quinta-feira, 22 de julho de 2021

Acréscimos e decréscimos das exportações - Maio 2021 - Produtos e mercados

 

Acréscimos e Decréscimos
das Exportações
por Produtos e Mercados
Evolução Mensal - Maio de 2021

                                                        ( disponível para download  >> aqui )

1 - Nota introdutória

Neste trabalho pretende-se analisar onde incidiram os maiores acréscimos e decréscimos nas exportações portuguesas de mercadorias, por produtos e por mercados, no período acumulado de Janeiro a Maio e mês autónomo de Maio de 2021, face a 2020, bem como a evolução mensal comparada das exportações por grupos de produtos em 2020 e 2021. São para este efeito utilizados dados de base divulgados no portal do Instituto Nacional de Estatística (INE), em versões preliminares para os dois anos, com última actualização em 9 de Julho de 2021.

2 – Exportações no período acumulado de Janeiro a Maio de 2020-2021

Nos primeiros cinco meses de 2021 as exportações de mercadorias cresceram em valor +24,7% face a 2020 (+5,2 mil milhões de Euros). Registaram-se acréscimos nos onze grupos, de produtos considerados (definição do conteúdo dos grupos em Anexo), cabendo os de maior monta aos grupos “Material de transporte terrestre e partes” (+1,1 mil milhões de Euros), “Máquinas, aparelhos e partes” (+865 milhões), “Químicos” (+741 milhões), “Minérios e metais” (+707 milhões), e “Produtos acabados diversos” (+579 milhões). Seguiram-se os grupos “Têxteis e vestuário” (+342 milhões), “Energéticos” (+334 milhões), “Agro-alimentares” (+263 milhões), “Madeira, cortiça e papel” (+129 milhões), “Calçado, peles e couros” (+85 milhões), e “Aeronaves, embarcações e partes” (+15 milhões de Euros).

Considerando a partição entre espaço Intra UE-27 (Reino Unido excluído) e Extra-UE, verifica-se que neste período, no seio da Comunidade, as exportações (expedições), que representaram 71,5% do Total, cresceram +25,7% face ao ano anterior (+3,8 mil milhões de Euros).

Por sua vez, para fora da Comunidade as exportações registaram um aumento de +22,1 (+1,3 mil milhões de Euros).

O Total para o espaço Intracomunitário foi aqui calculado, para ambos os anos, por somatório dos valores dos actuais parceiros de Portugal, acrescido das provisões de bordo, países não determinados e confidencialidade, quando atribuídos à União Europeia.

Em termos globais, os maiores acréscimos couberam a Espanha (+1,6 mil milhões de Euros) e à França (+764 milhões).

Seguiram-se a Alemanha (+400 milhões), a Itália (+281 milhões), os EUA (+266 milhões), Marrocos (+238 milhões), os Países Baixos (+211 milhões), o Reino Unido (+189 milhões), a Bélgica (+144 milhões), Gibraltar (+141 milhões) e a China (+116 milhões).

Os principais decréscimos ocorreram nas exportações de Provisões de Bordo, tanto Intra-UE (-123 milhões de Euros) como Extra-UE (-78 milhões).

Seguiram-se Taiwan (-31 milhões), Angola (-30 milhões), a Irlanda (-18 milhões), os Emiratos (‑10 milhões) e o Brasil (-9 milhões de Euros).

3 – Exportações no mês de Maio de 2021 (não acumulado) face a 2020,                          por Grupos de Produtos

Os grupos de produtos com maior peso nas exportações portuguesas no mês de Maio de 2021, não acumulado, foram “Máquinas, aparelhos e partes” (14,6%), “Químicos” (13,8%), “Agro-alimentares” (13,0 %), “Material de transporte terrestre e partes” (12,8%), “Minérios e metais” (11,3%) e “Produtos acabados diversos” (9,7%).

Seguiram-se os grupos “Têxteis e vestuário” (8,3%), “Madeira, cortiça e papel” (7,6%), “Energéticos” (5,4%), “Calçado, peles e couros” (2,7%) e “Aeronaves, embarcações e partes” (0,8%).

Registaram-se acréscimos nas exportações de todos os grupos de produtos.

Destaque para os grupos “Máquinas, aparelhos e partes” (+289 milhões de Euros), “Material de transporte terrestre e partes” (+273 milhões), “Químicos” (+261 milhões), “Energéticos” (+230 milhões), “Minérios e metais” (+227 milhões) e “Produtos acabados diversos” (+193 milhões). Seguiram-se os grupos “Agro-alimentares” (+130 milhões), “Madeira, cortiça e papel” (+120 milhões), “Têxteis e vestuário” (+100 milhões), “Calçado, Peles e couros” (+52 milhões) e “Aeronaves, embarcações e partes” (+2 milhões de Euros).

No quadro seguinte encontram-se relacionados, por grupos de produtos, os maiores acréscimos e decréscimos verificados nas exportações dos principais tipos de produtos, definidos a dois dígitos da Nomenclatura Combinada (NC-2).


O grupo “Máquinas, aparelhos e partes”, o grupo com maior peso no mês de Maio (14,6%), engloba máquinas e aparelhos mecânicos e eléctricos muito diversificados. No quadro seguinte encontram-se, desagregados a um nível mais fino (NC-4), os principais produtos exportados em 2021 e respectivos acréscimos e decréscimos.

4 – Evolução mensal comparada das exportações                                                              em 2020 e 2021, por grupos de produtos

Nos gráficos seguintes pode observar-se a evolução comparada do valor das exportações por meses não acumulados, por grupos de produtos, no período de Janeiro de 2020 a Maio de 2021.

Como se pode observar, em todos os onze grupos de produtos se verificaram acréscimos no mês de Maio face às exportações efectuadas no mês homólogo do ano anterior, sendo a menos significativa a relativa ao grupo “Aeronaves, embarcações e partes”.


ANEXO



terça-feira, 20 de julho de 2021

Série Mensal - Janeiro a Maio de 2021 - Comércio Internacional

 

Comércio Internacional de mercadorias
- Série mensal -
Janeiro a Maio de 2021

( disponível para download  >> aqui)

1 - Balança comercial

De acordo com dados preliminares divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) para o período de Janeiro a Maio de 2021 e também ainda preliminares para 2020, com última actualização em 9 de Julho de 2021, as exportações de mercadorias aumentaram em valor, em termos homólogos, +24,7% (+5151 milhões de Euros), a par de uma subida nas importações de +14,1% (+3878 milhões). 

A partir do mês de Janeiro de 2021, nas estatísticas de base do INE foram acrescentados dois novos códigos de países, “XI-Reino Unido (Irlanda do Norte)” e “XU-Reino Unido (não incluindo a Irlanda do Norte)”, apresentando-se a zeros a posição pautal com o código “GB-Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte”. Nos quadros destas séries mensais do Comércio Internacional manteremos, para já, este código GB, correspondente ao somatório dos valores dos dois novos códigos.

As exportações para o espaço comunitário (expedições), cujo total corresponde aqui aos actuais 27 membros (Reino Unido incluindo a Irlanda do Norte, excluído), registaram em 2021 um acréscimo de +25,7% (+3811 milhões de Euros), tendo as exportações para os países terceiros aumentado +22,1% (+1341 milhões). Por sua vez, as importações com origem na UE (chegadas) aumentaram +18,2% (+3627 milhões de Euros), com as originárias dos países terceiros a crescerem +3,3% (+251 milhões). 

O défice comercial externo (Fob-Cif) decresceu -19,0% ao situar-se em -5423 milhões de Euros (inferior em 1274 milhões ao do ano anterior), a que corresponderam reduções de 184 milhões no comércio intracomunitário e de 1090 milhões no extracomunitário. Em termos globais, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações subiu de 75,7%, em 2020, para 82,8%, em 2021.

A variação do preço de importação do petróleo repercute-se no valor das exportações de produtos energéticos, com reflexo na Balança Comercial. Nos primeiros cinco meses de 2021 o valor médio de importação do petróleo bruto subiu, face ao período homólogo de 2020, de 318 para 375 Euros/Ton.


Para além da variação da cotação internacional do barril de petróleo, medida em dólares, a variação da cotação do dólar face ao Euro é também um dos factores determinantes da evolução do seu preço em Euros (o gráfico já inclui a cotação de Junho).

Se excluirmos do total das importações e das exportações o conjunto dos produtos “Energéticos” (Capº 27 da NC), que pesou 9,7% no total das importações no período de  Janeiro-Maio de 2021 e 5,8% do lado das exportações, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações sobe de 82,8%, no comércio global, para 86,3%.

2 – Evolução mensal

3 – Mercados de destino e de origem

3.1 - Exportações

No período em análise, as exportações para a UE (expedições), que representaram 71,5% do total (70,9% em 2020), cresceram +25,7%, contribuindo com +18,2 pontos percentuais (p.p.) para uma taxa de ‘crescimento’ global de +24,7%. As exportações para o espaço extracomunitário (28,5% do total em Janeiro-Maio de 2021 e 29,1% em 2020), cresceram +22,1%, contribuindo com +6,4 p.p. para a taxa de ‘crescimento’ global.

Os principais destinos das exportações nos primeiros cinco meses de 2021 foram a Espanha (26,1%), a França (13,6%), a Alemanha (11,0%), os EUA e o Reino Unido incl. Irlanda NT (5,2% cada), a Itália (4,7%), os Países Baixos (4,0%), a Bélgica (2,5%), Marrocos (1,7%), a Polónia (1,4%), Angola (1,3%), China, Brasil e Suécia (1,1% cada), destinos que representaram 80,1% do total das exportações.

Angola, o terceiro principal mercado entre os países terceiros, depois do Reino Unido e dos EUA, registou no período em análise uma quebra nas exportações de –8,0% (‑29,5 milhões de Euros), envolvendo 6 dos 11 grupos de produtos, sendo as excepções os grupos “Máquinas, aparelhos e partes” (+5,7 milhões), “Material de transporte terrestre“ (+2,3 milhões), “Aeronaves, embarcações e partes” (+1,8 milhões), “Têxteis e vestuário” (+1,2 milhões) e “Minérios e metais” (+257 mil Euros).

A principal descida nas exportações portuguesas para Angola incidiu no grupo de produtos “Agro-alimentares” (-32,7 milhões de Euros).

Entre os principais destinos, os maiores contributos positivos para o ‘crescimento’ das exportações neste período (+18,2%) pertenceram a Espanha (+7,9 p.p.), à França (+3,7 p.p.), à Alemanha (+1,9 p.p.), à Itália e aos EUA (+1,3 p.p. cada), a Marrocos (+1,1 p.p.) e as Países Baixos (+1,0%). Os maiores contributos negativos couberam às Provisões de Bordo para países comunitários (-0,6 p.p.) e também para países terceiros (-0,4 p.p), a Angola e à Irlanda (-0,1 p.p.cada).

Os maiores acréscimos nas expedições para o espaço comunitário incidiram na Espanha, França, Alemanha, Itália, Países Baixos e Bélgica. Os maiores decréscimos couberam às Provisões de Bordo.


No conjunto dos Países Terceiros, entre os maiores acréscimos nas exportações destacaram-se os dos EUA, de Marrocos, do Reino Unido, de Gibraltar, da China, do Japão e da Austrália. Entre os maiores decréscimos evidenciaram-se os de Provisões de Bordo, de Taiwan e de Angola.  

3.2 - Importações

No período de Janeiro a Maio de 2021, as chegadas de mercadorias com origem na UE, que representaram 74,7% do total (72,1% em 2020), registaram um acréscimo de +18,2% e contribuíram com +13,2 p.p. para uma taxa de variação homóloga global de +14,1%.

As importações com origem no espaço extracomunitário registaram um acréscimo de +3,3%, representando 25,3% do total em 2021 (27,9% em 2020), com um contributo para o ‘crescimento’ global de +0,9 p.p..

Os principais mercados de origem das importações em 2021 foram a Espanha (32,2% do Total) e a Alemanha (13,6%). Seguiram-se a França (7,1%) os Países Baixos (5,5%), a Itália (5,1%), a China (4,4%), a Bélgica (2,9%), o Brasil (2,8%), a Polónia e os EUA (2,1% cada) e a Nigéria (1,9%). Estes países representaram, no seu conjunto, 79,8% das importações totais.

Entre os contributos positivos para a taxa de variação homóloga das importações no período de Janeiro a Maio de 2021 (+14,1%) destacaram-se os da Espanha, (+6,0 p.p.) e da Alemanha (+2,6 p.p.), seguidos da Polónia e Países Baixos (+0,9 p.p. cada), da Itália e da França (+0,8 p.p. cada) e da Federação Russa (+0,7 p.p.).

Os principais contributos negativos incidiram no Reino Unido (-1,5 p.p.), em Angola (‑0,9 p.p.), na Guiné Equatorial (-0,4 p.p.), na Argélia (-0,3 p.p.) e na Suécia (-0,1 p.p.).

Nas duas figuras seguintes relacionam-se os maiores acréscimos e decréscimos das importações com origem intracomunitária (chegadas) e nos países terceiros entre 2020 e 2021.



4 – Saldos da Balança Comercial        

No período acumulado de Janeiro a Maio de 2021, os maiores saldos positivos da balança comercial (Fob-Cif) couberam à França (+1303 milhões de Euros) e ao Reino Unido (+994 milhões). Seguiram-se os EUA (+715 milhões), Marrocos (+353 milhões) e Angola (+276 milhões). O maior défice, a grande distância dos restantes, pertenceu a Espanha (-3348 milhões de Euros), seguida da Alemanha (-1400 milhões), da China (‑1092 milhões), dos Países Baixos (‑699 milhões) e do Brasil (-605 milhões).

5 – Evolução por grupos de produtos

5.1 – Exportações

Os capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2 Ξ SH-2), foram aqui agregados em 11 grupos de produtos (ver ANEXO).

Os grupos com maior peso nas exportações, no período em análise, representando 83,4% do total, foram “Máquinas, aparelhos e partes” (14,7% do Total e +29,3% de TVH), “Material de transporte terrestre e partes” (14,3% e +41,4%), “Químicos” (13,5% e +26,7%), “Agro-alimentares” (12,4% e +8,9%), “Minérios e metais” (10,3% e +35,6%), “Produtos acabados diversos” (9,7% e +29,7%) e “Têxteis e vestuário” (8,5% e +18,1%).

Verificaram-se acréscimos, face ao período homólogo do ano anterior, em todos os grupos de produtos.

5.2 – Importações

Os grupos de produtos com maior peso nas importações, representando 83,3% do Total, foram “Químicos” (19,4% e +17,6% de TVH), “Máquinas, aparelhos e partes” (19,2% e +24,3%), “Agro-alimentares” (14,7% e +5,6%), “Material de transporte terrestre e partes” (10,8% e +15,1%), “Energéticos” (9,7% e +5,7%) “Minérios e metais” (9,5% e +29,5%). 

Os maiores acréscimos ocorreram nos grupos “Máquinas, aparelhos e partes” (+1183 milhões de Euros), “Químicos” (+912 milhões), “Minérios e metais” (+680 milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (+445 milhões) e “Produtos acabados diversos” (+326 milhões).

Por sua vez os decréscimos couberam aos grupos “Aeronaves, embarcações e partes” (‑101 milhões), “Têxteis e vestuário” (-22 milhões) e “Calçado peles e couros” (‑10 milhões).

6 – Mercados por grupos de produtos

6.1 – Exportações

Entre os mercados de destino, a Espanha ocupou em 2021 a primeira posição em 8 dos 11 grupos de produtos com 26,1% do total, ocorrendo as excepções nos grupos “Calçado, peles e couros” (4ª posição, depois da Alemanha, França e Países Baixos), “Máquinas, aparelhos e partes” (2ª posição, depois da Alemanha) e “Aeronaves, embarcações e partes” (5ª posição, precedida da França, do Reino Unido, do Brasil e da Roménia.

Seguiram-se no “ranking” a França (13,6%), a Alemanha (11,0%), os EUA e o Reino Unido (5,2% cada), a Itália (4,7%), os Países Baixos (4,0%), a Bélgica (2,5%), Marrocos (1,7%) e a Polónia (1,4%). Estes dez países representaram 75,5% das exportações totais.

6.2 – Importações

Na vertente das importações, a Espanha ocupou o primeiro lugar em nove dos onze grupos de produtos, com 32,2% do total, sendo as excepções os grupos “Energéticos” (3ª posição, precedida do Brasil e da Nigéria) e “Aeronaves, embarcações e partes” (4º lugar, depois da França, Alemanha e EUA).

Seguiram-se, no “ranking”, a Alemanha (13,6%), a França (7,1%), os Países Baixos (5,5%), a Itália (5,1%), a China (4,4%), a Bélgica (2,9%), o Brasil (2,8%), a Polónia e os EUA (2,1% cada). Estes dez países cobriram 77,9% das importações totais.

Alcochete, 20 de Julho de 2021.

ANEXO