Comércio Internacional
de mercadorias
de Portugal com Angola
(2019-2023)
Analisa-se neste trabalho a evolução do comércio de
mercadorias de Portugal com Angola ao longo do último quinquénio (2019-2023),
com base em dados definitivos do “Instituto Nacional de Estatística de
Portugal” (INE).
Em 2023 Angola ocupou a 3ª posição nas exportações portuguesas
para o espaço Extra-comunitátrio (5,5%), precedida dos EUA (22,7%) e do Reino
Unido/Irl. NT (15,8%), e a 21ª posição na vertente das importações (1,0%).
Ao longo da última década, tanto as importações
como as exportações registaram uma evolução tendencialmente decrescente.
Mais de 80% das
exportações angolanas incidem no petróleo, de que o principal destino é a
China. As principais importações incidem em produtos “Energéticos”, como
gás e produtos refinados do petróleo, “Máquinas”, “Químicos”, “Material
de transporte” e “Minérios e metais”.
No
quadro seguinte constam, por Grupos de Produtos (definição do conteúdo no Anexo 1), as quotas de Portugal
nas importações angolanas em 2021 e 2022, importações com valores calculados
pelo “International Trade Centre” (ITC) a partir de dados da “Direcção
Nacional das Alfândegas de Angola”, sendo as originárias de Portugal
calculadas a partir das suas exportações para Angola, de fonte “Instituto
Nacional de Estatística de Portugal” (INE), com valores (Fob) convertidos a
(Cif) por aplicação de um factor fixo (Fob=Cif x 0,9533).
2 –
Balança Comercial de Portugal com Angola
Ao
logo dos últimos cinco anos a Balança Comercial com Angola foi favorável a
Portugal, com elevados graus de cobertura das importações pelas exportações e
saldos sucessivamente crescentes, à excepção de uma pequena quebra em 2022, que
subiram de 163 milhões de Euros em 2019, para 992 milhões em 2023.
Neste
último ano as importações decresceram -56,6% face ao ano anterior e as
exportações decairam -11,2%.
As
importações portuguesas provenientes de Angola encontram-se centradas no
petróleo bruto, logo sujeitas à flutuação do seu preço no mercado
internacional, tendo o grupo de produtos “Energéticos” representado 95,2%
do Total em 2022 e 85,8% em 2023.
Na figura
seguinte, para o cálculo da estrutura por Grupos de Produtos em 2022 e 2023,
foi excluído o grupo “Energéticos”.
O grupo dominante em 2023 foi “Agro-alimentares”
(61,8% do Total excluindo “Energéticos” e 62,6% em 2022), principalmente
constituído por bananas e crustáceos.
Seguiram-se os grupos “Minérios e metais”
(15,3% e 14,0%), principalmente granito e outras rochas, e ouro, “Máquinas,
aparelhos e partes” (9,9% e 5,3%), principalmente máquinas e aparelhos
mecânicos, como máquinas para trabalhar terras, pedra ou minérios, entre outas,
“Madeira, cortiça e papel” (7,3% e 9,6%), designadamente madeira
serrada, “Produtos acabados diversos” (4,2% e 4,9%), como pedra
de cantaria ou construção e relógios, e “Material de transporte terrestre
e partes” (0,7% e 1,1%), com destaque para os veículos automóveis e
suas partes, e contentores. Os restantes grupos de produtos registaram
pesos muito reduzidos no conjunto das importações.
Na figura seguinte relacionam-se as principais importações
com origem em Angola efectuadas nos últimos dois anos, por Grupos de Produtos desagregados
por Capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2 ≡ SH2). Em anexo (Anexo 2),
podem observar-se estas importações com uma desagregação ainda mais fina
(NC-4).
4 – Exportações
No período em análise as principais exportações
portuguesas para Angola incidiram nos grupos de produtos “Máquinas,
aparelhos e partes”, “Agro-alimentares”, “Químicos”, “Produtos
acabados diversos” e “Minérios e metais”.
Em 2023 as exportações de “Máquinas,
aparelhos e partes”, muito diversificadas, representaram 33,1%
do Total (29,0% em 2022), com destaque para as partes de máquinas elevatórias,
máquinas para trabalhar terras, pedra ou minérios, quadros eléctricos,
aparelhos de telecomunicação por fios, centrifugadores, aparelhos de filtragem,
fios e cabos eléctricos, máquinas automáticas de processamento de dados,
interruptores, seccionadores e aparelhos eléctricos de protecção,
refrigeradores e congeladores, transformadores e conversores eléctricos, bombas
para líquidos, torneiras e válvulas, entre muitos outros.
Entre os produtos “Agro-alimentares”
(17,5% em 2023 e 20,8% em 2022) predominaram os vinhos, óleo de soja, queijo,,
enchidos, extractos de malte e farinhas, leite, preparações para alimentação
animal e azeite. No âmbito dos produtos “Químicos” (15,8%
e 17,2%) sobressairam os produtos farmacêuticos, plástico e suas obras,
reagentes de diagnóstico e laboratório, substâncias odoríficas, produtos de
lavagem e limpeza, pneus novos e produtos de beleza, entre outros. Entre os “Produtos
acabados diversos” (11,1% em cada um dos anos) destacaram-se as
exportações de instrumentos de medicina, mobiliário, incluindo mobiliário
médico, candeeiros e outros aparelhos de iluminação, assentos mesmo
transformáveis em cama, ladrilhos e mosaicos de cerâmica e aparelhos para
análises físicas ou químicas. Nos “Minérios e metais” (10,8% em
2023 e 9,7% no ano anterior), sobressaíram as construções e outras obras em
ferro ou aço, seguidas dos cabos de cobre para uso não eléctrico, parafusos,
porcas e semelhantes em ferro ou aço, ferragens, guarnições e fechos em metais
comuns, construções, barras e perfis de alumínio, entre muitos outros produtos.
Na figura seguinte relacionam-se as principais
exportações efectuadas nos últimos dois anos, por grupos de produtos,
desagregados por Capítulos (NC-2 ≡ SH-2).
Em anexo (Anexo 3), podem observar-se estas
exportações com uma desagregação ainda mais fina (NC-4).
ANEXO-1