quinta-feira, 13 de novembro de 2025

Comércio Internacional de mercadorias - Série mensal -Janeiro-Setembro 2025

 

Comércio Internacional

de mercadorias
- Série mensal -
(Janeiro a Setembro de 2025)

                                           (disponível para download  >> aqui )

 1 - Balança comercial

De acordo com dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) para o período de Janeiro a Setembro de 2025 (versão preliminar com última actualização em 10 de Novembro de 2025) e de 2024 (versão definitiva), as exportações de mercadorias em 2025 cresceram, em termos homólogos, +1,9% (+1097 milhões de Euros), a par de um acréscimo das importações de +6,5% (+5155 milhões).

A partir de Janeiro de 2021, nas estatísticas de base do INE foram acrescentados, na sequência do “Brexit”, dois códigos de países, “XI-Reino Unido (Irlanda do Norte)” e “XU-Reino Unido (não incluindo a Irlanda do Norte)”, apresentando-se a zeros a posição pautal com o código “GB-Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte”. Nos quadros desta série mensal manteremos, para já, este código “GB”, correspondente ao somatório dos valores dos dois novos códigos.

As exportações para o espaço comunitário (expedições), cujo total corresponde aqui aos actuais 27 membros, registaram no período em análise um acréscimo de +3,5% (+1481 milhões de Euros), tendo as exportações para os Países Terceiros decrescido -2,2% (-384 milhões). Por sua vez, as importações com origem na UE (chegadas) aumentaram +9,0% (+5267 milhões) e as originárias dos Países Terceiros decresceram -0,5 % (-112 milhões de Euros). 

O défice comercial externo (Fob-Cif), +20,4% face a 2024, situou-se em -23 998 milhões de Euros (superior em 4 058 milhões ao do ano anterior), a que correspondeu um agravamento de 3 786 milhões no comércio intracomunitário e um acréscimo de 272 milhões no extracomunitário. Em termos globais, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações desceu de 74,8% em 2024, para 71,5% em 2025.

A variação do preço de importação do petróleo repercute-se no valor das exportações de produtos energéticos, com reflexo na Balança Comercial. No período de Janeiro a Setembro o valor médio de importação do petróleo bruto desceu de 586 Euros/Ton, em 2024, para 499 Euros/Ton, em 2025. 

Para além da variação da cotação internacional do barril de petróleo, medida em dólares, a variação da cotação do dólar face ao Euro é também um dos factores determinantes da evolução do seu preço em Euros (o gráfico inclui já a cotação média do mês de Outubro).

Se excluirmos do total das importações e das exportações o conjunto dos produtos “Energéticos” (Capº 27 da NC), que pesou 9,2% no total das importações em 2025 e 5,7% nas exportações, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações sobe, em 2025, de 71,5% no comércio global, para 74,3%.

2 – Evolução mensal

3 – Mercados de destino e de origem

3.1 - Exportações

Em 2025, no período em análise, as exportações para a UE (expedições), que representaram 72,2% do Total, cresceram +3,5%, contribuindo com +2,5 pontos percentuais (p.p.) para uma taxa de ‘crescimento’ global de +1,9%.

As exportações para o espaço extracomunitário, 27,8% do Total, decresceram em valor -2,2%, com um contributo negativo de -0,6 p.p. para o crescimento global.

Os dez principais destinos das exportações foram a Espanha (25,8%), a Alemanha (14,2%), a França (11,9%), os EUA (6,2%), o Reino Unido incl. Irlanda NT e a Itália (4,4% cada), os Países Baixos (3,4%), a Bélgica (2,5%), a Polónia (1,5%) e a as Prov.Bordo para Países Terceiros (1,4%), destinos que representaram 75,9% do Total.

Angola, que no ano de 2024 ocupou a 5ª posição no conjunto dos Países Terceiros, depois dos EUA, do Reino Unido, de Marrocos e do Brasil, registou no período em análise um acréscimo de +7,7% nas nossas exportações com este destino (+57,9 milhões de Euros).

Por Grupos de Produtos ocorreram acréscimos em “Produtos acabados diversos” (+36,5 milhões de Euros), “Agro-alimentares” (+14,7 milhões), “Máquinas, aparelhos e partes” (+11,4 milhões), Químicos (+6,1 milhões), “Madeira, cortiça e papel” (+4,0 milhões) e “Minérios e metais” (+3,9 milhões de Euros)

Os decréscimos incidiram em “Material de transporte terrestre e partes” (-6,3 milhões), “Aeronaves, embarcações e partes” (-5,0 milhões), “Têxteis e vestuário” (-4,7 milhões), “Energéticos” (-2,7 milhões de Euros) e “Calçado, peles e couros” (+51 mil Euros).

Entre os principais destinos, o maior contributo positivo para o ‘crescimento’ das exportações neste período (+1,9%) pertenceu à Alemanha (+2,2 p.p.), seguida da Espanha (+0,5 p.p.), da Turquia (+0,3 p.p.) e da Irlanda, Angola, Hungria, Dinamarca e Canadá (+0,1 p.p. cada).

Os maiores contributos negativos couberam aos EUA (-0,5 p.p.), à Finlândia e Argélia (-0,3 p.p. cada), seguidos de Marrocos, França, Brasil, Países Baixos, R.Unido/Irl NT, Provisões de Bordo Intra-UE e Provisões de Bordo para Países Terceiros (-0,1 p.p. cada).

Os maiores acréscimos nas exportações para o espaço comunitário (expedições) incidiram na Alemanha, seguida a grande distância pela Espanha, Irlanda, Hungria, Dinamarca, Bélgica e Roménia. Os principais decréscimos couberam à Finlândia, França, Países Baixos, Provisões de Bordo e Suécia.


No conjunto dos Países Terceiros, entre os maiores acréscimos nas exportações destacaram-se a Turquia, Angola, Ucrânia, Taiwan, Panamá, Egipto, Canadá e Noruega.

Entre os decréscimos evidenciaram-se os EUA, seguidos da Argélia, Marrocos, Brasil, Moçambique, Provisões de Bordo, Austrália e Cabo Verde.

3.2 – Importações

No período de Janeiro a Setembro de 2025 as chegadas de mercadorias com origem na UE, que representaram 75,8% do total, registaram um acréscimo de +9,0% e contribuíram com +6,7 p.p. para uma taxa de variação homóloga global de +6,5%.

As importações com origem no espaço extracomunitário registaram no mesmo período um decréscimo de -0,5% representando 24,2% do total, com um contributo negativo para o ‘crescimento’ global de -0,1 p.p..

O principal mercado de origem das importações foi a Espanha (32,0% do Total) seguida da Alemanha (11,8%), da França (7,2%), dos Países Baixos (5,8%), da China e Itália (5,0% cada), da Irlanda (3,6%), da Bélgica (3,3%), do Brasil (3,0%) e dos EUA (2,2%).

Estes países representaram, no seu conjunto, 78,8% do total das importações.

Entre os contributos positivos para a taxa de variação homóloga das importações  (+6,5%), destacaram-se a Irlanda (+2,2 p.p.), a Espanha (+1,5 p.p.), a Alemanha (+1,1 p.p.), a França (+0,6 p.p.), os Países Baixos (+0,5 p.p.), a China e Bélgica (0,4% cada) e a Hungria e EUA (+0,2 p.p. cada).

Os principais contributos negativos incidiram na Noruega (-0.4 p.p.), Azerbaijão e Arábia Saudita (-0,3 p.p.cada), Brasil e Nigéria (-0,2 p.p. cada), Áustria, Índia e Japão (-0,1 p.p. cada).

Nas duas figuras seguintes relacionam-se os maiores acréscimos e decréscimos do valor nas importações com origem Intracomunitária (chegadas) e nos Países Terceiros, entre o período em análise de 2025 e de 2024.


4 – Saldos da Balança Comercial        

No período em análise de 2025, os maiores saldos positivos da balança (Fob-Cif) couberam aos EUA (+1885 milhões de Euros), ao Reino Unido (+1776 milhões), à França (+1066 milhões), a Angola (+639 milhões) e a Marrocos (+379 milhôes).

O maior défice, a grande distância dos restantes, pertenceu a Espanha (-11445 milhões de Euros), seguida da China (-3738 milhões), dos Países Baixos (-2806 milhões), da Irlanda (-2627milhões) e do Brasil (-1733 milhões).


5 – Evolução por grupos de produtos

5.1 – Exportações

Os capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2 Ξ SH-2), foram aqui agregados em 11 grupos de produtos (ver ANEXO).

Em 2025 os grupos de produtos com maior peso foram “Químicos” (16,6% do Total e +1298 milhões de Euros face ao ano anterior), “Máquinas, aparelhos e partes” (15,3% e +547 milhões), “Agro-alimentares” (14,3% e +93 milhões) e “Material de transporte terrestre e partes” (12,3% e +558 milhões),

Seguiram-se os grupos “Minérios e metais” (9,7% e -63 milhões), “Produtos acabados diversos” (9,1% e -181 milhões), “Têxteis e vestuário” (7,0% e -4 milhões), Madeira, cortiça e papel” (6,5% e -162 milhões), “Energéticos” (5,7% e     -831 milhões), “Calçado, peles e couros” (2,8% e +13 milhões) e “Aeronaves, embarcações e partes” (0,8% e +80 milhões de Euros).

5.2 – Importações

Em 2025 os grupos de produtos com maior peso foram “Químicos” (19,8% do Total e +2771 milhões de Euros face ao ano anterior), “Máquinas, aparelhos e partes” (17,4% e +128 milhões), “Agro-alimentares” (16,1% e +1105 milhões) e“Material de transporte terrestre e partes” (12,8% e +1305 milhões). Seguiram-se os grupos “Energéticos” (9,2% e -831 milhões), “Minérios e metais” (8,5% e +202 milhões), “Produtos acabados diversos” (6,2% e +396 milhões), “Têxteis e vestuário” (4,8% e +167 milhões), Madeira, cortiça e papel” (2,8% e +38 milhões), “Calçado, peles e couros” (1,8% e +63 milhões) e “Aeronaves, embarcações e partes” (0,8% e -190 milhões de Euros).

6 – Mercados por grupos de produtos

6.1 – Exportações

Entre os mercados de destino, a Espanha ocupou em 2025 a primeira posição em 6 dos 11 grupos de produtos com 25,8% do total, ocorrendo as excepções nos grupos “Energéticos” (2ª posição depois das Provisões de Bordo para Países Terceiros), “Químicos” (2ª posição depois da Alemanha), “Calçado, peles e couros” (3ª posição, depois da França e da Alemanha), “Máquinas, aparelhos e partes” (2ª posição, depois da Alemanha) e “Aeronaves, embarcações e partes” (4ª posição, precedida do Brasil, França e Ucrânia).


Seguiram-se no “ranking” a Alemanha (14,3%), a França (11,9%), os EUA (6,2%), o Reino Unido/Irl NT (4,4%), a Itália (4,4%), os Países Baixos (3,4%), a Bélgica (2,5%), a Polónia (1,5%) e as Provisões de Bordo para Países Terceiros (1,4%).

Estes dez destinos representaram 75,9% da exportação total.

6.2 – Importações

Na vertente das importações, a Espanha ocupou o primeiro lugar em dez dos onze grupos de produtos, com 32,0% do total.

A excepção foi o grupo “Aeronaves, embarcações e partes” (5º lugar, depois dos EUA, França, Brasil e Alemanha).

Seguiram-se, no “ranking”, a Alemanha (11,8%), a França (7,2%), os Países Baixos (5,8%), a China (5,0%), a Itália (5,0%), a Irlanda (3,6%), a Bélgica (3,3%), o Brasil (3,0%) e os EUA (2,2%).

Estes dez países cobriram 78,8% da importação total.

 7 – Valor dos grupos de produtos das exportações em 2025                 face a 2024, por meses homólogos não acumulados


Alcochete, 12 de Novembro de 2025.

 

ANEXO


segunda-feira, 3 de novembro de 2025

Comércio Internacional de mercadorias de Portugal com Angola -2020-24 e Jan-Agosto 2024-25

 

Comércio Internacional de mercadorias

de Portugal com Angola

(2020-2024 e Janeiro-Agosto 2024-2025)


( disponível para download  >> aqui )

 1 – Nota introdutória

Analisa-se neste trabalho a evolução do comércio de mercadorias de Portugal com Angola ao longo do último quinquénio (2020-2024), com base em dados do "Anuário de Estatísticas de Comércio Externo”, de Angola , para os anos de 2021 a 2024, com valores em US$ que foram convertidos a Euros às taxas médias anuais.

Em 2024 Angola ocupou a 5ª posição nas exportações portuguesas para o espaço Extra-comunitátrio (4,5%), precedida dos EUA (23,2%), do Reino Unido/Irl.NT (15,6%), de Marrocos (5,1%) e do Brasil (5,0%), e a 35ª posição na vertente das importações (0,3%).

2 – Alguns dados sobre o Comércio Externo de Angola

De acordo com os dado disponíveis, ao longo dos últimos cinco anos as exportações terão crescido, face ao ano 2020, a um ritmo superior ao das importações.

A Balança Comercial foi favorável a Angola ao longo dos últimos cinco anos, com elevados graus de cobertura das importações pelas exportações.

De acordo com os dados de fonte "Anuário de Estatísticas de Comércio Externo”, de Angola, as principais exportações angolanas incidem no Grupo de Produtos “Energéticos”, essencialmente constituídas por petróleo, que em 2024 representou 94,3% do Total, com 94,1% no período homólogo do ano anterior (ver em Anexo a definição do conteúdo dos onze Grupos de Produtos aqui considerados).

A segunda maior exportação coube ao grupo “Minérios e metais”, que nesse ano representou 4,6% do Total.

Seguiram-ae os grupos “Agro-alimentares” (0,4%) e “Máquinas, aparelhos e partes” (também com 0,4% do Total).

Se retirarmos ao total das exportações o grupo “Energéticos”, para se poder observar com maior pormenor o peso relativo dos restantes produtos exportados por Angola, verifica-se que em 2024 o grupo “Minérios e metais” representou 79,3% desse novo total (79,2% no ano anterior), seguido de “Agro-alimentares” (7,1% e 7,6%, respectivamente), “Máquinas, aparelhos e partes” (6,4% e 6,1%), “Produtos acabados diversos” (3,8% e 3,1%), “Químicos” (1,7% e 0,7%), “Madeira, cortiça e papel” (0,8% e 2,1%), “Aeronaves, embarcações e partes” (0,9% e 0,6%) e “Material de transporte terrestre e partes” (0,4% em cada um dos anos).

Com apenas 0,1% do Total em cada um dos anos alinharam-se depois os grupos “Têxteis e vestuário” e “Calçado, peles e couros”.

Na vertente das Importações, bem mais diversificadas, destacaram-se os grupos “Máquinas, aparelhos e partes” (24,8% do Total em 2024 e 23,6% em 2023), “Energéticos” (19,3% e 21,5%, respectivamente) e “Agro-alimentares” (17,0% e 14,8%).

Seguiram-se os grupos “Químicos” (11,8% e 11,5%), “Minérios e metais” (11,1% e 7,8%), “Material de transporte terrestre e partes” (6,0% e 8,8%) e “Produtos acabados diversos” (4,9% e 5,4%).

De acordo com os dados angolanos, Portugal terá sido em 2024 o seu segundo maior fornecedor de mercadorias, com 9,5% do Total, precedido da China (15,2%). Cálculos efectuados com base em estatísticas portuguesas de exportação, por não se dispor de estatísticas angolanas desagregadas por capítulos da Nomenclatura, apontam para um peso de Portugal de 7,8%, ainda a segunda posição. Este desfasamento poderá resultar, por um lado, da conversão a Euros dos dados de base de Angola em US$, e por outro da conversão de valores (Fob) da exportação portuguesa a valores (Cif) através de um factor fixo (0,9533).

Os maiores pesos de Portugal nas importações de Angola em 2024, calculados por Grupos de Produtos, incidiram em “Produtos acabados diversos” (15,9%), “Químicos” (11,6%), “Madeira, cortiça e papel (10,9%) e “Têxteis e vestuário” (10,8%).

Em 2024 as principais origens das importações couberam à China (15,2%), Portugal (9,5%), Reino Unido (7,5%), EUA (6,2%) e Índia (6,0%). As maiores exportações incidiram na China (44,6%), Índia (11,6%) e Espanha (5,8%).

3 – Comércio de Portugal com Angola

3.1 – Balança Comercial

Ao longo dos últimos cinco anos e primeiros oito meses de 2025 a Balança Comercial com Angola foi favorável a Portugal, com elevados graus de cobertura das importações pelas exportações. Os saldos da Balança oscilaram entre 481 milhões de Euros, em 2020, e 989 milhões, em 2023, com 932 milhões em 2024 e 542 milhões no período de Janeiro a Agosto de 2025.

Neste período de 2025, face a homólogo do ano anterior, as importações registaram um acentuado acréscimo em valor de +85,1% e as exportações um aumento de +5,8%, com o saldo a decrescer -6,2%.

3.2 – Importações

As importações portuguesas provenientes de Angola encontram-se centradas no petróleo bruto, logo sujeitas à flutuação do seu preço no mercado internacional, tendo o grupo de produtos “Energéticos” representado 85,1% do Total em Janeiro-Agosto de 2025 e 79,9% no mesmo período de 2024.

Seguiu-se, no mesmo período, o grupo “Agro-alimentares”, com 10,9% do Total em 2025 e 13,9% no ano anterior.

No quadro seguinte relacionam-se as principais importações efectuadas no período em análise de 2025 e correspondentes valores em 2024, por Grupos de Produtos desagregados a quatro dígitos da Nomenclatura (NC4≡SH4). 

3.3 – Exportações

Nos primeiros oito meses de 2025 as principais exportações incidiram nos grupos “Máquinas, aparelhos e partes” (28,7% do Total em 2025 e 30,8% em 2024), “Agro-alimentares” (18,7% e 18,0%), “Químicos” (17,1% e 17,5%), “Produtos acabados diversos” (13,2% e 9,8%). e “Minérios e metais” (11,8% e 11,1%).

Seguiram-se, a grande distância, os Grupos de Produtos “Madeira, cortiça e papel” (3,6% em 2025 e 3,3% em 2024), “Material de transporte terrestre e partes” (2,4% e 3,4%), “Energéticos” (2,1% e 2,6%), “Têxteis e vestuário” (1,6% e 2,3%), “Calçado, peles e couros” (0,5% em cada um dos anos) e “Aeronaves, embarcações e partes” (0,1% e 0,8% respectivamente).



Alcochete, 3 de Novembro de 2025.      

                                                           

ANEXO



sexta-feira, 24 de outubro de 2025

Comércio Internacional de mercadorias de Portugal com a África do Sul - 2020-24 e Jan-Agosto 2024-25

 

Comércio Internacional

de mercadorias de Portugal

com a África do Sul

2020-2024 e Janeiro-Agosto 2024-2025


 ( disponível para download  >> aqui )

1 – Nota introdutória

Vai-se analisar neste trabalho a evolução do comércio externo de mercadorias da África do Sul face ao Mundo ao longo do último quinquénio, por Grupos de Produtos (com as correspondentes quotas de mercado de Portugal em 2024) e principais mercados de origem das importações e de destino das exportações, a partir de dados de base do “International Trade Centre” (ITC) calculados a partir de estatísticas "South African Revenue Services" (SARS).

Analisa-se em seguida a evolução das trocas comerciais de Portugal com a África do Sul entre 2020 e 2024 e no período acumulado de Janeiro a Agosto de 2024 e 2025, a partir de dados de base do “Instituto Nacional de Estatística de Portugal” (INE), em versão definitiva até 2024 e preliminar para 2025, com última actualização em 10 de Outubro de 2025.

2 – Comércio Externo da África do Sul

2.1 – Balança Comercial

Ao longo dos últimos cinco anos a Balança Comercial de mercadorias da África do Sul foi superavitária, com saldos a oscilarem entre um máximo de 25,5 mil milhões de Euros, em 2021, e um mínimo de 3,1 mil milhões, em 2023.

2.2 – Importações na África do Sul por grupos de produtos 

Os produtos constantes da Nomenclatura (NC/SH), a dois dígitos (Capítulos), foram aqui agregados, tanto nas importações como nas exportações, em onze Grupos de Produtos  (definição do conteúdo em Anexo).

De acordo com as estatísticas disponíveis Portugal terá pesado 0,3% nas importações da África do Sul em 2024, tendo as maiores quotas incidido em “Produtos acabados diversos” (0,7% do total do grupo), “Material de transporte terrestre e partes” (0,5%), “Máquinas, aparelhos e partes”, “Têxteis e vestuário” e “Calçado, peles e couros” (0,4% cada).

2.3 – Exportações da África do Sul por grupos de produtos 

De acordo com os dados do ITC Portugal terá pesado 0,2% nas exportações da África do Sul em 2024, tendo as maiores quotas por grupos de produtos incidido em “Agro-alimentares” (0,9% do total) e “Químicos” (0,3%).

2.4 – Principais mercados

Em 2024 os principais mercados de origem das importações da África do Sul couberam à China (21,5%), Índia (7,2%), Alemanha (7,0%) e EUA (6,9%).

Por sua vez os principais destinos das exportações couberam ainda à China (11,2%), seguida dos EUA (7,5%), Alemanha (6,6%), Moçambique (6,0%), Reino Unido (4,8%), Japão (4,4%) e Índia (4,3%).

3 – Comércio de Portugal com a África do Sul

Ao longo do último quinquénio, face ao nível que detinham em 2020 (2020=100), o ritmo de crescimento anual das exportações manteve-se acima do ritmo das importações.

3.1 - Balança Comercial

Em termos anuais, nos últimos cinco anos a Balança Comercial de Portugal com a África do Sul foi favorável em 2021 (+51,6 milhões de Euros), 2022 (+53,6 milhões) e 2024 (+24,7 milhões). No período de Janeiro a Agosto de 2025 as importações cresceram em valor +43,2% e as exportações +10,9%, tendo-se o saldo tornado negativo (-10,2 milhões de Euros), com o grau de cobertura das importações pelas exportações a descer de 121,8%, no período homólogo de 2024, para 94,3%.

3.2 - Importações com origem na África do Sul

No período de Janeiro a Agosto de 2025, face ao período homólogo do ano anterior, as principais importações portuguesas incidiram no grupo de produtos “Agro-alimentares” (69,9% em 2025 e 62,2% no ano anterior), essencialmente constituídas por frutas e peixe. Seguiram -se os grupos “Minérios e metais” (9,5% e 4,7%, respectivamente), “Químicos” (9,4% e 13,3%), “Material de transporte terrestre e partes” (7,4% e 14,5%) e “Máquinas, aparelhos e partes” (1,5% e 6,2%).

No quadro seguinte constam os principais produtos transaccionados no âmbito de cada grupo de produtos no período de Janeiro-Agosto de 2025 e correspondentes montantes no ano anterior, desagregados a quatro dígitos da Nomenclatura.

3.3 – Exportações com destino à África do Sul

Nos primeiros 8 meses de 2025 os dois grupos de produtos dominantes nas exportações portuguesas para a África do Sul foram “Máquinas, aparelhos e partes” (34,8% e 32,5% no ano anterior) e “Material de transporte terrestre e partes” (31,2% e 29,8%).

Seguiram-se os grupos “Químicos” (11,5% e 10,7%), “Madeira, cortiça e papel” (7,7% e 8,4%), “Minérios e metais” (4,9% e 5,9%), “Têxteis e vestuário” (3,1% e 2,8%), “Agro-alimentares” (3,1% e 5,8%), “Produtos acabados diversos” (2,8% e 3,2%) e “Calçado, peles e couros” (0,9% e 1,2%), sendo praticamente nulas as exportações de “Aeronaves, embarcações e partes” e de “Energéticos”.

No quadro seguinte constam os principais produtos transaccionados no âmbito de cada grupo de produtos no período de Janeiro-Agosto de 2025 e correspondentes montantes no ano anterior, desagregados a quatro dígitos da Nomenclatura.



ANEXO



Alcochete, 23 de Outubro de 2025.