1 - Balança comercial
De acordo com dados preliminares divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) para o período de Janeiro a Abril de 2021 e 2022, com última actualização em 9 de Junho de 2022, as exportações de mercadorias aumentaram em valor, em termos homólogos, +18,0% (+3731 milhões de Euros), a par de um aumento das importações de +34,9% (+8678 milhões).
A partir do mês de Janeiro de 2021, nas estatísticas de base do INE foram
acrescentados dois novos códigos de países, “XI-Reino Unido (Irlanda do
Norte)” e “XU-Reino Unido (não incluindo a Irlanda do Norte)”,
apresentando-se a zeros a posição pautal com o código “GB-Reino Unido da
Grã-Bretanha e Irlanda do Norte”. Nos quadros destas séries mensais do
Comércio Internacional manteremos, para já, este código GB, correspondente
ao somatório dos valores dos dois novos códigos.
As exportações para o espaço comunitário (expedições), cujo total
corresponde aqui aos actuais 27 membros, registaram de Janeiro a Abril de 2022 um
acréscimo de +20,0% (+2974 milhões de Euros), tendo as exportações para os Países
Terceiros aumentado +12,9% (+757 milhões). Por sua vez, as importações com
origem na UE (chegadas) aumentaram +27,3% (+5080 milhões) e as originárias dos Países
Terceiros +57,5% (+3598 milhões).
O défice comercial externo (Fob-Cif) aumentou +118,6% ao situar-se em -9119
milhões de Euros (superior em 4947 milhões ao do ano anterior), a que
corresponderam agravamentos de 2106 milhões no comércio intracomunitário e de 2842
milhões no extracomunitário. Em termos globais, o grau de cobertura (Fob/Cif)
das importações pelas exportações desceu de 83,2%, em 2021, para 72,8%, em 2022.
A
variação do preço de importação do petróleo repercute-se no valor das
exportações de produtos energéticos, com reflexo na Balança Comercial. De Janeiro
a Abril de 2022 o valor médio de importação do petróleo bruto subiu, face ao período
homólogo de 2021, de 365 para 674 Euros/Ton.
Para além da variação da cotação internacional do barril de petróleo, medida
em dólares, a variação da cotação do dólar face ao Euro é também um dos
factores determinantes da evolução do seu preço em Euros (o gráfico inclui já a
cotação média do mês de Maio).
Se
excluirmos do total das importações e das exportações o conjunto dos produtos “Energéticos” (Capº 27 da NC), que pesou
16,1% no total das importações em 2022 e 8,1% do lado das exportações, o grau
de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações sobe, no comércio global, de 72,8% para 79,8%.
2 – Evolução mensal
3 – Mercados de destino e de origem
3.1 - Exportações
Em 2022, no
período de Janeiro a Abril, as exportações para a UE (expedições), que
representaram 72,8% do Total, cresceram +20,0%, contribuindo com +14,4 pontos
percentuais (p.p.) para uma taxa de ‘crescimento’ global de +18,0%. As exportações para o espaço extracomunitário
(27,2% do Total), cresceram +12,9%, contribuindo com +3,7 p.p. para a taxa de ‘crescimento’
global.
Os dez principais
destinos das exportações no período em análise de 2022 foram a Espanha (26,6%),
a França (13,2%), a Alemanha (11,1%), os EUA (6,0%), a Itália (4,8%), o Reino
Unido incl. Irlanda NT e os Países Baixos (4,3% cada), a Bélgica (2,5%), a
Polónia (1,4%) e a Suécia (1,2%), destinos que representaram 75,4% do total das
exportações.
Angola, o
terceiro principal mercado entre os países terceiros no ano de 2021, depois dos
EUA e do Reino Unido, registou no período em análise de 2022 um aumento de 46,8%
nas nossas exportações (+127,1 milhões de Euros), envolvendo os acréscimos
dez dos onze grupos de produtos: “Máquinas, aparelhos e partes” (+32,1
milhões), “Agro-alimentares” (+29,4 milhões), “Produtos acabados
diversos” (+24,4 milhões), Químicos (+17,9 milhões), “Minérios e
metais” (+11,7 milhões), “Madeira, cortiça e papel” (+6,8 milhões), “Energéticos”
(+2,8 milhões), “Têxteis e vestuário” (+994 mil Euros), “Aeronaves, embarcações
e partes” (+559 mil) e “Calçado, peles e couros” (+517 mil).
A excepção incidiu no grupo “Material de transporte terrestre e partes” (-143 mil Euros).
Entre os
principais destinos, os maiores contributos
positivos para o ‘crescimento’ das
exportações neste período (+18,0%) pertenceram a Espanha (+5,3 p.p.), à
Alemanha (+2,1 p.p.), à França e aos EUA (+1,9 p.p. cada), aos Países Baixos
(+1,1 p.p.), às Provisões de Bordo Extra (+1,0 p.p.), à Itália (+0,9 p.p.), à
Bélgica e à Turquia (+0,4 p.p. cada). Os maiores contributos negativos
couberam a Marrocos (-0,6 p.p.), ao Japão (‑0,4 p.p.), ao Reino Unido/Irl NT
(-0,3 p.p.) e ao Brasil (-0,2 p.p.).
Os maiores acréscimos nas
expedições para o espaço comunitário
incidiram em Espanha, Alemanha, França, Países Baixos e Itália, seguidos das Provisões
de Bordo, da Bélgica, da Finlândia, da Suécia, da Irlanda, da Polónia e da Áustria.
O maior decréscimo coube a Malta.
No conjunto dos Países Terceiros, entre os maiores acréscimos nas exportações
destacaram-se os EUA, Provisões de Bordo, Angola, Panamá e Turquia, seguidos da
Noruega, Catar, Israel, Canadá e Argentina.
Entre os maiores decréscimos
evidenciaram-se os de Marrocos, Japão, Reino Unido/Irl NT, Austrália, Gibraltar
e Egipto.
3.2 - Importações
Em 2022, no
período em análise, as chegadas de mercadorias com origem na UE, que
representaram 70,6% do total, registaram um acréscimo de +27,3% e contribuíram
com +20,4 p.p. para uma taxa de variação homóloga global de +34,9%.
As
importações com origem no espaço extracomunitário registaram no mesmo período um
acréscimo de +57,5%, representando 29,4% do total, com um contributo para o ‘crescimento’
global de +14,5 p.p..
Os
principais mercados de origem das importações em 2022 foram a Espanha (32,6% do
Total) e a Alemanha (11,6%).
Seguiram-se
a França (6,2%), os Países Baixos (5,1%), a China e a Itália (4,7% cada), o
Brasil (3,8%), os EUA (3,3%), a Bélgica (3,1%) e a Polónia (1,7%).
Estes
países representaram, no seu conjunto, 76,7% do total das importações.
Entre os contributos
positivos para a taxa de variação homóloga anual das importações em 2022 (+34,9%)
destacou-se o da Espanha, (+11,9 p.p.), seguida do Brasil (2,5 p.p.), dos EUA
(+2,3 p.p.), da Alemanha (+2,0 p.p.), da China (+1,9 p.p.), dos Países Baixos e
do Azerbaijão (+1,4 p.p. cada) e da Itália (+1,2 p.p.). Os principais contributos
negativos incidiram na Ucrânia (‑0,2 p.p.) e na Arábia Saudita (-0,1 p.p.).
Nas duas figuras seguintes
relacionam-se os maiores acréscimos das importações com origem intracomunitária
(não ocorreram decréscimos) e os maiores acréscimos e decréscimos nos Países Terceiros, entre 2021 e 2022.
4 – Saldos da Balança Comercial
Nos primeiros quatro meses de 2022, os maiores saldos positivos da
balança comercial (Fob-Cif) couberam à França (+1164 milhões de Euros) e ao
Reino Unido (+707 milhões). Seguiram-se os EUA (341 milhões), Angola (+301 milhões)
e Marrocos (+136 milhões).
O maior défice, a grande distância dos restantes, pertenceu a
Espanha (-4422 milhões de Euros), seguida da China (-1366 milhões), da Alemanha
(‑1187 milhões), do Brasil (‑1038 milhões) e da Nigéria (-677 milhões).
5 – Evolução por grupos de produtos
5.1 – Exportações
Os
capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2 Ξ SH-2), foram aqui agregados em 11 grupos de produtos, tendo em atenção as
alterações pautais de 2022 (ver ANEXO).
No
período de Janeiro a Abril de 2022, todos os grupos, à excepção de “Material
de transporte terrestre e partes”, registaram acréscimos nas exportações
face a 2021.
5.2 – Importações
Em 2022,
no período em análise, foi positiva a taxa de variação homóloga em valor, face
ao período homólogo do ano anterior, em todos os grupos de produtos.
Os grupos
de produtos com maior peso foram “Químicos”
(18,2% e +1273 milhões de Euros), “Máquinas,
aparelhos e partes” (16,3% e +622 milhões), “Energéticos” (16,1% e +3039 milhões), “Agro-alimentares” (13,5% e +891 milhões), “Minérios e metais” (10,1%
e +1091 milhões).
Seguiram-se
os grupos “Material de transporte
terrestre e partes” (9,1% e +308 milhões de Euros), “Produtos acabados
diversos” (5,8% e +380 milhões), “Têxteis e vestuário” (5,1% e +315
milhões), Madeira, cortiça e papel” (3,3% e +326 milhões), “Calçado,
peles e couros” (1,7% e +190 milhões) e “Aeronaves, embarcações e
partes” (1,0% e +43 milhões).
6 – Mercados por grupos de produtos
6.1 – Exportações
Entre os
mercados de destino, a Espanha ocupou no perído de Janeiro a Abril de 2022 a
primeira posição em 8 dos 11 grupos de produtos com 26,6% do total, ocorrendo
as excepções nos grupos “Calçado, peles e
couros” (4ª posição, depois da França, Alemanha e Países Baixos), “Máquinas, aparelhos e partes” (2ª
posição, depois da Alemanha) e “Aeronaves,
embarcações e partes” (5ª posição, precedida do Brasil, Irlanda, EUA e França).
Seguiram-se
no “ranking” a França (13,2%), a
Alemanha (11,1%), os EUA (6,0%), a Itália (4,8%), o Reino Unido/Irl NT e os Países
Baixos (4,3% cada), a Bélgica (2,5%), Angola (1,6%) e a Polónia (1,4%).
Estes dez
países representaram 75,8% das exportações totais.
6.2 – Importações
Na
vertente das importações, a Espanha ocupou o primeiro lugar em dez dos onze
grupos de produtos, com 32,6% do total.
A única excepção
foi o grupo “Aeronaves, embarcações e partes” (6º lugar, depois da Alemanha,
EUA, Canadá, França e Brasil).
Seguiram-se,
no “ranking”, a Alemanha (11,6%), a
França (6,2%), os Países Baixos (5,1%), a China e a Itália (4,7% cada), o
Brasil (3,8%), os EUA (3,3%), a Bélgica (3,1%) e a Polónia (1,7%). Estes dez
países cobriram 76,7% das importações totais.
7 – Valor dos grupos de produtos das exportações em 2022 face a 2021, por meses homólogos não acumulados
Alcochete, 13 de Junho de 2022.
ANEXO
Sem comentários:
Enviar um comentário