Comércio Internacional
de mercadorias
- série mensal -
(Janeiro-Outubro 2024)
De acordo
com dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) para o período
de Janeiro a Outubro de 2023, em versão definitiva, e de 2024 em versão preliminar
com última actualização em 10 de Dezembro de 2024, as exportações de
mercadorias em 2024 cresceram, em termos homólogos, +3,6% (+2300 milhões de
Euros), a par de um acréscimo das importações de +1,4% (+1257 milhões).
A partir de Janeiro de 2021, nas estatísticas de base do INE foram
acrescentados, na sequência do “Brexit”, dois códigos de países, “XI-Reino
Unido (Irlanda do Norte)” e “XU-Reino Unido (não incluindo a Irlanda do
Norte)”, apresentando-se a zeros a posição pautal com o código “GB-Reino
Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte”. Nos quadros desta série mensal manteremos,
para já, este código GB, correspondente ao somatório dos valores dos dois
novos códigos.
As exportações
para o espaço comunitário (expedições), cujo total corresponde aqui aos actuais
27 membros, registaram no período em análise um acréscimo de +4,5% (+2056 milhões
de Euros), tendo as exportações para os Países Terceiros registado um acréscimo
de +1,3% (+244 milhões). Por sua vez, as importações com origem na UE
(chegadas) aumentaram +1,2% (+780 milhões) e as originárias dos Países
Terceiros cresceram +2,1% (+477 milhões de Euros).
O défice comercial externo (Fob-Cif), -4,5% face a
2023, situou-se em -22374 milhões de Euros (inferior em 1043 milhões ao do ano
anterior), a que correspondeu um desagravamento de 1276 milhões no comércio
intracomunitário e um agravamento de 233 milhões no extracomunitário. Em termos globais, o grau de cobertura (Fob/Cif)
das importações pelas exportações subiu de 73,4%, em 2023, para 74,9%, em 2024.
A variação do preço de
importação do petróleo repercute-se no valor das exportações de produtos “Energéticos”,
com reflexo no comportamento da Balança Comercial. No período de Janeiro a Outubro
o valor médio de importação do petróleo bruto desceu ligeiramente de 581 Euros/Ton,
em 2023, para 578 Euros/Ton, em 2024.
Para
além da variação da cotação internacional do barril de petróleo, medida em
dólares, a variação da cotação do dólar face ao Euro é também um dos factores determinantes
da evolução do seu preço em Euros (o gráfico inclui já a cotação média do mês
de Novembro).
Se excluirmos do total das
importações e das exportações o conjunto dos produtos “Energéticos” (Capº 27 da NC), que pesou 10,9% no total das
importações em 2024 e 7,1% nas exportações, o grau de cobertura (Fob/Cif) das
importações pelas exportações sobe, em 2024, de 74,9% no comércio global, para 78,1%.
2 – Evolução mensal
3 – Mercados de destino e de origem
3.1 - Exportações
Em 2024, no período em
análise, as exportações para a UE (expedições), que representaram 71,1% do Total,
cresceram +4,5%, contribuindo com +3,2 pontos percentuais (p.p.) para uma taxa
de ‘crescimento’ global de +3,6%. As
exportações para o espaço extracomunitário, 28,9% do Total, cresceram +1,3%,
contribuindo com +0,4 p.p. para a taxa de variação global.
Os dez principais
destinos das exportações foram a Espanha (25,7%), a Alemanha (12,5%), a França
(12,2%), os EUA (6,8%), o Reino Unido/Irl.NT (4,5%), a Itália (4,4%), os Países
Baixos (3,6%), a Bélgica (2,6%), a Polónia e Marrocos (1,5% cada), destinos que
representaram 75,3% do Total.
Angola, o terceiro principal mercado
entre os países terceiros, depois dos EUA e do Reino Unido, registou no período
em análise um decréscimo de -20,3% nas nossas exportações (-220,3 milhões de
Euros). À excepção do grupo “Energéticos” (+6,3 milhões de Euros), ocorreram
decréscimos em todos os restantes grupos de produtos, tendo as maiores quebras
incidido nos grupos “Máquinas, aparelhos e partes” (-102,9 milhões de
Euros), “Produtos acabados diversos” (-37,2 milhões), “Agro-alimentares”
(‑26,0 milhões), Químicos (-21,9 milhões), “Minérios e metais” (-11,8 milhões) e “Material de transporte
terrestre e partes” (-10,7 milhões). Seguiram-se os grupos “Madeira,
cortiça e papel” (‑6,0 milhões), “Têxteis e vestuário” (-4,5
milhões) “Aeronaves, embarcações e partes” (-3,8 milhões) e “Calçado,
peles e couros” (-1,8 milhões de Euros).
Entre os
principais destinos, os maiores contributos negativos para a taxa de
variação homóloga de +3,6% couberam a França (-0,6 p.p.), Angola e Turquia (-0,3
p.p. cada), China e Prov. Bordo Intra-UE (-0,2 p.p. cada), Roménia, Irlanda e Eslováquia
(-0,1 p.p. cada).
Os maiores contributos positivos pertenceram à Alemanha
(+2,1 p.p.), Espanha (+1,0 p.p.), EUA (+0,5 p.p.), Itália e Gibraltar (+0,3
p.p. cada), Marrocos, Finlândia e Brasil
(+0,2 p.p. cada), Bélgica e Dinamarca (+0,1 p.p. cada).
Os
maiores acréscimos nas expedições
para o espaço comunitário incidiram na
Alemanha, Espanha, Itália, Finlândia, Bélgica, Dinamarca, República Checa,
Países Baixos, Suécia e Polónia. Os maiores decréscimos ocorreram em
França, Provisões de Bordo, Roménia, Irlanda, Eslováquia, Bulgária e Lituânia.
No conjunto dos Países Terceiros,
entre os maiores acréscimos nas exportações
destacaram-se os EUA, Gibraltar, Marrocos, Brasil, Egipto, Suíça, Cabo Verde, Ucrânia,
Ceuta e Argentina.
Entre os maiores decréscimos evidenciaram-se os do Reino Unido/Irl NT, Angola, Turquia,
China, Japão, Emiratos, Austrália, Panamá, Singapura e Provisões de Bordo.
3.2 – Importações
Em 2024,
no período em análise, as chegadas de mercadorias com origem na UE, que
representaram 74,0% do total, registaram um acréscimo de +1,2% e uma contribuição
de +0,9 p.p. para uma taxa de variação homóloga global de +1,4%.
As
importações com origem no espaço extracomunitário registaram no mesmo período um
acréscimo de +2,1% representando 26,0% do total, com um contributo para o ‘crescimento’
global de +0,5 p.p..
Os
principais mercados de origem das importações em 2024 foram a Espanha (32,9% do
Total), seguida da Alemanha (11,5%), da França (7,1%), dos Países Baixos (5,6%),
da Itália (5,2%), da China (4,9%), do Brasil (3,6%), da Bélgica (3,1%), dos EUA
(2,2%) e da Polónia (1,7%).
Estes países representaram, no
seu conjunto, 77,7% do total das importações.
Entre os contributos
positivos para a taxa de variação homóloga das importações no período em análise
(+1,4%) destacaram-se os da França (0,5 p.p.), do Azerbaijão (+0,4 p.p.), da
Turquia, Itália e Alemanha (+0,3 p.p. cada), dos Países Baixos e Argélia (+0,2
p.p. cada), da Áustria, Taiwan e Arábia Saudita (+0,1 p.p. cada).
Os principais contributos
negativos incidiram na Polónia, Espanha e Irlanda (-0,2 p.p. cada), no Brasil
e Nigéria (-0,1 p.p. cada).
Nas duas figuras seguintes relacionam-se os maiores
acréscimos e decréscimos do valor das chegadas com origem intracomunitária e das
importações dos Países Terceiros, entre o período de Janeiro a Outubro de 2024
e de 2023.
4 – Saldos da Balança Comercial
No
período de Janeiro a Outubro de 2024 os maiores saldos positivos da
balança comercial (Fob-Cif) couberam aos EUA (+2598 milhões de Euros), Reino
Unido/Irl. NT (+2024 milhões), França (+1832 milhões), Angola (770 milhões) e
Marrocos (546 milhões). O maior défice, a grande distância dos restantes
coube a Espanha (-12156 milhões de Euros), seguida da China (-3837
milhões), Países Baixos (-2554 milhões), Brasil (-2249 milhões) e Alemanha (‑1928
milhões).
5 – Evolução por grupos de produtos
5.1 – Exportações
Os
capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2
Ξ SH-2), foram aqui agregados em 11 grupos de produtos (ver ANEXO).
Em 2024,
os grupos de produtos que detiveram maior peso na estrutura foram “Máquinas,
aparelhos e partes” (14,9% do Total e -15
milhões face ao ano anterior), “Químicos” (14,7% e +1095 milhões de
Euros), “Agro-alimentares” (14,4% e +889
milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (11,9% e -197 milhões), “Minérios e metais” (10,0% e +138
milhões) e “Produtos acabados diversos” (9,6% e ‑12
milhões de Euros).
Seguiram-se
os grupos “Têxteis e vestuário” (7,2% e -196 milhões),
“Energéticos” (7,1% e +547 milhões), “Madeira cortiça e papel” (6,8%
e +103 milhões), “Calçado, peles e couros” (2,9% e -100 milhões) e “Aeronaves, embarcações e partes”
(0,6% e +48 milhões de
Euros).
5.2 – Importações
No período em análise de 2024
os grupos de produtos com maior peso nas importações foram “Máquinas, aparelhos e partes” (18,1% e +497 milhões de Euros), “Químicos”
(17,4% e +353 milhões), “Agro-alimentares”
(15,8% e +364 milhões), “Material de
transporte terrestre e partes” (12,1% e +430 milhões) e “Energéticos” (10,9% e ‑818 milhões de Euros).
Seguiram-se os grupos “Minérios
e metais” (8,9% e +3 milhões), “Produtos
acabados diversos” (6,1% e +190 milhões), “Têxteis e vestuário” (4,9%
e +1 milhões), Madeira, cortiça e papel”
(2,9% e -68 milhões), “Calçado, peles e
couros” (1,8% e +78 milhões) e “Aeronaves. embarcações e partes” (1,0%
e +227 milhões de Euros).
6 – Mercados por grupos de produtos
6.1 – Exportações
Entre os mercados de destino,
a Espanha ocupou em 2024 a primeira posição em 7 dos 11 grupos de produtos com 25,7%
do total, ocorrendo as excepções nos grupos “Energéticos” (3ª posição,
depois dos EUA e das Previsões de Bordo para países terceiros), “Calçado, peles e couros” (3ª posição,
depois da França e da Alemanha), “Máquinas,
aparelhos e partes” (2ª posição, depois da Alemanha) e “Aeronaves, embarcações e partes” (4ª posição, precedida do Brasil França
e EUA).
Seguiram-se
no “ranking” a Alemanha (12,5%), a
França (12,2%), os EUA (6,8%), a Itália (4,4%), o Reino Unido/Irl.NT e Países
Baixos (3,6% cada), a Bélgica (2,6%), a Polónia e Marrocos (1,5% cada).
Estes dez destinos representaram
74,4% da exportação total.
6.2 – Importações
Na
vertente das importações, a Espanha ocupou o primeiro lugar em dez dos onze
grupos de produtos, com 32,9% do total.
A excepção foi o grupo “Aeronaves,
embarcações e partes” (4º lugar, depois da França, Brasil e Áustria).
Seguiram-se,
no “ranking”, a Alemanha (11,5%),
França (7,1%), Países Baixos (5,6%), Itália
(5,2%), China (4,9%), Brasil (3,4%), Bélgica (3,1%), EUA (2,2%) e Polónia (1,7%).
Estes dez países cobriram 77,5%
da importação total.
7 – Valor dos grupos de produtos das exportações em 2024 face a 2023, por meses homólogos não acumulados
Alcochete, 12 de Dezembro de 2024.
ANEXO