sexta-feira, 8 de dezembro de 2017

Comércio Internacional de Têxteis (2000-2016)


Comércio Internacional de Têxteis
(2000-2016)
" Disponível para download > aqui"

1 – Nota introdutória
No presente trabalho os produtos Têxteis, isolados do Vestuário, vão ser divididos em quatro componentes: “Fibras e Fios”, “Tecidos”, “Têxteis-Lar” e “Outros têxteis” (ver quadro em Anexo).
As importações englobam um importante contributo em matéria-prima para a indústria de exportação de produtos têxteis e de vestuário. 
Entre 2000 e 2016 o peso da exportação de Têxteis no PIB desceu de 1,49% para 1,05%. 
O peso dos Têxteis na importação global, que em 2000 representava 5,3% da importação global, após descida persistente até 2008, ano em que atingiu uma quota de 2,6%, recuperou a partir daí, situando-se em 3,2% em 2016.

Por sua vez, o peso dos Têxteis na exportação global, que nos primeiros anos do século ultrapassava os 7%, decresceu até 2012, ano em que atingiu 3,7% do total, para recuperar ligeiramente desde então, situando-se em 3,9% nos dois últimos anos.


2 – Balança Comercial dos Têxteis
Entre 2000 e 2011 a balança comercial destes produtos foi deficitária, tornando-se o saldo positivo a partir de 2012. O grau de cobertura das importações pelas exportações subiu de 79,4%, em 2000, para 100,8%, em 2016.
Entre 2012 e 2016, a taxa de variação média anual das importações foi de +5,5% e a das exportações de +4,2%. Considerando o período alargado de 2000-2016, as exportações de Têxteis cresceram em termos nominais à taxa média anual de +0,1% e as importações decresceram à taxa de -1,4%.

3 – Importação de Têxteis e suas componentes
Nas importações de Têxteis predominam as “Fibras e Fios” e os “Tecidos”, grande parte destes utilizados na fabricação de vestuário para exportação, seguidos dos “Outros têxteis” e dos “Têxteis-Lar”.
Nos “Outros têxteis”, multo diversificados, destacaram-se em 2016, por ordem decrescente de valor, os tecidos impregnados ou revestidos com plástico, os falsos tecidos, os artefactos têxteis confecionados, incluindo moldes para vestuário, os produtos e artefactos para uso técnico, os sacos para embalagem, as fitas, os encerados, estores, tendas e velas, as etiquetas e emblemas não bordados, os “ouates”, feltros, tules e rendas, os bordados, os cordéis, cordas e cabos revestidos a borracha ou plástico, os tecidos com borracha, as redes de malhas com nós, de pesca e outras, e os sortidos para tapeçarias, toalhas de mesa e guardanapos bordados. Estes tipos de produtos representaram, no seu conjunto, mais de 90% das importações.

Dentro dos “Têxteis-Lar” destacaram-se as roupas de cama, mesa, toucador ou cozinha, os tapetes e outros revestimentos têxteis para pavimentos, tufados ou não, os cortinados, sanefas e reposteiros, as mantas e cobertores, os esfregões, panos de cozinha, flanelas de limpeza e semelhantes, e os tapetes e outros revestimentos de feltro para pavimentos, não tufados, produtos que pesaram também mais de 90% das importações desta componente.
Entre 2000 e 2016, em termos nominais, as importações de Têxteis decresceram à taxa média anual de -1,4%, para o que contribuíram, com taxas negativas, as componentes “Fibras e Fios” (-1,2%), “Tecidos” (-2,1%) e “Outros têxteis” (‑1,6%), a que se contrapôs a componente “Têxteis-Lar”, com uma taxa de crescimento positiva (+1,7%).
De assinalar que no quinquénio 2012-2016, todas estas componentes contribuíram com taxas de crescimento médio anual positivas para uma taxa global de +5,5%.


4 – Mercados de origem das importações de Têxteis
O peso das chegadas de Têxteis com origem no espaço Intra-comunitário no total das importações desceu de cerca de 75%, em 2000, para 67%, em 2016, passando a quota dos fornecimentos a partir do espaço Extra-comunitário de 1/4 para 1/3 das importações globais.
Entre 2000 e 2009, o peso das importações com origem nos parceiros comunitários no Total manteve-se acima dos 70%, descendo a 65,8% em 2010, para se manter sempre abaixo dos 70% desde então.
De 2000 a 2016, foi negativa a taxa de variação média anual das importações a partir dos parceiros comunitários, -2,1%, com a dos países terceiros a crescer +0,3%.


Como se pode observar na figura seguinte, o ritmo de crescimento das importações portuguesas originárias dos países Extra-EU, em particular a partir de 2009, foi mais vivo do que o dos fornecedores Intra-EU, sendo mesmo o valor dos primeiros, nos dois últimos anos, superior ao de 2000.

Em 2016, os vinte principais mercados de origem das importações portuguesas de Têxteis representaram 94,1% do Total.
Com fornecimentos acima de 100 milhões de Euros em 2016, surgem a Espanha (21,6% do Total), a Itália (14,4%), a Alemanha (8,9%), a Índia (8,0%), a China (6,4%), a Turquia  (5,7%) e os Países Baixos (5,3%).
Através do porto de Roterdão, nos Países Baixos, o maior da Europa, entram em livre prática na UE numerosas mercadorias que seguem depois aos seus destinos, sendo estatisticamente contabilizadas como provenientes dos Países Baixos.
Entre 2000 e 2016, as maiores taxas de crescimento médio anual destas importações verificaram-se com a Polónia (+17,3%), Vietname (+15,9%), Indonésia (+14,2%), China (+8,5%) e Índia (+6,0%).

5 – Exportação de Têxteis e suas componentes

Em 2016, nas exportações de Têxteis predominaram os “Têxteis-Lar” (33,4%), seguidos dos “Outros têxteis” (27,7%), dos “Tecidos” (26,4%) e das “Fibras e Fios” (12,4%).

Entre os “Têxteis-Lar” destacam-se, nesse ano, as exportações de “Roupas de cama, mesa, toucador ou cozinha” (76,7% do Total), seguidas dos “Tapetes e outros revestimentos têxteis para interiores”, tufados ou não (10,1%) e dos “Cobertores e mantas” (2,9%).
A componente “Outros têxteis” engloba produtos muito diversificados, como “Cordéis, cordas e cabos revestidos de borracha ou plástico” (32,3% do Total), “Tecidos impregnados, revestidos ou recobertos com plástico” (20,3%), “Telas para pneus com fios de nylon, poiliéster ou rayon de viscose” (7,7%), “Artefactos têxteis para usos técnicos” (7,7%), “Tecidos com borracha” (5,5%), “Redes de malhas com nós, redes de pesca e outras redes” (4,6%) e “Artefactos têxteis confeccionados, incluindo moldes para vestuário” (4,5%), entre muitos outros produtos.
Entre os “Tecidos” sobressaem os “Tecidos de fibras e fios de filamentos sintéticos” (21,5% do Total), os “Tecidos de malha e malha-urdidura” (20,6%), os “Tecidos de algodão” (19,5%), os “Veludos, pelúcias, tecidos de froco e tecidos com anéis de malha” (16,0%), os “Tecidos de lã penteada ou pelos finos penteados” (5,2%) e os “Tecidos com menos de 85% de algodão com fibras sintéticas ou artificiais” (3,6%).
Por fim, entre as “Fibras e Fios”, destaque para os “Cabos de filamentos sintéticos” (22,5% do Total), “Fios de fibras e filamentos sintéticos e de fibras artificiais, não acondicionados para venda a retalho” (22,1%), “Fibras sintéticas cardadas e penteadas, não cardadas e não penteadas, para fiação” (15,4%), “Fios com 85% ou mais de algodão, não acondicionados” (12,9%), “Monofilamentos sintéticos” (9,4%), “Fios de lã cardada ou penteada, não acondicionados” (7,1%) e “Lã não cardada nem penteada” (2,5%).
Entre 2000 e 2010 os “Tecidos” ocupavam a segunda posição entre as componentes destas exportações, tendo sido ultrapassados pelos “Outros têxteis” a partir de 2011.



6 – Mercados de destino das Exportações de Têxteis
O peso relativo das exportações de Têxteis para os espaços Intra e Extra-comunitário apresentou alguma estabilidade ao longo do período 2000-2016.
Tendo-se mantido acima dos 70% o peso das exportações para os parceiros comunitários entre 2000 e 2013, oscilando entre 77,2% em 2002 e 70,3% em 2013, desceu ligeiramente nos dois anos seguintes, para recuperar em 2016, com uma quota de 72,1%.
Entre 2000 e 2016 foi praticamente nula a taxa de crescimento médio anual das exportações para o espaço comunitário, com as exportações para os países terceiros a crescerem à taxa média de +0,4% ao ano.

Tendencialmente decrescentes entre 2000 e 2009, as exportações recuperaram a partir de então, com uma taxa média de crescimento anual para a EU de +4,7% e de +2,8% para os países terceiros nos últimos cinco anos de 2016.


Em 2000 a primeira posição entre os mercados de destino das exportações portuguesas de Têxteis era ocupada pelo Reino Unido (16,4%), seguido dos EUA (14,9%), da Espanha (12,9), da Alemanha, praticamente a par da Espanha (12,7%), e da França (9,9%). A partir de 2003 o primeiro lugar passou a ser sucessivamente ocupado pela Espanha, que em 2016 representou 21,6%, a que se seguiram a França (11,3%), os EUA (9,2%), a Alemanha (8,7%) e o Reino Unido (7,2%).
Entre 2000 e 2016 as maiores taxas de crescimento médio anual ocorreram com a Roménia (+18,5%), China (+16,6%), Tunísia (+13,7%), México (+11,3%), República Checa (+7,7%) e Polónia (+6,5%).





               6 de Dezembro de 2017.

Sem comentários:

Enviar um comentário