sexta-feira, 27 de junho de 2025

Comércio Internacional de Portugal com o Reino Unido (2022-2024 e Jan-Abril 2024-25)

 

Comércio Internacional

de mercadorias

de Portugal com o Reino Unido

2022-2024

Janeiro-Abril 2024-2025  


( disponível para download  >> aqui )

1 – Nota introdutória

Tendo aderido às “Comunidades Europeias”, a par da Dinamarca e da Irlanda, em 1 de Janeiro de 1973, o Reino Unido abandonou a União Europeia em 31 de Janeiro de 2020 após prolongadas negociações, saída apelidada de “Brexit” (British+Exit), regendo-se actualmente por acordos as relações mútuas.

No ano do “Brexit”, 2020, as exportações registaram uma quebra significativa, tendo recuperado nos últimos três anos os níveis dos anos anteriores. Por sua vez as importações acusaram em 2021 uma quebra muito acentuada, mantendo-se a partir de então num patamar pouco superior a esse nível. Entre 2000 e 2024, o saldo da balança comercial foi favorável a Portugal, à excepção dos anos de 2008 (saldo nulo) e 2010 (-179 milhões de Euros).

Em 2024 o Reino Unido, incluindo a Irlanda do Norte, ocupou a 5ª posição entre os principais fornecedores Extracomunitários das importações portuguesas, com 4,4% do Total, precedido da China (18,7%), do Brasil (13,6%), dos EUA 8,8% e da Turquia (5,6%).

No mesmo ano ocupou a 2ª posição entre os principais destinos das exportações portuguesas para o espaço Exra-UE com 15,8% do Total, precedido dos EUA (23,2%).

Analisa-se neste trabalho a evolução do comércio internacional de mercadorias de Portugal com o Reino Unido, incluindo a Irlanda do Norte, de 2022 a 2024 e no período de Janeiro a Abril de 2024 e 2025, com base em dados de fonte “Instituto Nacional de Estatística de Portugal” (INE), em versão definitiva até 2023 e preliminar para 2024 e 2025, com última actualização em 9 de Junho de 2025. 

2 – Comércio de Portugal com o Reino Unido

2.1 – Balança Comercial

Com elevados graus de cobertura das importações pelas exportações nos anos e período em análise, os saldos positivos da Balança Comercial decresceram -4,2%  em 2024, situando-se em +2,4 mil milhões de Euros, e -12,7% nos primeiros quatro meses de 2025, fixando-se em +774 milhões de Euros.

2.2 – Importação

Numa análise por grupos de produtos (definição do conteúdo dos grupos em Anexo), as principais importações portuguesas com origem no Reino Unido nos primeiros quatro meses de 2025 incidiram no grupo “Material de transporte terrestre e partes” (33,9% do Total em 2025 e 28,5% em 2024), essencialmente automóveis de passageiros, mas também para o transporte de mercadorias, partes e peças de veículos automóveis.

Seguiram-se os grupos “Minérios e metais” (15,9% e 22,8% em 2024), principalmente desperdícios e sucata de ferro e aço, aço inoxidável, desperdícios e sucata de chumbo e chumbo em formas brutas, obras de ferro ou aço, como parafusos e porcas entre outras, caulino e argilas caulínicas, obras de metais preciosos, platina e artefactos de joalharia e bijutaria, alumínio e suas obras;

“Máquinas, aparelhos e partes (12,5% e 13,3%), muito diversificadas. Entre as ‘Máquinas e aparelhos mecânicos’ destacaram-se os “bulldozers”, niveladoras, escavadoras e semelhantes, as torneiras e válvulas, os veículos elevatórios de carga, as máquinas automáticas para processamento de dados, as bombas de ar/vácuo e para líquidos, os centrifugadores, as máquinas de impressão, os elevadores e escadas rolantes, as partes de motores de explosão, as partes de macacos e guindastes, as máquinas para trabalhar terras, pedra, minérios etc, entre muitas outras. Entre as Máquinas e aparelhos eléctricos’  sobressaíram os quadros para distribuição de energia, os telefones e outros aparelhos de telecomunicação por fios, os transformadores, conversores e bobinas de reactância, os interruptores, seccionadores e aparelhos de protecção, os receptores de TV e os suportes para gravação de som;

“Químicos” (10,7% e 12,9%), principalmente os desperdícios e aparas de plástico, as chapas. folhas, embalagens, rolhas, tampas e outras obras de plástico, os insecticidas e fungicidas, os reagentes de laboratório, os produtos de lavagem e limpeza, os medicamentos acondicionados, os fenóis e hidrocarbonetos cíclicos como benzeno, as tintas e vernizes, as obras de borracha vulcanizada, as chapas e folhas de borracha, os archotes e acendalhas;

Agro-alimentares (8,1% e 8,6%), com destaque para o álcool etílico, seguido das preparações alimentícias, das preparações para molhos, temperos e mostarda, do café e chá, da cevada e arroz e dos crustáceos;

“Produtos acabados diversos” (6,6% e 6,1%), principalmente os aparelhos de regulação e controle automáticos, os aparelhos para análises físicas e químicas, os artigos para surdez e outras deficiências, os aparelhos para medir caudais, níveis e pressão de fluidos e os instrumentos médicos.

Alinharam-se depois, com pesos inferiores, os grupos “Aeronaves, embarcações e partes” (4,4% e 0,5%), com predomínio dos veículos aéreos com motor e suas partes e das embarcações de recreio ou desporto; “Madeira, cortiça e papel” (3,2% e 3,0%), principalmente papel e cartão ‘kraft’. caixas e embalagens de papel e cartãp, impressos e gravuras, livros e brochuras; “Têxteis e vestuário” (2,8% e 2,4%), com  predomínio dos tecidos de lã e da lã não cardada, das linhas de costura e monofilamentos sintéticos, doa fatos, conjuntos, casacos e calças de tecido para homem, dos fatos, conjuntos, casacos e outro vestuário exterior para senhora, das camisolas, ‘pull-overs’ e cardigans de malha, das ‘T-shirts’ e camisolas interiores de malha e dos tecidos impregnados ou revestidos com plástico; “Energéticos” (1,0% em ambos os anos), designadamente gás e refinados de petróleo; “Calçado, peles e couros” (1,0% e 1,1%), principalmente couros curtidos, malas, pastas e estojos em couro, e calçado com a parte superior em couro ou em matérias têxteis.

Na figura seguinte identificam-se por Grupos de produtos, a dois dígitos da Nomenclatura (NC2/SH2), os principais produtos importados no período de Janeiro a Abril de 2025, e correspondente importação no período homólogo do ano anterior. 

2.3 – Exportação

As principais exportações portuguesas para o Reino Unido no período em análise de 2025 couberam ao grupo de produtos “Material de transporte terrestre e partes” (25,1% e 28,0% em 2024), principalmente automóveis de passageiros e também partes e peças de veículos automóveis.

Seguiram-se os grupos “Máquinas, aparelhos e partes” (12,3% e 12,4%), muito diversificadas, com destaque, entre as ‘Máquinas e aparelhos mecânicos’, para as caldeiras de aquecimento central, para os aparelhos que utilizam aquecimento, para os refrigeradores e congeladores, para as partes de motores de explosão, para as torneiras e válvulas, para as caixas de fundição e moldes, para os elevadores e escadas rolantes e para as bombas de líquidos, entre muitos outros produtos com menor valor. Entre as Máquinas e aparelhos eléctricos’ sobressaíram as partes de emissores, radares, receptores de rádio e TV, os fios e cabos eléctricos, os transformadores, conversores e bobinas de reactância, os radares e aparelhos de radionavegação, os acumuladores eléctricos, os interruptores, seccionadores e aparelhos de protecção e os emissores de rádio, TV, telegrafia e câmaras TV;

“Agro-alimentares” (11,9% e 11,5%), principalmente as preparações de tomate, os sumos de frutas e hortícolas, as preparações de produtos hortícolas, os vinhos, as preparações para molhos, temperos e mostarda, os produtos de padaria e pastelaria, as maçãs, peras e marmelos e as couves, repolhos e semelhantes;

“Produtos acabados diversos” (11,0% e 9,9%), muito diversificados, com predomínio de contadores, taxímetros, velocímetros etc., de fibras e cabos ópticos, lentes e espelhos, de artigos ortopédicos, para surdez e outras deficiências, de instrumentos médicos, de assentos e mobiliário, de candeeiros e aparelhos de iluminação, de suportes para camas, de ladrilhos cerâmicos, de louça e artigos domésticos excepto de porcelana, de lavatórios e banheiras de cerâmica, de estatuetas e outros objectos ornamentais de cerâmica, de pedra de cantaria e construção, de obras de gesso, e de lajes de pedra natural;

“Têxteis e vestuário” (9,8% e 9,2%), principalmente os fios de lã cardada não acondicionada para venda a retalho, o vestuário de malha ou tecido para homem e senhora, e a roupa de cama, mesa, toucador e cozinha;

“Minérios e metais” (8,9% e 9,7%), com destaque para o ferro, aço e suas obras, como fio-máquina, construções, reservatórios, telas, chapas e recipientes de gases, e para os cimentos hidráulicos;

“Químicos” (8,7% e 7,7%), principalmente as chapas, tiras e lâminas de plástico, as obras de plástico como rolhas, tampas e cápsulas, os pneus novos e obras de borracha vulcanizada, e os medicamentos;

“Madeira, cortiça e papel” (7,8% e 7,7%), onde sobressaiu o papel e cartão não revestido para escrita, cartões etc., em rolos, as obras de carpintaria para construção, os aglomerados de madeira, a lenha e estilhas de madeira, a cortiça aglomerada e suas obras e as obras de cortiça natural.

Com pesos inferiores alinharam-se depois os grupos “Calçado, peles e couros” (3,1% e 2,9%), essencialmente calçado de couro; “Aeronaves, embarcações e partes” (1,4% e 0,8%), designadamente aeronaves com motor e suas partes e aeronaves não tripuladas (drones); “Energéticos” foi praticamente nula nos dois anos a exportação deste grupo de produtos.

Na figura seguinte identificam-se por Grupos de produtos, a dois dígitos da Nomenclatura (NC2/SH2), os principais produtos exportados no período de Janeiro a Abrl de 2025, e correspondente exportação no período homólogo do ano anterior.


Alcochete, 27 de Junho de 2025.

 

ANEXO



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