domingo, 13 de julho de 2025

Comércio Internacional de mercadorias - Série Mensal (Janeiro a Maio de 2025)

 

Comércio Internacional

de mercadorias
- Série mensal -
(Janeiro a Maio de 2025)

                                           (disponível para download  >> aqui )

 1 - Balança comercial

De acordo com dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) para o período de Janeiro a Maio de 2025 e de 2024, em versões preliminares, com última actualização em 10 de Julho de 2025, as exportações de mercadorias em 2025 cresceram, em termos homólogos, +3,7% (+1231 milhões de Euros), a par de um acréscimo das importações de +7,0% (+3078 milhões).

A partir de Janeiro de 2021, nas estatísticas de base do INE foram acrescentados, na sequência do “Brexit”, dois códigos de países, “XI-Reino Unido (Irlanda do Norte)” e “XU-Reino Unido (não incluindo a Irlanda do Norte)”, apresentando-se a zeros a posição pautal com o código “GB-Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte”. Nos quadros desta série mensal manteremos, para já, este código “GB”, correspondente ao somatório dos valores dos dois novos códigos.

As exportações para o espaço comunitário (expedições), cujo total corresponde aqui aos actuais 27 membros, registaram no período em análise um acréscimo de +6,1% (+1450 milhões de Euros), tendo as exportações para os Países Terceiros decrescido -2,2% (-218 milhões). Por sua vez, as importações com origem na UE (chegadas) aumentaram +9,7% (+3183 milhões) e as originárias dos Países Terceiros decresceram -0,9% (-105 milhões de Euros). 

O défice comercial externo (Fob-Cif), +17,4% face a 2024, situou-se em -12485 milhões de Euros (superior em 1846 milhões ao do ano anterior), a que correspondeu um agravamentos de 1734 milhões no comércio intracomunitário e um decréscimo de 218 milhões no extracomunitário. Em termos globais, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações desceu de 75,8% em 2024, para 73,5% em 2025.

A variação do preço de importação do petróleo repercute-se no valor das exportações de produtos energéticos, com reflexo na Balança Comercial. No período de Janeiro a Maio o valor médio de importação do petróleo bruto desceu de 597 Euros/Ton em 2024, para 529 Euros/Ton em 2025. 

Para além da variação da cotação internacional do barril de petróleo, medida em dólares, a variação da cotação do dólar face ao Euro é também um dos factores determinantes da evolução do seu preço em Euros (O gráfico inclui já a cotação média do mês de Junho).

Se excluirmos do total das importações e das exportações o conjunto dos produtos “Energéticos” (Capº 27 da NC), que pesou 9,0% no total das importações em 2025 e 5,7% nas exportações, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações sobe, em 2025, de 73,5% no comércio global, para 76,1%.

2 – Evolução mensal

3 – Mercados de destino e de origem

3.1 - Exportações

Em 2025, no período em análise, as exportações para a UE (expedições), que representaram 72,6% do Total, cresceram +6,1%, contribuindo com +4,3 pontos percentuais (p.p.) para uma taxa de ‘crescimento’ global de +3,7%.

As exportações para o espaço extracomunitário, 27,4% do Total, decresceram em valor -2,2%, com um contributo negativo de -0,7 p.p. para o crescimento global.

Os dez principais destinos das exportações foram a Espanha (25,9%), a Alemanha (14,6%), a França (11,9%), os EUA (6,4%), a Itália (4,4%), o Reino Unido incl. Irlanda NT (4,3%), os Países Baixos (3,4%), a Bélgica (2,5%), a Polónia (1,5%) e a Suécia (1,3%), destinos que representaram 76,3% do Total.

Angola, que no ano de 2024 ocupou a 5ª posição no conjunto dos Países Terceiros, depois dos EUA, do Reino Unido, de Marrocos e do Brasil, registou no período em análise um acréscimo de +10,6% nas nossas exportações com este destino (+41,9 milhões de Euros).

Ocorreram acréscimos nos grupos de produtos “Minérios e metais” (+16,8 milhões de Euros), “Produtos acabados diversos” (+16,3 milhões), “Agro-alimentares” (+14,5 milhões), “Madeira, cortiça e papel” (+5,5 milhões), Químicos (+5,3 milhões) e “Calçado, peles e couros” (+46 mil Euros).

Os decréscimos incidiram em “Máquinas, aparelhos e partes” (-7,5 milhões de Euros), “Material de transporte terrestre e partes” (-4,2 milhões), “Têxteis e vestuário” (-2,4 milhões), “Aeronaves, embarcações e partes” (-1,4 milhões) e “Energéticos” (-979 mil Euros).

Entre os principais destinos, os maiores contributos positivos para o ‘crescimento’ das exportações neste período (+3,7%) pertenceram à Alemanha (+3.7 p.p.), seguida a grande distância pela Espanha (+1,2 p.p.), Turquia (+0,3 p.p.), Irlanda (+0,2 p.p.) e Canadá, Angola, Hungria e Dinamarca (+0,1 p.p. cada).

Os maiores contributos negativos couberam à Finlândia e Reino Unido/Irl NT (-0,4 p.p. cada), Marrocos (-0,3 p.p.), Brasil, Argélia, França e Bélgica (-0,2 p.p. cada), Provisões de Bordo Intra-EU e Suíça (-0,1 p.p. cada).

Os maiores acréscimos nas exportações para o espaço comunitário (expedições) incidiram na Alemanha, seguida a grande distância pela Espanha, Irlanda, Hungria, Dinamarca, Países Baixos, Eslováquia e Polónia. Os principais decréscimos couberam à Finlândia, França, Bélgica, Provisões de Bordo, Grécia e Lituânia.


No conjunto dos Países Terceiros, entre os maiores acréscimos nas exportações destacaram-se a Turquia, o Panamá, o Canadá, Angola, a Ucrânia, Taiwan e Israel.

Entre os decréscimos evidenciaram-se Marrocos, o Brasil, a Argélia, a Austrália, Moçambique, Vietname, Ceuta, o Vietname, a Suíça e a Rússia.

3.2 – Importações

No período de Janeiro a Maio de 2025 as chegadas de mercadorias com origem na UE, que representaram 76,2% do total, registaram um acréscimo de +9,7% e contribuíram com +7,2 p.p. para uma taxa de variação homóloga global de +7,0%.

As importações com origem no espaço extracomunitário registaram no mesmo período um decréscimo de -0,9% representando 23,8% do total, com um contributo negativo para o ‘crescimento’ global de -0,2%

O principal mercado de origem das importações foi a Espanha (32,0% do Total) seguida da Alemanha (12,0%), da França (7,5%), dos Países Baixos (5,6%), da Itália (5,2%), da China (4,8%), da Irlanda (3,5%), da Bélgica (3,3%), do Brasil (2,8%) e dos EUA (2,2%).

Estes países representaram, no seu conjunto, 78,8% do total das importações.

Entre os contributos positivos para a taxa de variação homóloga das importações  (+7,0%), destacaram-se a Irlanda (+2,5 p.p.), os Países Baixos (+1,5 p.p.), a Espanha (+1,0 p.p.), França e a a Alemanha (+0.9 p.p. cada), a China  (+0,6 p.p.), e a Bélgica, Turquia e tália (+0,3 p.p. cada).

Os principais contributos negativos incidiram no Brasil (-0,8 p.p.), Arábia Saudita (-0,6 p.p.), na Nigéria, Noruega e Áustria (-0,3 p.p. cada) e na Índia, Japão e Suécis (-0,1 p.p. cada).

Nas duas figuras seguintes relacionam-se os maiores acréscimos e decréscimos do valor das importações com origem Intracomunitária (chegadas) e nos Países Terceiros, entre o período em análise de 2025 e de 2024.



4 – Saldos da Balança Comercial        

Em 2025, os maiores saldos positivos da balança comercial (Fob-Cif) couberam aos EUA (+1173 milhões de Euros), ao Reino Unido (+979 milhões), à França (+637 milhões), a Angola (+347 milhões) e a Gibraltar (+238 milhôes).

O maior défice, a grande distância dos restantes, pertenceu a Espanha (-5828 milhões de Euros), seguido da China (-2035 milhões), dos Países Baixos (-1820 milhões), da Irlanda (-1517 milhões) e do Brasil (-865 milhões).


5 – Evolução por grupos de produtos

5.1 – Exportações

Os capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2 Ξ SH-2), foram aqui agregados em 11 grupos de produtos (ver ANEXO).

Em 2025, os grupos que detiveram maior peso na estrutura foram “Químicos” (17,2% do Total e +1507 milhões de Euros face ao ano anterior), “Máquinas, aparelhos e partes” (15,3% e +373 milhões), “Agro-alimentares” (13,8% e +12 milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (12,3% e -110 milhões), “Minérios e metais” (9,6% e -55 milhões) e “Produtos acabados diversos” (9,1% e -72 milhões).

Seguiram-se os grupos “Têxteis e vestuário” (7,0% e -14 milhões), “Madeira cortiça e papel” (6,5% e -40 milhões), “Energéticos” (5,7% e -465 milhões), “Calçado, peles e couros” (2,7% e +25 milhões) e “Aeronaves, embarcações e partes” (0,9% e +71 milhões de Euros).


5.2 – Importações

Em 2025 os grupos de produtos com maior peso foram “Químicos” (20,3% do Total e +1958 milhões de Euros face ao ano anterior), “Máquinas, aparelhos e partes” (17,5% e +214 milhões), “Agro-alimentares” (15,5% e +452 milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (13,1% e +520 milhões), “Energéticos” (9,0% e -434 milhões) e “Minérios e metais” (8,7% e +114 milhões).

Seguiram-se os grupos “Produtos acabados diversos” (6,1% e +204 milhões), “Têxteis e vestuário” (4,8% e +167 milhões), Madeira, cortiça e papel” (2,8% e +10 milhões), “Calçado, peles e couros” (1,7% e +35 milhões) e “Aeronaves, embarcações e partes” (0,5% e -164 milhões de Euros).


6 – Mercados por grupos de produtos

6.1 – Exportações

Entre os mercados de destino, a Espanha ocupou em 2025 a primeira posição em 6 dos 11 grupos de produtos com 25,9% do total, ocorrendo as excepções nos grupos “Energéticos” (2º depois das Provisões de Bordo para Países Terceiros), “Químicos” (2ª posição depois da Alemanha), “Calçado, peles e couros” (3ª posição, depois da França e da Alemanha), “Máquinas, aparelhos e partes” (2ª posição, depois da Alemanha) e “Aeronaves, embarcações e partes” (4ª posição, precedida do Brasil, França e Ucrânia).


Seguiram-se no “ranking” a Alemanha (14,6%), a França (11,9%), os EUA (6,4%), a Itália (4,4%), o Reino Unido e Irl NT (4,3%), os Países Baixos (3,4%), a Bélgica (2,5%), a Polónia (1,5%) e Suécia (1,3%).

Estes dez destinos representaram 76,3% da exportação total.

6.2 – Importações


Na vertente das importações, a Espanha ocupou o primeiro lugar em dez dos onze grupos de produtos, com 31,4% do total. A excepção foi o grupo “Aeronaves, embarcações e partes” (2º lugar, depois dos EUA).

Seguiram-se, no “ranking”, a Alemanha (11,8%), a França (7,4%), os Países Baixos (6,3%), a Itália (5,1%), a China (4,9%), a Irlanda (3,7%), a Bélgica (3,2%), o Brasil (2,6%) e os EUA (2,2%).

Estes dez países cobriram 78,8% da importação total.

7 – Valor dos grupos de produtos das exportações em 2025                      face a 2024, por meses homólogos não acumulados



Alcochete, 12 de Julho de 2025.


ANEXO




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