Comércio
Internacional de pescado,
conservas e
outros produtos do mar
- 1º Semestre de 2016 e 2017 -
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1 – Nota introdutória
Portugal é
detentor de uma das maiores Zonas Económicas Exclusivas (ZEE), abrangendo
actualmente mais de 1,7 milhões de Km2. Contudo, a balança comercial
de pescado, conservas e outros produtos do mar é deficitária.
No
presente trabalho pretende-se analisar a evolução das trocas comerciais
portuguesas com o exterior entre o 1º Semestre de 2016 e de 2017, a partir de
dados de base divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), para os seguintes
agregados:
- Peixe, crustáceos, moluscos e
outros invertebrados aquáticos;
- Conservas de peixe,
crustáceos e moluscos;
- Gorduras e óleos de peixe e
de mamíferos marinhos;
- Produtos da pesca impróprios para a
alimentação humana;
- Sal,
águas-mãe de salinas e algas;
- Extractos e sucos de carnes
de peixe, crustáceos, moluscos e outros
invertebrados aquáticos.
2- Peso do sector no comércio internacional global
As exportações portuguesas de pescado,
conservas e outros produtos do mar, que no 1º Semestre de 2016 representaram
1,9% das exportações globais, viram o seu peso subir para 2,1% no 1º Semestre
do ano em curso. Por sua
vez o peso das importações destes produtos no total, com um valor quase duplo
do das exportações, decresceu ligeiramente entre os dois semestres, de 3,1%
para 3,0%.
3 – Balança Comercial
De acordo com os dados disponíveis, com última actualização em 9/8/2017, as importações cresceram +11,5% entre o 1º Semestre de 2016 e de 2017 (+106 milhões de Euros), com as exportações a aumentarem a um ritmo mais vigoroso, +19,1% (+92 milhões de Euros). O grau de cobertura das importações pelas exportações subiu de 52,2% para 55,8%, contudo, sendo o valor das importações quase duplo do das exportações, o défice da balança comercial aumentou +3,2%, situando-se em 2017 em -456 milhões de Euros.
3 – Balança Comercial
De acordo com os dados disponíveis, com última actualização em 9/8/2017, as importações cresceram +11,5% entre o 1º Semestre de 2016 e de 2017 (+106 milhões de Euros), com as exportações a aumentarem a um ritmo mais vigoroso, +19,1% (+92 milhões de Euros). O grau de cobertura das importações pelas exportações subiu de 52,2% para 55,8%, contudo, sendo o valor das importações quase duplo do das exportações, o défice da balança comercial aumentou +3,2%, situando-se em 2017 em -456 milhões de Euros.
O bacalhau, muito utilizado na alimentação dos
portugueses, pesa cerca de 30% no conjunto das importações e 10% nas
exportações. Se o excluirmos da balança comercial, o défice em 2017
é ainda significativo, -225 milhões de Euros.
Entre os agregados de produtos aqui considerados destacam-se,
nas duas vertentes comerciais, o “Peixe”,
os “Crustáceos, moluscos e outros
invertebrados aquáticos” e as “Conservas
de peixe, crustáceos e moluscos”, este último o único agregado em que o saldo
da balança comercial foi positivo.
4 – Importações
Nas importações de “Peixe” assumem particular relevância as de “Peixe seco, salgado, em salmoura ou fumado”, constituídas essencialmente
por bacalhau, que no 1º Semestre de 2017 ultrapassaram os 200 milhões de Euros,
ou seja, cerca de 30% do total do peixe importado.
O
principal fornecedor de pescado, conservas e outros produtos do mar a Portugal foi
a Espanha (35,6% em 2017), seguida da Suécia (12,9%), dos Países Baixos (11,9%)
e da China (4,2%).
Os
fornecimentos da Suécia reportam-se em sua grande parte a bacalhau.
Sabe-se
que a maior parte do bacalhau consumido em Portugal tem origem na Noruega, país
extracomunitário limítrofe da Suécia. Contudo, de acordo com os dados
estatísticos disponibilizados pelo INE, foram nulas as importações de bacalhau
provenientes da Noruega no 1º Semestre do ano em curso, tudo indicando que a posição
da Suécia reside no facto de ser este um país de “introdução em livre prática”
na União Europeia do bacalhau destinado a Portugal, após serem pagos os direitos
aduaneiros a que houver lugar e cumpridas as condições de importação.
Das
figuras seguintes constam os principais mercados de origem das importações nas
três áreas dominantes, com indicação do seu peso na importação global
proveniente de cada mercado.
5 – Exportações
As
maiores exportações incidiram no “Peixe”,
principalmente congelado, mas também fresco, refrigerado e filetes. Seguiram-se
as de “Crustáceos, moluscos e outros
invertebrados aquáticos”, com destaque para os moluscos, e as “Conservas de peixe, crustáceos e moluscos,
com destaque para as de peixe.
Reduzida
expressão tiveram as exportações de “Gorduras
e óleos de peixe e mamíferos marinhos”, de “Produtos da pesca impróprios para a alimentação humana”, centrados
nas farinhas, pós e “pellets”, e de “Extratos
e sucos de carnes de peixe, crustáceos, moluscos e outros invertebrados
aquáticos”.
O
principal mercado de destino das exportações em análise foi a Espanha, com 54,7%
do total em 2017, seguida da Itália (12,0%), França (9,1%), Brasil (6,6%),
Reino Unido (3,5%), EUA (2,5%) e Angola (1,9%).
Das
figuras seguintes constam os principais mercados de destino das exportações nas
três áreas dominantes, com indicação do seu peso na exportação global para cada
mercado.
Alcochete, 1 de Setembro de
2017.