terça-feira, 14 de maio de 2024

Comércio Internacional de mercadorias - Série mensal - Janeiro a Março de 2024

 

Comércio Internacional 
de mercadorias
- Série mensal -
(Janeiro-Março 2024)

( disponível para download  >> aqui )


1 - Balança comercial

De acordo com dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) para o período de Janeiro a Março de 2023, em versão definitiva, e de 2024, em versão preliminar, com última actualização em 10 de Maio de 2024, as exportações de mercadorias em 2024 decresceram, em termos homólogos, -4,2% (-870 milhões de Euros), a par de um decréscimo das importações de -6,3% (-1699 milhões). 

A partir de Janeiro de 2021, nas estatísticas de base do INE foram acrescentados, na sequência do “Brexit”, dois códigos de países, “XI-Reino Unido (Irlanda do Norte)” e “XU-Reino Unido (não incluindo a Irlanda do Norte)”, apresentando-se a zeros a posição pautal com o código “GB-Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte”. Nos quadros desta série mensal manteremos, para já, este código GB, correspondente ao somatório dos valores dos dois novos códigos.

As exportações para o espaço comunitário (expedições), cujo total corresponde aqui aos actuais 27 membros, registaram no período em análise um decréscimo de -3,4% (-492 milhões de Euros), tendo as exportações para os Países Terceiros registado um decréscimo de -6,2% (-378 milhões). Por sua vez, as importações com origem na UE (chegadas) decresceram -5,1% (-1039 milhões) e as originárias dos Países Terceiros decresceram -9,7% (-660 milhões de Euros). 

O défice comercial externo (Fob-Cif), -12,7% face a 2023, situou-se em -5692 milhões de Euros (inferior em 829 milhões ao do ano anterior), a que corresponderam desagravamentos de 548 milhões no comércio intracomunitário e de 282 milhões no extracomunitário. Em termos globais, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações subiu de 75,9%, em 2023, para 77,6%, em 2024.

A variação do preço de importação do petróleo repercute-se no valor das exportações de produtos energéticos, com reflexo na Balança Comercial. No período de Janeiro a Março de 2024 o valor médio de importação do petróleo bruto desceu de 585 Euros/Ton, no mesmo período de 2023, para 579 Euros/Ton. 

Para além da variação da cotação internacional do barril de petróleo, medida em dólares, a variação da cotação do dólar face ao Euro é também um dos factores determinantes da evolução do seu preço em Euros (o gráfico inclui já a cotação média do mês de Abril).

Se excluirmos do total das importações e das exportações o conjunto dos produtos “Energéticos” (Capº 27 da NC), que pesou 10,2% no total das importações em 2024 e 6,6% nas exportações, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações sobe, em 2024, de 77,6% no comércio global, para 80,6%.


2 – Evolução mensal

3 – Mercados de destino e de origem

3.1 - Exportações

Em 2024 as exportações para a UE (expedições), que representaram 70,9% do Total, decresceram -3,4%, contribuindo com -2,4 pontos percentuais (p.p.) para uma taxa de ‘crescimento’ global negativa de -4,2%. As exportações para o espaço extracomunitário, 29,1% do Total, decresceram -6,2%, contribuindo com uma taxa negativa de -1,8 p.p. para a taxa de variação global.

Os dez principais destinos das exportações foram a Espanha (25,3%), a França (12,9%), a Alemanha (11,7%), os EUA (6,8%), o Reino Unido incl. Irlanda NT (5,0%), a Itália (4,6%), os Países Baixos (3,2%), a Bélgica (3,1%), o Brasil e a Polónia (1,6% cada), países que representaram 75,8% do Total.

Angola, o terceiro principal mercado entre os países terceiros, depois dos EUA e do Reino Unido, registou no período em análise um decréscimo de -41,0% nas nossas exportações (-156,5 milhões de Euros).

À excepção dos grupos “Energéticos” (+862 mil Euros) e “Aeronaves, embarcações e partes” (+822 mil Euros), ocorreram decréscimos em todos os restantes grupos de produtos, tendo as maiores quebras incidido nos grupos “Máquinas, aparelhos e partes” (-51,8 milhões de Euros), Químicos (-27,6 milhões), “Agro-alimentares” (‑25,2 milhões), “Produtos acabados diversos” (-24,0 milhões) e “Minérios e metais” (-19,4 milhões de Euros). Seguiram-se os grupos “Madeira, cortiça e papel” (‑5,4 milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (-1,9 milhões), “Têxteis e vestuário” (-1,8 milhões) e “Calçado, peles e couros” (-1,1 milhões).

Entre os principais destinos, os maiores contributos positivos para o ‘crescimento’ negativo das exportações neste período (-4,2%) pertenceram ao Brasil, Bélgica e Alemanha (+0,3 p.p. cada), Itália e Gibraltar (+0,2 p.p. cada), Rep. Checa, Polónia, Reino Unido/Irl NT e Finlândia (0,1 p.p. cada).

Os maiores contributos negativos couberam à França e Espanha (-1,0 p.p. cada), Angola (-0,8 p.p.), Países Baixos (-0,7 p.p.), Turquia (-0,4 p.p.), EUA, Israel, China, Prov. Bordo Intra e Eslováquia (-0,2 p.p. cada).

Os maiores acréscimos nas expedições para o espaço comunitário incidiram na Bélgica, Alemanha, Itália, República Checa, Polónia, Finlândia e Hungria. Os maiores decréscimos ocorreram com a França, Espanha, Países Baixos, Provisões de Bordo, Eslováquia, Suécia e Irlanda.


No conjunto dos Países Terceiros, entre os maiores acréscimos nas exportações destacaram-se o Brasil, o Egipto, Gibraltar, a Ucrânia, o Reino Unido/ Irl. NT, o Vietname e os Emiratos.

Entre os maiores decréscimos evidenciaram-se os de Angola, Turquia, EUA, África do Sul, Israel, China, Panamá, Japão, Argélia, Provisões de Bordo, Noruega, Austrália e Taiwan.

3.2 – Importações

Em 2024 as chegadas de mercadorias com origem na UE, que representaram 75,8% do total, registaram um decréscimo de -5,1% e contribuíram com -3,8 p.p. para uma taxa de variação homóloga global de -6,3%.

As importações com origem no espaço extracomunitário registaram no mesmo período um decréscimo de -9,7% representando 24,2% do total, com um contributo para o ‘crescimento’ global negativo de -2,4 p.p..

Os principais mercados de origem das importações em 2024 foram a Espanha (33,4% do Total), seguida da Alemanha (12,3%), da França (7,3%), dos Países Baixos e da Itália (5,0% cada), da China (4,4%), da Bélgica (3,3%), do Brasil (2,9%), da Irlanda (2,2%) e da Polónia (1,8%).

Estes países representaram, no seu conjunto, 77,5% do total das importações.

Entre os contributos positivos para a taxa de variação homóloga das importações no período em análise (-6,3%), destacaram-se os da Argélia (+0,5 p.p.), da Nigéria, Azerbaijão e Turquia (+0,3 p.p. cada), da Arábia Saudita (+0,2 p,p,) e da Roménia, Alemanha, Marrocos e Dinamarca (+0,1 p.p. cada).

 Os principais contributos negativos incidiram em Espanha (-1,7 p.p.), no Brasil (-1,3 p.p.), na Irlanda (-1,0 p.p.), nos EUA (-0,9 p.p.), nos Países Baixos (-0,5 p.p.), na Polónia (-0,4 p.p.), na Itália (-0,3 p.p.) e na China (-0,2 p.p.).


Nas duas figuras seguintes relacionam-se os maiores acréscimos e decréscimos do valor das importações com origem intracomunitária (chegadas) e nos Países Terceiros, entre o período de Janeiro a Março de 2024 e 2023.




4 – Saldos da Balança Comercial      

No período de Janeiro a Março de 2024, os maiores saldos positivos da balança comercial (Fob-Cif) couberam aos EUA (+886 milhões), a França (+674 milhões de Euros), ao Reino Unido/Irl NT (+674 milhões), a Marrocos (+154 milhões) e a Angola (+146 milhões). O maior défice, a grande distância dos restantes, pertenceu a Espanha (-3508 milhões de Euros), seguida da China (-984 milhões), da Alemanha (‑818 milhões), dos Países Baixos (-639 milhões) e da Irlanda (-422 milhões).


5 – Evolução por grupos de produtos

5.1 – Exportações

Os capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2 Ξ SH-2), foram aqui agregados em 11 grupos de produtos (ver ANEXO).

Em 2024 apenas nos grupos de produtos ”Agro-alimentares” e “Aeronaves, embarcações e partes” não se verificaram taxas de variação homóloga em valor negativas, face ao ano anterior.

Os grupos que detiveram maior peso na estrutura foram “Máquinas, aparelhos e partes” (15,0% do Total e -94 milhões de Euros face ao ano anterior), “Químicos” (14,1% e -217 milhões), “Agro-alimentares” (14,0% e +165 milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (13,0% e -122 milhões), “Minérios e metais” (9,9% e -147 milhões) e “Produtos acabados diversos” (9,5% e -89 milhões). Seguiram-se os grupos “Têxteis e vestuário” (7,3% e -179 milhões), “Madeira cortiça e papel” (6,9% e -89 milhões), “Energéticos” (6,6% e -39 milhões), “Calçado, peles e couros” (2,9% e -81 milhões) e “Aeronaves, embarcações e partes” (0,7% e +21 milhões de Euros).


5.2 – Importações

Em 2024 apenas no grupo de produtos ”Material de transporte terrestre e partes” não se verificou uma taxa  de variação homóloga em valor negativa, face ao ano anterior.

Os grupos de produtos com maior peso foram “Máquinas, aparelhos e partes” (18,2% e -18 milhões de Euros face ao ano anterior), “Químicos” (18,2% e -492 milhões), “Agro-alimentares” (15,4% e -59 milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (13,4% e +221 milhões), “Energéticos” (10,2% e ‑763 milhões) e “Minérios e metais” (8,9% e -178 milhões). Seguiram-se os grupos “Produtos acabados diversos” (6,0% e -36 milhões), “Têxteis e vestuário” (4,5% e -165 milhões), Madeira, cortiça e papel” (2,9% e -100 milhões), “Calçado, peles e couros” (1,7% e -41 milhões) e “Aeronaves, embarcações e partes” (0,6% e -169 milhões de Euros).

6 – Mercados por grupos de produtos

6.1 – Exportações

Entre os mercados de destino, a Espanha ocupou em 2024 a primeira posição em 7 dos 11 grupos de produtos com 25,3% do total, ocorrendo as excepções nos grupos “Energéticos” (2ª posição, depois dos EUA), “Calçado, peles e couros” (3ª posição, depois da França e da Alemanha), “Máquinas, aparelhos e partes” (2ª posição, depois da Alemanha) e “Aeronaves, embarcações e partes” (5ª posição, precedida do Brasil França, Ucrânia e R.Unido/ Irl. NT).


Seguiram-se no “ranking” a França (12,9%), a Alemanha (11,7%), os EUA (6,8%), o Reino Unido e Irl NT (5,0%), a Itália (4,6%), os Países Baixos (3,2%), os Países Baixos (3,1%),a Bélgica (3,1%), o Brasil e a Polónia (1,6% cada).

Estes dez destinos representaram 75,8% da exportação total.

 6.2 – Importações


Na vertente das importações, a Espanha ocupou o primeiro lugar em dez dos onze grupos de produtos, com 33,4% do total.

A excepção foi o grupo ““Aeronaves, embarcações e partes” (4º lugar, depois da França, Canadá e Alemanha.

Seguiram-se, no “ranking”, a Alemanha (12,3%), a França (7,3%), os Países Baixos e a Itália (5,0% cada), a China 4,4%), a Bélgica (3,3%), o Brasil (2,9%), a Irlanda (2,2%) e a Polónia (1,8%).

Estes dez países cobriram 77,5% da importação total.

 7 – Valor dos grupos de produtos das exportações em 2024                       face a 2023, por meses homólogos não acumulados


Alcochete, 14 de Maio de 2024.

 

ANEXO



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