quarta-feira, 29 de julho de 2020

Evolução mensal das exportações dos países comunitários nos primeiros meses de 2020


Evolução mensal 

das exportações globais 

de cada país comunitário

nos primeiros 4 ou 5 meses

de 2020 face a 2019

                                                                        ( disponível para download >> aqui )

1 - Nota introdutória

No período acumulado de Janeiro a Abril de 2020, de acordo com os dados de base disponíveis no portal do EUROSTAT em 29-07-2020, com última actualização em 16-07-2020, as exportações globais de mercadforias dos países comunitários só não decresceram em valor na Irlanda (+6,3%).

Portugal ocupou a oitava posição no “ranking” das maiores quebras (-12,5%), precedido da Espanha (‑12,8%), da Roménia (‑13,4%), da Finlândia (‑14,5%), da França e de Chipre (-16,7% cada), da Eslováquia (-16,8%) e do Luxemburgo (‑33,5%).

Com decréscimos ainda a dois dígitos seguiram-se a Itália (-11,8%), a República Checa (‑11,7%), a Hungria (-10,3%) e a Alemanha (-10,2%).


2 – Exportações globais mensais por meses não acumulados

Nos gráficos seguintes pode observar-se a evolução mensal da taxa de variação homóloga, por meses não acumulados, das exportações globais de cada um dos 27 estados-membros nos primeiros quatro ou cinco meses de 2020, face a 2019, de acordo com a informação disponível à data na base de dados do EUROSTAT.


Alcochete, 29 de Julho de 2020


quinta-feira, 23 de julho de 2020

Portugal no mundo do calçado - Comércio Internacional 2017-2019 e Jan-Mai 2020


Portugal no mundo do calçado
Comércio Internacional
2017-2019
Janeiro-Maio 2019-2020

 ( disponível para download >> aqui )

1 - Nota introdutória

As exportações portuguesas de calçado, sustentadamente crescentes desde o início da década de 80, atingindo 1,7 mil milhões de Euros em 2001, decresceram a partir de então, tendo-se mantido num patamar médio de 1,3 mil milhões entre 2005 e 2009.


A partir de 2009, assistiu-se a uma recuperação sustentada do crescimento destas exportações, que atingiram os 2 mil milhões de Euros em 2017, para decrescerem nos dois anos seguintes, tendo-se situado em 1,8 mil milhões de Euros em 2019.

Em 2019, o valor das importações de calçado, incluindo as matérias-primas, representou 46,5% das exportações.

O peso do calçado na exportação global, que em 2001 se situava em 6,3%, decresceu significativamente até 2007, mantendo-se num patamar em torno dos 4% até 2016, para voltar a decrescer a partir de então, representando 3,1% do Total em 2019, de acordo com os dados preliminares disponíveis.

Um dos objectivos deste trabalho é analisar a evolução do sector entre 2017 e 2019 e primeiros cinco meses de 2020.

2 –Os 25 maiores importadores mundiais de calçado

Da figura seguinte constam os vinte e cinco maiores importadores mundiais de calçado e as quotas de Portugal nos fornecimentos a cada um deles, com destaque para os Países Baixos, França, Espanha, Suécia, Alemanha, Reino Unido e Canadá.

Os valores das importações de cada país são os constantes das estatísticas do “International Trade Centre” (ITC), sendo as dos fornecimentos portugueses, por divergências por vezes grosseiras ao nível de país face às estatísticas nacionais, as constantes das estatísticas do INE, com as necessárias conversões de valores Fob a Cif por aplicação de um factor fixo (Cif-Fob 0,9533).

3 – Portugal face à exportação mundial de calçado

De acordo com dados do “International Trade Centre” (ITC), no período de 2014 a 2019 os principais exportadores mundiais de calçado foram dois países asiáticos, designadamente a China (incluindo Hong-Kong e Macau) e o Vietname, que representaram em conjunto cerca de metade da exportação mundial, respectivamente 33,2% e 16,5%, em 2019.

Seguiram-se, entre os principais exportadores, a Itália (8,0%), a Alemanha (5,9%), a Bélgica (4,3%), a França e a Indonésia (2,9% cada), os Países Baixos (2,7%), a Espanha (2,1%), a Índia (1,8%), o Reino Unido e a Polónia (1,6% cada) e Portugal (1,3%, contra 1,8% em 2014).

Com quotas inferiores a Portugal alinharam-se depois os EUA (1,1%), a Roménia (0,9%), o Camboja (0,8%) e o Bangladesh, Áustria, Brasil e Eslováquia (0,7% do Total cada).

Este conjunto de países representou 90,5% da exportação mundial de calçado em 2019.

Por tipos de calçado, as exportações dominantes reportam-se ao calçado com pelo menos a parte superior de couro (36,7% em 2019), seguidas das de calçado com a parte superior de matérias têxteis (29,4%), de calçado de borracha ou plástico (24,8%), das partes de calçado (5,9%), de outro calçado n.e. (2,1%) e de calçado impermeável de borracha ou plástico (1,0%).

Nos últimos seis anos, o peso relativo das exportações de calçado com a parte superior de couro e de calçado com a sola e parte superior de borracha ou plástico, excepto impermeável, no Total, registou um comportamento tendencialmente decrescente, respectivamente de 41,5% para 36,7% e de 28,5% para 24,8%, a que se contrapôs um crescimento sustentado do peso do calçado com a parte superior de têxteis, de 18,9% em 2014 para 29,4% em 2019.

4 – Quotas de Portugal e seus competidores no fornecimento de calçado de couro aos principais importadores da UE em 2019

Seis países comunitários, Alemanha, Itália, Bélgica, França, Países Baixos e Espanha, integram o grupo dos dez principais importadores mundiais de calçado de couro em 2019, o tipo de calçado com maior valor acrescentado, que em 2019 pesou mais de 40% do Total nas importações de calçado da União Europeia.

Nos quadros que se seguem, a partir de fonte EUROSTAT, encontram-se identificados os principais países fornecedores desses seis países no âmbito Intra e Extracomunitário, Portugal incluído, com representatividade sempre superior a 80% em cada um dos agrupamentos.

Para cada um destes países, para as oito posições pautais a seis dígitos da Nomenclatura em que se encontra desagregado este tipo de calçado, foi calculado o valor médio por unidade de peso praticado, em Euros/Kg por não se dispor, nesta fonte, de informação em unidades suplementares (pares), nos casos em que existe.

4.1 – Principais fornecedores






4.2 – Valor médio por unidade de peso

Em 2019, a exportação portuguesa de calçado com pelo menos a parte superior em couro, representou 85,3% do total do calçado. Nos quadros que se seguem, construídos a partir de dados de base do EUROSTAT, consta o valor médio por unidade deste calçado exportado para os seis importadores comunitários que integraram nesse ano a lista dos dez principais importadores mundiais de calçado, correspondente à média ponderada das oito posições pautais a seis dígitos em que se subdivide (ver descritivo em Anexo), por principais fornecedores Intra e Extra comunitários, incluindo Portugal, com uma representatividade sempre superior a 80%.






5 – Comércio Internacional português do calçado 2017-2019                               e Janeiro-Maio 2019-2020

5.1 – Balança Comercial

A Balança Comercial portuguesa do calçado é fortemente favorável, tanto no espaço Intracomunitário como no Extracomunitário.

Em termos globais, as importações cresceram sustentadamente ao longo dos três últimos anos, +2,8% em 2018 e +5,4% em 2019. Por sua vez as exportações registaram decréscimos sucessivos, -2,7% em 2018 e -5,5% em 2019, tanto do lado da UE como dos Países Terceiros.


Nos primeiros cinco meses de 2020, face ao mesmo período do ano anterior, as importações de calçado decresceram -27,4% e as exportações -20,5%. Estas descidas significativas incidiram tanto no comércio intracomunitário como no âmbito dos países terceiros, respectivamente -26,6% e -29,3% do lado das importações e -18,4% e -28,7% do lado das exportações.

5.2 – Importações por tipos de calçado

Entre 2017 e 2019 a importação portuguesa de calçado pesou 1,1% na importação global, tendo o seu peso descido para 0,9% nos primeiros cinco meses de 2020.

Por tipos de produtos, definidos a quatro dígitos da Nomenclatura Combinada em uso na União Europeia, coincidente até seis dígitos com o Sistema Harmonizado utilizado pela generalidade dos países, destaca-se a importação do calçado com pelo menos a parte superior em couro (29,5% em 2019 e 28,6% em Janeiro-Maio 2020), seguido do calçado com a parte superior em matérias têxteis (24,1% e 24,9% respectivamente), do calçado com a parte superior em borracha ou plástico (23,6% e 21,3%) e das partes de calçado (20,1% e 21,7%).

Com pesos pouco expressivos alinharam-se depois as importações de calçado não especificado e o calçado impermeável.

5.3 – Principais mercados de origem das importações de calçado

Nos últimos três anos e primeiros cinco meses de 2019 e 2020, os principais fornecedores de calçado a Portugal foram a Espanha, a China, a Bélgica, a Alemanha, a Itália, a França e os Países Baixos, conjunto de países que representou cerca de 80% do total. 


5.4 – Exportações por tipos de calçado

O peso do calçado no total das exportações decresceu sucessivamente de 3,6% do total em 2017 para 3,1% em 2019, situando-se em 2,7% nos primeiros cinco meses de 2020. 

Por tipos de produtos destaca-se, a muito grande distância dos restantes, a exportação de calçado com pelo menos a parte superior em couro (85,3% em 2019 e 83,4% em Janeiro-Maio 2020). Seguiu-se o calçado com a parte superior em borracha ou plástico (4,6% e 4,4% respectivamente), as partes de calçado (3,0% e 3,5%), o calçado com a parte superior em matérias têxteis (3,0% e 3,4%), o calçado não especificado (2,2% e 2,5%) e o calçado impermeável (2,0% e 2,9%).

5.5 – Principais mercados de destino das exportações de calçado

De 2017 a 2019 e primeiros cinco meses de 2019 e 2020, os principais destinos das exportações portuguesas de calçado foram a França, a Alemanha, os Países Baixos, a Espanha, o Reino Unido, a Dinamarca e os EUA, países que representaram nesse período cerca de 80% do total. Seguiram-se a Itália, a Bélgica, a Suécia, o Canadá, a China, a Polónia, a Rússia e a Suíça. Estes quinze países totalizam mais de 90% destas exportações.


Nas figuras seguintes encontra-se representado o ritmo de ‘crescimento’ das exportações para os dez principais mercados de destino do calçado em 2019, ao longo dos últimos cinco anos (2015=100).



5.6 – Índices de variação anual das exportações de calçado - 2019/2018

Foram calculados os índices de variação anual em preço, do tipo Paasche, para as exportações de calçado em 2019, a preços de 2018, desagregadas por seis tipos, a partir dos respectivos dados elementares a oito dígitos da Nomenclatura.

Estes índices de preço foram utilizados depois como deflatores dos índices de valor para o cálculo dos correspondentes índices de volume.

De acordo com os dados disponíveis, as exportações de calçado em 2019, face ao ano anterior, terão decrescido em valor -5,5% e -6,1% em volume, com o preço a aumentar +0,6%.

O único aumento em valor e volume, +4,7%, ocorreu na exportação de partes de calçado, com uma estagnação em preço.

O principal produto destas exportações, o calçado com pelo menos a parte superior de couro (mais de 85% do total nos dois anos), terá registado quebras de ‑5,6% em valor e -5,9% em volume, com o preço a aumentar +0,3%.

A única descida em preço entre as seis categorias de calçado verificou-se no calçado de borracha ou plástico, excepto impermeável (-4,2%).

O maior acréscimo em preço ocorreu na exportação do calçado com a parte superior de matérias têxteis (+20,3%).


Alcochete, 15 de Julho de 2020.

ANEXO



sexta-feira, 17 de julho de 2020

Acréscimos e decréscimos das exportações - Maio 2020


Acréscimos e decréscimos 
das exportações
por produtos e mercados
Evolução mensal
- Maio de 2020 -
 ( disponível para download >> aqui )

1 - Nota introdutória

Neste trabalho pretende-se analisar onde incidiram os maiores acréscimos e decréscimos nas exportações portuguesas de mercadorias, por produtos e por mercados, nos cinco primeiros meses de 2020, acumulados e não acumulados, face ao período homólogo de 2019. São para este fim utilizados dados de base divulgados no portal do Instituto Nacional de Estatística (INE), em versão preliminar para estes dois anos, com última actualização em 10 de Julho de 2020.

2 – Exportações no período acumulado de Janeiro a Maio de 2019 e 2020

Em 2020, no período acumulado de Janeiro a Maio, as exportações de mercadorias decresceram em valor -18,3% face a igual período do ano anterior (-4,7 mil milhões de Euros), abrangendo todos os grupos de produtos. O maior decréscimo, em Euros, incidiu no grupo “Material de transporte terrestre e partes” (‑1,4 mil milhões de Euros). Seguiram-se os grupos “Máquinas., aparelhos e partes” (-534 milhões), “Produtos acabados diversos” (‑531 milhões), “Minérios e metais” (-469 milhões), “Têxteis e vestuário” (-430 milhões), “Químicos” (-400 milhões), “Energéticos” (-347 milhões), “Madeira, cortiça e papel” (-187 milhões), “Calçado, peles e couros” (-179 milhões),   “Aeronaves, embarcações e partes” (-170 milhões) e “Agro-alimentares”  (-21 milhões de Euros). 

Considerando a partição entre espaço Intra-UE27 (Reino Unido excluído) e Extra-UE, verifica-se que no período em análise, no seio da Comunidade, as exportações, que representaram 70,8% do Total, decresceram -18,6% face ao mesmo período do ano anterior (‑3,4 mil milhões de Euros). Por sua vez, para fora da Comunidade as exportações registaram uma quebra de ‑17,5% (-1,3 mil milhões de Euros).

O Total do espaço Intracomunitário foi aqui calculado, para ambos os anos, por somatório dos valores dos actuais parceiros de Portugal (Reino Unido excluído), acrescido das provisões de bordo, países não determinados e confidencialidade, quando atribuídos à União Europeia.

Em termos globais, os maiores decréscimos couberam a Espanha (-1,2 mil milhões de Euros), Alemanha (-639 milhões), França (-590 milhões), Reino Unido (-403 milhões), Itália (-294 milhões), Países Baixos (-187 milhões), EUA (-183 milhões), Canadá (-163 milhões), Angola (-141 milhões), Marrocos (-109 milhões), Áustria (‑100 milhões) e Bélgica (-92 milhões de Euros).

O acréscimo mais significativo pertenceu à Irlanda (+41 milhões de Euros), seguida de Taiwan (+24 milhões), Ceuta e Japão (+20 milhões cada), Gibraltar (+17 milhões) e Suécia (+15 milhões).

3 – Exportações no mês de Maio de 2020 (não acumulado) face a 2019, por Grupos de Produtos

Os grupos de produtos com maior peso nas exportações portuguesas no mês de Maio de 2020 (ver definição do conteúdo dos grupos em Anexo), foram “Agro-alimentares” (16,2% do Total), “Máquinas, aparelhos e partes” (14,3%),  “Químicos” (14,0%), “Material de transporte terrestre e partes” (11,9%) e “Minérios e metais” (10,9%).

Seguiram-se os grupos “Produtos acabados diversos” (9,4%), “Têxteis e vestuário” (9,3%), “Madeira, cortiça e papel” (8,4%), “Calçado, peles e couros” (2,9%), “Energéticos” (1,7%) e “Aeronaves, embarcações e partes” (1,1%).

Os maiores decréscimos, face ao mês de Maio de 2019, ocorreram nos grupos “Material de transporte terrestre e partes” (-445 milhões de Euros), “Energéticos” (-370 milhões), “Máquinas, aparelhos e partes” (-274 milhões), “Produtos acabados diversos” (-223 milhões), “Químicos” (‑217 milhões), “Minérios e metais” (-154 milhões), “Têxteis e vestuário” (-153 milhões) e “Madeira, cortiça e papel” (-123 milhões).

Alinharam-se depois os grupos “Agro-alimentares” (‑89 milhões), “Calçado, peles e couros” (-76 milhões) e ”Aeronaves, embarcações e partes” (-63 milhões).

No quadro seguinte encontram-se relacionados, por grupos de produtos, os principais acréscimos e decréscimos verificados nas exportações de produtos definidos a dois dígitos da Nomenclatura Combinada (NC-2).

O grupo “Máquinas, aparelhos e partes”, o segundo grupo com maior peso entre os onze grupos considerados (14,3% do Total no mês de Maio de 2020), engloba máquinas e aparelhos mecânicos e eléctricos muito diversificados, encontrando-se no quadro seguinte os principais produtos desagregados a um nível mais fino da Nomenclatura (NC-4).


5 – Acréscimos e decréscimos das exportações por mercados de destino no período acumulado de Janeiro a Maio de 2020 face a 2019

Na figura seguinte encontram-se relacionados os mercados onde se registaram acréscimos e decréscimos superiores a 20 milhões de Euros no período de Janeiro a Maio de 2020, face a 2019, que representaram mais de 80% da exportação total.

Os principais decréscimos incidiram em Espanha (-1,2 mil milhões de Euros), na Alemanha (‑639 milhões), em França (-590 milhões) e no Reino Unido (-403 milhões). Seguiram-se a Itália (-294 milhões), os Países Baixos (‑187 milhões), os EUA (-183 milhões), o Canadá (-163 milhões), Angola (-141 milhões), Marrocos (-109 milhões) e a Áustria (‑100 milhões). Com valores entre -100 e -22 milhões de Euros alinharam-se depois a Bélgica, Polónia, China, Provisões de Bordo Extra, Eslovénia, Finlândia, Provisões de Boro Intra, Egipto, Grécia, México, África do Sul, Bulgária, Suíça, Eslovénia, Roménia, Noruega e Argélia.

Com acréscimos superiores a 20 milhões de Euros, apenas a Irlanda, Taiwan, Ceuta e o Japão.

Alcochete, 14 de Julho de 2020.

ANEXO


sábado, 11 de julho de 2020

Série Mensal - Janeiro-Maio 2020 - Comércio Internacional


Comércio Internacional de mercadorias
- Série mensal -
Janeiro a Maio de 2020 

( disponível para download  > aqui ) 

Nota introdutória

Na divulgação dos dados do Comércio Internacional para o mês de Maio de 2020, no portal do Instituto Nacional de Estatística, no Resumo da sua análise chama-se a atenção do utilizador para o seguinte:

“A informação deste destaque, respeitante a maio, reflete os efeitos da pandemia COVID-19, quer no comportamento da actividade económica, quer na quantidade de informação primária disponível na compilação dos resultados apresentados. Apelamos à melhor colaboração das empresas, das famílias e das entidades públicas, apesar das dificuldades, na resposta às solicitações do INE. A qualidade das estatísticas oficiais, particularmente a sua capacidade para identificar os impactos da pandemia COVID-19, depende crucialmente dessa colaboração, que o INE antecipadamente agradece.”

A análise que se segue reporta-se ao período acumulado de Janeiro a Maio, que estará assim afectada de alguma falta de informação.

1 - Balança comercial

De acordo com dados preliminares divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), com última actualização em 10 de Julho de 2020, no período acumulado de Janeiro a Maio de 2020, as exportações de mercadorias, face ao período homólogo do ano anterior, decresceram em valor ‑18,3% (-4,7 mil milhões de Euros), a par de uma quebra nas importações de -19,1% (-6,5 mil milhões).

Estas descidas reflectem quebras significativas verificadas nos meses de Março, Abril e Maio, respectivamente -12,0%, -39,5% e -40,2% na importação, e -13,0% e -40,1% e ‑39,0% na exportação, em termos homólogos.

As exportações para o espaço comunitário (expedições), cujo Total corresponde aqui ao somatório dos valores dos actuais 27 membros, incluindo provisões de bordo, países não determinados e confidencialidade (Reino Unido excluído), registaram uma quebra de -18,6% (‑3,4 mil milhões de Euros), tendo as exportações para os países terceiros decaído -17,5% (‑1,3 mil milhões). Por sua vez, as importações vindas da UE (chegadas) diminuiram –20,8% (-5,2 mil milhões), com as originárias dos países terceiros a decrescerem -14,3% (-1,3 mil milhões).

O défice comercial externo (Fob-Cif) decresceu -21,5% ao situar-se em -6,6 mil milhões de Euros (menos 1,8 mil milhões do que no ano anterior), a que correspondeu uma redução de 1,2 mil milhões no comércio intracomunitário e um aumento de 11 milhões no extracomunitário). Em termos globais, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações subiu de 75,2%, em 2019, para 76,0%, em 2020.

A variação do preço de importação do petróleo repercute-se no valor das exportações de produtos energéticos, com reflexo na Balança Comercial. Em 2020, neste período, o valor médio unitário de importação do petróleo desceu, face a 2019, de 436 para 318 Euros/Ton.


Para além da variação da cotação internacional do barril de petróleo, medida em dólares, a variação da cotação do dólar face ao Euro é também um dos factores determinantes da evolução do seu preço em Euros.

Se excluirmos do total das importações e das exportações o conjunto dos produtos “Energéticos”, Capº 27 da NC (11,3% e 10,5% do total das importações em 2019 e 2020 no período em análise, e 6,0% e 5,6% na vertente das exportações), o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações sobe, em 2020, de 76,0% para 80,1%.


2 – Evolução mensal


3 – Mercados de destino e de origem

3.1 - Exportações

Em 2020, no período em análise, as exportações nacionais para a UE (expedições), que representaram 70,8% do total (71,1% em 2019), decresceram em valor -18,6%, contribuindo com -13,2 pontos percentuais (p.p.) para uma taxa de ‘crescimento’ global negativa de -18,3%.

As exportações para o espaço extracomunitário, que representaram os restantes 29,2% do total em 2020 (28,9% em 2019), decaíram -17,5%, contribuindo com -5,1 p.p. para o ‘crescimento’ global.

Os principais destinos nos primeiros cinco meses de 2020 foram a Espanha (24,6%), a França (13,2%), a Alemanha (11,8%), o Reino Unido (5,6%), os EUA (5,3%), a Itália (4,5%), os Países Baixos (3,9%), a Bélgica (2,4%), Angola (1,8%), a Polónia e o Brasil (1,4% cada), a Suíça, Suécia e Turquia (1,2% cada), destinos que  representaram 79,5% do total das exportações.

Angola, o terceiro maior mercado entre os países terceiros depois do Reino Unido e dos EUA, registou uma quebra em valor nas exportações de –27,5% em 2020 (-140,7 milhões de Euros), envolvendo dez dos onze grupos de produtos. O único acréscimo coube ao grupo “Material de transporte terrestre e partes” (+349 mil Euros.). As maiores descidas incidiram nos grupos “Máquinas, aparelhos e partes” (-39,9 milhões de Euros), “Minérios e metais” (-26,9 milhões), “Químicos” (‑26,3 milhões), “Produtos acabados diversos” (‑16,8 milhões), “Têxteis e vestuário” (-10,0 milhões) e “Agro-alimentares” (-9,4 milhões de Euros).

Entre os trinta principais destinos, os maiores contributos positivos para o ‘crescimento’ negativo das exportações neste período (-18,3%), pertenceram à Irlanda (+0,2 p.p.) e à Suécia e Turquia (+0,1 p.p. cada). O maior contributo negativo coube a Espanha (‑4,5 p.p.), seguida da Alemanha (-2,5 p.p.), da França (-2,3 p.p.), do Reino Unido (-1,6 p.p.), da Itália (-1,1 p.p.), dos Países Baixos e EUA (-0,7 p.p. cada) e do Canadá (-0,6 p.p.). 

Os acréscimos, em Euros, nas expedições para o espaço comunitário, em termos homólogos, incidiram na Irlanda, Suécia e Dinamarca. Os maiores decréscimos couberam a Espanha, Alemanha, França, Itália e Países Baixos, a que se seguiram a Áustria, a Bélgica, a Polónia, a Eslováquia, a Finlândia, as Provisões de Bordo e a Grécia.

Nos Países Terceiros, entre os maiores acréscimos nas exportações destacaram-se os de Taiwan, Ceuta, Japão, Gibraltar, Turquia e Coreia do Sul. Entre os maiores decréscimos evidenciou-se o Reino Unido, seguido dos EUA, Canadá, Angola, Marrocos China e Provisões de Bordo.

3.2 - Importações

De Janeiro a Maio de 2020, as chegadas de mercadorias com origem na UE, que representaram 72,1% do total (73,6% em 2019), registaram um decréscimo de -20,8% e contribuíram com -15,3 p.p. para uma taxa de variação homóloga global de -19,1%.

As importações com origem no espaço extracomunitário registaram um decréscimo de ‑14,3%, representando 27,9% do total em 2020 (26,4% em 2019), com um contributo para o ‘crescimento’ global de -3,8 p.p.. 


Os principais mercados de origem das importações em 2020, foram a Espanha (30,7%), a Alemanha (12,9%) e a França (7,5%). Seguiram-se os Países Baixos (5,4%), a Itália (5,0%), a China (4,5%), a Bélgica e o Brasil (3,0 cada%), o Reino Unido (2,8%), os EUA (1,9%) e a Argélia (1,7%). Estes países representaram, no seu conjunto, 78,3% das importações totais.

Entre os contributos positivos para a taxa de variação homóloga das importações em 2020 (‑19,1%) destacou-se o do Brasil (+1,3 p.p.), seguido da Nigéria (+0,4 p.p.), da Suécia (+0,2 p.p.), da China e Taiwan (+0,1 p.p. cada).

Os maiores contributos negativos couberam a Espanha (-4,9 p.p.), à França (-3,9 p.p.) e à Alemanha (-3,3 p.p.). Seguiram-se a Rússia (-1,1 p.p.), a Itália (-1,0 p.p.), o Azerbaijão (-0,7 p.p.), os EUA (‑0,6 p.p.), e a Bélgica, Paises Baixos e Arábia Saudita (-0,5 p.p. cada).

Nas duas figuras seguintes relacionam-se os maiores acréscimos e decréscimos das importações com origem intracomunitária e nos países terceiros.




4 – Saldos da Balança Comercial

Em 2020, os maiores saldos positivos da balança comercial (Fob-Cif) couberam à França (+717 milhões de Euros), aos EUA (+585 milhões) e ao Reino Unido (+408 milhões). Seguiram-se a Turquia (+244 milhões) e Marrocos (+128 milhões). O maior défice, a grande distância dos restantes, pertenceu a Espanha (-3300 milhões de Euros), seguido dos da Alemanha (‑1084 milhões), da China (-1066 milhões), dos Países Baixos (-661 milhões) e do Brasil (-519 milhões).



5 – Evolução por grupos de produtos

5.1 – Exportações

Os capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2 Ξ SH-2), foram aqui agregados em 11 grupos de produtos (ver ANEXO). Os grupos com maior peso nas exportações em 2020, representando 54,3% do total, foram “Agro-alimentares” (14,2% e TVH -0,7%), “Máquinas, aparelhos e partes” (14,1% do total e -15,3%), “Químicos” (13,3% e -12,5%) e “Material de transporte terrestre e partes” (12,7% e TVH -34,6%).

Registaram-se decréscimos, face a 2019, nas exportações de todos os 11 grupos de produtos. Os maiores contributos para o decréscimo global (-4,7 mil milhões de Euros), couberam aos grupos “Material de transporte terrestre e partes” (-1,4 mil milhões de Euros), “Máquinas, aparelhos e partes” (-534 milhões), “Produtos acabados diversos” (‑531 milhões), “Minérios e metais” (-469 milhões), “Têxteis e vestuário” (-430 milhões) e “Quimicos” (-400 milhões de Euros).

5.2 – Importações

Em 2020, os grupos de produtos com maior peso nas importações, representando 73,6% do total, foram “Químicos” (18,8% do total e TVH -6,9%), “Máquinas, aparelhos e partes” (17,5% e -20,9%), “Agro-alimentares” (15,9% e TVH -4,8%), “Material de transporte terrestre e partes” (10,9% e TVH -30,4%) e “Energéticos” (10,5% e TVH -25,3%).

À semelhança das exportações, verificaram-se decréscimos em todos os 11 grupos de produtos, num total de -6,5 mil milhões de Euros, cabendo os mais significativos aos grupos “Material de transporte terrestre e partes” (-1,3 mil milhões), “Máquinas, aparelhos e partes” (-1,3 mil milhões), “Energéticos” (-978 milhões9 e “Aeronaves, embarcações e partes” (‑843 milhões).

6 – Mercados por grupos de produtos

6.1 – Exportações

Entre os mercados de destino, a Espanha ocupou em 2020 a primeira posição em 8 dos 11 grupos de produtos com 24,6% do total, ocorrendo as excepções nos grupos “Calçado, peles e couros” (4ª posição, depois da França, Alemanha e Países Baixos), “Máquinas, aparelhos e partes” (2ª posição, depois da Alemanha) e “Aeronaves, embarcações e partes” (4ª posição, precedida do Brasil, dos EUA e da França).

Seguiram-se no “ranking” a França (13,2%), a Alemanha (11,8%), o Reino Unido (5,6%), os EUA (5,3%), a Itália (4,5%), os Países Baixos (3,9%), a Bélgica (2,4%), Angola (1,8%) e Brasil (1,4%). Estes dez países representaram 74,6% das exportações totais.

6.2 – Importações 

Na vertente da importação, a Espanha ocupou o primeiro lugar em nove dos onze grupos de produtos, com 30,7% do total, sendo as excepções os grupos “Energéticos” (3ª posição, precedida do Brasil e Nigéria) e “Aeronaves, embarcações e partes” (4º lugar, depois da França, EUA e Alemanha).

Seguiram-se, no “ranking”, a Alemanha (12,9%), a França (7,5%), os Países Baixos (5,4%), a Itália (5,0%), a China (4,5%), a Bélgica e o Brasil (3,0% cada), o Reino Unido (2,8%) e os EUA (1,9%). Estes dez países cobriram 76,7% das importações totais.

Alcochete, 11 de Julho de 2020.

ANEXO