Comércio Internacional de Têxteis
(2000-2016)
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1 – Nota introdutória
No
presente trabalho os produtos Têxteis, isolados do Vestuário, vão ser divididos
em quatro componentes: “Fibras e Fios”,
“Tecidos”, “Têxteis-Lar” e “Outros
têxteis” (ver quadro em Anexo).
As
importações englobam um importante contributo em matéria-prima para a indústria
de exportação de produtos têxteis e de vestuário.
Entre
2000 e 2016 o peso da exportação de Têxteis no PIB desceu de 1,49% para 1,05%.
O peso
dos Têxteis na importação global, que em 2000 representava 5,3% da importação
global, após descida persistente até 2008, ano em que atingiu uma quota de 2,6%,
recuperou a partir daí, situando-se em 3,2% em 2016.
Por sua vez, o peso dos Têxteis na exportação global,
que nos primeiros anos do século ultrapassava os 7%, decresceu até 2012, ano em
que atingiu 3,7% do total, para recuperar ligeiramente desde então, situando-se
em 3,9% nos dois últimos anos.
2 – Balança Comercial dos Têxteis
Entre 2000 e 2011 a balança
comercial destes produtos foi deficitária, tornando-se o saldo positivo a
partir de 2012. O grau de cobertura das importações pelas exportações subiu de
79,4%, em 2000, para 100,8%, em 2016.
Entre 2012 e 2016, a taxa de
variação média anual das importações foi de +5,5% e a das exportações de +4,2%.
Considerando o período alargado de 2000-2016, as exportações de Têxteis cresceram em termos nominais à taxa média anual
de +0,1% e as importações decresceram à taxa de -1,4%.
3 – Importação de Têxteis e suas componentes
Nas importações de Têxteis predominam
as “Fibras e Fios” e os “Tecidos”, grande
parte destes utilizados na fabricação de vestuário para exportação,
seguidos dos “Outros têxteis” e dos “Têxteis-Lar”.
Nos “Outros têxteis”, multo
diversificados, destacaram-se em 2016, por ordem decrescente de valor, os
tecidos impregnados ou revestidos com plástico, os falsos tecidos, os artefactos
têxteis confecionados, incluindo moldes para vestuário, os produtos e
artefactos para uso técnico, os sacos para embalagem, as fitas, os encerados,
estores, tendas e velas, as etiquetas e emblemas não bordados, os “ouates”,
feltros, tules e rendas, os bordados, os cordéis, cordas e cabos revestidos a
borracha ou plástico, os tecidos com borracha, as redes de malhas com nós, de
pesca e outras, e os sortidos para tapeçarias, toalhas de mesa e guardanapos bordados.
Estes tipos de produtos representaram, no seu conjunto, mais de 90% das importações.
Dentro dos “Têxteis-Lar” destacaram-se
as roupas de cama, mesa, toucador ou cozinha, os tapetes e outros revestimentos
têxteis para pavimentos, tufados ou não, os cortinados, sanefas e reposteiros,
as mantas e cobertores, os esfregões, panos de cozinha, flanelas de limpeza e
semelhantes, e os tapetes e outros revestimentos de feltro para pavimentos, não
tufados, produtos que pesaram também mais de 90% das importações desta
componente.
Entre 2000 e 2016, em termos
nominais, as importações de Têxteis decresceram à taxa média anual de -1,4%,
para o que contribuíram, com taxas negativas, as componentes “Fibras e Fios” (-1,2%), “Tecidos” (-2,1%) e “Outros têxteis” (‑1,6%), a que se contrapôs a componente “Têxteis-Lar”, com uma taxa de
crescimento positiva (+1,7%).
De assinalar que no quinquénio
2012-2016, todas estas componentes contribuíram com taxas de crescimento médio
anual positivas para uma taxa global de +5,5%.
4 – Mercados de origem das importações de Têxteis
O peso das chegadas de Têxteis com
origem no espaço Intra-comunitário no total das importações desceu de cerca de
75%, em 2000, para 67%, em 2016, passando a quota dos fornecimentos a partir do
espaço Extra-comunitário de 1/4 para 1/3 das importações globais.
Entre 2000 e 2009, o peso das
importações com origem nos parceiros comunitários no Total manteve-se acima dos
70%, descendo a 65,8% em 2010, para se manter sempre abaixo dos 70% desde
então.
De
2000 a 2016, foi negativa a taxa de variação média anual das importações a
partir dos parceiros comunitários, -2,1%, com a dos países terceiros a crescer
+0,3%.
Como se pode observar na figura
seguinte, o ritmo de crescimento das importações portuguesas originárias dos
países Extra-EU, em particular a partir de 2009, foi mais vivo do que o dos
fornecedores Intra-EU, sendo mesmo o valor dos primeiros, nos dois últimos
anos, superior ao de 2000.
Em 2016, os vinte principais
mercados de origem das importações portuguesas de Têxteis representaram 94,1%
do Total.
Com fornecimentos acima de 100
milhões de Euros em 2016, surgem a Espanha (21,6% do Total), a Itália (14,4%),
a Alemanha (8,9%), a Índia (8,0%), a China (6,4%), a Turquia (5,7%) e os Países Baixos (5,3%).
Através do porto de Roterdão, nos
Países Baixos, o maior da Europa, entram em livre prática na UE numerosas
mercadorias que seguem depois aos seus destinos, sendo estatisticamente
contabilizadas como provenientes dos Países Baixos.
Entre 2000 e 2016, as maiores taxas
de crescimento médio anual destas importações verificaram-se com a Polónia
(+17,3%), Vietname (+15,9%), Indonésia (+14,2%), China (+8,5%) e Índia (+6,0%).
5 – Exportação de Têxteis e suas componentes
Em 2016, nas exportações de Têxteis
predominaram os “Têxteis-Lar” (33,4%),
seguidos dos “Outros têxteis” (27,7%), dos “Tecidos” (26,4%) e das “Fibras e
Fios” (12,4%).
● Entre os “Têxteis-Lar” destacam-se, nesse ano,
as exportações de “Roupas de cama, mesa,
toucador ou cozinha” (76,7% do Total), seguidas dos “Tapetes e outros revestimentos têxteis para interiores”, tufados
ou não (10,1%) e dos “Cobertores e
mantas” (2,9%).
● A componente “Outros
têxteis” engloba produtos muito diversificados, como “Cordéis, cordas e cabos revestidos de
borracha ou plástico” (32,3% do Total), “Tecidos
impregnados, revestidos ou recobertos com plástico” (20,3%), “Telas para pneus com fios de nylon,
poiliéster ou rayon de viscose” (7,7%), “Artefactos
têxteis para usos técnicos” (7,7%), “Tecidos
com borracha” (5,5%), “Redes de
malhas com nós, redes de pesca e outras redes” (4,6%) e “Artefactos têxteis confeccionados,
incluindo moldes para vestuário” (4,5%), entre muitos outros produtos.
● Entre os “Tecidos” sobressaem os “Tecidos de fibras e fios de filamentos
sintéticos” (21,5% do Total), os “Tecidos de malha e malha-urdidura” (20,6%), os
“Tecidos de algodão” (19,5%), os “Veludos,
pelúcias, tecidos de froco e tecidos com anéis de malha” (16,0%), os “Tecidos de lã penteada ou pelos finos
penteados” (5,2%) e os “Tecidos com
menos de 85% de algodão com fibras sintéticas ou artificiais” (3,6%).
● Por fim, entre as “Fibras e Fios”, destaque para os “Cabos de
filamentos sintéticos” (22,5% do Total),
“Fios de fibras e filamentos sintéticos e de fibras artificiais, não
acondicionados para venda a retalho” (22,1%), “Fibras sintéticas cardadas e penteadas, não cardadas e não penteadas,
para fiação” (15,4%), “Fios com 85% ou mais de algodão, não acondicionados” (12,9%), “Monofilamentos sintéticos” (9,4%), “Fios de lã cardada ou penteada, não
acondicionados” (7,1%) e “Lã não
cardada nem penteada” (2,5%).
Entre
2000 e 2010 os “Tecidos” ocupavam a
segunda posição entre as componentes destas exportações, tendo sido
ultrapassados pelos “Outros têxteis”
a partir de 2011.
6 – Mercados de destino das Exportações de Têxteis
O peso relativo das exportações de
Têxteis para os espaços Intra e Extra-comunitário apresentou alguma
estabilidade ao longo do período 2000-2016.
Tendo-se mantido acima dos 70% o
peso das exportações para os parceiros comunitários entre 2000 e 2013,
oscilando entre 77,2% em 2002 e 70,3% em 2013, desceu ligeiramente nos dois
anos seguintes, para recuperar em 2016, com uma quota de 72,1%.
Entre 2000 e 2016 foi praticamente
nula a taxa de crescimento médio anual das exportações para o espaço
comunitário, com as exportações para os países terceiros a crescerem à taxa média
de +0,4% ao ano.
Tendencialmente decrescentes entre
2000 e 2009, as exportações recuperaram a partir de então, com uma taxa média
de crescimento anual para a EU de +4,7% e de +2,8% para os países terceiros nos
últimos cinco anos de 2016.
Em 2000 a primeira posição entre os
mercados de destino das exportações portuguesas de Têxteis era ocupada pelo
Reino Unido (16,4%), seguido dos EUA (14,9%), da Espanha (12,9), da Alemanha,
praticamente a par da Espanha (12,7%), e da França (9,9%). A partir de 2003 o
primeiro lugar passou a ser sucessivamente ocupado pela Espanha, que em 2016
representou 21,6%, a que se seguiram a França (11,3%), os EUA (9,2%), a
Alemanha (8,7%) e o Reino Unido (7,2%).
Entre 2000 e 2016 as maiores taxas
de crescimento médio anual ocorreram com a Roménia (+18,5%), China (+16,6%),
Tunísia (+13,7%), México (+11,3%), República Checa (+7,7%) e Polónia (+6,5%).
6 de Dezembro
de 2017.
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