1 - Balança comercial
De acordo com dados preliminares divulgados pelo Instituto Nacional de
Estatística (INE) para o período de Janeiro a Maio de 2021 e também ainda
preliminares para 2020, com última actualização em 9 de Julho de 2021, as
exportações de mercadorias aumentaram em valor, em termos homólogos, +24,7% (+5151
milhões de Euros), a par de uma subida nas importações de +14,1% (+3878 milhões).
A partir do mês de Janeiro de 2021, nas estatísticas de base do INE foram
acrescentados dois novos códigos de países, “XI-Reino Unido (Irlanda do
Norte)” e “XU-Reino Unido (não incluindo a Irlanda do Norte)”,
apresentando-se a zeros a posição pautal com o código “GB-Reino Unido da
Grã-Bretanha e Irlanda do Norte”. Nos quadros destas séries mensais do
Comércio Internacional manteremos, para já, este código GB, correspondente
ao somatório dos valores dos dois novos códigos.
As exportações para o espaço comunitário (expedições), cujo total corresponde aqui aos actuais 27 membros (Reino Unido incluindo a Irlanda do Norte, excluído), registaram em 2021 um acréscimo de +25,7% (+3811 milhões de Euros), tendo as exportações para os países terceiros aumentado +22,1% (+1341 milhões). Por sua vez, as importações com origem na UE (chegadas) aumentaram +18,2% (+3627 milhões de Euros), com as originárias dos países terceiros a crescerem +3,3% (+251 milhões).
O défice comercial externo (Fob-Cif) decresceu -19,0% ao situar-se em -5423
milhões de Euros (inferior em 1274 milhões ao do ano anterior), a que
corresponderam reduções de 184 milhões no comércio intracomunitário e de 1090
milhões no extracomunitário. Em termos globais, o grau de cobertura (Fob/Cif)
das importações pelas exportações subiu de 75,7%, em 2020, para 82,8%, em 2021.
A
variação do preço de importação do petróleo repercute-se no valor das
exportações de produtos energéticos, com reflexo na Balança Comercial. Nos
primeiros cinco meses de 2021 o valor médio de importação do petróleo bruto subiu, face ao período
homólogo de 2020, de 318 para 375 Euros/Ton.
Para além da variação da cotação internacional do barril de petróleo, medida
em dólares, a variação da cotação do dólar face ao Euro é também um dos
factores determinantes da evolução do seu preço em Euros (o gráfico já inclui a
cotação de Junho).
Se
excluirmos do total das importações e das exportações o conjunto dos produtos “Energéticos” (Capº 27 da NC), que pesou
9,7% no total das importações no período de Janeiro-Maio de 2021 e 5,8% do lado das
exportações, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações sobe
de 82,8%, no comércio global, para 86,3%.
2 – Evolução mensal
3 – Mercados de destino e de origem
3.1 - Exportações
No período
em análise, as exportações para a UE (expedições), que representaram 71,5% do
total (70,9% em 2020), cresceram +25,7%, contribuindo com +18,2 pontos
percentuais (p.p.) para uma taxa de ‘crescimento’ global de +24,7%. As exportações para o espaço
extracomunitário (28,5% do total em Janeiro-Maio de 2021 e 29,1% em 2020), cresceram
+22,1%, contribuindo com +6,4 p.p. para a taxa de ‘crescimento’ global.
Os
principais destinos das exportações nos primeiros cinco meses de 2021 foram a
Espanha (26,1%), a França (13,6%), a Alemanha (11,0%), os EUA e o Reino Unido
incl. Irlanda NT (5,2% cada), a Itália (4,7%), os Países Baixos (4,0%), a
Bélgica (2,5%), Marrocos (1,7%), a Polónia (1,4%), Angola (1,3%), China, Brasil
e Suécia (1,1% cada), destinos que representaram 80,1% do total das exportações.
Angola, o
terceiro principal mercado entre os países terceiros, depois do Reino Unido e dos
EUA, registou no período em análise uma quebra nas exportações de –8,0% (‑29,5
milhões de Euros), envolvendo 6 dos 11 grupos de produtos, sendo as excepções
os grupos “Máquinas, aparelhos e partes” (+5,7 milhões), “Material de
transporte terrestre“ (+2,3 milhões), “Aeronaves, embarcações e partes” (+1,8
milhões), “Têxteis e vestuário” (+1,2 milhões) e “Minérios e metais” (+257
mil Euros).
A
principal descida nas exportações portuguesas para Angola incidiu no grupo de
produtos “Agro-alimentares” (-32,7 milhões de Euros).
Entre os principais
destinos, os maiores contributos positivos
para o ‘crescimento’ das
exportações neste período (+18,2%) pertenceram a Espanha (+7,9 p.p.), à França
(+3,7 p.p.), à Alemanha (+1,9 p.p.), à Itália e aos EUA (+1,3 p.p. cada), a
Marrocos (+1,1 p.p.) e as Países Baixos (+1,0%). Os maiores contributos
negativos couberam às Provisões de Bordo para países comunitários (-0,6
p.p.) e também para países terceiros (-0,4 p.p), a Angola e à Irlanda (-0,1
p.p.cada).
Os maiores acréscimos nas
expedições para o espaço comunitário
incidiram na Espanha, França, Alemanha, Itália, Países Baixos e Bélgica. Os maiores
decréscimos couberam às Provisões de Bordo.
No conjunto dos Países Terceiros, entre os maiores
acréscimos nas exportações destacaram-se os dos EUA, de Marrocos, do Reino
Unido, de Gibraltar, da China, do Japão e da Austrália. Entre os maiores decréscimos evidenciaram-se os de
Provisões de Bordo, de Taiwan e de Angola.
3.2 - Importações
No
período de Janeiro a Maio de 2021, as chegadas de mercadorias com origem na UE,
que representaram 74,7% do total (72,1% em 2020), registaram um acréscimo de +18,2%
e contribuíram com +13,2 p.p. para uma taxa de variação homóloga global de +14,1%.
As
importações com origem no espaço extracomunitário registaram um acréscimo de +3,3%,
representando 25,3% do total em 2021 (27,9% em 2020), com um contributo para o ‘crescimento’
global de +0,9 p.p..
Os
principais mercados de origem das importações em 2021 foram a Espanha (32,2% do
Total) e a Alemanha (13,6%). Seguiram-se a França (7,1%) os Países Baixos (5,5%),
a Itália (5,1%), a China (4,4%), a Bélgica (2,9%), o Brasil (2,8%), a Polónia e
os EUA (2,1% cada) e a Nigéria (1,9%). Estes países representaram, no seu
conjunto, 79,8% das importações totais.
Entre os contributos
positivos para a taxa de variação homóloga das importações no período de
Janeiro a Maio de 2021 (+14,1%) destacaram-se os da Espanha, (+6,0 p.p.) e da Alemanha
(+2,6 p.p.), seguidos da Polónia e Países Baixos (+0,9 p.p. cada), da Itália e
da França (+0,8 p.p. cada) e da Federação Russa (+0,7 p.p.).
Os
principais contributos negativos incidiram no Reino Unido (-1,5 p.p.), em
Angola (‑0,9 p.p.), na Guiné Equatorial (-0,4 p.p.), na Argélia (-0,3 p.p.) e
na Suécia (-0,1 p.p.).
Nas duas figuras seguintes
relacionam-se os maiores acréscimos e decréscimos das importações com origem
intracomunitária (chegadas) e nos países terceiros entre 2020 e 2021.
4 – Saldos da Balança Comercial
No período acumulado de Janeiro a Maio de 2021, os maiores saldos positivos da balança comercial (Fob-Cif) couberam à França (+1303 milhões de Euros) e ao Reino Unido (+994 milhões). Seguiram-se os EUA (+715 milhões), Marrocos (+353 milhões) e Angola (+276 milhões). O maior défice, a grande distância dos restantes, pertenceu a Espanha (-3348 milhões de Euros), seguida da Alemanha (-1400 milhões), da China (‑1092 milhões), dos Países Baixos (‑699 milhões) e do Brasil (-605 milhões).
5 – Evolução por grupos de produtos
5.1 – Exportações
Os
capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2 Ξ SH-2), foram aqui agregados em 11 grupos de produtos (ver ANEXO).
Os grupos
com maior peso nas exportações, no período em análise, representando 83,4% do
total, foram “Máquinas, aparelhos e
partes” (14,7% do Total e +29,3% de TVH), “Material de transporte terrestre e partes” (14,3% e +41,4%), “Químicos”
(13,5% e +26,7%), “Agro-alimentares”
(12,4% e +8,9%), “Minérios e metais” (10,3% e +35,6%), “Produtos
acabados diversos” (9,7% e +29,7%) e “Têxteis e vestuário” (8,5% e +18,1%).
Verificaram-se
acréscimos, face ao período homólogo do ano anterior, em todos os grupos de
produtos.
5.2 – Importações
Os
maiores acréscimos ocorreram nos grupos “Máquinas, aparelhos e
partes” (+1183 milhões de Euros), “Químicos” (+912 milhões), “Minérios
e metais” (+680 milhões), “Material de transporte terrestre e partes”
(+445 milhões) e “Produtos acabados diversos” (+326 milhões).
Por sua
vez os decréscimos couberam aos grupos “Aeronaves, embarcações e partes”
(‑101 milhões), “Têxteis e vestuário” (-22 milhões) e “Calçado peles
e couros” (‑10 milhões).
6 – Mercados por grupos de produtos
6.1 – Exportações
Entre os
mercados de destino, a Espanha ocupou em 2021 a primeira posição em 8 dos 11
grupos de produtos com 26,1% do total, ocorrendo as excepções nos grupos “Calçado, peles e couros” (4ª posição,
depois da Alemanha, França e Países Baixos), “Máquinas, aparelhos e partes” (2ª posição, depois da Alemanha) e “Aeronaves, embarcações e partes” (5ª
posição, precedida da França, do Reino Unido, do Brasil e da Roménia.
Seguiram-se
no “ranking” a França (13,6%), a
Alemanha (11,0%), os EUA e o Reino Unido (5,2% cada), a Itália (4,7%), os
Países Baixos (4,0%), a Bélgica (2,5%), Marrocos (1,7%) e a Polónia (1,4%). Estes
dez países representaram 75,5% das exportações totais.
6.2 – Importações
Na
vertente das importações, a Espanha ocupou o primeiro lugar em nove dos onze
grupos de produtos, com 32,2% do total, sendo as excepções os grupos “Energéticos” (3ª posição, precedida do
Brasil e da Nigéria) e “Aeronaves, embarcações e partes” (4º lugar,
depois da França, Alemanha e EUA).
Seguiram-se, no “ranking”, a Alemanha (13,6%), a França (7,1%), os Países Baixos (5,5%), a Itália (5,1%), a China (4,4%), a Bélgica (2,9%), o Brasil (2,8%), a Polónia e os EUA (2,1% cada). Estes dez países cobriram 77,9% das importações totais.
Alcochete, 20 de Julho de 2021.
ANEXO
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