‑0,5 p.p.), China (-0,3 p.p.),  Taiwan, Reino Unido e Irlanda (-0,1 p.p. cada).

O maior acréscimo, em Euros, nas exportações (expedições) para o espaço comunitário no período de Janeiro a Setembro de 2018, em termos homólogos, verificou-se em Espanha, seguido dos da França, da Alemanha, da Itália e da Áustria. Com menor expressão alinharam-se depois a Polónia, a Eslováquia, as Provisões de bordo, a Suécia, a Bélgica, os Países Baixos, a Hungria e a Lituânia.
Os maiores decréscimos couberam ao Reino Unido e à Irlanda.

Entre os Países Terceiros, os maiores acréscimos ocorreram nas exportações para Provisões de bordo, seguidas dos EUA, da Tunísia, da Austrália, da Turquia, da Argentina, do Canadá, do Chile e do México. Os maiores decréscimos couberam a Angola, à China, ao Líbano, a Ghana, à Arábia Saudita, a Taiwan, a Gibraltar, ao Irão, ao Bahrein e ao Brasil.

3.2 - Importações
Em 2018, no período em análise, as importações (chegadas) com origem na UE, que representaram 75,2% do total (76,1% no mesmo período de 2017), registaram um acréscimo de +6,6% e contribuíram com +5,0 p.p. para uma taxa de crescimento global de +7,8%.

As importações com origem no espaço extracomunitário registaram um acréscimo de +11,9%, representando 24,8% do total em 2018 (23,9% em 2017), com um contributo para o crescimento de +2,8 p.p..
Os principais mercados de origem das importações em 2018 foram a Espanha (31,2%), a Alemanha (13,7%) e a França (7,5%). Seguiram-se a Itália (5,3%), os Países Baixos (5,2%), a China (3,1%), a Bélgica (2,8%), o Reino Unido (2,5%), EUA e a Federação Russa (1,7% cada), e o Brasil (1,4%), países que representaram no seu conjunto 76,1% das nossas importações totais.

Entre os maiores contributos positivos para o crescimento das importações (+7,8%) destacam-se a Espanha (+1,6 p.p.), a Alemanha (+1,2 p.p.), a França e o Cazaquistáo (+0,7 p.p. cada), seguidos dos EUA e China (+0,4 p.p. cada), da Bélgica, Itália, Países Baixos, Argélia, Turquia e Azerbaijão (todos com +0,3 p.p.).

Por sua vez, os maiores contributos negativos couberam a Singapura (-0,6 p.p.), à Federação Russa (-0,3 p.p.), ao Brasil (-0,3 p.p.) e à Colômbia (-0,1 p.p.).
Nas duas figuras seguintes relacionam-se os maiores acréscimos e decréscimos das importações com origem intracomunitária e nos países terceiros.


4 – Saldos da Balança Comercial
No período em análise, os maiores saldos positivos da balança comercial (Fob-Cif) couberam à França (+1402 milhões de Euros), ao Reino Unido (+1338) e  aos EUA (+1317 milhões). Seguiram-se Angola (+442 milhões) e Marrocos (+423 milhões de Euros).
O maior défice, a grande distância dos restantes, pertenceu a Espanha (-6248 milhões de Euros), seguido dos da Alemanha (‑2521 milhões), da China (-1225 milhões), dos Países Baixos (-1198 milhões), e da Itália (‑1136 milhões de Euros).

5 – Evolução por grupos de produtos
5.1 – Exportações
Os capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2/SH-2), foram aqui agregados em 11 grupos de produtos (ver Anexo). Os grupos com maior peso nas exportações de mercadorias em 2018, representando 80,3% do total no período em análise, foram “Máquinas, aparelhos e partes” (14,2% do total e TVH -1,4%), “Material de transporte terrestre e partes” (13,6% e TVH +36,0%), “Químicos” (12,1% e TVH +0,6%), “Agro-alimentares” (11,9% e TVH +4,6%) “Minérios e metais” (9,8% e TVH +8,2%), “Produtos acabados diversos” (9,4% e TVH +6,1%) e “Têxteis e vestuário” (9,3% e TVH + 2,1%).
Os maiores acréscimos, em Euros, ocorreram nos grupos “Material de transporte terrestre e partes” (+1,6 mil milhões de Euros), “Minérios e metais” (+325 milhões), “Energéticos” (+255 milhões), “Produtos acabados diversos” (+235 milhões), “Agro-alimentares” (+229 milhões) e “Madeira, cortiça e papel” (+170 milhões de Euros). Os decréscimos incidiram em “Máquinas, aparelhos e partes” (-89 milhões), “Aeronaves, embarcações e partes” (-59 milhões) e “Calçado, peles e couros” (-33 milhões).

5.2 – Importações
No mesmo período, os grupos de produtos com maior peso nas importações, representando 73,1% do total, foram “Máquinas, aparelhos e partes” (17,3%, com uma taxa de variação homóloga em valor de +9,9%), “Químicos” (16,2% do total e TVH de +8,0%), “Agro-alimentares” (14,8% e TVH de +2,9%), “Material de transporte terrestre e partes” (12,4% e TVH de +9,8%) e “Energéticos” (12,4% e TVH de +16,0%).
À excepção do grupo “Aeronaves, embarcações e partes”, que registou em 2018 uma quebra de -160 milhões de Euros face ao período homólogo do ano anterior, em todos os restantes se verificaram acréscimos nas importações, tendo ocorrido os mais significativos nos grupos “Energéticos” (+950 milhões de Euros), “Máquinas, aparelhos e partes” (+858 milhões), “Químicos” (+665 milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (+615 milhões) e “Minérios e metais” (+426 milhões de Euros). 

6 – Mercados por grupos de produtos
6.1 – Exportações
Entre os mercados de destino das exportações de mercadorias, a Espanha ocupou de Janeiro a Setembro de 2018 a primeira posição em 8 dos 11 grupos de produtos com 25,3% do total, ocorrendo as excepções nos grupos “Calçado, peles e couros” (4ª posição, depois da França, Alemanha e Países Baixos), “Máquinas, aparelhos e partes” (2ª posição, depois da Alemanha) e “Aeronaves, embarcações e partes” (4ª posição, antecedida do Brasil,  EUA e França).

Seguiram-se no “ranking” a França (12,7%), a Alemanha (11,7%), o Reino Unido (6,2%), os EUA (5,2%), a Itália (4,1%), os Países Baixos (3,9%), Angola (2,6%), a Bélgica (2,4%), e o Brasil (1,4%). Estes dez países cobriram 75,4% das exportações totais.
6.2 – Importações


Nesta vertente do comércio internacional, a Espanha ocupou o primeiro lugar em nove dos onze grupos de produtos, com 31,2% do total, sendo as excepções os grupos “Máquinas, aparelhos e partes” (2ª posição, depois da Alemanha) e “Aeronaves, embarcações e partes” (5º lugar, antecedida da Alemanha, dos EUA, da França e dos Países Baixos).
Seguiram-se a Alemanha (13,7%), a França (7,5%), a Itália (5,3%), os Países Baixos (5,2%), a China (3,1%), a Bélgica (2,8%), o Reino Unido (2,5%), os EUA e a Rússia (1,7% cada).
Estes dez países cobriram 74,7% das importações totais.

Alcochete, 13 de Novembro de 2018.


domingo, 11 de novembro de 2018

Exportação de mobiliário (2013 a 2017)


Exportação portuguesa de mobiliário
(2013 a 2017)

( disponível para download  >> aqui )


1 - Nota introdutória
O termo ‘mobiliário’ é habitualmente associado, entre nós, ao tradicional mobiliário integralmente de madeira. Neste trabalho vai analisar-se não só a exportação portuguesa de mobiliário de madeira, mas também de mobiliário de metal, ou com armação metálica, e outra, como de bambu, de rotim (junco), de vime ou de plástico.
As exportações destes tipos de produtos, hoje mais orientados para um ‘design’ apelativo, registaram no passado recente um notável incremento, também fruto da crise que atingiu o mercado interno do país.
De acordo com dados de base disponíveis na base de dados do “International Trade Centre” (ITC), o principal exportador mundial de mobiliário em 2017 foi a China (30,8% do Total), seguida da Alemanha (7,5%), da Itália (6,6%), da Polónia (6,3%), dos EUA (4,8%) e do México (também 4,8%).

De acordo com a mesma fonte, nesse ano o peso de Portugal terá sido de 1,1%. Considerando os dados de base da exportação (Fob) calculados pelo “Instituto Nacional de Estatística” (INE), as percentagens anuais são coincidentes no período em análise.

2 – Exportações de mobiliário de 2013 a 2017
Em 2017 estas exportações totalizaram 1,6 mil milhões de Euros, cabendo 42,8% deste valor ao “Mobiliário de madeira”, 6,5% ao “Mobiliário de metal” (ou com armação de metal)  e 50,7% ao “Outro mobiliário”.

Ao longo dos últimos cinco anos as exportações deste conjunto de produtos cresceram sustentadamente à taxa média anual de +9,4%, cabendo ao “Mobiliário de madeiral” um contributo de +5,8%, ao “Mobiliário de metal” +1,8% e ao “Outro mobiliário” +14,3%.


3 – Mercados Intra e Extra-comunitário
Entre 2013 e 2017 mais de 80% das exportações de mobiliário destinaram-se ao espaço Intra-comunitário, tendo o seu peso aumentado de 81,1%, em 2013, para cerca de 87% nos dois últimos anos.

4 – Exportação de mobiliário de madeira
4.1 – Desagregação por produtos


4.2 – Mercados de destino




5 – Exportação de mobiliário de metal
5.1 – Desagregação por produtos


5.2 – Mercados de destino




6 – Exportação de outro mobiliário
6.1 – Desagregação por produtos



6.2 – Mercados de destino







     
       Alcochete, 9 de Novembro de 2018.




quinta-feira, 1 de novembro de 2018

Comércio internacional no âmbito dos PALOP - 2013-2017


Comércio internacional de mercadorias
no âmbito dos
Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa
(PALOP)
(2013-2017)

( disponível para download  >> aqui )


1 - Nota introdutória
Os cinco Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), ocupam uma superfície de mais de 2 milhões de quilómetros quadrados no continente, com uma população superior a 60 milhões de habitantes. Sendo o comércio internacional um importante vector de desenvolvimento, pretende-se neste trabalho analisar as características das trocas comerciais de cada um destes países com o exterior, com o objectivo último de identificar possíveis vias de intensificação das trocas no interior do espaço lusófono africano e com Portugal. 

2 – Intersecção dos PALOP com organizações regionais
A dispersão destes países pela África subsariana e a sua inserção em diversas organizações regionais de âmbito económico, pode potenciar o incremento das trocas comerciais não só dos seus intervenientes mas também, por seu intermédio, dos restantes PALOP.
Das quatro organizações seguintes, a “Comunidade para o desenvolvimento da África Austral” (SADC), onde se insere Angola e Moçambique, é a que envolve um maior volume de negócios, já que integra a África do Sul, a economia mais desenvolvida da África austral.  




3 – Balança comercial de mercadorias dos PALOP face ao mundo

Relativamente aos dados da Guiné-Bissau, de assinalar que a base de dados do “International Trade Centre” (ITC), utilizada neste trabalho, apenas disponibiliza, de momento, dados para o ano de 2017 e, relativamente aos dados de exportação, apenas para uma única posição pautal (essencialmente castanha de cajú). Por esse motivo se recorreu a dados veiculados pela “European Comission–DGTrade”, de fonte IMF, algo desfasados dos anteriores para 2017 (248,0 milhões de Euros, em lugar de 156,5 milhões, na importação, e 338,0 milhões de Euros em vez de 167,5 milhões, do lado da exportação).
4 - Principais mercados de origem e de destino
      do comércio externo dos PALOP 

Dos quadros seguintes constam os 10 principais mercados de origem e de destino do comércio externo para cada um dos PALOP, de acordo com estatísticas constantes da base de dados do “International Trade Centre” (ITC) para 2017, excepto no caso de Angola, que se reportam a 2015, os últimos dados disponíveis por mercados.

5 – Importações e exportações dos PALOP
       por grupos de produtos 

Seguem-se quadros com as importações e exportações em valor de cada um dos países  e respectiva estrutura em percentagem, por grupos de produtos (ver em quadro anexo a definição do conteúdo dos grupos).
5.1 - Importações

Em 2017, os grupos de produtos dominantes em Angola foram: “Máquinas e aparelhos” (23,4%), principalmente partes de guindastes e outras máquinas elevatórias, torneiras e válvulas, fios e cabos eléctricos e grupos electrogéneos ; “Agro-alimentares” (22,3%), como miudezas de aves, açúcar, óleo de palma, farinhas de trigo ou mistura de trigo e centeio, arroz e óleo de soja; “Químicos” (11,7%), com destaque para os medicamentos, embalagens, rolhas e cápsulas de plástico, sabão e outros produtos de lavagem, artefactos para construções em plástico, aglutinantes para moldes ou núcleos de fundição, insecticidas, fungicidas e herbicidas, entre outros.
Em Moçambique prevaleceram os grupos: “Energéticos” (22,4%), principalmente refinados do petróleo; “Minérios e metais” (15,9%), com destaque para o alumínio em formas brutas, cimento e construções em ferro ou aço;  “Agro-alimentares” (14,8%), principalmente arroz, trigo e mistura de trigo e centeio, peixe congelado e milho; “Máquinas e aparelhos” (14,7%), como aparelhos telefónicos e de telecomunicação, máquinas de obras públicas e partes de macacos, guindastes e outras máquinas elevatórias; “Químicos” (12,2%), principalmente medicamentos, pneus e reagentes de diagnóstico ou de laboratório.
Em Cabo Verde destacaram-se os grupos: “Agro-alimentares” (30,3%), principalmente arroz, leite, miudezas de aves, açúcar, cerveja e preparações alimentícias diversas; “Máquinas e aparelhos” (17,4%), como aparelhos telefónicos e de telecomunicação, máquinas automáticas para processamento de dados, motores e máquinas motrizes; “Energéticos” (10,1%), principalmente refinados de petróleo.
Na Guiné-Bissau predominaram os grupos: “Agro-alimentares” (46,1%), principalmente arroz, farinha de trigo ou mistura de trigo e centeio, vinho e bebidas fermentadas, águas minerais ou gaseificadas e outras bebidas não alcoólicas, óleo de soja, miudezas de aves, ovos e açúcar; “Minérios e metais” (19,0%), com destaque para as construções em ferro ou aço e cimento; “Energéticos” (15,1%), designadamente refinados do petróleo.
Em São Tomé e Príncipe sobressaíram os grupos: “Agro-alimentares” (29,8%), como arroz, óleo de soja, vinho, farinhas de trigo e trigo com centeio, águas minerais ou gaseificadas e bebidas não alcoólicas, miudezas de aves, açúcar, preparados para alimentação animal, leite e cerveja; “Energéticos” (19,4%), essencialmente produtos refinados do petróleo; “Máquinas e aparelhos” (19,0%), como grupos electrogéneos, aparelhos telefónicos e de telecomunicação, aparelhos mecânicos diversos com função própria, fios e cabos eléctricos.

5.2 - Exportações

Mais de 90% das exportações de Angola em 2017 incidiram no grupo “Energéticos”, essencialmente petróleo bruto e gás, seguidas das do grupo “Minérios e metais” (7,2%), com destaque para os diamantes.
Em Moçambique predominaram os fornecimentos dos grupos: “Energéticos” (51,8%), como carvão, gás e energia eléctrica; “Minérios e metais” (33,0%), principalmente alumínio em formas brutas, barras, perfis e fios, minérios de titânio e pedras preciosas e semi-preciosas; “Agro-alimentares”, principalmente tabaco não manufacturado.
Nas exportações de Cabo Verde, no mesmo ano, prevaleceram as dos grupos: “Agro-alimentares” (77,3%), como conservas de peixe, peixe congelado, moluscos, álcool etílico e farinhas; “Têxteis e vestuário” (13,0%), principalmente vestuário para homem; “Calçado, peles e couros” (7,5%), designadamente partes de calçado.
As exportações da Guiné-Bissau centraram-se no grupo “Agro-alimentares”, quase exclusivamente constituídas por castanha de cajú, de que o país é um dos maiores produtores e exportadores mundiais.
Por fim, em São Tomé e Príncipe destacam-se as exportações do grupo “Agro-alimentares” (85,4% das exportações totais), constituídas principalmente por cacau. 

6 – Peso dos PALOP na importação 
      e na exportação portuguesa
O peso do conjunto dos PALOP na importação portuguesa ao longo dos últimos cinco anos desceu de 4,7% para apenas 0,5%.

Na vertente da exportação assistiu-se, após uma estabilização em 8,0% do Total em 2013 e 2014, a uma descida nos dois anos seguintes, situando-se em 4,2% em 2016, a que se seguiu uma pequena recuperação no ano seguinte, 4,3%.

No quadro seguinte pode observar-se o peso destes países africanos na exportação portuguesa para o Mundo, para o total dos países terceiros e para o conjunto dos PALOP, no período 2013-2017 e no período de Janeiro a Agosto de 2017-2018.

7 – Importações e exportações entre Portugal e os PALOP 
       por grupos de produtos

7.1 - Importações

Em 2017, o grupo de produtos dominante nas importações portuguesas originárias de Angola foi o grupo “Energéticos” (90,8% do total), essencialmente constituído por petróleo bruto.
Em Moçambique, no mesmo ano, predominou o grupo “Agro-alimentares” (95,7%), com destaque para crustáceos e açúcar.
Nas importações provenientes de Cabo Verde destacaram-se os grupos: “Têxteis e vestuário” (37,8%), principalmente vestuário para homem; “Calçado, peles e couros” (22,6%), designadamente partes de calçado; “Agro-alimentares” (16,6%), principalmente moluscos; “Máquinas, aparelhos e partes” (14,2%), como partes de máquinas e aparelhos de terraplanagem ou escavação, de guinchos, cabrestantes, talhas e cadernais.
Da Guiné-Bissau importaram-se em 2017 principalmente: produtos “Agro-alimentares” (84,6% do total), como castanha de cajú, sucos e extratos vegetais; “Minérios e metais” (13,3%), com destaque para os desperdícios e resíduos de ferro ou aço.
Nas importações de S.Tomé e Príncipe predominaram os grupos: “Minérios e metais” (79,7%), designadamente desperdícios e resíduos de ferro, aço, cobre e alumínio; “Agro-alimentares” (9,4%), essencialmente cacau; “Máquinas, aparelhos e partes” (9,4%), principalmente desperdícios de pilhas e baterias, computadores e unidades de memória, suportes magnéticos para gravação de som e bombas para líquidos.
7.2 - Exportações

Em Angola, na vertente das exportações, destacaram-se os grupos: “Agro-alimentares” (26,8%), principalmente óleo de soja, vinho e enchidos; “Máquinas, aparelhos e partes” (24,5%), com destaque para os quadros eléctricos, aparelhos telefónicos e de telecomunuicação, transformadores, fios e cabos eléctricos, grupos electrogéneos, refrigeradores e congeladores e máquinas automáticas para processamento de dados; “Químicos” (17,9%), como medicamentos, sabões e produtos tensoactivos, entre outros; “Produtos acabados diversos” (10,8%),  principalmente móveis, aparelhos de iluminação e assentos mesmo transformáveis em camas, entre muitos outros.

As exportações para Moçambique incidiram maioritariamente nos grupos: “Máquinas, aparelhos e partes” (29,5%), principalmente transformadores, fios e cabos eléctricos, aparelhos telefónicos e de telecomunicação, quadros eléctricos, aparelhos para ligação, seccionamento e protecção de circuitos eléctricos, refrigeradores, congeladores e aparelhos de ar condicionado; “Químicos” (16,9%), com destaque para os reagentes de diagnóstico e de laboratório e medicamentos; “Agro-alimentares” (14,3%), como conservas de peixe, azeite de oliveira, vinho e cerveja; “Produtos acabados diversos” (11,8%), principalmente móveis, ladrilhos de cerâmica, aparelhos de iluminação e assentos, mesmo transformáveis em camas; “Minérios e metais” (10,8%), como construções metálicas, caixilhos portas e janelas, de ferro ou aço; “Madeira, cortiça e papel” (10,2%), principalmente livros, impressos e publicações, caixas e sacos de papel ou cartão.
Em Cabo Verde destacaram-se, em 2007, as exportações dos grupos: “Agro-alimentares” (28,0%), principalmente cerveja, leite, óleo de soja, azeite de oliveira, sumos de frutas, vinho e preparações alimentícias diversas; “Máquinas, aparelhos e partes” (19,2%), como centrifugadores, fios e cabos eléctricos, aparelhos telefónicos e de telecomunicação, refrigeradores e congeladores, quadros eléctricos, torneiras e válvulas, bombas para líquidos e máquinas automáticas para tratamento de informação; “Minérios e metais” (15,5%), como cimento, barras de ferro ou aço, construções metálicas, caixilhos portas e janelas, de ferro ou aço; “Químicos” (13,3%), principalmente medicamentos, tubos e acessórios de plástico; “Produtos acabados diversos” (10,2%), como móveis e ladrilhos de cerâmica.
No mesmo ano as exportações para a Guiné-Bissau incidiram principalmente no grupo “Energéticos” (41,8%), essencialmente constituídas por óleos de petróleo, seguido do grupo “Agro-alimentares” (26,2%), onde se destacaram a cerveja, águas minerais ou gaseificadas e bebidas não alcoólicas, óleo de soja, carnes e miudezas, ovos, leite, massas e outras preparações alimentícias.
Nas exportações para S.Tomé e Príncipe prevaleceram as dos grupos: “Agro-alimentares” (41,8%), como vinho, farinha de trigo ou de mistura de trigo e centeio, arroz, águas minerais ou gaseificadas e bebidas não alcoólicas, óleo de soja, leite, preparações alimentares para animais, carnes e miudezas, legumes de vagem secos, cerveja, massas alimentícias, enchidos e açúcar; “Máquinas, aparelhos e partes” (15,9%), como máquinas automáticas para processamento de dados e aparelhos telefónicos e de telecomunicação; “Químicos” (11,8%), principalmente sabões, medicamentos, pneus, tubos e acessórios de plástico, embalagens, rolhas e cápsulas de plástico; “Produtos acabados diversos” (10,3%), com destaque para os móveis e ladrilhos de cerâmica. 
Alcochete, 1 de Novembro de 2018.