sexta-feira, 13 de dezembro de 2024

Comércio Internacional de Mercadorias - Série Mensal - Outubro 2024

 

Comércio Internacional 
de mercadorias
- série mensal -
(Janeiro-Outubro 2024)

( disponível para download  >> aqui )


1 - Balança comercial

De acordo com dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) para o período de Janeiro a Outubro de 2023, em versão definitiva, e de 2024 em versão preliminar com última actualização em 10 de Dezembro de 2024, as exportações de mercadorias em 2024 cresceram, em termos homólogos, +3,6% (+2300 milhões de Euros), a par de um acréscimo das importações de +1,4% (+1257 milhões). 

A partir de Janeiro de 2021, nas estatísticas de base do INE foram acrescentados, na sequência do “Brexit”, dois códigos de países, “XI-Reino Unido (Irlanda do Norte)” e “XU-Reino Unido (não incluindo a Irlanda do Norte)”, apresentando-se a zeros a posição pautal com o código “GB-Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte”. Nos quadros desta série mensal manteremos, para já, este código GB, correspondente ao somatório dos valores dos dois novos códigos.

As exportações para o espaço comunitário (expedições), cujo total corresponde aqui aos actuais 27 membros, registaram no período em análise um acréscimo de +4,5% (+2056 milhões de Euros), tendo as exportações para os Países Terceiros registado um acréscimo de +1,3% (+244 milhões). Por sua vez, as importações com origem na UE (chegadas) aumentaram +1,2% (+780 milhões) e as originárias dos Países Terceiros cresceram +2,1% (+477 milhões de Euros). 

O défice comercial externo (Fob-Cif), -4,5% face a 2023, situou-se em -22374 milhões de Euros (inferior em 1043 milhões ao do ano anterior), a que correspondeu um desagravamento de 1276 milhões no comércio intracomunitário e um agravamento de 233 milhões no extracomunitário. Em termos globais, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações subiu de 73,4%, em 2023, para 74,9%, em 2024.

A variação do preço de importação do petróleo repercute-se no valor das exportações de produtos “Energéticos”, com reflexo no comportamento da Balança Comercial. No período de Janeiro a Outubro o valor médio de importação do petróleo bruto desceu ligeiramente de 581 Euros/Ton, em 2023, para 578 Euros/Ton, em 2024. 

Para além da variação da cotação internacional do barril de petróleo, medida em dólares, a variação da cotação do dólar face ao Euro é também um dos factores determinantes da evolução do seu preço em Euros (o gráfico inclui já a cotação média do mês de Novembro).

Se excluirmos do total das importações e das exportações o conjunto dos produtos “Energéticos” (Capº 27 da NC), que pesou 10,9% no total das importações em 2024 e 7,1% nas exportações, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações sobe, em 2024, de 74,9% no comércio global, para 78,1%.

2 – Evolução mensal

3 – Mercados de destino e de origem

3.1 - Exportações

Em 2024, no período em análise, as exportações para a UE (expedições), que representaram 71,1% do Total, cresceram +4,5%, contribuindo com +3,2 pontos percentuais (p.p.) para uma taxa de ‘crescimento’ global de +3,6%. As exportações para o espaço extracomunitário, 28,9% do Total, cresceram +1,3%, contribuindo com +0,4 p.p. para a taxa de variação global.

Os dez principais destinos das exportações foram a Espanha (25,7%), a Alemanha (12,5%), a França (12,2%), os EUA (6,8%), o Reino Unido/Irl.NT (4,5%), a Itália (4,4%), os Países Baixos (3,6%), a Bélgica (2,6%), a Polónia e Marrocos (1,5% cada), destinos que representaram 75,3% do Total.

Angola, o terceiro principal mercado entre os países terceiros, depois dos EUA e do Reino Unido, registou no período em análise um decréscimo de -20,3% nas nossas exportações (-220,3 milhões de Euros). À excepção do grupo “Energéticos” (+6,3 milhões de Euros), ocorreram decréscimos em todos os restantes grupos de produtos, tendo as maiores quebras incidido nos grupos “Máquinas, aparelhos e partes” (-102,9 milhões de Euros), “Produtos acabados diversos” (-37,2 milhões), “Agro-alimentares” (‑26,0 milhões), Químicos (-21,9 milhões), “Minérios e metais” (-11,8 milhões) e “Material de transporte terrestre e partes” (-10,7 milhões). Seguiram-se os grupos “Madeira, cortiça e papel” (‑6,0 milhões), “Têxteis e vestuário” (-4,5 milhões) “Aeronaves, embarcações e partes” (-3,8 milhões) e “Calçado, peles e couros” (-1,8 milhões de Euros).

Entre os principais destinos, os maiores contributos negativos para a taxa de variação homóloga de +3,6% couberam a França (-0,6 p.p.), Angola e Turquia (-0,3 p.p. cada), China e Prov. Bordo Intra-UE (­-0,2 p.p. cada), Roménia, Irlanda e Eslováquia (-0,1 p.p. cada).

Os maiores contributos positivos pertenceram à Alemanha (+2,1 p.p.), Espanha (+1,0 p.p.), EUA (+0,5 p.p.), Itália e Gibraltar (+0,3 p.p. cada), Marrocos, Finlândia  e Brasil (+0,2 p.p. cada), Bélgica e Dinamarca (+0,1 p.p. cada).

Os maiores acréscimos nas expedições para o espaço comunitário incidiram na Alemanha, Espanha, Itália, Finlândia, Bélgica, Dinamarca, República Checa, Países Baixos, Suécia e Polónia. Os maiores decréscimos ocorreram em França, Provisões de Bordo, Roménia, Irlanda, Eslováquia, Bulgária e Lituânia.


No conjunto dos Países Terceiros, entre os maiores acréscimos nas exportações destacaram-se os EUA, Gibraltar, Marrocos, Brasil, Egipto, Suíça, Cabo Verde, Ucrânia, Ceuta e Argentina.

Entre os maiores decréscimos evidenciaram-se os do Reino Unido/Irl NT, Angola, Turquia, China, Japão, Emiratos, Austrália, Panamá, Singapura e Provisões de Bordo.

3.2 – Importações

Em 2024, no período em análise, as chegadas de mercadorias com origem na UE, que representaram 74,0% do total, registaram um acréscimo de +1,2% e uma contribuição de +0,9 p.p. para uma taxa de variação homóloga global de +1,4%.

As importações com origem no espaço extracomunitário registaram no mesmo período um acréscimo de +2,1% representando 26,0% do total, com um contributo para o ‘crescimento’ global de +0,5 p.p..

Os principais mercados de origem das importações em 2024 foram a Espanha (32,9% do Total), seguida da Alemanha (11,5%), da França (7,1%), dos Países Baixos (5,6%), da Itália (5,2%), da China (4,9%), do Brasil (3,6%), da Bélgica (3,1%), dos EUA (2,2%) e da Polónia (1,7%).

Estes países representaram, no seu conjunto, 77,7% do total das importações.

Entre os contributos positivos para a taxa de variação homóloga das importações no período em análise (+1,4%) destacaram-se os da França (0,5 p.p.), do Azerbaijão (+0,4 p.p.), da Turquia, Itália e Alemanha (+0,3 p.p. cada), dos Países Baixos e Argélia (+0,2 p.p. cada), da Áustria, Taiwan e Arábia Saudita (+0,1 p.p. cada).

Os principais contributos negativos incidiram na Polónia, Espanha e Irlanda (-0,2 p.p. cada), no Brasil e Nigéria (-0,1 p.p. cada).

Nas duas figuras seguintes relacionam-se os maiores acréscimos e decréscimos do valor das chegadas com origem intracomunitária e das importações dos Países Terceiros, entre o período de Janeiro a Outubro de 2024 e de 2023.


4 – Saldos da Balança Comercial        

No período de Janeiro a Outubro de 2024 os maiores saldos positivos da balança comercial (Fob-Cif) couberam aos EUA (+2598 milhões de Euros), Reino Unido/Irl. NT (+2024 milhões), França (+1832 milhões), Angola (770 milhões) e Marrocos (546 milhões). O maior défice, a grande distância dos restantes coube a Espanha (­­-12156 milhões de Euros), seguida da China (-3837 milhões), Países Baixos (-2554 milhões), Brasil (-2249 milhões) e Alemanha (‑1928 milhões).

5 – Evolução por grupos de produtos

5.1 – Exportações

Os capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2 Ξ SH-2), foram aqui agregados em 11 grupos de produtos (ver ANEXO).

Em 2024, os grupos de produtos que detiveram maior peso na estrutura foram “Máquinas, aparelhos e partes” (14,9% do Total e -15 milhões face ao ano anterior), “Químicos” (14,7% e +1095 milhões de Euros), “Agro-alimentares” (14,4% e +889 milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (11,9% e -197 milhões), “Minérios e metais” (10,0% e +138 milhões) e “Produtos acabados diversos” (9,6% e ‑12 milhões de Euros).

Seguiram-se os grupos “Têxteis e vestuário” (7,2% e -196 milhões), “Energéticos” (7,1% e +547 milhões), “Madeira cortiça e papel” (6,8% e +103 milhões), “Calçado, peles e couros” (2,9% e -100 milhões) e “Aeronaves, embarcações e partes” (0,6% e +48 milhões de Euros).

5.2 – Importações

No período em análise de 2024 os grupos de produtos com maior peso nas importações foram “Máquinas, aparelhos e partes” (18,1% e +497 milhões de Euros), “Químicos” (17,4% e +353 milhões), “Agro-alimentares” (15,8% e +364 milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (12,1% e +430 milhões) e “Energéticos” (10,9% e ‑818 milhões de Euros).

Seguiram-se os grupos “Minérios e metais” (8,9% e +3 milhões), “Produtos acabados diversos” (6,1% e +190 milhões), “Têxteis e vestuário” (4,9% e ­­­­+1 milhões), Madeira, cortiça e papel” (2,9% e -68 milhões), “Calçado, peles e couros” (1,8% e +78 milhões) e “Aeronaves. embarcações e partes” (1,0% e +227 milhões de Euros).

6 – Mercados por grupos de produtos

6.1 – Exportações

Entre os mercados de destino, a Espanha ocupou em 2024 a primeira posição em 7 dos 11 grupos de produtos com 25,7% do total, ocorrendo as excepções nos grupos “Energéticos” (3ª posição, depois dos EUA e das Previsões de Bordo para países terceiros), “Calçado, peles e couros” (3ª posição, depois da França e da Alemanha), “Máquinas, aparelhos e partes” (2ª posição, depois da Alemanha) e “Aeronaves, embarcações e partes” (4ª posição, precedida do Brasil França e EUA).

Seguiram-se no “ranking” a Alemanha (12,5%), a França (12,2%), os EUA (6,8%), a Itália (4,4%), o Reino Unido/Irl.NT e Países Baixos (3,6% cada), a Bélgica (2,6%), a Polónia e Marrocos  (1,5% cada).

Estes dez destinos representaram 74,4% da exportação total.

6.2 – Importações

Na vertente das importações, a Espanha ocupou o primeiro lugar em dez dos onze grupos de produtos, com 32,9% do total.

A excepção foi o grupo “Aeronaves, embarcações e partes” (4º lugar, depois da França, Brasil e Áustria).

Seguiram-se, no “ranking”, a Alemanha (11,5%), França (7,1%), Países Baixos  (5,6%), Itália (5,2%), China (4,9%), Brasil (3,4%), Bélgica (3,1%), EUA (2,2%) e Polónia (1,7%).

Estes dez países cobriram 77,5% da importação total.

 7 – Valor dos grupos de produtos das exportações em 2024                       face a 2023, por meses homólogos não acumulados


Alcochete, 12 de Dezembro de 2024.

 

ANEXO