quinta-feira, 25 de abril de 2024

Comércio Internacional de Portugal com Angola (2019-2023)

 

Comércio Internacional
de mercadorias
de Portugal com Angola
(2019-2023)

( disponível para download  >> aqui )

 1 - Introdução

Analisa-se neste trabalho a evolução do comércio de mercadorias de Portugal com Angola ao longo do último quinquénio (2019-2023), com base em dados definitivos do “Instituto Nacional de Estatística de Portugal” (INE).

Em 2023 Angola ocupou a 3ª posição nas exportações portuguesas para o espaço Extra-comunitátrio (5,5%), precedida dos EUA (22,7%) e do Reino Unido/Irl. NT (15,8%), e a 21ª posição na vertente das importações (1,0%).

Ao longo da última década, tanto as importações como as exportações registaram uma evolução tendencialmente decrescente.


Mais de 80% das exportações angolanas incidem no petróleo, de que o principal destino é a China. As principais importações incidem em produtos “Energéticos”, como gás e produtos refinados do petróleo, “Máquinas”, “Químicos”, “Material de transporte” e “Minérios e metais”.

No quadro seguinte constam, por Grupos de Produtos (definição do conteúdo no Anexo 1), as quotas de Portugal nas importações angolanas em 2021 e 2022, importações com valores calculados pelo “International Trade Centre” (ITC) a partir de dados da “Direcção Nacional das Alfândegas de Angola”, sendo as originárias de Portugal calculadas a partir das suas exportações para Angola, de fonte “Instituto Nacional de Estatística de Portugal” (INE), com valores (Fob) convertidos a (Cif) por aplicação de um factor fixo (Fob=Cif x 0,9533).

2 – Balança Comercial de Portugal com Angola

Ao logo dos últimos cinco anos a Balança Comercial com Angola foi favorável a Portugal, com elevados graus de cobertura das importações pelas exportações e saldos sucessivamente crescentes, à excepção de uma pequena quebra em 2022, que subiram de 163 milhões de Euros em 2019, para 992 milhões em 2023.

Neste último ano as importações decresceram -56,6% face ao ano anterior e as exportações decairam -11,2%.


3 – Importações

As importações portuguesas provenientes de Angola encontram-se centradas no petróleo bruto, logo sujeitas à flutuação do seu preço no mercado internacional, tendo o grupo de produtos “Energéticos” representado 95,2% do Total em 2022 e 85,8% em 2023.

Na figura seguinte, para o cálculo da estrutura por Grupos de Produtos em 2022 e 2023, foi excluído o grupo “Energéticos”.

O grupo dominante em 2023 foi “Agro-alimentares” (61,8% do Total excluindo “Energéticos” e 62,6% em 2022), principalmente constituído por bananas e crustáceos.

Seguiram-se os grupos “Minérios e metais” (15,3% e 14,0%), principalmente granito e outras rochas, e ouro, “Máquinas, aparelhos e partes” (9,9% e 5,3%), principalmente máquinas e aparelhos mecânicos, como máquinas para trabalhar terras, pedra ou minérios, entre outas, “Madeira, cortiça e papel” (7,3% e 9,6%), designadamente madeira serrada, “Produtos acabados diversos” (4,2% e 4,9%), como pedra de cantaria ou construção e relógios, e “Material de transporte terrestre e partes” (0,7% e 1,1%), com destaque para os veículos automóveis e suas partes, e contentores. Os restantes grupos de produtos registaram pesos muito reduzidos no conjunto das importações.

Na figura seguinte relacionam-se as principais importações com origem em Angola efectuadas nos últimos dois anos, por Grupos de Produtos desagregados por Capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2 ≡ SH2). Em anexo (Anexo 2), podem observar-se estas importações com uma desagregação ainda mais fina (NC-4).

4 – Exportações

No período em análise as principais exportações portuguesas para Angola incidiram nos grupos de produtos “Máquinas, aparelhos e partes”, “Agro-alimentares”, “Químicos”, “Produtos acabados diversos” e “Minérios e metais”.

Em 2023 as exportações de “Máquinas, aparelhos e partes”, muito diversificadas, representaram 33,1% do Total (29,0% em 2022), com destaque para as partes de máquinas elevatórias, máquinas para trabalhar terras, pedra ou minérios, quadros eléctricos, aparelhos de telecomunicação por fios, centrifugadores, aparelhos de filtragem, fios e cabos eléctricos, máquinas automáticas de processamento de dados, interruptores, seccionadores e aparelhos eléctricos de protecção, refrigeradores e congeladores, transformadores e conversores eléctricos, bombas para líquidos, torneiras e válvulas, entre muitos outros. 

Entre os produtos “Agro-alimentares” (17,5% em 2023 e 20,8% em 2022) predominaram os vinhos, óleo de soja, queijo,, enchidos, extractos de malte e farinhas, leite, preparações para alimentação animal e azeite. No âmbito dos produtos “Químicos” (15,8% e 17,2%) sobressairam os produtos farmacêuticos, plástico e suas obras, reagentes de diagnóstico e laboratório, substâncias odoríficas, produtos de lavagem e limpeza, pneus novos e produtos de beleza, entre outros. Entre os “Produtos acabados diversos” (11,1% em cada um dos anos) destacaram-se as exportações de instrumentos de medicina, mobiliário, incluindo mobiliário médico, candeeiros e outros aparelhos de iluminação, assentos mesmo transformáveis em cama, ladrilhos e mosaicos de cerâmica e aparelhos para análises físicas ou químicas. Nos “Minérios e metais (10,8% em 2023 e 9,7% no ano anterior), sobressaíram as construções e outras obras em ferro ou aço, seguidas dos cabos de cobre para uso não eléctrico, parafusos, porcas e semelhantes em ferro ou aço, ferragens, guarnições e fechos em metais comuns, construções, barras e perfis de alumínio, entre muitos outros produtos.

Na figura seguinte relacionam-se as principais exportações efectuadas nos últimos dois anos, por grupos de produtos, desagregados por Capítulos (NC-2 ≡ SH-2).

Em anexo (Anexo 3), podem observar-se estas exportações com uma desagregação ainda mais fina (NC-4).


ANEXO-1



ANEXO-2


ANEXO -3



Alcochete, 25 de Abril de 2024.

 

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