Taxas de variação homóloga
em valor, volume e preço
por grupos e subgrupos de produtos
(Janeiro a Junho de 2017/2016)
(Janeiro a Junho de 2017/2016)
" Publicação disponível para download > aqui"
1 - Nota introdutória
O presente trabalho visou o cálculo de indicadores de evolução em valor
volume e preço do comércio internacional português de mercadorias no período de
Janeiro a Junho de 2017, face ao período homólogo do ano anterior.
Os índices de preço, do tipo Paasche,
utilizados depois como deflatores dos índices de valor para o cálculo dos
correspondentes índices de volume, foram calculados a partir de dados de base
elementares divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) para o
primeiro semestre de 2017, em primeira versão preliminar, sendo preliminar também
a versão dos correspondentes dados de 2016.
Na comparação entre os dois anos, foram tomadas em consideração as
numerosas alterações pautais da Nomenclatura Combinada verificadas entre 2016 e
2017, envolvendo 405 agregados de produtos a 8 dígitos, num total de 1434 posições
pautais para o conjunto dos dois anos.
Para o cálculo dos índices de
preço as posições pautais a oito dígitos da Nomenclatura Combinada (NC-8), relativas
às importações e exportações com movimento no período em análise, foram
agregadas em 11 grupos de produtos e 38 subgrupos (ver Anexo).
2 – Nota metodológica
O método utilizado no cálculo dos índices de preço de Paasche deste trabalho assenta na selecção de uma amostra
representativa do comportamento dos preços de cada subgrupo de produtos, que
integram produtos com relativa homogeneidade, posteriormente ponderados para o cálculo
do índice dos respectivos grupos, por sua vez ponderados para o cálculo do
índice do total.
Os índices de preço de cada subgrupo são obtidos a partir de uma primeira amostra
automática construída com base nos produtos com movimento nos dois períodos em
análise, dentro de um intervalo definido por métodos estatísticos.
Segue-se uma análise crítica, que pode incluir, entre outros, o recurso à
evolução do preço das matérias-primas que entram na manufactura de um dado
produto, como indicador de consistência de um determinado índice que, apesar de
um comportamento aparentemente anormal, pode ser incluído na amostra.
Mais frequentemente procede-se à desagregação por mercados de origem ou de
destino de posições pautais com peso relevante que se encontram fora do
intervalo, incluindo-se na amostra do subgrupo aqueles que apresentam um
comportamento coerente na proximidade do intervalo encontrado.
Também produtos dominantes
incluídos no intervalo e decisivos para o índice do subgrupo podem ser desagregados
e considerados por mercados se, através de uma análise crítica, forem
encontrados desvios sensíveis entre eles.
3 – Balança Comercial
De acordo com os dados preliminares utilizados, o défice da balança
comercial de mercadorias no primeiro semestre de 2017 aumentou +26,3% face ao
ano anterior, com o grau de cobertura das importações pelas exportações a descer
de 83,1%, em 2016, para 81,4%, em 2017.
As importações (somatório das chegadas de mercadorias provenientes do
espaço comunitário com as importações originárias dos países terceiros), com um
acréscimo em valor de +14,5%, terão registado um aumento em volume de +9,3% e
um acréscimo em preço de +4,7%.
Por sua vez, o acréscimo em valor de +12,1% das exportações terá resultado
de um incremento em volume de +9,2%, com o preço a crescer +2,7%.
Na presente conjuntura, dada a evolução do preço do petróleo, torna-se conveniente
atentarmos na evolução do nosso comércio internacional quando excluído dos
produtos do grupo “Energéticos”.
De acordo com os dados disponíveis, as importações, com exclusão dos
produtos energéticos, terão registado acréscimos em valor, volume e preço
respectivamente de +11,4%, +9,2% e +2,0%.
Por sua vez, as exportações terão averbado um aumento em valor de +10,0%,
em resultado de num incremento em volume também de +9,2% e de um aumento do preço
de +0,7%.
O défice da balança comercial cresceu +20,2%, com o grau de cobertura das
importações pelas exportações a descer de 86,2% para 85,1%.
A evolução em volume das exportações constitui uma
medida da capacidade produtiva da indústria, tendo-se verificado no período em
análise uma taxa de crescimento de +9,2%, incluindo-se ou não os produtos “Energéticos”.
Nos primeiros seis meses de
2017, o saldo da balança comercial foi positivo em quatro dos onze grupos de
produtos considerados, que representaram 30,8% das exportações e 17,6% das
importações totais, designadamente: “Madeira,
cortiça e papel”, “Têxteis e vestuário”, “Calçado, peles e couros” e “Produtos
acabados diversos”.
4 – Importações
No primeiro semestre de 2017, os grupos de produtos com maior peso nas
importações de mercadorias foram: “Máquinas,
aparelhos e partes” (16,6% do total),
“Químicos” (16,5%), “Agro-alimentares”
(15,1%), “Material de transporte
terrestre e partes” (12,7%) e
“Energéticos” (11,3%).
De acordo com os cálculos
efectuados, todos os grupos de produtos registaram taxas de crescimento em
valor positivas, com destaque para o grupo “Energéticos”
(+46,7%).
Por sua vez, à excepção do grupo “Calçado,
peles e couros” (-0,7%), em todos os restantes grupos se verificaram taxas
de crescimento em volume positivas, com destaque para as “Máquinas, aparelhos e partes” (+19,5%).
Na óptica da evolução em preço, exceptuando os grupos “Máquinas, aparelhos e partes” (-1,4%), “Têxteis e vestuário” (‑0,9%) e “Madeira,
cortiça e papel” (‑0,7%), todos
os restantes acusaram aumentos, sobressaindo
o grupo “Energéticos” (+32,7%),
seguido do grupo “Minérios e metais”
(+12,1%).
No quadro seguinte encontram-se relacionados, por grupos e subgrupos de
produtos, os respectivos valores, estrutura e indicadores de valor, volume e
preço.
5 –
Exportações
No primeiro semestre de 2017, os grupos de produtos com peso a dois dígitos
nas exportações de mercadorias foram: “Máquinas,
aparelhos e partes” (15,4% do total), “Químicos”
(13,0%), “Agro-alimentares” (12,3%) e
“Material de transporte terrestre e
partes” (10,9%).
Em todos os grupos de produtos se registaram crescimentos em valor, com
destaque para o grupo “Energéticos”
(+49,1%), seguido dos grupos “Minérios e
metais” (+15,3%), “Agro-alimentares”
(+14,8%), “Máquinas, aparelhos e partes”
(+13,0%), "Químicos" (+10,6%) e “Produtos acabados diversos”
(+10,2%). Também em volume ocorreram aumentos em todos os grupos de produtos,
com taxas de crescimento a dois dígitos nos grupos “Máquinas, aparelhos e partes” (+15,7%), “Agro-alimentares” (+12,5%),
“Químicos” (+12,4%) e “Produtos
acabados diversos” (+11,6%).
Verificaram-se decréscimos em preço nos grupos “Máquinas, aparelhos e partes” (‑2,3%), “Químicos” (-1,6%) “Produtos
acabados diversos (-1,3%) e “Calçado,
peles e couros” (-0,3%). Os maiores acréscimos ocorreram nos grupos “Energéticos” (+36,8%) e “Minérios e metais” (+8,5%).
No quadro seguinte encontram-se relacionados, por grupos e subgrupos de produtos, os respectivos valores, estrutura e
indicadores de valor, volume e preço.
6 – Representatividade da
amostra
A representatividade da amostra global de cada uma das vertentes
comerciais, que serviu de base ao cálculo dos índices de preço de Paasche no 1º semestre de 2016 e 2017,
foi de 89,3% e 88,2% nas importações e de 92,6% e 91,1% nas exportações.
Na figura seguinte encontra-se definido o conteúdo
dos grupos e subgrupos de produtos aqui considerados, com base na Nomenclatura
Combinada em uso na União Europeia.
24 de Agosto
de 2017
Sem comentários:
Enviar um comentário