terça-feira, 14 de junho de 2022

Comércio Internacional de mercadorias - Série mensal - Jan-Abr 2022

 

Comércio Internacional de mercadorias
- Série mensal -
Janeiro a Abril de 2022

( disponível para download  >> aqui )

1 - Balança comercial

De acordo com dados preliminares divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) para o período de Janeiro a Abril de 2021 e 2022, com última actualização em 9 de Junho de 2022, as exportações de mercadorias aumentaram em valor, em termos homólogos, +18,0% (+3731 milhões de Euros), a par de um aumento das importações de +34,9% (+8678 milhões).

A partir do mês de Janeiro de 2021, nas estatísticas de base do INE foram acrescentados dois novos códigos de países, “XI-Reino Unido (Irlanda do Norte)” e “XU-Reino Unido (não incluindo a Irlanda do Norte)”, apresentando-se a zeros a posição pautal com o código “GB-Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte”. Nos quadros destas séries mensais do Comércio Internacional manteremos, para já, este código GB, correspondente ao somatório dos valores dos dois novos códigos.

As exportações para o espaço comunitário (expedições), cujo total corresponde aqui aos actuais 27 membros, registaram de Janeiro a Abril de 2022 um acréscimo de +20,0% (+2974 milhões de Euros), tendo as exportações para os Países Terceiros aumentado +12,9% (+757 milhões). Por sua vez, as importações com origem na UE (chegadas) aumentaram +27,3% (+5080 milhões) e as originárias dos Países Terceiros +57,5% (+3598 milhões). 

O défice comercial externo (Fob-Cif) aumentou +118,6% ao situar-se em -9119 milhões de Euros (superior em 4947 milhões ao do ano anterior), a que corresponderam agravamentos de 2106 milhões no comércio intracomunitário e de 2842 milhões no extracomunitário. Em termos globais, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações desceu de 83,2%, em 2021, para 72,8%, em 2022.

A variação do preço de importação do petróleo repercute-se no valor das exportações de produtos energéticos, com reflexo na Balança Comercial. De Janeiro a Abril de 2022 o valor médio de importação do petróleo bruto subiu, face ao período homólogo de 2021, de 365 para 674 Euros/Ton.

Para além da variação da cotação internacional do barril de petróleo, medida em dólares, a variação da cotação do dólar face ao Euro é também um dos factores determinantes da evolução do seu preço em Euros (o gráfico inclui já a cotação média do mês de Maio).

Se excluirmos do total das importações e das exportações o conjunto dos produtos “Energéticos” (Capº 27 da NC), que pesou 16,1% no total das importações em 2022 e 8,1% do lado das exportações, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações sobe, no comércio global, de 72,8% para 79,8%.

2 – Evolução mensal

3 – Mercados de destino e de origem

3.1 - Exportações

Em 2022, no período de Janeiro a Abril, as exportações para a UE (expedições), que representaram 72,8% do Total, cresceram +20,0%, contribuindo com +14,4 pontos percentuais (p.p.) para uma taxa de ‘crescimento’ global de +18,0%. As exportações para o espaço extracomunitário (27,2% do Total), cresceram +12,9%, contribuindo com +3,7 p.p. para a taxa de ‘crescimento’ global.

Os dez principais destinos das exportações no período em análise de 2022 foram a Espanha (26,6%), a França (13,2%), a Alemanha (11,1%), os EUA (6,0%), a Itália (4,8%), o Reino Unido incl. Irlanda NT e os Países Baixos (4,3% cada), a Bélgica (2,5%), a Polónia (1,4%) e a Suécia (1,2%), destinos que representaram 75,4% do total das exportações.

Angola, o terceiro principal mercado entre os países terceiros no ano de 2021, depois dos EUA e do Reino Unido, registou no período em análise de 2022 um aumento de 46,8% nas nossas exportações (+127,1 milhões de Euros), envolvendo os acréscimos dez dos onze grupos de produtos: “Máquinas, aparelhos e partes” (+32,1 milhões), “Agro-alimentares” (+29,4 milhões), “Produtos acabados diversos” (+24,4 milhões), Químicos (+17,9 milhões), “Minérios e metais” (+11,7 milhões), “Madeira, cortiça e papel” (+6,8 milhões), “Energéticos” (+2,8 milhões), “Têxteis e vestuário” (+994 mil Euros), “Aeronaves, embarcações e partes” (+559 mil) e “Calçado, peles e couros” (+517 mil).

 A excepção incidiu no grupo “Material de transporte terrestre e partes” (-143 mil Euros).

Entre os principais destinos, os maiores contributos positivos para o ‘crescimento’ das exportações neste período (+18,0%) pertenceram a Espanha (+5,3 p.p.), à Alemanha (+2,1 p.p.), à França e aos EUA (+1,9 p.p. cada), aos Países Baixos (+1,1 p.p.), às Provisões de Bordo Extra (+1,0 p.p.), à Itália (+0,9 p.p.), à Bélgica e à Turquia (+0,4 p.p. cada). Os maiores contributos negativos couberam a Marrocos (-0,6 p.p.), ao Japão (‑0,4 p.p.), ao Reino Unido/Irl NT (-0,3 p.p.) e ao Brasil (-0,2 p.p.). 

Os maiores acréscimos nas expedições para o espaço comunitário incidiram em Espanha, Alemanha, França, Países Baixos e Itália, seguidos das Provisões de Bordo, da Bélgica, da Finlândia, da Suécia, da Irlanda, da Polónia e da Áustria. O maior decréscimo coube a Malta.


No conjunto dos Países Terceiros, entre os maiores acréscimos nas exportações destacaram-se os EUA, Provisões de Bordo, Angola, Panamá e Turquia, seguidos da Noruega, Catar, Israel, Canadá e Argentina.

Entre os maiores decréscimos evidenciaram-se os de Marrocos, Japão, Reino Unido/Irl NT, Austrália, Gibraltar e Egipto.

3.2 - Importações

Em 2022, no período em análise, as chegadas de mercadorias com origem na UE, que representaram 70,6% do total, registaram um acréscimo de +27,3% e contribuíram com +20,4 p.p. para uma taxa de variação homóloga global de +34,9%.

As importações com origem no espaço extracomunitário registaram no mesmo período um acréscimo de +57,5%, representando 29,4% do total, com um contributo para o ‘crescimento’ global de +14,5 p.p..

Os principais mercados de origem das importações em 2022 foram a Espanha (32,6% do Total) e a Alemanha (11,6%).

Seguiram-se a França (6,2%), os Países Baixos (5,1%), a China e a Itália (4,7% cada), o Brasil (3,8%), os EUA (3,3%), a Bélgica (3,1%) e a Polónia (1,7%).

Estes países representaram, no seu conjunto, 76,7% do total das importações.

Entre os contributos positivos para a taxa de variação homóloga anual das importações em 2022 (+34,9%) destacou-se o da Espanha, (+11,9 p.p.), seguida do Brasil (2,5 p.p.), dos EUA (+2,3 p.p.), da Alemanha (+2,0 p.p.), da China (+1,9 p.p.), dos Países Baixos e do Azerbaijão (+1,4 p.p. cada) e da Itália (+1,2 p.p.). Os principais contributos negativos incidiram na Ucrânia (‑0,2 p.p.) e na Arábia Saudita (-0,1 p.p.).

Nas duas figuras seguintes relacionam-se os maiores acréscimos das importações com origem intracomunitária (não ocorreram decréscimos) e os maiores acréscimos e decréscimos nos Países Terceiros, entre 2021 e 2022.


4 – Saldos da Balança Comercial        

Nos primeiros quatro meses de 2022, os maiores saldos positivos da balança comercial (Fob-Cif) couberam à França (+1164 milhões de Euros) e ao Reino Unido (+707 milhões). Seguiram-se os EUA (341 milhões), Angola (+301 milhões) e Marrocos (+136 milhões).

O maior défice, a grande distância dos restantes, pertenceu a Espanha (-4422 milhões de Euros), seguida da China (-1366 milhões), da Alemanha (‑1187 milhões), do Brasil (‑1038 milhões) e da Nigéria (-677 milhões).

5 – Evolução por grupos de produtos

5.1 – Exportações

Os capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2 Ξ SH-2), foram aqui agregados em 11 grupos de produtos, tendo em atenção as alterações pautais de 2022 (ver ANEXO).

No período de Janeiro a Abril de 2022, todos os grupos, à excepção de “Material de transporte terrestre e partes”, registaram acréscimos nas exportações face a 2021.

Os grupos que detiveram maior peso na estrutura foram “Químicos” (13,7% do Total e +544 milhões de Euros face a 2021), “Máquinas, aparelhos e partes” (13,1% e +164 milhões), “Agro-alimentares” (12,6% e +540 milhões), “Minérios e metais” (11,5% e +710 milhões) e “Material de transporte terrestre e partes” (11,5% e -246 milhões). Seguiram-se os grupos “Produtos acabados diversos” (9,4% e +270 milhões), “Têxteis e vestuário” (8,6% e +326 milhões), “Energéticos” (8,1% e +242 milhões), “Madeira cortiça e papel” (7,8% e +440 milhões), “Calçado, peles e couros” (3,2% e +178 milhões) e “Aeronaves, embarcações e partes) (0,7% e +22 milhões de Euros).

5.2 – Importações

Em 2022, no período em análise, foi positiva a taxa de variação homóloga em valor, face ao período homólogo do ano anterior, em todos os grupos de produtos.

Os grupos de produtos com maior peso foram “Químicos” (18,2% e +1273 milhões de Euros), “Máquinas, aparelhos e partes” (16,3% e +622 milhões), “Energéticos” (16,1% e +3039 milhões), “Agro-alimentares” (13,5% e +891 milhões), “Minérios e metais” (10,1% e +1091 milhões).

Seguiram-se os grupos “Material de transporte terrestre e partes” (9,1% e +308 milhões de Euros), “Produtos acabados diversos” (5,8% e +380 milhões), “Têxteis e vestuário” (5,1% e +315 milhões), Madeira, cortiça e papel” (3,3% e +326 milhões), “Calçado, peles e couros” (1,7% e +190 milhões) e “Aeronaves, embarcações e partes” (1,0% e +43 milhões). 


6 – Mercados por grupos de produtos

6.1 – Exportações

Entre os mercados de destino, a Espanha ocupou no perído de Janeiro a Abril de 2022 a primeira posição em 8 dos 11 grupos de produtos com 26,6% do total, ocorrendo as excepções nos grupos “Calçado, peles e couros” (4ª posição, depois da França, Alemanha e Países Baixos), “Máquinas, aparelhos e partes” (2ª posição, depois da Alemanha) e “Aeronaves, embarcações e partes” (5ª posição, precedida do Brasil, Irlanda, EUA e  França).

Seguiram-se no “ranking” a França (13,2%), a Alemanha (11,1%), os EUA (6,0%), a Itália (4,8%), o Reino Unido/Irl NT e os Países Baixos (4,3% cada), a Bélgica (2,5%), Angola (1,6%) e a Polónia (1,4%).

Estes dez países representaram 75,8% das exportações totais.

6.2 – Importações

Na vertente das importações, a Espanha ocupou o primeiro lugar em dez dos onze grupos de produtos, com 32,6% do total.

A única excepção foi o grupo “Aeronaves, embarcações e partes” (6º lugar, depois da Alemanha, EUA, Canadá, França e Brasil).

Seguiram-se, no “ranking”, a Alemanha (11,6%), a França (6,2%), os Países Baixos (5,1%), a China e a Itália (4,7% cada), o Brasil (3,8%), os EUA (3,3%), a Bélgica (3,1%) e a Polónia (1,7%). Estes dez países cobriram 76,7% das importações totais.

7 – Valor dos grupos de produtos das exportações em 2022                         face a 2021, por meses homólogos não acumulados


Alcochete, 13 de Junho de 2022.

ANEXO



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