quarta-feira, 15 de janeiro de 2025

Comércio Externo de Moçambique (2022-23) e Portugal Moçambique (2019-23 e Jan-Nov 2023-24)

 

Comércio Externo de Moçambique
2022-2023
Portugal-Moçambique
2019-2023
Janeiro-Novembro 2023-2024

( disponível para download  >> aqui )

1 - Introdução

Analisa-se neste trabalho a evolução do comércio externo de mercadorias de Moçambique face ao mundo, entre 2022 e 2023, com base em dados divulgados na publicação da série anual “Estatísticas do Comércio Externo de Bens-Moçambique - Instituto Nacional de Estatística”, e correspondentes quotas de Portugal. Analisa-se em seguida a evolução do comércio internacional de Portugal com Moçambique ao longo do período 2019-2023 e Janeiro a Novembro de 2023-2024, com base em dados de fonte “Instituto Nacional de Estatística de Portugal” (INE), em versão definitiva até 2023 e preliminar para 2024, com última actualização em 9 de Janeiro de 2025.

Moçambique é um dos estados-membros da “Southern Africa Development Community – Comunidade de Desenvolvimento da África Austral” (SADC), que integra dezasseis países: Africa do Sul, Angola, Botsuana, Comores, Esuatini (a antiga Suazilândia), Lesoto, Madagáscar, Malauii, Maurícias, Moçambique, Namíbia, Congo (RD), Seicheles, Tanzânia, Zâmbia e Zimbabuè. Organização criada em 1992, na sequência do fim do apartheid na África do Sul, sucedendo à SADCC, esta criada em 1980 por nove dos actuais membros da SADC, tem entre os seus objectivos aprofundar a cooperação económica e estimular o comércio de produtos e serviços entre os seus membros. As línguas oficiais são o inglês, o português e o francês. 

A África do Sul é o principal parceiro de Moçambique no âmbito desta organização, tendo rem 2023 representado 88,2% do Total das importações e 73,7% das exportações.

Moçambique foi também, em 1996, um dos fundadores da “Comunidade dos Países de Língua Portuguesa” (CPLP), a par de Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Portugal e São Tomé e Príncipe. 

Em 2002 foi admitido Timor-Leste e mais recentemente, em 2014, a Guiné-Equatorial, que tinha sido observador associado desde 2006. 

Em 2023 Portugal ocupou a primeira posição nas importações moçambicanas no âmbito da CPLP com 89,3% do Total, seguido do Brasil, 9,9% e de Angola, 0,7%.

Nas exportações foi ainda Portugal o principal destino com 73,0% do Total, seguido de Angola, 12,4%, da Guiné Equatorial, 10,3%, e do Brasil, 4,2%.

2 – Comércio Externo de Moçambique

2.1 – Balança Comercial

A Balança Comercial de Moçambique tem-se mantido deficitária desde 2010 em níveis superiores ao desse ano, à excepção do ano de 2017.

Em 2022 aumentaram significativamente, face ao ano anterior, a importação (+91,2%), a exportação (+66,6%) e o défice da Balança Comercial (+136,4%), com o grau de cobertura da importação pela exportação a decrescer de 64,8%, em 2021, para 56,4%.

Em 2023 assistiu-se a uma quebra significatriva de -32,9% nas importações, com as exportações a decaírem -2,6% e uma redução de -72,2% no défice da Balança.

2.2 – Importações em Moçambique por grupos de produtos                     (2022-2023) e quotas de Portugal em 2023  

Não se dispondo de fonte ‘Instituto Nacional de Estatística de Moçambique’ de dados desagregados por produtos para as trocas com Portugal, foram utilizados, tanto nas importações como nas exportações, dados de base do ‘International Trade Centre’ (ITC), consentâneos em termos globais com os daquele Instituto.

Em termos globais, em 2023 o peso de Portugal nas importações moçambicanas terá sido de 2,7%, segundo as duas fontes.

Em 2023, por grupos de produtos (ver em ANEXO a definição do conteúdo por Capítulos das Nomenclaturas NC2/SH2), as principais importações em Moçambique incidiram nos grupos de produtos “Energéticos” (21,3%), “Máquinas, aparelhos e partes” (17,8%), “Agro-alimentares” (17,7%) e “Químicos” (17,3%).

Seguiram-se os grupos “Minérios e metais” (8,4%), “Material de transporte terrestre e partes” (8,0%), “Produtos acabados diversos” (4,2%), “Têxteis e vestuário” (2,8%), “Madeira cortiça e papel” (1,9%), “Calçado, peles e couros” (0,5%) e “Aeronaves, embarcações e partes” (0,2%), que no ano anterior havia pesado 32,0% no Total.

As maiores quotas de Portugal, por grupos de produtos, incidiram em “Madeira, cortiça e papel” (7,2%), “Calçado, peles e couros” (4,7%), “Máquinas, aparelhos e partes” (4,6%), “Produtos acabados diversos” (4,5%), “Químicos” (4,1%) e “Têxteis e vestuário” (3,7%).

Na figura seguinte apresentam-se, por grupos de produtos, os principais produtos importados por Moçambique em 2022 e 2023, desagregados a dois dígitos da Nomenclatura Combinada (NC2/SH2).


2.3 – Exportações de Moçambique por grupos de produtos                     (2022-2023) e quotas de Portugal em 2023

As principais exportações de Moçambique em 2023 incidiram nos grupos de produtos “Energéticos” (57,6% e 50,8% em 2022), “Minérios e metais” (27,6% e 34,1%) e “Agro-alimentares” (10,9% e 11,0%). 

Com pesos muito inferiores alinharam-se depois os grupos “Químicos” (1,4% nos dois anos), Têxteis e vestuário” (1,1% e 1,4%), “Máquinas, aparelhos e partes” (0,7% e 0,5%), e “Madeira, cortiça e papel” (0,5% e 0,6%), sendo as exportações dos restantes grupos pouco significativas.

Em 2023 Portugal, que terá pesado 0,3% no Total das exportações moçambicanas, registou as maiores quotas nos grupos de produtos “Madeira, cortiça e papel” (11,7%), “Calçado, peles e couros” (7,1%), “Têxteis e vestuário” (2,4%), “Agro-alimentares” (1,5%) e “Produtos acabados diversos” (1,1%).


Na figura seguinte apresentam-se, por grupos de produtos, os principais produtos exportados por Moçambique em 2022 e 2023, desagregados a dois dígitos da Nomenclatura (NC-2/ SH2).

2.4 – Principais mercados de origem e de destino em 2023


De acordo com os dados de base divulgados pelo INE de Moçambique, em 2023 o principal mercado de origem das importações moçambicanas foi a África do Sul (23,2%), seguida da China (15,4%), dos Emiratos Árabes Unidos (10,3%), da Índia (8,0%) e de Singapura (6,1%). Portugal terá ocupado a 7ª posição no ‘ranking’, com 2,7%. O conjunto dos países da SADC representou 26,3% das importações e a UE-27 foi a origem de 9,2%.

Em 2023 o principal mercado de destino das exportações foi a Índia (15,6%), seguida da China (14,2%), África do Sul (14,0%), Coreia do Sul (5,6%), Reino Unido (4,8%), Singapura (4,7%) e Tailândia (4,6%), entre os principais. A SADC, no seu conjunto, pesou 19,0%, cabendo 12,4% à UE-27. Segundo a fonte moçambicana Portugal terá ocupado a 34ª posição, com 0,3% do Total.

3 – Comércio de Portugal com Moçambique                                            2019-2023 e Janeiro-Novembro 2023-2024

Após um comportamento algo irregular entre 2010 e 2013, ano em que atingiram 63 milhões de Euros, no período de 2014 a 2023 o ritmo das importações de mercadorias com origem em Moçambique, à excepção de uma subida pontual significativa em 2022, manteve-se numa faixa compreendida entre 35 e 41 milhões de Euros, face a 29 milhões em 2010.

Por sua vez o ritmo das exportações, que entre 2010 e 2015, numa subida sustentada havia crescido de 151 para 355 milhões de Euros, decresceu acentuadamente a partir de então, mantendo-se nos anos seguintes num patamar entre 180 e 223 milhões de Euros.

3.1 – Balança Comercial

A Balança Comercial de mercadorias de Portugal com Moçambique foi favorável a Portugal ao longo dos últimos cinco anos e primeiros onze meses de 2024, com elevados graus de cobertura das importações pelas exportações.

O saldo anual da Balança oscilou entre um mínimo de 154 milhões de Euros, em 2021, e 179 milhões, em 2023. No período de Janeiro a Novembro de 2024, face ao período homólogo do ano anterior, o saldo subiu de 164 para 183 milhões de Euros.

 3.2 – Importações

Nos primeiros onze meses de 2024 as principais importações com origem em Moçambique centraram-se no grupo “Agro-alimentares” (70,7% e 58,5% em 2023), designadamente  peixe, crustáceos e moluscos, seguido dos grupos “Madeira, cortiça e papel” (14,0% e 30,3%, respectivamente), essencialmente madeira em bruto, “Minérios e metais” (7,4% e 4,4%), com destaque para o alumínio, Têxteis e vestuário” (4,3% e 4,0%), principalmente algodão e outras fibras têxteis e “Máquinas, aparelhos e partes (2,0% e 1,9%), com os motores diesel em evidência. No quadro seguinte encontram-se discriminados, por grupos de produtos, os principais produtos importados por Capítulos da Nomenclatura (NC2/SH2).

3.3 – Exportações

No período em análise de 2024, os grupos de produtos com maior peso no Total foram “Máquinas, aparelhos e partes” (30,4% e 27,7% em 2023), muito diversificados, como fios e cabos eléctricos, grupos electrogéneos, aparelhos de interrupção, seccionamento e protecção eléctrica, quadros eléctricos, emissores de rádio e TV, telefones, transformadores, máquinas automáticas para processamento de dados, centrifugadores, refrigeradores e congeladores, impressoras, bombas para líquidos, torneiras e válvulas, entre outros, “Químicos” (24,8% e 25,1%), com destaque para os produtos farmacêuticos e outros produtos diversos das indústrias químicas, plásticos e suas obras, tintas e vernizes, produtos cosméticos e sabões, e “Agro-alimentares” (19,0% e 20,8%), como preparações e conservas de carnes, peixe, crustáceos e moluscos, preparações à base de cereais e leite, gorduras e óleos, bebidas alcoólicas, entre muitos outros. Seguiram-se os grupos “Minérios e metais” (8,4% e 8,1%), principalmente constituídos por obras de ferro ou aço,  como torres, pilares, armações e estruturas diversas, recipientes para gases, produtos próprios para construções como caixilhos de portas e janelas, barras e perfis de alumínio, obras de metais comuns como ferragens, cadeados, fechaduras, fios e varetas, ferramentas diversas e artigos de cutelaria, e “Produtos acabados diversos” (7,9% e 7,4%), principalmente mobiliário, aparelhos de iluminação, assentos, aparelhos para análises físicas ou químicas, aparelhos de medicina, aparelhos diversos de controlo automático, ladrilhos cerâmicos para pavimentação, louça sanitária e artigos cerâmicos de uso doméstico.

Com pesos inferiores alinharam-se depois os grupos “Madeira, cortiça e papel” (3,1% e 5,2%), “Têxteis e vestuário” (1,7% e 2,0%), “Material de transporte terrestre e partes” (1,6% e 1,9%), “Energéticos” (1,4% e 0,6%), “Calçado, peles e couros” (1,1% em cada um dos anos), e “Aeronaves, embarcações e partes” (0,6% e 0,0%).

No quadro seguinte encontram-se discriminados, por grupos de produtos, os principais produtos exportados, por Capítulos da Nomenclatura (NC-2/SH-2).



ANEXO



Alcochete, 14 de Janeiro de 2025.



sábado, 11 de janeiro de 2025

Comércio Internacional de Mercadorias - Série Mensal - Novembro 2024

 

Comércio Internacional 
de mercadorias
- série mensal -
(Janeiro-Novembro 2024)

( disponível para download  >> aqui )


1 - Balança comercial

De acordo com dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) para o período de Janeiro a Novembro de 2023 em versão definitiva, e de 2024 em versão preliminar com última actualização em 9 de Janeiro de 2025, as exportações de mercadorias em 2024 cresceram, em termos homólogos, +3,0% (+2168 milhões de Euros), a par de um acréscimo das importações de +1,7% (+1665 milhões).

A partir de Janeiro de 2021, nas estatísticas de base do INE foram acrescentados, na sequência do “Brexit”, dois códigos de países, “XI-Reino Unido (Irlanda do Norte)” e “XU-Reino Unido (não incluindo a Irlanda do Norte)”, apresentando-se a zeros a posição pautal com o código “GB-Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte”. Nos quadros desta série mensal manteremos, para já, este código GB, correspondente ao somatório dos valores dos dois novos códigos.

As exportações para o espaço comunitário (expedições), cujo total corresponde aqui aos actuais 27 membros, registaram no período em análise um acréscimo de +3,9% (+1985 milhões de Euros), tendo as exportações para os Países Terceiros registado um acréscimo de +0,9% (+183milhões). Por sua vez, as importações com origem na UE (chegadas) aumentaram +1,7% (+1246 milhões) e as originárias dos Países Terceiros cresceram +1,7% (+419 milhões de Euros). 

O défice comercial externo (Fob-Cif), -2,0% face a 2023, situou-se em -24871 milhões de Euros (inferior em 503 milhões ao do ano anterior), a que correspondeu um desagravamento de 739 milhões no comércio intracomunitário e um agravamento de 236 milhões no extracomunitário. Em termos globais, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações subiu de 73,8%, em 2023, para 74,8%, em 2024.

A variação do preço de importação do petróleo repercute-se no valor das exportações de produtos “Energéticos”, com reflexo no comportamento da Balança Comercial. No período de Janeiro a Novembro o valor médio de importação do petróleo bruto desceu de 588 Euros/Ton, em 2023, para 574 Euros/Ton, em 2024. 

Para além da variação da cotação internacional do barril de petróleo, medida em dólares, a variação da cotação do dólar face ao Euro é também um dos factores determinantes da evolução do seu preço em Euros (o gráfico inclui já a cotação média do mês de Dezembro).

Se excluirmos do total das importações e das exportações o conjunto dos produtos “Energéticos” (Capº 27 da NC), que pesou 10,6% no total das importações em 2024 e 7,0% nas exportações, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações sobe, em 2024, de 74,8% no comércio global, para 77,8%.

2 – Evolução mensal

3 – Mercados de destino e de origem

3.1 - Exportações

Em 2024, no período em análise, as exportações para a UE (expedições), que representaram 71,2% do Total, cresceram +3,9%, contribuindo com +2,8 pontos percentuais (p.p.) para uma taxa de ‘crescimento’ global de +3,0%. As exportações para o espaço extracomunitário, 28,8% do Total, cresceram +0,9%, contribuindo com +0,3 p.p. para a taxa de variação global.

Os dez principais destinos das exportações foram a Espanha (25,9%), a Alemanha (12,6%), a França (12,1%), os EUA (6,7%), o Reino Unido/Irl.NT (4,5%), a Itália (4,4%), os Países Baixos (3,5%), a Bélgica (2,6%), Marrocos e a Polónia (1,5% cada), destinos que representaram 75,4% do Total.

Angola, o terceiro principal mercado entre os países terceiros, depois dos EUA e do Reino Unido, registou no período em análise um decréscimo de -19,5% nas nossas exportações (-229,5milhões de Euros). À excepção do grupo “Energéticos” (+7,3 milhões de Euros), ocorreram decréscimos em todos os restantes grupos de produtos, tendo as maiores quebras incidido nos grupos “Máquinas, aparelhos e partes” (-113,0 milhões de Euros), “Produtos acabados diversos” (-38,7 milhões), “Agro-alimentares” (‑20,2 milhões), Químicos (-19,8 milhões), “Minérios e metais”    (-15,9 milhões) e “Material de transporte terrestre e partes” (-12,3 milhões). Seguiram-se os grupos “Madeira, cortiça e papel” (‑5,8 milhões), “Têxteis e vestuário” (-5,1 milhões) “Aeronaves, embarcações e partes” (-3,9 milhões) e “Calçado, peles e couros” (-2,0 milhões de Euros).

Entre os principais destinos, os maiores contributos negativos para a taxa de variação homóloga de +3,0% couberam a França (-0,7 p.p.), Turquia e Angola (-0,3 p.p. cada), China e Prov. Bordo Intra-UE (­-0,2 p.p. cada), Roménia, Eslováquia e Reino Unido/Irl NT (-0,1 p.p. cada).

Os maiores contributos positivos pertenceram à Alemanha (+2,1 p.p.), Espanha (+0,9 p.p.), EUA (+0,6 p.p.), Marrocos e Gibraltar (+0,3 p.p. cada), Itália e Bélgica (+0,2 p.p. cada), Brasil, Finlândia e Dinamarca (+0,1 p.p. cada).

Os maiores acréscimos nas expedições para o espaço comunitário incidiram na Alemanha, Espanha, Itália, Bélgica, Finlândia, Dinamarca, Polónia, e República Checa. Os maiores decréscimos ocorreram em França, Provisões de Bordo, Roménia, Eslováquia e Irlanda.



No conjunto dos Países Terceiros, entre os maiores acréscimos nas exportações destacaram-se os EUA, Gibraltar, Marrocos, Brasil, Egipto, Suíça, Cabo Verde, Ucrânia, Ceuta e Argentina.

Entre os maiores decréscimos evidenciaram-se os do Reino Unido/Irl NT, Angola, Turquia, China, Japão, Emiratos, Austrália, Panamá, Singapura e Provisões de Bordo.

3.2 – Importações

Em 2024, no período em análise, as chegadas de mercadorias com origem na UE, que representaram 74,5% do total, registaram um acréscimo de +1,7% e uma contribuição de +1,3 p.p. para uma taxa de variação homóloga global de +1,7%.

As importações com origem no espaço extracomunitário registaram no mesmo período um acréscimo de +1,7% representando 25,5% do total, com um contributo para o ‘crescimento’ global de +0,4 p.p..

Os principais mercados de origem das importações em 2024 foram a Espanha (32,8% do Total), seguida da Alemanha (11,4%), da França (7,2%), dos Países Baixos (5,6%), da Itália (5,1%), da China (4,8%), do Brasil (3,4%), da Bélgica (3,1%), dos EUA (2,3%) e da Irlanda (2,2%).

Estes países representaram, no seu conjunto, 77,8% do total das importações.

Entre os contributos positivos para a taxa de variação homóloga das importações no período em análise (+1,7%) destacaram-se os da Irlanda (+0,6 p.p.), da França (+0,5 p.p.), da Turquia (+0,3 p.p.), do Azerbaijão, Itália, Alemanha e Países Baixos (+0,2 p.p. cada), dos EUA, Argélia e Áustria (+0,1 p.p. cada).

Os principais contributos negativos incidiram na Espanha (-0,4 p.p.), Polónia e Nigéria (-0,2 p.p.), China e Brasil (-0,1 p.p. cada).

Nas duas figuras seguintes relacionam-se os maiores acréscimos e decréscimos do valor das chegadas com origem intracomunitária e das importações dos Países Terceiros, entre o período de Janeiro a Novembro de 2024 e de 2023.


4 – Saldos da Balança Comercial        

No período de Janeiro a Novembro de 2024 os maiores saldos positivos da balança comercial (Fob-Cif) couberam aos EUA (+2705 milhões de Euros), Reino Unido/Irl. NT (+2223 milhões), França (+1861 milhões), Angola (854 milhões) e Marrocos (642 milhões). O maior défice, a grande distância dos restantes coube a Espanha (­­-13243 milhões de Euros), seguida da China (-4182 milhões), Países Baixos (-2867 milhões), Brasil (-2277 milhões) e Alemanha (‑1946 milhões).


5 – Evolução por grupos de produtos

5.1 – Exportações

Os capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2 Ξ SH-2), foram aqui agregados em 11 grupos de produtos (ver ANEXO).

Em 2024, os grupos de produtos que detiveram maior peso na estrutura foram “Máquinas, aparelhos e partes” (14,8% do Total e -129 milhões face ao ano anterior), “Químicos” (14,8% e +1299 milhões de Euros), “Agro-alimentares” (14,7% e +1019 milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (11,9% e -375 milhões), “Minérios e metais” (10,0% e +109 milhões) e “Produtos acabados diversos” (9,5% e ‑119 milhões de Euros).

Seguiram-se os grupos “Têxteis e vestuário” (7,1% e -223 milhões), “Energéticos” (7,0% e +585 milhões), “Madeira cortiça e papel” (6,7% e +75 milhões), “Calçado, peles e couros” (2,8% e -118 milhões) e “Aeronaves, embarcações e partes” (0,7% e +44 milhões de Euros).

5.2 – Importações

No período em análise de 2024 os grupos de produtos com maior peso nas importações foram “Máquinas, aparelhos e partes” (18,2% e +491 milhões de Euros), “Químicos” (18,0% e +1180 milhões), “Agro-alimentares” (15,6% e +271 milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (12,% e +267 milhões) e “Energéticos” (10,6% e ‑906 milhões de Euros).

Seguiram-se os grupos “Minérios e metais” (8,8% e -41 milhões), “Produtos acabados diversos” (6,1% e +146 milhões), “Têxteis e vestuário” (4,9% e ­­­­+30 milhões), Madeira, cortiça e papel” (2,9% e -72 milhões), “Calçado, peles e couros” (1,8% e +112 milhões) e “Aeronaves. embarcações e partes” (1,0% e +187 milhões de Euros).


6 – Mercados por grupos de produtos

6.1 – Exportações

Entre os mercados de destino, a Espanha ocupou em 2024 a primeira posição em 7 dos 11 grupos de produtos com 25,9% do total, ocorrendo as excepções nos grupos “Energéticos” (3ª posição, depois das Provisões de Bordo para países terceiros e dos EUA), “Calçado, peles e couros” (3ª posição, depois da França e da Alemanha), “Máquinas, aparelhos e partes” (2ª posição, depois da Alemanha) e “Aeronaves, embarcações e partes” (4ª posição, precedida do Brasil, França e EUA).

Seguiram-se no “ranking” a Alemanha (12,6%), a França (12,1%), os EUA (6,7%), a Itália (4,4%), os Países Baixos (3,5%), o Reino Unido/Irl.NT (3,3%), a Bélgica (2,6%), Marrocos e a Polónia (1,5% cada).

Estes dez destinos representaram 74,2% da exportação total.

6.2 – Importações

Na vertente das importações, a Espanha ocupou o primeiro lugar em dez dos onze grupos de produtos, com 32,8% do total.

A excepção foi o grupo “Aeronaves, embarcações e partes” (4º lugar, depois da França, Brasil e Áustria).

Seguiram-se, no “ranking”, a Alemanha (11,4%), França (7,2%), Países Baixos  (5,6%), Itália (5,1%), China (4,8%), Brasil (3,4%), Bélgica (3,1%), EUA (2,3%) e Irlanda (2,2%).

Estes dez países cobriram 77,8% da importação total.

 7 – Valor dos grupos de produtos das exportações em 2024                       face a 2023, por meses homólogos não acumulados


Alcochete, 10 de Janeiro de 2025.

ANEXO