Comércio Internacional de
mercadorias
de Portugal com Angola 
(2020-2024 e Janeiro-Agosto
2024-2025)
Analisa-se neste trabalho a
evolução do comércio de mercadorias de Portugal com Angola ao longo do último quinquénio
(2020-2024), com base em dados do "Anuário de Estatísticas de Comércio
Externo”, de Angola , para os anos de 2021 a 2024, com valores em US$ que
foram convertidos a Euros às taxas médias anuais.
Em 2024 Angola ocupou a 5ª
posição nas exportações portuguesas para o espaço Extra-comunitátrio (4,5%),
precedida dos EUA (23,2%), do Reino Unido/Irl.NT (15,6%), de Marrocos (5,1%) e
do Brasil (5,0%), e a 35ª posição na vertente das importações (0,3%).
2 – Alguns dados sobre o Comércio Externo de
Angola
De acordo com os dado
disponíveis, ao longo dos últimos cinco anos as exportações terão crescido,
face ao ano 2020
A
Balança Comercial foi favorável a Angola ao longo dos últimos cinco anos, com
elevados graus de cobertura das importações pelas exportações.
De
acordo com os dados de fonte "Anuário de Estatísticas
de Comércio Externo”, de Angola, as
principais exportações angolanas incidem no Grupo de Produtos “Energéticos”,
essencialmente constituídas por petróleo, que em 2024 representou 94,3% do
Total, com 94,1% no período homólogo do ano anterior (ver em Anexo a
definição do conteúdo dos onze Grupos de Produtos aqui considerados).
A
segunda maior exportação coube ao grupo “Minérios e metais”, que nesse
ano representou 4,6% do Total.
Seguiram-ae
os grupos “Agro-alimentares” (0,4%) e “Máquinas, aparelhos e partes”
(também com 0,4% do Total).
Se
retirarmos ao total das exportações o grupo “Energéticos”, para se poder
observar com maior pormenor o peso relativo dos restantes produtos exportados
por Angola, verifica-se que em 2024 o grupo “Minérios e metais”
representou 79,3% desse novo total (79,2% no ano anterior), seguido de “Agro-alimentares”
(7,1% e 7,6%, respectivamente), “Máquinas, aparelhos e partes” (6,4% e
6,1%), “Produtos acabados diversos” (3,8% e 3,1%), “Químicos”
(1,7% e 0,7%), “Madeira, cortiça e papel” (0,8% e 2,1%), “Aeronaves, embarcações
e partes” (0,9% e 0,6%) e “Material de transporte terrestre e partes” (0,4%
em cada um dos anos).
Com
apenas 0,1% do Total em cada um dos anos alinharam-se depois os grupos “Têxteis
e vestuário” e “Calçado, peles e couros”.
Na
vertente das Importações, bem mais diversificadas, destacaram-se os grupos “Máquinas,
aparelhos e partes” (24,8% do Total em 2024 e 23,6% em 2023), “Energéticos”
(19,3% e 21,5%, respectivamente) e “Agro-alimentares” (17,0% e 14,8%).
Seguiram-se
os grupos “Químicos” (11,8% e 11,5%), “Minérios e metais” (11,1%
e 7,8%), “Material de transporte terrestre e partes” (6,0% e 8,8%) e “Produtos
acabados diversos” (4,9% e 5,4%).
De
acordo com os dados angolanos, Portugal terá sido em 2024 o seu segundo maior
fornecedor de mercadorias, com 9,5% do Total, precedido da China (15,2%).
Cálculos efectuados com base em estatísticas portuguesas de exportação, por não
se dispor de estatísticas angolanas desagregadas por capítulos da Nomenclatura,
apontam para um peso de Portugal de 7,8%, ainda a segunda posição. Este
desfasamento poderá resultar, por um lado, da conversão a Euros dos dados de
base de Angola em US$, e por outro da conversão de valores (Fob) da exportação
portuguesa a valores (Cif) através de um factor fixo (0,9533).
Os maiores
pesos de Portugal nas importações de Angola em 2024, calculados por Grupos de
Produtos, incidiram em “Produtos acabados diversos” (15,9%), “Químicos”
(11,6%), “Madeira, cortiça e papel (10,9%) e “Têxteis e vestuário”
(10,8%).
Em
2024 as principais origens das importações couberam à China (15,2%), Portugal
(9,5%), Reino Unido (7,5%), EUA (6,2%) e Índia (6,0%). As maiores exportações
incidiram na China (44,6%), Índia (11,6%) e Espanha (5,8%). 
3 – Comércio de Portugal com Angola
3.1 – Balança Comercial
Ao longo dos últimos cinco anos e primeiros oito meses de
2025 a Balança Comercial com Angola foi favorável a Portugal, com elevados graus
de cobertura das importações pelas exportações. Os saldos da Balança oscilaram
entre 481 milhões de Euros, em 2020, e 989 milhões, em 2023, com 932 milhões em
2024 e 542 milhões no período de Janeiro a Agosto de 2025.
Neste período de 2025, face a homólogo do ano anterior, as importações registaram um acentuado acréscimo em valor de +85,1% e as exportações um aumento de +5,8%, com o saldo a decrescer -6,2%.
As importações portuguesas provenientes
de Angola encontram-se centradas no petróleo bruto, logo sujeitas à flutuação
do seu preço no mercado internacional, tendo o grupo de produtos “Energéticos”
representado 85,1% do Total em Janeiro-Agosto de 2025 e 79,9% no mesmo período
de 2024. 
Seguiu-se, no mesmo período, o grupo “Agro-alimentares”, com 10,9% do Total em 2025 e 13,9% no ano anterior.
No quadro seguinte
relacionam-se as principais importações efectuadas no período em análise de 2025
e correspondentes valores em 2024, por Grupos de Produtos desagregados a quatro
dígitos da Nomenclatura (NC4≡SH4). 
3.3 – Exportações
Nos primeiros oito meses de
2025 as principais exportações incidiram nos grupos “Máquinas, aparelhos e
partes” (28,7% do Total em 2025 e 30,8% em 2024), “Agro-alimentares”
(18,7% e 18,0%), “Químicos” (17,1% e 17,5%), “Produtos acabados
diversos” (13,2% e 9,8%). e “Minérios e metais” (11,8% e 11,1%).
Seguiram-se, a grande
distância, os Grupos de Produtos “Madeira, cortiça e papel” (3,6% em 2025
e 3,3% em 2024), “Material de transporte terrestre e partes” (2,4% e 3,4%),
“Energéticos” (2,1% e 2,6%), “Têxteis e vestuário” (1,6% e 2,3%),
“Calçado, peles e couros” (0,5% em cada um dos anos) e “Aeronaves,
embarcações e partes” (0,1% e 0,8% respectivamente).













Sem comentários:
Enviar um comentário