segunda-feira, 18 de dezembro de 2017

Comércio Internacional de Vestuário (2000-2016)

Comércio Internacional de "Vestuário"
(2000-2016)
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1 – Nota introdutória
Neste trabalho os produtos do grupo “Vestuário” vão ser divididos em duas componentes: “Vestuário de malha” (Capº 61 da Nomenclatura Combinada) e “Vestuário não de malha” (Capº 62).

Entre 2000 e 2016 o peso da exportação do “Vestuário” no PIB desceu de 2,4% para 1,7%. 
O peso do “Vestuário” na importação global, tendencialmente crescente, que em 2000 representava 2,4% da importação global, atingiu uma quota de 3,3% em 2016.

Por sua vez, o seu peso na exportação global, que em 2000 era de 11,5% do total, decresceu até 2013, ano em que se situou em 5,4%, invertendo-se a tendência a partir de então, para representar 6,2% em 2016.


2 – Balança Comercial do “Vestuário”
A balança comercial do “Vestuário” é favorável a Portugal, com um elevado grau de cobertura das importações pelas exportações. O saldo comercial reduziu-se  sucessivamente entre 2000 e 2009, de 2034 milhões de Euros para 497 milhões, invertendo-se a tendência a partir daí, para se situar em 1086 milhões de Euros em 2016.
Entre 2012 e 2016 a taxa de variação média anual das importações foi de +6,4% e a das exportações de +5,7%.
Considerando o período alargado 2000-2016, as importações cresceram, em termos nominais, à taxa média anual de +3,8% e as exportações decresceram à taxa de -0,1%.

3 – Importação de “Vestuário” e suas componentes
As importações de “Vestuário” dividem-se em partes praticamente iguais por “Vestuário de malha” e “Vestuário não de malha”.

Entre 2000 e 2016 as importações de ambas as componentes cresceram à taxa média anual de +3,8%. 


Entre o “Vestuário de malha” destacaram-se, em 2016, as importações de “Camisolas e pull-overs, cardigans e coletes” (23,2%), de “T-shirts e camisolas interiores” (21,9%), e de “Fatos, conjuntos, casacos, vestidos e saias, entre outros, para senhora” (12,3%). Seguiram-se as “Camisas para homem” (6,3%), as “Meias-calças e meias, incluindo para varizes” (5,0%), as “Combinações, calcinhas, roupões e robes, entre outros, para senhora” (4,8%), o “Vestuáro e seus acessórios para bebés” (4,6%), os “Fatos, conjuntos, casacos, calças e calções, entre outros, para homem” (3,8%), os “Camiseiros e blusas para senhora” (3,5%), as “Cuecas, ceroulas, pijamas, roupões e robes, entre outros, para homem” (2,9%) e os “Fatos de treino, de macaco, de banho, de esqui, biquínis e calções” (2,8%). Este conjunto de produtos representou 91,3% das importações deste tipo de vestuário em 2016.
No mesmo ano, entre o “Vestuário não de malha” predominaram os “Fatos, conjuntos, vestidos, saias, entre outros, para senhora” (27,3% do total), os “Fatos, conjuntos, casacos, calças e calções, entre outros, para homem” (22,4%), e os “Camiseiros e blusas para senhora” (10,0%). Seguiram-se os “Casacos compridos, anoraques, blusões e semelhantes, para senhora” (7,8%), as “Camisas para homem” (7,3%), os “Sobretudos, anoraques, blusões e semelhantes para homem” (5,5%), os “Soutiens, cintas, ligas e semelhantes, mesmo de malha, para senhora” (5,3%) e os “Fatos de treino, de macaco, de banho, de esqui, biquínis e calções” (5,1%), produtos que totalizaram 90,8% destas importações.
De sublinhar que todos os produtos relacionados, nas duas componentes, apresentaram taxas médias de crescimento anual positivas entre 2000 e 2016.

4 – Mercados de origem das importações de “Vestuário”
O peso das chegadas de ”Vestuário” com origem no espaço intracomunitário no total das importações desceu de cerca de 95,1%, em 2000, para 89,1%, em 2016, logo subindo a quota dos fornecimentos a partir do espaço extracomunitário de 4,9% para 10,9%.

De 2000 a 2016, a taxa de variação média anual das importações a partir dos parceiros comunitários foi de +3,4%, com a dos países terceiros a crescer +9,1%.

Como se pode observar na figura seguinte, o ritmo de crescimento das importações originárias dos países Extra-UE, em particular de 2000 a 2011 e a partir de 2013, foi mais vivo do que o dos fornecedores Intra-EU.

Em 2016, os vinte principais mercados de origem das importações portuguesas de “Vestuário” representaram 98,7% do Total. A primeira posição, a grande distância dos restantes fornecedores, foi ocupada pela Espanha (1,1 mil milhões de Euros), seguida da França (202 milhões), da Itália (182 milhões), da Alemanha (97 milhões) e da China (92 milhões de Euros).
Com valores ainda de dois dígitos alinharam-se os Países Baixos, o Bangladesh, a Bélgica, a Índia, o Reino Unido, a Croácia, o Paquistão e Marrocos. Menos expressivas foram as importações provenientes de Cabo Verde, da Suécia, do Brasil, da Grécia, da Hungria, da Turquia e da Irlanda.

5 – Exportação de “Vestuário” e suas componentes
Na exportação de “Vestuário” predomina o “Vestuário de malha”, que em 2016 representou 68,0% do Total.


Após um decréscimo significativo das suas exportações entre 2000 e 2009, o “Vestuário” inverteu essa tendência, recuperando em 2016 praticamente o nível que detinha em 2000, para o que contribuiu decisivamente o “Vestuário de malha”.

Entre o “Vestuário de malha” destacam-se, em 2016, as exportações de “T-shirts e camisolas interiores” (39,6% do Total), seguidas das “Camisolas e pull-overs, cardigans e coletes (15,6%), dos “Fatos, conjuntos, casacos, vestidos e saias, entre outros, para senhora” (13,0%), e das “Meias-calças e meias, incluindo para varizes” (6,7%). Com menor peso alinharam-se depois os “Camiseiros e blusas para senhora” (4,5%), as “Camisas para homem” (4,4%), o “Vestuário e seus acessórios para bebés” (3,5%), os “Fatos, conjuntos, casacos, calças, entre outros, para homem” (3,5%), as “Cuecas, ceroulas, pijamas, roupões e robes, para homem” (2,0%), e as “Combinações, calcinhas, roupões e robes, entre outros, para senhora” (1,8%).
Estes produtos representaram, no seu conjunto, 94,6% das exportações totais neste ano.
Na componente “Vestuário não de malha” salientam-se as exportações de “Fatos, conjuntos, casacos, calças, calções e outros, para homem” (29,2%), de “Fatos, conjuntos, casacos, vestidos, saias e outros, para senhora” (27,0%), de “Camisas para homem” (12,0%), e de “Camiseiros e blusas para senhora” (10,4%). Seguiram-se os “Fatos de treino, de macaco, de banho, de esqui, biquínis e calções” (6,5%), os “Soutiens, cintas, ligas e semelhantes, mesmo de malha” (3,3%), e os “Sobretudos, anoraques, blusões e semelhantes, para homem” (3,2%).
 Estes produtos representaram 91,6% do Total em 2016.

6 – Mercados de destino das Exportações de “Vestuário”
De acordo com estatísticas do “International Trade Centre” (ITC), consentâneas com as do INE no caso de Portugal, o país terá ocupado em 2016 a 21ª posição entre os principais exportadores mundiais de “Vestuário”, com uma quota de 0,8%.

O peso relativo das exportações de “Vestuário” para os países comunitários e países terceiros em relação ao Total apresentou alguma estabilidade ao longo do período 2000-2016.
No mesmo período foi nula a taxa de crescimento médio anual das exportações para o espaço comunitário, com as exportações para os países terceiros a decrescerem à taxa média de -0,6% ao ano.


Tendencialmente decrescentes entre 2000 e 2009, as exportações para o espaço Intra e Extra-UE recuperaram a partir de então, tendo estas últimas praticamente atingido o nível que detinham em 2000.

Desde 2001 que a primeira posição entre os mercados de destino das exportações portuguesas de “Vestuário” é ocupada pela Espanha, que absorveu 44,1% do Total em 2016. Seguiram-se, neste ano, a França (12,9%), o Reino Unido (9,2%), a Alemanha (8,6%), os Países Baixos (4,0%), a Itália (3,8%), os EUA (2,8%) e a Suécia (2,5%). Com pesos inferiores alinharam-se a Bélgica, Dinamarca, Áustria, Suíça, Angola, Tunísia, Finlândia, Irlanda, Hong-Kong, Noruega, Emiratos e China. Este conjunto de países representou 97,1% das exportações totais em 2016.


        16 de Dezembro de 2017.






















































quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

Série mensal-Out 2017- Comércio Internacional

Comércio Internacional de mercadorias
- Série mensal -
Período acumulado Janeiro-Outubro 2017 

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1 - Balança comercial
De acordo com dados preliminares divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), com última actualização em 11 de Bezembro de 2017, nos primeiros dez meses de 2017 as exportações de mercadorias cresceram em valor +10,8% face ao mesmo período do ano anterior (+4474 milhões de Euros), a par de um acréscimo das importações de +14,2% (+7138 milhões de Euros).
As exportações para o espaço comunitário (expedições) registaram um aumento de +8,4% (+2619 milhões de Euros), ao mesmo tempo que as exportações para os países terceiros cresciam +18,5% (+1854 milhões de Euros). Por sua vez, as importações de mercadorias provenientes dos parceiros comunitários (chegadas) aumentaram +11,3% (+4432 milhões de Euros), com as importações originárias dos países terceiros a crescerem +24,3% (+2706 milhões de Euros).

Na sequência deste comportamento, o défice comercial externo (Fob-Cif) aumentou +29,8%, ao situar-se em -11602 milhões de Euros (um acréscimo de 2664 milhões, cabendo 1813 milhões ao comércio intracomunitário e 851 milhões ao extracomunitário). Em termos globais, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações nos dez primeiros meses do ano desceu de 82,2%, em 2016, para 79,8%, em 2017.


A variação do preço de importação do petróleo repercute-se também, naturalmente, no valor das exportações de produtos energéticos. O valor médio unitário de importação do petróleo, que nos dez primeiros meses de 2016 se situou em 273 Euros/Ton, subiu para 345 Euros/Ton no mesmo período de 2017.

Para além da variação da cotação internacional do barril de petróleo, medida em dólares, a variação da cotação do dólar face ao Euro é também um dos factores determinantes da evolução do seu preço em Euros.

Se excluirmos do total das importações e das exportações o conjunto dos produtos “Energéticos” (respectivamente 11,5% e 7,2% do total no período de Janeiro-Outubro de 2017), o grau de cobertura (Fob-Cif) das importações pelas exportações dos restantes produtos passa, em 2017, de 79,8% para 83,7%, com o aumento do défice, em termos homólogos, a descer de +29,8% para +27,0%.

2 – Evolução mensal


3 – Mercados de destino e de origem
3.1 - Exportações
No período acumulado de Janeiro a Outubro de 2017, as exportações nacionais para a UE (expedições), que representaram 74,1% do total (75,8% em 2016), cresceram em valor +8,4%, contribuindo com +6,3 pontos percentuais (p.p.) para uma taxa de crescimento global de +10,8%. As exportações para o espaço extracomunitário, que representaram 25,9% do total em 2017 (24,2% em 2016), registaram um crescimento em valor de +18,5%, contribuindo com +4,5 p.p. para a taxa de crescimento global. 

Os principais mercados de destino das nossas mercadorias em 2017 foram a Espanha (25,3%), a França (12,5%), a Alemanha (11,4%), o Reino Unido (6,7%), os EUA (5,3%), os Países Baixos (4,0%), a Itália (3,4%), Angola (3,3%), a Bélgica (2,3%), o Brasil (1,6%), a China (1,5%), Marrocos (1,3%), Polónia e Suíça (1,1% cada), países que no seu conjunto absorveram 80,8% das nossas exportações.
Angola, o segundo mercado de destino das exportações para os países terceiros depois dos EUA, que vinha apresentando no passado recente sucessivos decréscimos em termos homólogos nas exportações da quase totalidade dos 11 grupos de produtos considerados, registou nos dez primeiros meses do ano um aumento global de +32,8%, com decréscimos em apenas dois dos grupos, designadamente “Energéticos” (-9,1%), e “Aeronaves, embarcações e partes” (-73,0%), principalmente barcos de pesca e outras embarcações para o tratamento de produtos da pesca.

Entre os trinta principais países de destino, os maiores contributos positivos para o ‘crescimento’ das exportações no período em análise (+10,8%), couberam a Espanha (+1,9 p.p.), França (+1,0 p.p.), EUA e Angola (+0,9 p.p. cada), Alemanha (+0,8 p.p.), Brasil e Países Baixos (+0,7 p.p. cada), e Itália e China (+0,4 p.p.). O maior contributo negativo coube à Argélia (-0,3 p.p.), seguida de Moçambique (-0,1 p.p.).

O maior acréscimo no valor das exportações para o espaço comunitário (expedições), em termos homólogos, verificou-se em Espanha, seguida da França, da Alemanha, dos Países Baixos, da Itália, das Provisões de Bordo e do Reino Unido. Com menor expressão alinharam-se depois a Polónia, a Eslováquia, a Bélgica, a Áustria, a República Checa e o Luxemburgo. O maior decréscimo coube à Irlanda.

Entre os Países Terceiros, os maiores acréscimos ocorreram nas exportações para os EUA e Angola, seguidos do Brasil, China, Taiwan, Provisões de bordo, Egipto, México, Líbano e Israel.
Os maiores decréscimos couberam à Argélia, seguida da Venezuela, Moçambique, Turquia, Djibuti e Líbia.

3.2 - Importações
No período de Janeiro a Outubro de 2017, as importações com origem na UE (chegadas), que representaram 75,9% do total (77,8% em 2016), contribuíram com +8,8 p.p., para uma taxa de crescimento global de +14,2%.

As importações com origem no espaço extracomunitário registaram um acréscimo de +24,3%, representando 24,1% do total (22,2% no período homólogo de 2016), com um contributo para o crescimento de +5,4 p.p..

Os principais mercados de origem das importações nos dez primeiros meses do ano foram a Espanha (31,7%), a Alemanha (13,7%) e a França (7,4%). Seguiram-se a Itália (5,5%), os Países Baixos (5,3%), a China (3,0%), a Bélgica (2,8%), o Reino Unido (2,7%), a Federação Russa (2,4%), o Brasil (1,9%) e os EUA (1,4%), a Polónia (1,2%), a Suécia, Turquia e Azerbaijão (1,0% cada), países que representaram no seu conjunto 82,0% das nossas importações totais.

Entre os maiores contributos positivos para o crescimento das importações (+14,2%) destacam-se a Espanha (+3,1 p.p.), a Alemanha (+2,2%), a Federação Russa (+1,1 p.p.) e os Países Baixos (+1,0 p.p.). Seguiram-se a Itália (+0,8 p.p.), França (0,7 p.p.), a China (0,5 p.p.), o Azerbaijão (+0,4 p.p.) e a Bélgica (0,3 p.p.).

Por sua vez, os maiores contributos negativos couberam a Angola (-1,0 p.p.), seguida da Argélia e da Irlanda (-0,1 p.p. cada).
Nas duas figuras seguintes relacionam-se os maiores acréscimos e decréscimos das importações com origem intracomunitária e nos países terceiros.


4 – Saldos da Balança Comercial
No período em análise, o maior saldo positivo da balança comercial (Fob-Cif) coube aos EUA (+1591 milhões de Euros), seguidos do Reino Unido (+1522 milhões), da França (+1453 milhões), de Angola (+1288 milhões) e de Marrocos (+481 milhões de Euros).
O maior défice, a grande distância dos restantes, pertenceu a Espanha (-6592 milhões de Euros), seguido dos da Alemanha (‑2628 milhões), da Itália (‑1559 milhões), dos Países Baixos (-1221 milhões) e da Rússia (‑1209 milhões de Euros).

5 – Evolução por grupos de produtos
5.1 – Exportações
Os capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2 Ξ SH-2) em uso na União Europeia, foram aqui agregados em 11 grupos de produtos (ver Anexo).
Os grupos com maior peso nas exportações de mercadorias, representando 80,3% do total no período em análise de 2017, foram “Máquinas, aparelhos e partes” (15,7% do total, com uma taxa de variação homóloga de +11,7%), “Químicos” (12,8% e TVH +8,8%), “Agro-alimentares” (12,3% e TVH +9,5%) “Material de transporte terrestre e partes” (10,7% e TVH +10,8%), “Têxteis e vestuário” (9,7% e TVH +4,3%), “Minérios e metais” (9,7% e TVH +17,3%) e “Produtos acabados diversos” (9,4% e TVH +10,8%).
Registaram-se acréscimos em valor, em termos homólogos, em todos os grupos de produtos. Os maiores, em Euros, ocorreram nos grupos “Energéticos” (+842 milhões), “Máquinas, aparelhos e partes” (+743 milhões), “Minérios e metais” (+656 milhões), “Agro-alimentares” (+486 milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (+479 milhões), “Químicos” (+476 milhões) e “Produtos acabados diversos” (+419 milhões).


5.2 – Importações
No mesmo período, os grupos de produtos com maior peso nas importações, representando 72,3% do total, foram “Máquinas, aparelhos e partes” (16,9%, com uma taxa de variação homóloga em valor de +16,7%) “Químicos” (16,2% do total e TVH de +9,0%), “Agro-alimentares” (15,4% e TVH de +10,2%), “Material de transporte terrestre e partes” (12,3% e TVH de +13,3%) e “Energéticos” (11,5% e TVH de +35,8%).
Também nas importações se verificaram acréscimos em todos os grupos de produtos, sendo os mais significativos, medidos em Euros, os dos grupos “Energéticos” (+1743 milhões de Euros), “Máquinas, aparelhos e partes” (+1386 milhões), “Minérios e metais” (+960 milhões), “Material de transporte terrestre e partes” (+825 milhões), “Agro-alimentares” (+822 milhões) e “Químicos” (+768 milhões de Euros). 


6 – Mercados por grupos de produtos
6.1 – Exportações
Entre os mercados de destino das exportações de mercadorias, a Espanha ocupou nos primeiros dez meses de 2017 a primeira posição em 8 dos 11 grupos de produtos com 25,3% do total, ocorrendo as excepções nos grupos “Calçado, peles e couros” (4ª posição), “Máquinas, aparelhos e partes” (2ª posição) e “Aeronaves, embarcações e partes” (5ª posição).

Seguiram-se no “ranking” a França (12,5%), a Alemanha (11,4%), o Reino Unido (6,7%), os EUA (5,3%), os Países Baixos (4,0%), a Itália (3,4%), Angola (3,3%), a Bélgica (2,3%) e Brasil (1,6%). Estes dez países cobriram 75,8% das exportações totais.
6.2 – Importações

Nesta vertente do comércio internacional, a Espanha ocupou ainda o primeiro lugar em oito dos onze grupos de produtos, com 31,7% do total, sendo as excepções os grupos “Máquinas, aparelhos e partes” (2º lugar), depois da Alemanha, “Material de transporte terrestre e partes”, (2ª posição), depois da Alemanha, e“Aeronaves, embarcações e partes”, em que ocupou o 4º lugar, antecedida de Singapura, EUA e Brasil.
Seguiram-se a Alemanha (13,7%), a França (7,4%), a Itália (5,5%), os Países Baixos (5,3%), a China (3,0%), a Bélgica (2,7%), o Reino Unido (2,7%), a Rússia (2,4%) e o Brasil (1,9%). Estes dez países cobriram 76,3% das importações totais.



14 de Dezembro de 2017.




sexta-feira, 8 de dezembro de 2017

Comércio Internacional de Têxteis (2000-2016)


Comércio Internacional de Têxteis
(2000-2016)
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1 – Nota introdutória
No presente trabalho os produtos Têxteis, isolados do Vestuário, vão ser divididos em quatro componentes: “Fibras e Fios”, “Tecidos”, “Têxteis-Lar” e “Outros têxteis” (ver quadro em Anexo).
As importações englobam um importante contributo em matéria-prima para a indústria de exportação de produtos têxteis e de vestuário. 
Entre 2000 e 2016 o peso da exportação de Têxteis no PIB desceu de 1,49% para 1,05%. 
O peso dos Têxteis na importação global, que em 2000 representava 5,3% da importação global, após descida persistente até 2008, ano em que atingiu uma quota de 2,6%, recuperou a partir daí, situando-se em 3,2% em 2016.

Por sua vez, o peso dos Têxteis na exportação global, que nos primeiros anos do século ultrapassava os 7%, decresceu até 2012, ano em que atingiu 3,7% do total, para recuperar ligeiramente desde então, situando-se em 3,9% nos dois últimos anos.


2 – Balança Comercial dos Têxteis
Entre 2000 e 2011 a balança comercial destes produtos foi deficitária, tornando-se o saldo positivo a partir de 2012. O grau de cobertura das importações pelas exportações subiu de 79,4%, em 2000, para 100,8%, em 2016.
Entre 2012 e 2016, a taxa de variação média anual das importações foi de +5,5% e a das exportações de +4,2%. Considerando o período alargado de 2000-2016, as exportações de Têxteis cresceram em termos nominais à taxa média anual de +0,1% e as importações decresceram à taxa de -1,4%.

3 – Importação de Têxteis e suas componentes
Nas importações de Têxteis predominam as “Fibras e Fios” e os “Tecidos”, grande parte destes utilizados na fabricação de vestuário para exportação, seguidos dos “Outros têxteis” e dos “Têxteis-Lar”.
Nos “Outros têxteis”, multo diversificados, destacaram-se em 2016, por ordem decrescente de valor, os tecidos impregnados ou revestidos com plástico, os falsos tecidos, os artefactos têxteis confecionados, incluindo moldes para vestuário, os produtos e artefactos para uso técnico, os sacos para embalagem, as fitas, os encerados, estores, tendas e velas, as etiquetas e emblemas não bordados, os “ouates”, feltros, tules e rendas, os bordados, os cordéis, cordas e cabos revestidos a borracha ou plástico, os tecidos com borracha, as redes de malhas com nós, de pesca e outras, e os sortidos para tapeçarias, toalhas de mesa e guardanapos bordados. Estes tipos de produtos representaram, no seu conjunto, mais de 90% das importações.

Dentro dos “Têxteis-Lar” destacaram-se as roupas de cama, mesa, toucador ou cozinha, os tapetes e outros revestimentos têxteis para pavimentos, tufados ou não, os cortinados, sanefas e reposteiros, as mantas e cobertores, os esfregões, panos de cozinha, flanelas de limpeza e semelhantes, e os tapetes e outros revestimentos de feltro para pavimentos, não tufados, produtos que pesaram também mais de 90% das importações desta componente.
Entre 2000 e 2016, em termos nominais, as importações de Têxteis decresceram à taxa média anual de -1,4%, para o que contribuíram, com taxas negativas, as componentes “Fibras e Fios” (-1,2%), “Tecidos” (-2,1%) e “Outros têxteis” (‑1,6%), a que se contrapôs a componente “Têxteis-Lar”, com uma taxa de crescimento positiva (+1,7%).
De assinalar que no quinquénio 2012-2016, todas estas componentes contribuíram com taxas de crescimento médio anual positivas para uma taxa global de +5,5%.


4 – Mercados de origem das importações de Têxteis
O peso das chegadas de Têxteis com origem no espaço Intra-comunitário no total das importações desceu de cerca de 75%, em 2000, para 67%, em 2016, passando a quota dos fornecimentos a partir do espaço Extra-comunitário de 1/4 para 1/3 das importações globais.
Entre 2000 e 2009, o peso das importações com origem nos parceiros comunitários no Total manteve-se acima dos 70%, descendo a 65,8% em 2010, para se manter sempre abaixo dos 70% desde então.
De 2000 a 2016, foi negativa a taxa de variação média anual das importações a partir dos parceiros comunitários, -2,1%, com a dos países terceiros a crescer +0,3%.


Como se pode observar na figura seguinte, o ritmo de crescimento das importações portuguesas originárias dos países Extra-EU, em particular a partir de 2009, foi mais vivo do que o dos fornecedores Intra-EU, sendo mesmo o valor dos primeiros, nos dois últimos anos, superior ao de 2000.

Em 2016, os vinte principais mercados de origem das importações portuguesas de Têxteis representaram 94,1% do Total.
Com fornecimentos acima de 100 milhões de Euros em 2016, surgem a Espanha (21,6% do Total), a Itália (14,4%), a Alemanha (8,9%), a Índia (8,0%), a China (6,4%), a Turquia  (5,7%) e os Países Baixos (5,3%).
Através do porto de Roterdão, nos Países Baixos, o maior da Europa, entram em livre prática na UE numerosas mercadorias que seguem depois aos seus destinos, sendo estatisticamente contabilizadas como provenientes dos Países Baixos.
Entre 2000 e 2016, as maiores taxas de crescimento médio anual destas importações verificaram-se com a Polónia (+17,3%), Vietname (+15,9%), Indonésia (+14,2%), China (+8,5%) e Índia (+6,0%).

5 – Exportação de Têxteis e suas componentes

Em 2016, nas exportações de Têxteis predominaram os “Têxteis-Lar” (33,4%), seguidos dos “Outros têxteis” (27,7%), dos “Tecidos” (26,4%) e das “Fibras e Fios” (12,4%).

Entre os “Têxteis-Lar” destacam-se, nesse ano, as exportações de “Roupas de cama, mesa, toucador ou cozinha” (76,7% do Total), seguidas dos “Tapetes e outros revestimentos têxteis para interiores”, tufados ou não (10,1%) e dos “Cobertores e mantas” (2,9%).
A componente “Outros têxteis” engloba produtos muito diversificados, como “Cordéis, cordas e cabos revestidos de borracha ou plástico” (32,3% do Total), “Tecidos impregnados, revestidos ou recobertos com plástico” (20,3%), “Telas para pneus com fios de nylon, poiliéster ou rayon de viscose” (7,7%), “Artefactos têxteis para usos técnicos” (7,7%), “Tecidos com borracha” (5,5%), “Redes de malhas com nós, redes de pesca e outras redes” (4,6%) e “Artefactos têxteis confeccionados, incluindo moldes para vestuário” (4,5%), entre muitos outros produtos.
Entre os “Tecidos” sobressaem os “Tecidos de fibras e fios de filamentos sintéticos” (21,5% do Total), os “Tecidos de malha e malha-urdidura” (20,6%), os “Tecidos de algodão” (19,5%), os “Veludos, pelúcias, tecidos de froco e tecidos com anéis de malha” (16,0%), os “Tecidos de lã penteada ou pelos finos penteados” (5,2%) e os “Tecidos com menos de 85% de algodão com fibras sintéticas ou artificiais” (3,6%).
Por fim, entre as “Fibras e Fios”, destaque para os “Cabos de filamentos sintéticos” (22,5% do Total), “Fios de fibras e filamentos sintéticos e de fibras artificiais, não acondicionados para venda a retalho” (22,1%), “Fibras sintéticas cardadas e penteadas, não cardadas e não penteadas, para fiação” (15,4%), “Fios com 85% ou mais de algodão, não acondicionados” (12,9%), “Monofilamentos sintéticos” (9,4%), “Fios de lã cardada ou penteada, não acondicionados” (7,1%) e “Lã não cardada nem penteada” (2,5%).
Entre 2000 e 2010 os “Tecidos” ocupavam a segunda posição entre as componentes destas exportações, tendo sido ultrapassados pelos “Outros têxteis” a partir de 2011.



6 – Mercados de destino das Exportações de Têxteis
O peso relativo das exportações de Têxteis para os espaços Intra e Extra-comunitário apresentou alguma estabilidade ao longo do período 2000-2016.
Tendo-se mantido acima dos 70% o peso das exportações para os parceiros comunitários entre 2000 e 2013, oscilando entre 77,2% em 2002 e 70,3% em 2013, desceu ligeiramente nos dois anos seguintes, para recuperar em 2016, com uma quota de 72,1%.
Entre 2000 e 2016 foi praticamente nula a taxa de crescimento médio anual das exportações para o espaço comunitário, com as exportações para os países terceiros a crescerem à taxa média de +0,4% ao ano.

Tendencialmente decrescentes entre 2000 e 2009, as exportações recuperaram a partir de então, com uma taxa média de crescimento anual para a EU de +4,7% e de +2,8% para os países terceiros nos últimos cinco anos de 2016.


Em 2000 a primeira posição entre os mercados de destino das exportações portuguesas de Têxteis era ocupada pelo Reino Unido (16,4%), seguido dos EUA (14,9%), da Espanha (12,9), da Alemanha, praticamente a par da Espanha (12,7%), e da França (9,9%). A partir de 2003 o primeiro lugar passou a ser sucessivamente ocupado pela Espanha, que em 2016 representou 21,6%, a que se seguiram a França (11,3%), os EUA (9,2%), a Alemanha (8,7%) e o Reino Unido (7,2%).
Entre 2000 e 2016 as maiores taxas de crescimento médio anual ocorreram com a Roménia (+18,5%), China (+16,6%), Tunísia (+13,7%), México (+11,3%), República Checa (+7,7%) e Polónia (+6,5%).





               6 de Dezembro de 2017.