Comércio Internacional
De acordo com dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE)
para o período de Janeiro a Maio de 2025 e de 2024, em versões preliminares, com
última actualização em 10 de Julho de 2025, as exportações de mercadorias em
2025 cresceram, em termos homólogos, +3,7% (+1231 milhões de Euros), a par de um
acréscimo das importações de +7,0% (+3078 milhões).
A partir de Janeiro de 2021, nas estatísticas de base do INE foram
acrescentados, na sequência do “Brexit”, dois códigos de países, “XI-Reino
Unido (Irlanda do Norte)” e “XU-Reino Unido (não incluindo a Irlanda do
Norte)”, apresentando-se a zeros a posição pautal com o código “GB-Reino
Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte”. Nos quadros desta série mensal manteremos,
para já, este código “GB”, correspondente ao somatório dos valores dos dois
novos códigos.
As exportações para o espaço comunitário (expedições), cujo total
corresponde aqui aos actuais 27 membros, registaram no período em análise um acréscimo
de +6,1% (+1450 milhões de Euros), tendo as exportações para os Países Terceiros
decrescido -2,2% (-218 milhões). Por sua vez, as importações com origem na UE
(chegadas) aumentaram +9,7% (+3183 milhões) e as originárias dos Países
Terceiros decresceram -0,9% (-105 milhões de Euros).
O défice
comercial externo (Fob-Cif), +17,4% face a 2024, situou-se em -12485 milhões de
Euros (superior em 1846 milhões ao do ano anterior), a que correspondeu um agravamentos
de 1734 milhões no comércio intracomunitário e um decréscimo de 218 milhões no
extracomunitário. Em termos globais, o grau de cobertura (Fob/Cif) das
importações pelas exportações desceu de 75,8% em 2024, para 73,5% em 2025.
A
variação do preço de importação do petróleo repercute-se no valor das
exportações de produtos energéticos, com reflexo na Balança Comercial. No
período de Janeiro a Maio o valor médio de importação do petróleo bruto desceu de 597 Euros/Ton
em 2024, para 529 Euros/Ton em 2025.
Para além da variação da cotação internacional do barril de petróleo, medida em dólares, a variação da cotação do dólar face ao Euro é também um dos factores determinantes da evolução do seu preço em Euros (O gráfico inclui já a cotação média do mês de Junho).
Se
excluirmos do total das importações e das exportações o conjunto dos produtos “Energéticos” (Capº 27 da NC), que pesou
9,0% no total das importações em 2025 e 5,7% nas exportações, o grau de
cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações sobe, em 2025, de 73,5% no
comércio global, para 76,1%.
2 – Evolução mensal
3 – Mercados de destino e de origem
3.1 - Exportações
Em 2025,
no período em análise, as exportações para a UE (expedições), que representaram
72,6% do Total, cresceram +6,1%, contribuindo com +4,3 pontos percentuais
(p.p.) para uma taxa de ‘crescimento’ global de +3,7%.
As
exportações para o espaço extracomunitário, 27,4% do Total, decresceram em
valor -2,2%, com um contributo negativo de -0,7 p.p. para o crescimento global.
Os dez principais
destinos das exportações foram a Espanha (25,9%), a Alemanha (14,6%), a França
(11,9%), os EUA (6,4%), a Itália (4,4%), o Reino Unido incl. Irlanda NT (4,3%),
os Países Baixos (3,4%), a Bélgica (2,5%), a Polónia (1,5%) e a Suécia (1,3%), destinos
que representaram 76,3% do Total.
Angola, que no ano de 2024 ocupou a
5ª posição no conjunto dos Países Terceiros, depois dos EUA, do Reino Unido, de
Marrocos e do Brasil, registou no período em análise um acréscimo de +10,6% nas
nossas exportações com este destino (+41,9 milhões de Euros).
Ocorreram acréscimos nos grupos de produtos “Minérios e metais” (+16,8 milhões de Euros), “Produtos acabados diversos” (+16,3 milhões), “Agro-alimentares” (+14,5 milhões), “Madeira, cortiça e papel” (+5,5 milhões), Químicos (+5,3 milhões) e “Calçado, peles e couros” (+46 mil Euros).
Os decréscimos
incidiram em “Máquinas, aparelhos e partes” (-7,5 milhões de Euros), “Material
de transporte terrestre e partes” (-4,2 milhões), “Têxteis e vestuário” (-2,4
milhões), “Aeronaves, embarcações e partes” (-1,4 milhões) e “Energéticos”
(-979 mil Euros).
Entre os principais destinos, os maiores contributos positivos para o ‘crescimento’ das exportações neste período
(+3,7%) pertenceram à Alemanha (+3.7 p.p.), seguida a grande distância pela
Espanha (+1,2 p.p.), Turquia (+0,3 p.p.), Irlanda (+0,2 p.p.) e Canadá, Angola, Hungria e Dinamarca (+0,1 p.p. cada).
Os maiores
contributos negativos couberam à Finlândia e Reino Unido/Irl NT (-0,4
p.p. cada), Marrocos (-0,3 p.p.), Brasil, Argélia, França e Bélgica (-0,2 p.p.
cada), Provisões de Bordo Intra-EU e Suíça (-0,1 p.p. cada).
Os maiores acréscimos nas exportações
para o espaço comunitário (expedições)
incidiram na Alemanha, seguida a grande distância pela Espanha, Irlanda,
Hungria, Dinamarca, Países Baixos, Eslováquia e Polónia. Os principais decréscimos
couberam à Finlândia, França, Bélgica, Provisões de Bordo, Grécia e Lituânia.
No conjunto dos Países Terceiros,
entre os maiores acréscimos nas exportações
destacaram-se a Turquia, o Panamá, o Canadá, Angola, a Ucrânia, Taiwan e Israel.
Entre os decréscimos evidenciaram-se
Marrocos, o Brasil, a Argélia, a Austrália, Moçambique, Vietname, Ceuta, o Vietname,
a Suíça e a Rússia.
3.2 – Importações
No
período de Janeiro a Maio de 2025 as chegadas de mercadorias com origem na UE,
que representaram 76,2% do total, registaram um acréscimo de +9,7% e
contribuíram com +7,2 p.p. para uma taxa de variação homóloga global de +7,0%.
As
importações com origem no espaço extracomunitário registaram no mesmo período um
decréscimo de -0,9% representando 23,8% do total, com um contributo negativo para
o ‘crescimento’ global de -0,2%
O
principal mercado de origem das importações foi a Espanha (32,0% do Total)
seguida da Alemanha (12,0%), da França (7,5%), dos Países Baixos (5,6%), da Itália
(5,2%), da China (4,8%), da Irlanda (3,5%), da Bélgica (3,3%), do Brasil (2,8%)
e dos EUA (2,2%).
Estes
países representaram, no seu conjunto, 78,8% do total das importações.
Entre os contributos positivos para a taxa
de variação homóloga das importações (+7,0%),
destacaram-se a Irlanda (+2,5 p.p.), os Países Baixos (+1,5 p.p.), a Espanha
(+1,0 p.p.), França e a a Alemanha (+0.9 p.p. cada), a China (+0,6 p.p.), e a Bélgica, Turquia e tália
(+0,3 p.p. cada).
Os principais contributos negativos incidiram
no Brasil (-0,8 p.p.), Arábia Saudita (-0,6 p.p.), na Nigéria, Noruega e Áustria
(-0,3 p.p. cada) e na Índia, Japão e Suécis (-0,1 p.p. cada).
Nas duas figuras seguintes
relacionam-se os maiores acréscimos e decréscimos do valor das importações com origem
Intracomunitária (chegadas) e nos Países Terceiros, entre o período em análise
de 2025 e de 2024.
4 – Saldos da Balança Comercial
Em 2025, os maiores saldos positivos da balança comercial (Fob-Cif)
couberam aos EUA (+1173 milhões de Euros), ao Reino Unido (+979 milhões), à
França (+637 milhões), a Angola (+347 milhões) e a Gibraltar (+238 milhôes).
O maior défice, a grande distância dos restantes, pertenceu a Espanha
(-5828 milhões de Euros), seguido da China (-2035 milhões), dos Países Baixos
(-1820 milhões), da Irlanda (-1517 milhões) e do Brasil (-865 milhões).
5 – Evolução por grupos de produtos
5.1 – Exportações
Os
capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2
Ξ SH-2), foram aqui agregados em 11 grupos de produtos (ver ANEXO).
Em 2025, os grupos que detiveram maior peso na
estrutura foram “Químicos” (17,2% do Total e +1507 milhões
de Euros face ao ano anterior), “Máquinas, aparelhos e partes” (15,3% e
+373 milhões), “Agro-alimentares” (13,8%
e +12 milhões), “Material de transporte terrestre e partes”
(12,3% e -110 milhões), “Minérios e metais” (9,6% e -55 milhões) e “Produtos acabados diversos”
(9,1% e -72 milhões).
Seguiram-se
os grupos “Têxteis e vestuário” (7,0% e -14 milhões),
“Madeira cortiça e papel” (6,5% e -40 milhões),
“Energéticos” (5,7% e -465 milhões), “Calçado,
peles e couros” (2,7% e +25 milhões) e “Aeronaves, embarcações e partes”
(0,9% e +71 milhões de Euros).
5.2 – Importações
Em 2025 os
grupos de produtos com maior peso foram “Químicos”
(20,3% do Total e +1958 milhões
de Euros face ao ano anterior), “Máquinas,
aparelhos e partes” (17,5% e +214 milhões), “Agro-alimentares” (15,5% e +452 milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (13,1% e +520 milhões),
“Energéticos” (9,0% e -434 milhões) e “Minérios e metais” (8,7% e
+114 milhões).
Seguiram-se
os grupos “Produtos acabados diversos” (6,1% e +204 milhões), “Têxteis
e vestuário” (4,8% e +167 milhões),
Madeira, cortiça e papel” (2,8% e +10 milhões), “Calçado, peles e couros” (1,7% e +35 milhões) e “Aeronaves,
embarcações e partes” (0,5% e -164 milhões
de Euros).
6 – Mercados por grupos de produtos
6.1 – Exportações
Entre os
mercados de destino, a Espanha ocupou em 2025 a primeira posição em 6 dos 11
grupos de produtos com 25,9% do total, ocorrendo as excepções nos grupos “Energéticos”
(2º depois das Provisões de Bordo para Países Terceiros), “Químicos” (2ª
posição depois da Alemanha), “Calçado,
peles e couros” (3ª posição, depois da França e da Alemanha), “Máquinas, aparelhos e partes” (2ª
posição, depois da Alemanha) e “Aeronaves,
embarcações e partes” (4ª posição, precedida do Brasil, França e Ucrânia).
Seguiram-se
no “ranking” a Alemanha (14,6%), a
França (11,9%), os EUA (6,4%), a Itália (4,4%), o Reino Unido e Irl NT (4,3%), os
Países Baixos (3,4%), a Bélgica (2,5%), a Polónia (1,5%) e Suécia (1,3%).
Estes dez destinos representaram 76,3% da exportação total.
6.2 – Importações
Na vertente das importações, a Espanha ocupou o primeiro lugar em dez dos onze grupos de produtos, com 31,4% do total. A excepção foi o grupo “Aeronaves, embarcações e partes” (2º lugar, depois dos EUA).
Seguiram-se,
no “ranking”, a Alemanha (11,8%), a
França (7,4%), os Países Baixos (6,3%), a Itália (5,1%), a China (4,9%), a
Irlanda (3,7%), a Bélgica (3,2%), o Brasil (2,6%) e os EUA (2,2%).
Estes dez países cobriram 78,8% da importação total.
7 – Valor dos grupos de produtos das exportações em 2025 face a 2024, por meses homólogos não acumulados