segunda-feira, 11 de novembro de 2024

Comércio Internacional de Mercadorias - Série Mensal - Janeiro-Setembro 2024

 

Comércio Internacional 
de mercadorias
- série mensal -
(Janeiro-Setembro 2024)

( disponível para download  >> aqui )


1 - Balança comercial

De acordo com dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) para o período de Janeiro a Setembro de 2023, em versão definitiva, e de 2024, em versão preliminar, com última actualização em 8 de Novembro de 2024, as exportações de mercadorias em 2024 cresceram, em termos homólogos, +2,2% (+1282 milhões de Euros), a par de um acréscimo das importações de +0,7% (+522 milhões). 

A partir de Janeiro de 2021, nas estatísticas de base do INE foram acrescentados, na sequência do “Brexit”, dois códigos de países, “XI-Reino Unido (Irlanda do Norte)” e “XU-Reino Unido (não incluindo a Irlanda do Norte)”, apresentando-se a zeros a posição pautal com o código “GB-Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte”. Nos quadros desta série mensal manteremos, para já, este código GB, correspondente ao somatório dos valores dos dois novos códigos.

As exportações para o espaço comunitário (expedições), cujo total corresponde aqui aos actuais 27 membros, registaram no período em análise um acréscimo de +3,4% (+1390 milhões de Euros), tendo as exportações para os Países Terceiros registado um decréscimo de -0,6% (-108 milhões). Por sua vez, as importações com origem na UE (chegadas) aumentaram +0,7% (+422 milhões) e as originárias dos Países Terceiros cresceram +0,5% (+100 milhões de Euros). 

O défice comercial externo (Fob-Cif), -3,7% face a 2023, situou-se em -19731 milhões de Euros (inferior em 760 milhões ao do ano anterior), a que correspondeu um desagravamento de -968 milhões no comércio intracomunitário e um agravamento de +208 milhões no extracomunitário. Em termos globais, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações subiu de 74,0%, em 2023, para 75,1%, em 2024.

A variação do preço de importação do petróleo repercute-se no valor das exportações de produtos “Energéticos”, com reflexo no comportamento da Balança Comercial. No período de Janeiro a Setembro o valor médio de importação do petróleo bruto subiu de 571 Euros/Ton, em 2023, para 587 Euros/Ton, em 2024. 

Para além da variação da cotação internacional do barril de petróleo, medida em dólares, a variação da cotação do dólar face ao Euro é também um dos factores determinantes da evolução do seu preço em Euros (o gráfico inclui já a cotação média do mês de Outubro).

Se excluirmos do total das importações e das exportações o conjunto dos produtos “Energéticos” (Capº 27 da NC), que pesou 10,8% no total das importações em 2024 e 7,2% nas exportações, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações sobe, em 2024, de 75,1% no comércio global, para 78,2%.

2 – Evolução mensal

3 – Mercados de destino e de origem

3.1 - Exportações

Em 2024, no período em análise, as exportações para a UE (expedições), que representaram 71,2% do Total, cresceram +3,4%, contribuindo com +2,4 pontos percentuais (p.p.) para uma taxa de ‘crescimento’ global de +2,2%. As exportações para o espaço extracomunitário, 28,8% do Total, decresceram -0,6%, contribuindo com -0,2 p.p. para a taxa de variação global.

Os dez principais destinos das exportações foram a Espanha (25,7%), a Alemanha (12,6%), a França (12,3%), os EUA (6,7%), o Reino Unido/ Irl.NT (4,6%), a Itália (4,3%), os Países Baixos (3,6%), a Bélgica (2,6%), a Polónia (1,5%) e as Provisões de Bordo para Países Terceiros (1,4%), destinos que representaram 75,4% do Total.

Angola, o terceiro principal mercado entre os países terceiros, depois dos EUA e do Reino Unido, registou no período em análise um decréscimo de -23,4% nas nossas exportações (-229,6 milhões de Euros). À excepção do grupo “Energéticos” (+5,2 milhões de Euros), ocorreram decréscimos em todos os restantes grupos de produtos, tendo as maiores quebras incidido nos grupos “Máquinas, aparelhos e partes” (-102,0 milhões de Euros), “Produtos acabados diversos” (-33,4 milhões), “Agro-alimentares” (‑32,5 milhões), Químicos (-26,2 milhões), “Minérios e metais”    (-13,7 milhões) e “Material de transporte terrestre e partes” (-11,1 milhões). Seguiram-se os grupos “Madeira, cortiça e papel” (‑6,7 milhões), “Aeronaves, embarcações e partes” (-3,8 milhões), “Têxteis e vestuário” (-3,4 milhões) e “Calçado, peles e couros” (-2,0 milhões de Euros).

Entre os principais destinos, os maiores contributos negativos para a taxa de variação homóloga de +2,2% couberam a França (-0,7 p.p.), Turquia e Angola (-0,4 p.p. cada), China e Prov. Bordo Intra-UE (­-0,2 p.p. cada), Roménia, Eslováquia e Irlanda (-0,1 p.p. cada).

Os maiores contributos positivos pertenceram à Alemanha (+2,0 p.p.), Espanha (+0,7 p.p.), EUA (+0,4 p.p.), Finlândia, Gibraltar, Brasil, Itália e Marrocos (+0,2 p.p. cada), Rep. Checa e Dinamarca (+0,1 p.p. cada).

Os maiores acréscimos nas expedições para o espaço comunitário incidiram na Alemanha, Espanha, Finlândia, Itália, República Checa, Dinamarca, Polónia, Suécia e Bélgica. Os maiores decréscimos ocorreram em França, Provisões de Bordo, Roménia, Eslováquia, Irlanda, Lituânia e Bulgária.


No conjunto dos Países Terceiros, entre os maiores acréscimos nas exportações destacaram-se os EUA, Gibraltar, Brasil, Marrocos, Egipto, Ucrânia, Cabo Verde, Ceuta e Argentina.

Entre os maiores decréscimos evidenciaram-se os do Reino Unido/Irl NT, Turquia, Angola, China, Japão, Emiratos, Austrália, Panamá, Arábia Saudita e Israel.

3.2 – Importações

Em 2024, no período em análise, as chegadas de mercadorias com origem na UE, que representaram 74,1% do total, registaram um acréscimo de +0,7% e uma contribuição de +0,5 p.p. para uma taxa de variação homóloga global de +0,7%.

As importações com origem no espaço extracomunitário registaram no mesmo período um acréscimo de +0,5% representando 25,9% do total, com um contributo para o ‘crescimento’ global de +0,1 p.p..

Os principais mercados de origem das importações em 2024 foram a Espanha (32,9% do Total), seguida da Alemanha (11,6%), da França (7,1%), dos Países Baixos (5,6%), da Itália (5,2%), da China (4,9%), do Brasil (3,4%), da Bélgica (3,1%), dos EUA (2,2%) e da Polónia (1,7%).

Estes países representaram, no seu conjunto, 77,5% do total das importações.

Entre os contributos positivos para a taxa de variação homóloga das importações no período em análise (+0,7%), destacaram-se os da França e Azerbaijão (+0,4 p.p. cada), da Turquia, Itália e Argélia (+0,3 p.p. cada), da Alemanha e Países Baixos (+0,2 p.p. cada), da Irlanda, Áustria e Índia (+0,1 p.p. cada).

Os principais contributos negativos incidiram em Espanha (-0,6 p.p.), Brasil (-0,4 p.p.), Polónia (-0,2 p.p.), China, EUA e Hungria (-0,1 p.p. cada).

Nas duas figuras seguintes relacionam-se os maiores acréscimos e decréscimos do valor das chegadas com origem intracomunitária e das importações dos Países Terceiros, entre o período de Janeiro a Setembro de 2024 e de 2023.


4 – Saldos da Balança Comercial        

No período de Janeiro a Setembro de 2024 os maiores saldos positivos da balança comercial (Fob-Cif) couberam aos EUA (+2305 milhões de Euros), Reino Unido/Irl. NT (+1843 milhões), França (+1672 milhões), Angola (663 milhões) e Marrocos (469 milhões). O maior défice, a grande distância dos restantes, incidiu em Espanha         (­­-10760 milhões de Euros), seguida da China (-3418 milhões), Países Baixos (-2260 milhões), Brasil (-1440 milhões) e Alemanha (‑1660 milhões).

5 – Evolução por grupos de produtos

5.1 – Exportações

Os capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2 Ξ SH-2), foram aqui agregados em 11 grupos de produtos (ver ANEXO).

Em 2024, os grupos de produtos que detiveram maior peso na estrutura foram “Máquinas, aparelhos e partes” (14,8% do Total e -100 milhões face ao ano anterior), “Químicos” (14,8% e +900 milhões de Euros), “Agro-alimentares” (14,4% e +733 milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (11,8% e -380 milhões), “Minérios e metais” (10,0% e +52 milhões) e “Produtos acabados diversos” (9,5% e ‑68 milhões de Euros).

Seguiram-se os grupos “Energéticos” (7,2% e +432 milhões), “Têxteis e vestuário” (7,2% e -257 milhões), “Madeira cortiça e papel” (6,8% e +71 milhões), “Calçado, peles e couros” (2,9% e -144 milhões) e “Aeronaves, embarcações e partes” (0,7% e +43 milhões de Euros).

5.2 – Importações

No período em análise de 2024 os grupos de produtos com maior peso nas importações foram “Máquinas, aparelhos e partes” (18,1% e +310 milhões de Euros), “Químicos” (17,5% e +489 milhões), “Agro-alimentares” (15,8% e +188 milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (12,1% e +322 milhões) e “Energéticos” (10,8% e ‑920 milhões).

Seguiram-se os grupos “Minérios e metais” (8,8% e -171 milhões), “Produtos acabados diversos” (6,1% e +103 milhões), “Têxteis e vestuário” (4,9% e ­­­­-106 milhões de Euros), Madeira, cortiça e papel” (2,9% e -92 milhões), “Calçado, peles e couros” (1,8% e +51 milhões) e “Aeronaves. Embarcações e partes” (1,1% e +347 milhões de Euros).

6 – Mercados por grupos de produtos

6.1 – Exportações

Entre os mercados de destino, a Espanha ocupou em 2024 a primeira posição em 7 dos 11 grupos de produtos com 25,7% do total, ocorrendo as excepções nos grupos “Energéticos” (3ª posição, depois dos EUA e das Previsões de Bordo para países terceiros), “Calçado, peles e couros” (3ª posição, depois da França e da Alemanha), “Máquinas, aparelhos e partes” (2ª posição, depois da Alemanha) e “Aeronaves, embarcações e partes” (4ª posição, precedida do Brasil França e EUA).

Seguiram-se no “ranking” a Alemanha (12,6%), a França (12,3%), os EUA (6,7%), a Itália (4,3%), o Reino Unido/Irl.NT (4,1%), os Países Baixos (3,6%), a Bélgica (2,6%), a Polónia (1,5%) e as Prov.Bordo  (1,4%).

Estes dez destinos representaram 75,8% da exportação total.

6.2 – Importações

Na vertente das importações, a Espanha ocupou o primeiro lugar em dez dos onze grupos de produtos, com 32,9% do total.

A excepção foi o grupo “Aeronaves, embarcações e partes” (4º lugar, depois da França, Brasil e Áustria).

Seguiram-se, no “ranking”, a Alemanha (11,6%), França (7,1%), Países Baixos  (5,6%), Itália (5,2%), China (4,9%), Brasil (3,4%), Bélgica (3,1%), EUA (2,2%) e Polónia (1,7%).

Estes dez países cobriram 77,5% da importação total.

 7 – Valor dos grupos de produtos das exportações em 2024                       face a 2023, por meses homólogos não acumulados



Alcochete, 11 de Novembro de 2024.


ANEXO



quarta-feira, 30 de outubro de 2024

Comércio Internacional de Portugal com África - 2019-2023 e 1º Semestre 2023-2024

 

          Comércio Internacional de          mercadorias 
 de Portugal com África

 (2019-2023)
 (1º Semestre 2023-2024)

                                                (disponível para download  >> aqui )


1 – Nota introdutória

Para a reunião de dados do comércio externo dos países africanos face ao mundo no ano de 2023 foi utilizada a base de dados do “International Trade Centre” (ITC). Os 60 países africanos foram agrupados em 3 conjuntos, que aqui passamos a designar por zonas: “Norte de África”, “Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP)” e “Outros África”.

Em quadro anexo (Anexo-1), encontram-se relacionados estes países pelas três zonas consideradas, com as respectivas capitais, população (estimativa 2024) e PIB “per capita” (estimativa 2023), informação com base em dados da “Central Inteligence Agency” (CIA).

Para o comércio de Portugal com África foram utilizados dados estatísticos de base divulgados pelo “Instituto Nacional de Estatística de Portugal” (INE) para os anos de 2019 a 2023 e 1º Semestre de 2023 e 2024, com última actualização em 10-10-2024.

2 –Comércio Externo dos países africanos face ao mundo

3 – Comércio de mercadorias de Portugal com África

No ano de 2023 o maior peso das importações portuguesas com origem nos países africanos incidiu na zona “Outros África” (56,0%, com 47,4% em 2019), seguida do “Norte de África” (36,7% e 24,0%, respectivamente) e dos “PALOP” (28,6% e 7,3%). Do lado das exportações prevaleceram os PALOP” (44,4% e 50,4%), seguidos do “Norte de África” (41,4% e 34,8%) e dos “Outros África” (14,2% e 14,8%).

Nos gráficos seguintes pode observar-se a evolução do ritmo de crescimento anual do valor das importações e das exportações de Portugal com os países africanos entre 2019 e 2023 (2019=100).

3.1 – Balança Comercial

No quinquénio 2019-2023 a Balança Comercial de Portugal com o conjunto dos países africanos foi deficitária em 2019 (-246 milhões de Euros) e em 2022 (-1,7 mil milhões). Em 2023 o saldo da Balança situou-se em +197 milhões de Euros, com um grau de cobertura das importações pelas exportações (Cif-Fob) de 104,5%. No 1º Semestre de 2024 registou-se um saldo positivo de +132 milhões de Euros, com um grau de cobertura de 106,3%.

Em 2023 estas importações representaram 16,2% das importações portuguesas de origem Extra-UE(27) e 19,6% das exportações, quotas que no 1º Semestre de 2024 foram respectivamente de 15,6% e 19,2%.

No quinquénio em análise a Balança Comercial com os países do “Norte de África”, à excepção de 2022 (-338 milhões de Euros), foi superavitária, o mesmo acontecendo no 1º Semestre de 2024. Em 2023 o saldo da Balança situou-se em +285 milhões de Euros, com um grau de cobertura de 117,9%. No 1º Semestre de 2024 registou-se um saldo positivo de +21 milhões de Euros, com um grau de cobertura de 102,0%.

Nos anos em análise e 1º Semestre de 2024, a Balança Comercial com os “PALOP” foi superavitária, com elevados graus de cobertura das importações pelas exportações.

No período em análise a Balança Comercial com os restantes países africanos, “Outros África, foi deficitária, com graus de cobertura oscilando entre apenas 20% e 32%.

3.2 – Importações

As importações portuguesas de produtos “Energéticos”, designadamente petróleo e gás natural, detêm um peso elevado nas importações vindas de África, tendo no 1º Semestre de 2024 representado 55,0% do Total em “Outros África”, principalmente originárias da Nigéria, Congo e Ghana, 39,8% no “Norte de África”, a partir da Argélia, e 5,1% nos “PALOP”, vindas de Angola.



Principais origens das importações:

No ano de 2023 as principais importações provenientes do “Norte da África” incidiram na Argélia e em Marrocos, as dos “PALOP” em Angola e as dos “Outros África” na Nigéria, Congo, África do Sul e Ghana.

3.3 – Exportações

No 1º Semestre de 2024 as principais exportações portuguesas para África incidiram nos grupos de produtos “Máquinas, aparelhos e partes” (22,4% do Total e 23,6% em 2023), “Agro-alimentares” (15,4% e 16,0%) e “Químicos” (14,4% e 15,7%).

Seguiram-se os grupos “Energéticos” (10,7% e 7,4%), “Minérios e metais” (10,3% e 10,1%), “Madeira, cortiça e papel” (8,8% e 7,7%), “Produtos acabados diversos” (6,8% e 7,0%), “Material de transporte terrestre e partes” (5,9% e 7,5%) e “Têxteis e Vestuário” (4,1% e 4,0%).

Com pesos inferiores alinharam-se depois os grupos “Calçado, peles e couros” (0,8% nos dois semestres) e “Aeronaves, embarcações e partes” (0,4% e 0,2%).

Principais destinos das exportações:

No ano de 2023 as principais exportações para o “Norte da África” incidiram em Marrocos, Argélia, Egipto e Tunísia.

Nas exportações para os “PALOP” prevaleceram as de Angola, centradas no petróleo, seguidas de Moçambique, Cabo Verde e Guiné-Bissau.

Para “Outros África” destacaram-se as destinadas à África do Sul, Costa do Marfim, Nigéria e Senegal.

Alcochete, 30 de Outubro de 2024.


ANEXO-1



ANEXO-2














































































quarta-feira, 23 de outubro de 2024

Comércio Internacional da pesca, preparações, conservas e outros produtos do mar -1º Semestre 2023-2024

 

Comércio Internacional da pesca,
preparações, conservas e outros
produtos do mar
(1º Semestre 2023-2024)

(Disponível para download >>> aqui )

 

1 - Introdução

Portugal é detentor de uma das maiores Zonas Económicas Exclusivas (ZEE) a nível europeu e mesmo mundial. Apesar desta enorme extensão marítima, a balança comercial da “Pesca, preparações, conservas e outros produtos do mar” é deficitária, representando as importações um valor (Fob) cerca de duas vezes superior ao das exportações.

No presente trabalho analisa-se a evolução destas trocas comerciais com o exterior, a partir de dados de base divulgados no portal do Instituto Nacional de Estatística para o primeiro semestre de 2023, em versão definitiva, e 2024, em versão preliminar, com última actualização em 10 de Outubro de 2024.

2 – Peso da pesca, preparações, conservas e outros produtos                    do mar no comércio internacional português

No 1º Semestre de 2023 e 2024 as importações destes produtos representaram cerca de 2,5% das importações globais, e 1,6% das exportações.

3 – Balança Comercial

No 1º Semestre de 2024 o valor das importações deste conjunto de produtos foi praticamente coincidente com o valor verificado no semestre homólogo de 2023.

Por sua vez as exportações decresceram -2,2%, uma quebra de -14,7 milhões de Euros face ao ano anterior.

O défice da Balança Comercial (Fob-Cif) destes produtos do mar aumentou +2,1%, ao situar-se em -675,2 milhões de Euros, contra -661,0 milhões no mesmo período do ano anterior.

O grau de cobertura das importações pelas exportações desceu de 49,8%, em 2023, para 48,7%, em 2024.

No 1º Semestre de 2024, entre os agregados de produtos considerados, destacaram-se, tanto nas importações como nas exportações, o “Peixe” (respectivamente 66,0% e 46,7% do Total), os “Crustáceos, moluscos e outros invertebrados aquáticos” (20,4% e 24,6%) e as “Preparações e conservas de peixe, crustáceos e moluscos” (11,5% e 27,4%).

Este conjunto de produtos representou 97,8% das importações em 2023 e 98,3% do total das exportações.

No quadro seguinte pode observar-se a Balança Comercial das sete componentes consideradas.

O único agregado em que o saldo da Balança Comercial foi favorável foi “Preparações e conservas de peixe, crustáceos e moluscos” (+25,7 milhões em 2024 e +12,1 milhões de Euros em 2023).

Os maiores défices incidiram nos agregados “Peixe” (‑567,7 milhões de Euros em 2024 e ‑540,7 milhões em 2023) e “Crustáceos, moluscos e outros invertebrados aquáticos” (‑110,5 e -116,0 milhões de Euros, respectivamente).


4 – Importação

No 1º Semestre de 2024 as importações praticamente estabilizaram face ao período homólogo do ano anterior.

Os únicos acréscimos ocorreram nas componente “Peixe” (+19,4 milhões de Euros), e na componente Sal, águas-mãe de salinas e algas” (+2,1 milhões de Euros).

O maior decréscimo incidiu na componente “Crustáceos, moluscos e outros invertebrados aquáticos” (-14,5 milhões de Euros), seguido de Preparações e conservas de peixe, crustáceos e moluscos” (-6,3 milhões), “Produtos da pesca impróprios para alimentação humana” (-1,3 milhões) e “Farinhas, pós  e ‘pellets’ próprios para alimentação humana” (-76 mil Euros).


4.1 – Mercados de origem

No 1º Semestre de 2024 os principais fornecedores destes produtos foram a Espanha (40,4% do Total), os Países Baixos (14,6%), a Suécia (9,0%), a Dinamarca (4,3%), a China (3,3%), o Equador (2,9%), a Federação Russa (2,5%), e a Noruega (2,4%), países que totalizaram 79,3% destas importações.

Os maiores acréscimos, face ao semestre homólogo de 2023, couberam a Espanha (+25,1 milhões de Euros) e aos Países Baixos (+21,7 milhões). O maior decréscimo incidiu na Federação Russa ( -16,4 milhões de Euros).


5 – Exportação



No 1º Semestre de 2024 as exportações decresceram -1,8% face ao período homólogo do ano anterior (cerca de -12,0 milhões de Euros).

Os maiores decréscimos incidiram nas componentes “Crustáceos, moluscos e outros invertebrados aquáticos” (-8,9 milhões de Euros), “Peixe” (-7,6 milhões de Euros) e “Produtos da pesca impróprios para a alimentação humana” (-1,2 milhões), seguidos de “Gorduras e óleos de peixe e mamíferos aquáticos” (-499 mil Euros) e “Extractos e sucos de carnes” (-60 mil Euros).

Os maiores acréscimos ocorreram na componente “Preparações e conservas de peixe, crustáceos e moluscos” (+7,3 milhões), seguida de “Sal, águas-mãe de salinas e algas” (+201 mil Euros) e “Farinhas, pós e ‘pellets’ para alimentação humana” (+7 mil Euros).

5.1 – Mercados de destino

No 1º Semestre de 2024 o principal mercado de destino, com mais de metade do valor das exportações foi a Espanha (53,2% do Total), seguida da França (11,5%), da Itália (10,1%) e do Brasil (5,9%).

Com quotas inferiores alinharam-se depois, entre os principais, os EUA (2,4%), a China (1,8%), a Suíça e Bélgica (1,4% cada) e o Reino Unido/Irl NT, Alemanha e Países Baixos (1,3% cada).

Os maiores acréscimos, face ao semestre homólogo de 2023, couberam a Espanha (+11,0 milhões de Euros) e à Bélgica (+1,3 milhões).

Os maiores decréscimos nestas exportações incidiram no Brasil (-13,3 milhões de Euros), na China (-4,9 milhões), na Alemanha (-3,6 milhões), e em Angola (-3,1 mil Euros).


6 – Importação e exportação de sardinha

São conhecidas as limitações impostas à pesca da sardinha, importante para a exportação das conservas, em zonas em que operam habitualmente os pescadores portugueses e espanhóis. Face à acentuada redução do “stock” verificada ao longo da última década, houve mesmo um parecer científico do Conselho Internacional para a Exploração do Mar (ICES) que aconselhava a proibição da sua pesca. 


No 1º Semestre de 2024, face ao semestre homólogo de 2023, diminuiu o valor da importação de “Sardinha fresca, refrigerada ou congelada” (-1,9%), a par de um aumento em quantidade (+0,3%).

Por sua vez, registou-se um aumento significativo do valor da exportação e da quantidade (+45,6% e +54,8% respectivamente).




7 – Importação e exportação de bacalhau


O bacalhau ocupa uma posição importante na dieta alimentar dos portugueses. Nos semestres em análise o valor da importação de bacalhau (Fob), nos seus diversos estados, foi mais de 4 vezes superior ao da exportação.

No 1º Semestre de 2024 a importação de bacalhau decresceu em valor -4,5% face ao  1º semestre de 2023, tendo pesado cerca de 30% no Total dos produtos do mar (28% em 2023). Por sua vez, na exportação o bacalhau representou cerca de 13% do Total nos dois anos.

Entre os vários tipos de bacalhau destaca-se, nas importações, o “Seco, salgado, em salmoura ou fumado”, que representou 71,4% do Total no 1º Semestre de 2024, seguido do “Congelado, excluindo filetes” (20,1%) e do “Fresco ou refrigerado excepto filetes” (5,0%). Nas exportações prevaleceu o bacalhau “Congelado excluindo filetes” (40,2%), seguido dos “Filetes em qualquer estado” (24,0%), do “Seco, salgado, em salmoura ou fumado” (22,4%), e da “Carne de bacalhau congelada, excluindo filetes” (10,3%).

Os principais mercados de origem das importações de bacalhau no 1º Semestre de 2024 foram os Países Baixos (40,3%) e a Suécia (24,8%), Seguiram-se a Federação Russa (8,3%), a Noruega e Espanha (7,4% cada), a Dinamarca (7,2%) e a China (2,3%).

Sabe-se que uma grande parte do bacalhau consumido em Portugal tem origem na Noruega, país extracomunitário limítrofe da Suécia. Tudo indica que a posição da Suécia entre os fornecedores contabilizados pelo INE assentará no facto de ser este eventualmente um país de “introdução em livre prática” na UE de bacalhau norueguês destinado a Portugal.

Os principais mercados de destino das exportações de bacalhau no 1º Semestre de 2024 foram o Brasil (34,8%), a Espanha (31,5%) e a França (14,4%). Com pesos inferiores alinharam-se depois os EUA (3,3%), a Suíça e a Itália (3,2% cada), a Bélgica (1,9%) e o Luxemburgo (1,5%).

Seguem-se, em anexo, quadros e gráficos com a Balança Comercial da desagregação das diversas componentes por produtos a quatro ou a seis dígitos da Nomenclatura, com indicação do valor e das quantidades transaccionadas nos semestres em análise.


ANEXOS



























Alcochete, 23 de Outubro de 2024.