sexta-feira, 13 de setembro de 2024

Comércio Internacional de Mercadorias - Série Mensal - Janeiro-Julho 2024

 

Comércio Internacional 
de mercadorias
- série mensal -
(Janeiro-Julho 2024)

( disponível para download  >> aqui )


1 - Balança comercial

De acordo com dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) para o período de Janeiro a Julho de 2023, em versão definitiva, e de 2024, em versão preliminar, com última actualização em 9 de Setembro de 2024, as exportações de mercadorias em 2024 cresceram, em termos homólogos, +2,3% (+1079 milhões de Euros), a par de um acréscimo das importações de +0,1% (+72 milhões milhões).

A partir de Janeiro de 2021, nas estatísticas de base do INE foram acrescentados, na sequência do “Brexit”, dois códigos de países, “XI-Reino Unido (Irlanda do Norte)” e “XU-Reino Unido (não incluindo a Irlanda do Norte)”, apresentando-se a zeros a posição pautal com o código “GB-Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte”. Nos quadros desta série mensal manteremos, para já, este código GB, correspondente ao somatório dos valores dos dois novos códigos.

As exportações para o espaço comunitário (expedições), cujo total corresponde aqui aos actuais 27 membros, registaram no período em análise um acréscimo de +2,5% (+826 milhões de Euros), tendo as exportações para os Países Terceiros registado um acréscimo de +1,9% (+253 milhões). Por sua vez, as importações com origem na UE (chegadas) decresceram -0,4% (-208 milhões) e as originárias dos Países Terceiros aumentaram +1,7% (+280 milhões de Euros). 

O défice comercial externo (Fob-Cif), -6,4% face a 2023, situou-se em -14362 milhões de Euros (inferior em 1008 milhões ao do ano anterior), a que correspondeu um desagravamento de 1034 milhões no comércio intracomunitário e um agravamento de 27 milhões no extracomunitário. Em termos globais, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações subiu de 75,0%, em 2023, para 76,6%, em 2024.

A variação do preço de importação do petróleo repercute-se no valor das exportações de produtos “Energéticos”, com reflexo importante no comportamento da Balança Comercial. No período de Janeiro a Julho o valor médio de importação do petróleo bruto subiu de 564 Euros/Ton, em 2023, para 594 Euros/Ton, em 2024. 


Para além da variação da cotação internacional do barril de petróleo, medida em dólares, a variação da cotação do dólar face ao Euro é também um dos factores determinantes da evolução do seu preço em Euros (o gráfico inclui já a cotação média do mês de Agosto).

Se excluirmos do total das importações e das exportações o conjunto dos produtos “Energéticos” (Capº 27 da NC), que pesou 10,8% no total das importações em 2024 e 7,2% nas exportações, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações sobe, em 2024, de 76,6% no comércio global, para 79,7%.

2 – Evolução mensal

3 – Mercados de destino e de origem

3.1 - Exportações

Em 2024, no período em análise, as exportações para a UE (expedições), que representaram 71,0% do Total, cresceram +2,5%, contribuindo com +1,8 pontos percentuais (p.p.) para uma taxa de ‘crescimento’ global de +2,3%. As exportações para o espaço extracomunitário, 29,0% do Total, cresceram +1,9%, contribuindo com +0,5 p.p. para a taxa de variação global.

Os dez principais destinos das exportações foram a Espanha (25,4%), a França (12,8%), a Alemanha (12,4%), os EUA (7,1%), o Reino Unido/ Irl.NT (4,6%), a Itália (4,4%), os Países Baixos (3,4%), a Bélgica (2,7%), a Polónia (1,5%) e Marrocos (1,4%), países que representaram 75,7% do Total.

Angola, o terceiro principal mercado entre os países terceiros, depois dos EUA e do Reino Unido, registou no período em análise um decréscimo de -28,6% nas nossas exportações (-228,7 milhões de Euros). À excepção dos grupos “Energéticos” (+3,9 milhões de Euros) e “Aeronaves, embarcações e partes” (+598 mil Euros), ocorreram decréscimos em todos os restantes grupos de produtos, tendo as maiores quebras incidido nos grupos “Máquinas, aparelhos e partes” (-84,5 milhões de Euros), “Produtos acabados diversos” (-35,0 milhões), “Agro-alimentares” (‑33,2 milhões), Químicos (-32,9 milhões e “Minérios e metais” (-26,6 milhões de Euros). Seguiram-se os grupos “Material de transporte terrestre e partes” (-8,0 milhões),“Madeira, cortiça e papel” (‑6,9 milhões), “Têxteis e vestuário” (-3,9 milhões) e “Calçado, peles e couros” (-2,1 milhões de Euros).

Entre os principais destinos, os maiores contributos negativos para a taxa de variação homóloga de +2,3 p.p. couberam a França (-0,9 p.p.), Turquia e Angola
(-0,5% cada), Países Baixos (-0,3 p.p.), China, Irlanda e Provisões de Bordo Intra-UE (-0,2 p.p. cada), Eslováquia, Israel e Roménia (-0,1 p.p. cada).

Os maiores contributos positivos pertenceram à Alemanha (+2,2 p.p.), EUA (+1,0 p.p.), Espanha (+0,4 p.p.), Brasil e Gibraltar (+0,3 p.p. cada), Itália e Finlândia (+0,2 p.p. cada), Bélgica, Marrocos e Rep. Checa (+0,1 p.p. cada).

Os maiores acréscimos nas expedições para o espaço comunitário incidiram na Alemanha, Espanha, Itália, Finlândia, Bélgica, República Checa, Polónia e Suécia. Os maiores decréscimos ocorreram na França, Países Baixos, Irlanda, Provisões de Bordo, Eslováquia e Roménia. 


No conjunto dos Países Terceiros, entre os maiores acréscimos nas exportações destacaram-se os dos EUA, do Brasil, de Gibraltar, do Egipto, de Marrocos e das Provisões de Bordo.

Entre os maiores decréscimos evidenciaram-se os da Turquia, Angola, Japão, China, Israel, Austrália, Panamá e Arábia Saudita.

3.2 – Importações

Em 2024 as chegadas de mercadorias com origem na UE, que representaram 73,9% do total, registaram um decréscimo de -0,4% e contribuíram com -0,3 p.p. para uma taxa de variação homóloga global de +0,1%.

As importações com origem no espaço extracomunitário registaram no mesmo período um acréscimo de +1,7% representando 26,1% do total, com um contributo para o ‘crescimento’ global de +0,4 p.p..

Os principais mercados de origem das importações em 2024 foram a Espanha (32,6% do Total), seguida da Alemanha (11,5%), da França (7,1%), dos Países Baixos (5,2%), da Itália (5,1%), da China (4,7%), do Brasil (3,6%), da Bélgica (3,1%), dos EUA (2,2%) e da Irlanda (1,8%).

Estes países representaram, no seu conjunto, 77,1% do total das importações.

Entre os contributos positivos para a taxa de variação homóloga das importações no período em análise (+0,1%), destacaram-se os da Argélia (+0,4 p.p.), do Azerbaijão, da Turquia e da França (+0,3 p.p.), e da Alemanha, da Nigéria, da Arábia Saudita, da Áustria, da Índia e da Irlanda (+0,2 p.p. cada).

Os principais contributos negativos incidiram em Espanha (-0,9 p.p.), na Polónia (-0,3 p.p.), nos EUA, na China e nos Países Baixos (-0,2 p.p. cada), e no Brasil e Hungria (‑0,1 p.p. cada).

Nas duas figuras seguintes relacionam-se os maiores acréscimos e decréscimos do valor das importações com origem intracomunitária (chegadas) e nos Países Terceiros, entre o período de Janeiro a Julho de 2024 e de 2023.


4 – Saldos da Balança Comercial        

No período de Janeiro a Julho de 2024, os maiores saldos positivos da balança comercial (Fob-Cif) couberam aos EUA (+2002 milhões de Euros), a França (+2115 milhões) e  ao Reino Unido (+1487 milhões). O maior défice, a grande distância dos restantes, pertenceu a Espanha (-8258 milhões de Euros), seguida da China (-2603 milhões), dos Países Baixos (-1623 milhões), do Brasil (-1605 milhões) e da Alemanha (‑1103 milhões).


5 – Evolução por grupos de produtos

5.1 – Exportações

Os capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2 Ξ SH-2), foram aqui agregados em 11 grupos de produtos (ver ANEXO).

Em 2024, os grupos de produtos que detiveram maior peso na estrutura foram “Químicos” (15,3% e +1001 milhões de Euros face ao ano anterior), “Máquinas, aparelhos e partes” (14,7% do Total e -177 milhões), “Agro-alimentares” (13,9% e +598 milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (12,0% e -532 milhões), “Minérios e metais” (10,0% e +24 milhões) e “Produtos acabados diversos” (9,5% e ‑25 milhões de Euros).

Seguiram-se os grupos “Energéticos” (7,2% e +440 milhões), “Têxteis e vestuário” (7,2% e -209 milhões), “Madeira cortiça e papel” (6,8% e +45 milhões), “Calçado, peles e couros” (2,8% e -132 milhões) e “Aeronaves, embarcações e partes” (0,7% e +46 milhões de Euros).


5.2 – Importações

No período em análise de 2024 os grupos de produtos com maior peso nas importações foram “Máquinas, aparelhos e partes” (18,0% e +45), “Químicos” (17,5% e +48 milhões), “Agro-alimentares” (15,6% e +171 milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (12,4% e +150 milhões) e “Energéticos” (10,8% e ‑425 milhões).

Seguiram-se os grupos “Minérios e metais” (9,1% e -172 milhões), “Produtos acabados diversos” (6,0% e +66 milhões de Euros), “Têxteis e vestuário” (4,8% e -76 milhões de Euros), Madeira, cortiça e papel” (3,0% e -90 milhões), “Calçado, peles e couros” (1,8% e +27 milhões) e “Aeronaves. Embarcações e partes” (1,1% e +328 milhões de Euros).


6 – Mercados por grupos de produtos

6.1 – Exportações

Entre os mercados de destino, a Espanha ocupou em 2024 a primeira posição em 7 dos 11 grupos de produtos com 25,4% do total, ocorrendo as excepções nos grupos “Energéticos” (3ª posição, depois dos EUA e das Previsões de Bordo para países terceiros), “Calçado, peles e couros” (3ª posição, depois da França e da Alemanha), “Máquinas, aparelhos e partes” (2ª posição, depois da Alemanha) e “Aeronaves, embarcações e partes” (4ª posição, precedida do Brasil França e EUA.


Seguiram-se no “ranking” a Alemanha (12,8%), a França (12,4%), os EUA (7,1%), o Reino Unido e Irl NT (4,6%), a Itália (4,4%), os Países Baixos (3,4%), a Bélgica (2,7%), a Polónia (1,5%) e Marrocos (1,4%).

Estes dez destinos representaram 75,7% da exportação total.

6.2 – Importações

Na vertente das importações, a Espanha ocupou o primeiro lugar em nove dos onze grupos de produtos, com 32,6% do total.

As excepções foram os grupos “Energéticos” (2º lugar depois do Brasil) e “Aeronaves, embarcações e partes” (5º lugar, depois da França, Brasil, Áustria e Canadá).

Seguiram-se, no “ranking”, a Alemanha (11,5%), França (7,1%), Países Baixos  (5,2%), Itália (5,1%), China (4,7%), Brasil (3,6%), Bélgica (3,1%), EUA (2,2%) e Irlanda (1,8%).

Estes dez países cobriram 77,1% da importação total.

7 – Valor dos grupos de produtos das exportações em 2024                        face a 2023, por meses homólogos não acumulados


Alcochete, 13 de Setembro de 2024.


ANEXO



domingo, 1 de setembro de 2024

Comércio Internacional de Portugal com os PALOP - 2019-2023 e 1º Semestre 2023-2024

 

Comércio Internacional de Portugal com os PALOP
(Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa)
2019-2023
1º Semestre 2023-2024


( disponível para download  >> aqui )

1 - Introdução

Analisa-se neste trabalho a evolução do Comércio internacional de mercadorias de Portugal com os “Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa” (PALOP), no seu conjunto e individualmente, no período 2019-2023 e, com maior pormenor, no 1º Semestre 2023-2024, com base em dados divulgados pelo “Instituto Nacional de Estatística de Portugal” (INE), em versões definitivas até 2023 e preliminar para 2024, com última actualização em 9-8-2024.

2 – Conjunto dos PALOP

O peso do conjunto dos PALOP na importação anual de mercadorias de Portugal com origem nos Países Terceiros foi tendencialmente decrescente entre 2019 e 2023 (5,4% do Total para 1,2%), tendo ocorrido a maior quebra em 2021 (0,6%). Tendencialmente decrescente foi também a exportação (de 10,6% para 8,7%).

No quadro seguinte pode observar-se a evolução do peso relativo de cada um dos países componentes no Total das importações e das exportações de Portugal com os PALOP entre 2019 e 2023 e no 1º Semestre de 2023 e 2024.

Entre 2019 e 2023 e 1º Semestre de 2023 e 2024, Angola ocupou a primeira posição em ambas as vertentes, seguida de Moçambique, Cabo Verde, S.Tomé e Príncipe e Guiné-Bissau, nas importações, e de Cabo Verde, Moçambique, Guiné-Bissau e S.Tomé e Príncipe, nas exportações.

Os gráficos seguintes mostram o ritmo de evolução anual das importações e exportações de Portugal com o conjunto dos PALOP e com cada um dos seus componentes entre 2019 e 2023.

2.1– Balança Comercial

No período em análise a Balança Comercial foi favorável a Portugal, com elevados graus de cobertura das importações pelas exportações.

O saldo da balança aumentou sustentadamente entre 2019 e 2023, subindo de 737 milhões de Euros para 1,7 mil milhões.

No 1º Semestre de 2024, face ao semestre homólogo do ano anterior, o saldo registou uma quebra de -18,5%, ao descer de 933 para 750 milhões de Euros.

2.2– Importação

As posições pautais a oito dígitos da Nomenclatura Combinada (NC-8), tomando em consideração as alterações pautais anuais introduzidas, foram aqui agregadas, nas duas vertentes comerciais, em 11 grupos de produtos (ver Anexo).

A importação portuguesa com origem no conjunto dos cinco PALOP, tem como forte componente o grupo “Energéticos”, centrado em Angola e constituído por óleos brutos do petróleo, que representou 71,5% do Total no 1º Semestre de 2024 (64,0% no Semestre homólogo de 2023).

Seguiu-se, neste 1º Semestre, o grupo “Agro-alimenares” com 17,3% do Total (20,5% no ano anterior). Com pesos inferiores alinharam-se depois os grupos Têxteis e vestuário” (3,7% e 3,1%), “Minérios e metais” (1,8% e 1,4%), “Produtos acabados diversos” (1,8% e 1,1%), “Calçado, Peles e couros” (1,3% e 1,2%), “Máquinas, aparelhos e partes” (1,2% e 1,6%)  e “Madeira, cortiça e papel” (1,1% e 6,8%), tendo sido muito reduzidas as importações nos restantes grupos.

No quadro seguinte constam as principais importações por Capítulos da Nomenclatura (NC2/SH2) efectuadas no 1º Semestre de 2024 e correspondente valor em 2023.

2.3 – Exportação

Na Exportação, bem mais diversificada, no 1º Semestre de 2024 destacaram-se os grupos de produtos “Máquinas, aparelhos e partes” (24,8% e 27,2%), “Agro-alimentares” (22,3% e 21,1%) e Químicos” (16,9% e 16,2%).

Seguiram-se, entre os principais, os grupos “Minérios e metais” (9,9% e 10,6%), “Produtos acabados diversos” (9,0% e 10,1%) e “Energéticos” (6,8% e 5,4%).

Com pesos inferiores alinharam-se depois os grupos “Madeira, cortiça e papel” (3,3% e 3,5%), “Material de transporte terrestre e partes” (3,2% e 2,8%), “Têxteis e vestuário” (2,3% e 2,1%), “Aeronaves, embarcações e partes” (0,8% e 0,5%) e “Calçado, peles e couros” (0,6% nos dois anos).

Na página seguinte consta e a Balança Comercial de Portugal com o conjunto e com cada um dos PALOP no período de 2019 a 2023 e 1º Semestre de 2023 e 2024.

Segue-se uma análise, neste período, da evolução das importações e das exportações de Portugal com cada um dos PALOP, mais pormenorizada no 1º Semestre de 2023 e 2024.


3 - Angola

3.1 - Balança Comercial

No primeiro Semestre de 2024, face ao homólogo do ano anterior, as importações registaram uma descida de -10,5% e as exportações uma quebra de -30,4%, com o saldo da balança a decrescer ‑33,5%.

3.2 – Importação

Nos primeiros seis meses de 2024 a principal importação portuguesa com origem em Angola incidiu no grupo de produtos “Energéticos”, representando 84,3% do Total (82,4% no mesmo período do ano anterior), essencialmente constituída por petróleo bruto. 

Seguiu-se, no mesmo período, o grupo “Agro-alimentares” (11,2% e 13,1%) e, com pesos inferiores, alinharam-se depois os grupos “Madeira, cortiça e papel” (1,3% e 1,5%), “Minérios e metais” (1,2% e 0,8%), “Produtos acabados diversos” (1,0% e 0,8%), “Máquinas, aparelhos e partes” (0,7% e 1,3%).

3.3 – Exportação

As principais exportações portuguesas com destino a Angola no 1º Semestre de 2024 couberam aos grupos “Máquinas, aparelhos e partes” (24,8% e 27,2% no ano anterior), “Agro-alimentares” (22,3% e 21,1%) e “Químicos” (16,9% e 16,2%).

Seguiram-se os grupos “Minérios e metais” (9,9% e 10,6%), “Produtos acabados diversos” (9,0% e 10,1%) e “Energéticos” (6,8% e 5,4%).

Com pesos inferiores alinharam-se depois os grupos “Madeira, cortiça e papel” (3,3% e 3,5%), “Material de transporte terrestre e partes” (3,2% e 2,8%), “Têxteis e vestuário” (2,3% e 2,1%), “Aeronaves, embarcações e partes” (0,8% e 0,5%) e “Calçado, peles e couros” (0,6% nos dois anos). 



4 – Cabo Verde

4.1 - Balança Comercial

No 1º Semestre de 2024 as importações portuguesas de Cabo Verde representaram 5,6% do Total dos PALOP (5,5 milhões de Euros), com um decréscimo de -0,6% face ao mesmo período do ano anterior. Por sua vez, as exportações ocuparam a segunda posição no conjunto dos PALOP, a seguir a Angola, com 20,6% do Total (176,9 milhões de Euros), com um aumento de +0,8% em relação ao período homólogo do ano anterior.

4.2 – Importação

No 1º Semestre de 2024 as principais importações portuguesas com origem em Cabo Verde incidiram nos grupos de produtos “Têxteis e vestuário” (52,3% do Total e 49,8% no 1º Semestre de 2023), “Calçado, peles e couros” (23,2% e 26,5%) e “Produtos acabados diversos” (11,5% e 8,7%).

Seguiram-se os grupos “Agro-alimentares” (5,6% e 3,7%), “Máquinas, aparelhos e partes” (3,1% e 6,6%), “Minérios e metais” (2,3% e 1,6%), “Energéticos” (1,1% e 2,1%) e “Material de transporte terrestre e partes” (0,7% e 0,8%).

Na figura seguinte relacionam-se os principais produtos transaccionados, por Capítulos da Nomenclatura (NC2/SH2).

4.3 – Exportação

No 1º Semestre de 2024 as principais exportações couberam ao grupo “Agro-alimentares” (30,7% e 30,6% no ano anterior), “Químicos” (15,6% e 14,0%), “Minérios e metais” (14,3% e 15,3%) e “Máquinas, aparelhos e partes” (13,8% e 12,9%).

Com pesos inferiores alinharam-se depois os grupos “Produtos acabados diversos” (8,8% e 8,1%), “Energéticos” (6,3% e 8,8%), “Madeira, cortiça e papel” (4,5% e 4,6%), “Têxteis e vestuário” (3,1% e 2,6%), “Material de transporte terrestre e partes” (2,1% em ambos os anos), “Calçado, peles e couros” (0,7% nos dois anos) e “Aeronaves, embarcações e partes” (0,1% e 0,2%).


5 – Guiné-Bissau

5.1 - Balança Comercial

No 1º Semestre de 2024 as importações portuguesas com origem na Guiné-Bissau cifraram-se em escassos 342 mil Euros, contra 39 mil euros no mesmo período do ano anterior (+777,6%). Por sua vez, as exportações situaram-se respectivamente em 60,2 e 65,2 milhões  de Euros (+8,3%).

5.2 – Importação


No 1º Semestre de 2024 a principal importação incidiu no grupo “Agro-alimentares” (60,8% e 98,9% no semestre homólogo de 2023).

Seguiram-se, com importações nulas em 2023, os grupos “Máquinas, aparelhos e partes” (28,8%), “Material de transporte terrestre e partes” (6,4%),  “Madeira, cortiça e papel” (2,1%) e “Químicos” (1,8%), tendo sido nulas as importações nos restantes grupos de produtos.

5.3 – Exportação

No 1º Semestre de 2024 o principal grupo de produtos nas exportações para a Guiné-Bissau foi “Energéticos” (49,2% e 46,8% em 2023) e “Agro-alimentares” (28,3% e 33,0%).

Com pesos inferiores alinharam-se depois os grupos “Produtos acabados diversos” (5,6% e 5,3%), “Máquinas, aparelhos e partes” (5,3% e 4,4%), “Químicos” (4,0% e 3,3%), “Minérios e metais” (3,1% e 3,6%), “Material de transporte terrestre e partes” (1,8% e 1,5%), “Madeira cortiça e papel(1,1% e 0,9%), “Aeronaves, embarcações e partes” (0,8% e exportação nula em 2023), “Têxteis e vestuário” (0,7% e 1,2%) e “Calçado, peles e couros” (0,1% nos dois anos).



6 – Moçambique

6.1 - Balança Comercial

A Balança Comercial de mercadorias de Portugal com Moçambique foi favorável a Portugal ao longo dos últimos cinco anos e 1º Semestre de 2024, com elevados graus de cobertura das importações pelas exportações. O saldo da Balança oscilou entre um mínimo de 154 milhões de Euros em 2021 e um máximo de 179 milhões em 2023 tendo-se situado no 1º Semestre de 2024 em 97 milhões de Euros.

6.2 - Importação

Pouco diversificadas, no 1º Semestre de 2024 as importações portuguesas de mercadorias com origem em Moçambique centraram-se no grupo de produtos “Agro-alimentares” (78,9% do Total e 57,5% em 2023).

Seguiram-se “Têxteis e vestuário (6,9% e 4,8%), “Minérios e metais” (6,1% e 3,5%), “Máquinas, aparelhos e partes” (3,9% e 1,5%), “Produtos acabados diversos” (3,4% e 0,5%),”Material de transporte terrestre e partes” (0,3% e 0,5%) e “Químicos” (0,3% e 0,2%). Os restantes grupos de produtos registaram movimento nulo ou praticamente nulo.

6.3 - Exportação

No 1º Semestre de 2024 os grupos de produtos com maior peso no total das exportações foram “Máquinas, aparelhos e partes (27,2% e 30,3% em 2023), “Químicos” (26,2% e 23,2%) e “Agro-alimentares” (19,2% e 17,7%).

Seguiram-se os grupos “Produtos acabados diversos” (8,7% e 7,5%), “Minérios e metais” (7,3% e 9,4%) e “Madeira. cortiça e papel” (3,6% e 5,9%). Com pesos inferiores alinharam-se depois os grupos “Material de transporte terrestre e partes” (1,9% e 2,3%), “Têxteis e vestuário” (1,8% e 2,4%), “Energéticos” (1,8% e 0,6%), “Aeronaves, embarcações e partes” (1,1% e exportação nula em 2023) e “Calçado, peles e couros” (1,1% e 0,8%).



7 – São Tomé e Príncipe

7.1 - Balança Comercial

No 1º Semestre de 2024, face ao semestre homólogo do ano anterior, as importações portuguesas com origem em São Tomé e Príncipe cresceram de 249 para 690 mil Euros (+177,0%), tendo aumentado também as exportações, de 25,0 para 27,6 milhões de Euros (+10,3%).

7.2 - Importação

Nos primeiros seis meses de 2024 as principais importações incidiram no grupo “Agro-alimentares” (64,6% e 16,4% no mesmo período do ano anterior), “Têxteis e vestuário” (18,9% e importação nula em 2023), “Minérios e metais” (15,9% e 76,8%) e “Máquinas, aparelhos e partes” (0,6% e 2,3%), tendo os restantes grupos um valor muito reduzido ou praticamente nulo.

7.3 - Exportação

No 1º Semestre de 2024 as principais exportações portuguesas para São Tomé e Príncipe couberam ao grupo de produtos “Agro-alimentares” (44,0% em 2024 e 43,6% em 2023), Máquinas, aparelhos e partes” (19,4% e 17,3%) e “Químicos” (10,0% e 12,6%).

Seguiram-se os grupos “Minérios e metais” (6,9% e 7,7%), “Produtos acabados diversos” (6,8% e 5,9%), “Material de transporte terrestre e partes” (5,3% e 3,0%),“Madeira, cortiça e papel” (2,8% e 3,0%), “Têxteis e vestuário” (2,4% e 2,2%),“Energéticos” (1,7% e 3,9%), “Calçado, peles e couros” (0,6% e 0,5%) e  “Aeronaves, embarcações e partes” (0,1% e 0,2%).



Alcochete, 1 de Setembro de 2024.


ANEXO